“Como
criar o hábito de ler notícias na infância
Às vésperas de
completarmos a segunda década do século 21, a importância da representatividade
se faz cada vez mais presente. Queremos nos identificar com o que assistimos,
lemos e consumimos diariamente. Mora neste momento de identificação o instante
em que determinado discurso, embutido em uma leitura ou vídeo, por exemplo,
conversa com a gente.
Agora,
imagine ser criança e não se enxergar, totalmente, como parte da sociedade por
não se reconhecer como um agente participante da leitura frequente de notícias.
Afinal, de que forma podemos compreender o que se passa no mundo, e nos
entender cidadãos deste planeta, se não nos informamos? Ao não oferecer às
crianças a oportunidade de ler notícias, colocamos esses jovens cidadãos em uma
forma de alienação involuntária.
Mas de
que maneira uma criança pode desenvolver o gosto pelo consumo de jornalismo, se
ela nem sequer se vê representada nos veículos de comunicação? Se queremos
jovens bem-informados e conscientes de assuntos de importância nacional e
mundial, precisamos que eles se sintam acolhidos no ambiente jornalístico a
ponto de pensar: “Notícias também são para mim”.
Entra,
aí, o papel fundamental do jornalismo infanto-juvenil muito difundido na Europa
e nos Estados Unidos, e que dá seus primeiros passos firmes no Brasil há alguns
anos. Notícias escritas com a mesma responsabilidade e apuração de qualidade
que a praticada no jornalismo “para adultos”, em linguagem adequada e temas
relevantes à faixa etária de crianças e jovens, fazem toda a diferença para que
o leitor seja atraído pelo hábito de se informar.
O
jornalismo infanto-juvenil fica ainda mais interessante quando traz seu público
para o centro da informação. Além de buscar por fatos com aderência ao universo
desse leitor, procurando retratar histórias de outras crianças e jovens capazes
de transformar visões (caso da ativista ambiental sueca GretaThungerg), é
importante que ele se veja representado no veículo de comunicação que
acompanha.
Ao ter
sua opinião valorizada ou sua sugestão ouvida, a criança e o jovem compreendem:
“Notícias são, sim, para mim; faço parte deste mundo e tenho direito à
informação”. É assim que, em alguns anos, teremos cidadãos melhor preparados para
lidar com a avalanche de informação, que chega por todos os lados, e
conscientes de seu papel ativo na sociedade.”.
(MARIA CAROLINA
CRISTIANINI. Editora do jornal Joca,
em artigo publicado no jornal ESTADO DE
MINAS, edição de 8 de setembro de 2019, caderno OPINIÃO, página 7).
Mais uma importante e oportuna contribuição para o
nosso trabalho de Mobilização para a
Excelência Educacional vem de artigo publicado no mesmo veículo, edição de
6 de setembro de 2019, mesmo caderno e página, de autoria de DOM WALMOR OLIVEIRA DE AZEVEDO,
arcebispo metropolitano de Belo Horizonte e presidente da Conferência Nacional
dos Bispos do Brasil (CNBB), e que merece igualmente integral transcrição:
“Pátria
e ecologia
A pátria é razão de amor
e de respeito, é a terra natal com suas tradições, culturas, histórias e sua
língua. Espaço e herança cultural, missão a cumprir. A pátria é um projeto
sempre em construção que ultrapassa qualquer sentido de posse partidária e deve
estar livre dos estreitamentos impostos por manipulações a serviço de
interesses contrários ao bem comum. A pátria somente ganha unidade quando se
caminha e se labuta sob o signo da solidariedade, do respeito e do amor.
Compreende-se o propósito sobre e altamente relevante da doutrina social da
Igreja Católica, tesouro pouco conhecido, que aponta a importância de ser sinal
do amor de Deus, desmascarando importações tortas, embora midiaticamente
convincentes, do cristianismo.
