“Escolhas
preciosas para a evolução espiritual
Há decisões que,
tomadas no silêncio do ser, o impulsionam em seu crescimento, na sua ascese, e
o sintonizam com leis espirituais. Tornam-se possíveis quando as metas da vida
interior – metas voltadas para a vida da alma – são reconhecidas pela
personalidade e inspiram o indivíduo a seguir o destino designado pelo seu
núcleo profundo. Não necessitam ser anunciadas ao mundo; fazem parte de um
processo dinâmico e confirmam-se à medida que o ser caminha. São verdadeiros
votos internos, pois contribuem para clarear a meta espiritual a atingir. Toda
abertura ao que há de evolutivo no universo ajuda a fortalecer essas decisões.
Segundo
a lei espiritual, a cada atitude retrógrada, o ser deixa de avançar em seu
percurso cósmico. A todo instante há uma escolha a fazer entre o que é
evolutivo e o que é involutivo. Enquanto a pessoa dá guarida ao seu
livre-arbítrio e se mantém no âmbito das leis do mundo e humanas, terá de
contar com o próprio discernimento. Mas, uma vez que transcende o
livre-arbítrio, ou seja, quando a vontade do espírito passa a prevalecer sobre
ideias e desejos pessoais, ela pode ter uma intuição ou receber um sinal sobre
o rumo que deve tomar.
Além
disso, uma sabedoria maior ajusta os fatos de sua vida externa de forma que no
seu dia a dia um nível energético mais elevado se faça possível. Tanto nas
fases em que o discernimento humano tem de ser usado sozinho como prova para o
indivíduo, quanto naquelas em que os níveis internos, intuitivos, sinalizam
claramente os passos a serem dados, o cultivo de uma serena vigilância muito
auxilia o ser.
Tenha-se
presente, contudo, que as opções variam de indivíduo para indivíduo. Dependem
do que há a transcender, desenvolver ou aprofundar. Não podemos, de maneira generalizada,
dizer o que é preciso fazer para colaborar nas transformações planetárias, mas
podemos estar cientes de que as energias transformadoras que hoje permeiam a
Terra podem penetrar o nosso ser e, se o permitirmos, elevar nossas vibrações a
qualquer instante.
Nesta
época em que o mundo terrestre passa por convulsões e dificuldades, é preciso
estar firmemente unido à vida do espírito, que é onisciência, onipresença e liberdade.
Nestes
tempos de tanta desarmonia e conflito nos planos materiais, faz-se premente
assumir a vida própria dos Espíritos libertos. Muitos já a estão descobrindo,
após reconhecerem que a vida humana comum é mero jogo de forças dispersivas,
por vezes incontroláveis.
Muitos
de nós já buscam sinceramente a essência do seu ser, e, quanto mais se
introduzem nessa trilha, mais se identificam com a fortaleza que há no centro
de si mesmos. É assim que ampliam sua oportunidade de aperfeiçoamento e de serviço
ao mundo e à humanidade.
Mas o
fruto dessa busca não amadurece artificialmente; requer sábia obediência às
instruções divinas que vão sendo reveladas no silêncio do ser. É pouco a pouco
que os dons sublimes afloram, dando a conhecer ao mundo os padrões de uma
existência superior, abrangente e universal.
Diz um
Ensinamento superior: assim como a semente morre para deixar nascer a árvore,
devemos abandonar os anseios pessoais para a vida espiritual surgir no
horizonte. Uma única ação dedicada ao Criador vale mais que muitas realizadas
por impulsos humanos.”
(TRIGUEIRINHO.
Escritor, em artigo publicado no jornal O TEMPO Belo Horizonte, edição de 25 de janeiro de 2015, caderno O.PINIÃO, página 22).
Mais uma importante e oportuna contribuição para o
nosso trabalho de Mobilização para a
Cidadania e Qualidade vem de artigo publicado na revista VEJA, edição 2410 – ano 48 – nº 4, de
28 de janeiro de 2015, páginas 84 e 85, de autoria de GUSTAVO IOSCHPE, economista, e que merece igualmente integral
transcrição:
“Vá
prá China, Cid
Não conheço Cid Gomes
pessoalmente, e já passei da idade de pôr a mão no fogo por políticos, mas
tenho boas expectativas em relação ao novo ministro da Educação. Ele é o primeiro
ministro da era petista que tem algo para mostrar em termos de resultados
educacionais como gestor público: foi o prefeito que