O
genuíno cristianismo é escola completa dos valores necessários para que a
pátria esteja atenta às demandas cidadãs e, assim, possa promover a paz, a
justiça e a solidariedade. Impõe-se, pois, uma tarefa urgente: construir um
humanismo integral, solidário, capaz de animar e impulsionar nova ordem social,
econômica e política, fundada na liberdade de cada pessoa – em coerência com o
desígnio do amor de Deus. Esse processo humanístico supõe o cultivo de virtudes
morais e sociais para criar um novo caminho. Diante dessa necessidade,
preste-se muita atenção: propostas e gestos de supostos cristãos carecem,
profundamente, da largueza própria da fé. São gestos e propostas enjaulados nos
interesses, manipulações, particularmente, na alimentação de projetos espúrios
de poder travestidos de uma religiosidade, que estão muito distantes de Deus e
dos valores que decorrem da fé.
Termômetro
importante para se avaliar a autenticidade do sentimento de amor e respeito
pela pátria se encontra no interesse, no entendimento e no envolvimento efetivo
de tudo o que está no horizonte da ecologia. É incontestável que, na raiz dos
descompassos pátrios, está o mal decorrente dos abusos irresponsáveis no uso
dos bens encontrados no solo. A violência, em suas variadas formas, vem do
coração humano ferido pelo pecado. Os sintomas indicam, também, as doenças
encontradas na terra, na água, no ar e nos seres vivos.
O rumo
novo que se espera para a pátria, na organização da nação, e a equilibrada convivência
com as extensões e riquezas próprias de sua geografia, pensadas especialmente
as responsabilidades do Estado, exigem uma conversão ecológica global. O papa
Francisco lembra, insistentemente, na sua Carta Encíclica, sobre o cuidado com
a casa comum, que a destruição do meio ambiente pelo ser humano é fato muito
grave, porque Deus confiou o mundo à humanidade. E a vida é um dom que deve ser
protegido de todas as formas de degradação. A lucidez interpelante dessa
compreensão mostra que todos são responsáveis pela promoção e defesa da
ecologia integral. Ilusório é pensar que a pátria possa alcançar novo vigor,
nova ordem, desconsiderando a ecologia integral.
Tudo e
todos padecerão sem o horizonte rico e interpelante da ecologia integral, de sentimentos
pátrios, de intuições inteligentes e assertivas e do sentido autêntico de
cidadania. O compromisso com a pátria não deve ser de uma ou outra instância da
sociedade. As responsabilidades são diferentes, mas todos os atores sociais,
contracenam e são fundamentais – a corresponsabilidade patriótica é de cada um.
O horizonte é a ecologia integral. Desconsiderá-la leva a grandes dificuldades
neste tempo. Deve, pois, tornar-se preocupação do Estado, de diferentes
instituições, segmentos sociais, das famílias e das igrejas, que só podem
receber selo de autenticidade cristã se deixarem de lado projetos particulares
de poder.
A
ecologia integral relaciona-se com a convivência entre seres vivos e o meio
ambiente. Promovê-la exige debates sobre as condições de vida e sobrevivência
na sociedade, com a coragem de questionar modelos de desenvolvimento, produção
e consumo. Ecologia integral é a que considera as dimensões ambientais,
econômicas e sociais. O olhar lançado sobre a Amazônia, como faz agora o sínodo
dos bispos, convocado pelo papa Francisco para outubro próximo, é esforço da
Igreja em promover a ecologia integral. Devem contracenar com a Igreja, nesse
esforço, instâncias, instituições e segmentos sociais, a partir de um
compromisso cidadão. Assim será possível ajudar a pátria a tornar-se um lugar
exemplar, ensaio para a entrada na cidadania do Reino de Deus. Os descompassos,
fracassos, polarizações e adoecimentos de todos os tipos podem encontrar rumos
novos de superação e reversão se houver amor à pátria e respeito à ecologia
integral.”.
Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e
oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança
de nossa história – que é de ética, de
moral, de princípios, de valores –, para
a imperiosa e urgente necessidade de profundas
mudanças em nossas estruturas educacionais,
governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas,
financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no
concerto das potências mundiais livres, justas, educadas, qualificadas,
civilizadas, soberanas, democráticas, republicanas, solidárias e
sustentavelmente desenvolvidas...
Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras
cruciais como:
a) a excelência educacional – pleno
desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde
a educação infantil (0 a 3 anos de
idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo
da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira
série do ensino fundamental, independentemente
do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação
(especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas
públicas, gerando o pleno desenvolvimento
da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional (enfim, 129 anos
depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de
uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças
vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da
ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da democracia, da participação,
da solidariedade, da sustentabilidade...);
b) o combate implacável, sem eufemismos e
sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são:
I – a inflação, a exigir permanente,
competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares
civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa
de juros do cartão de crédito atingiu em julho a ainda estratosférica marca de
300,29% nos últimos doze meses, e a taxa
de juros do cheque especial chegou em históricos 318,65%; e já o IPCA, também
no acumulado dos últimos doze meses, chegou a 3,22%); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa
promiscuidade – “dinheiro público versus interesses privados”
–, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando
incalculáveis e irreversíveis prejuízos, perdas e comprometimentos de vária
ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da
Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor,
de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é
cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional; eis, portanto, que todos os valores que vão
sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 518
anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação,
saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e,
assim, é crime...); III – o desperdício,
em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e
danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no
artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança
das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é
desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de
problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos,
quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, à falhas
de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à
corrupção e à falta de planejamento...”;
c) a dívida pública brasileira - (interna e
externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para
2019, apenas segundo o Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos
Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e
insuportável desembolso de cerca de R$
1,422 trilhão (43,6%), a título de juros, encargos, amortização e
refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão de R$ 758,672 bilhões), a exigir alguns fundamentos da sabedoria
grega, do direito e da justiça:
- pagar,
sim, até o último centavo;
-
rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
-
realizar uma IMEDIATA, abrangente,
qualificada, independente, competente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda
a propósito, no artigo Melancolia,
Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente
degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das
contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”).
Destarte,
torna-se absolutamente inútil lamentarmos
a falta de recursos diante de tão
descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a
nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a
credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e
regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores
como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias,
hidrovias, portos, aeroportos); a educação;
a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos
sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana
(trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às
commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência
social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas;
polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência,
tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações;
qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –,
transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e
melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre
outros...
São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira
alguma, abatem o nosso ânimo e nem
arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta
grande cruzada nacional pela excelência
educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada,
civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, solidária e
desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas
riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos
os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos
bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de
infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à
luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização
das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas
tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo do direito, da justiça, da verdade, do diálogo, da liberdade, da paz, da solidariedade, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...
Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a
nossa esperança... e perseverança!
“VI,
OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”
58 anos
de testemunho de um servidor público (1961 – 2019)
-
Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...
-
ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas ...
- Por
uma Nova Política Brasileira ...
- Pela
excelência na Gestão Pública ...
- Pelo
fortalecimento da cultura da sustentabilidade, em suas três dimensões nucleares
do desenvolvimento integral: econômico; social, com promoção humana, e,
ambiental, com proteção e preservação dos nossos recursos naturais ...
- A
alegria da vocação ...
Afinal, o Brasil é uma águia pequena que já ganhou
asas e, para voar, precisa tão somente de visão olímpica e de coragem! ...
E
P Í L O G O
CLAMOR
E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO
“Oh! Deus, Criador, Legislador e Libertador, fonte de
infinita misericórdia!
Senhor, que não fique, e não está ficando, pedra sobre
pedra
Dos impérios edificados com os ganhos espúrios,
ilegais, injustos e
Frutos da corrupção, do saque, da rapina e da
dilapidação do
Nosso patrimônio público.
Patrimônio esse construído com o
Sangue, suor e lágrima,
Trabalho, honra e dignidade do povo brasileiro!
Senhor, que seja assim! Eternamente!”.
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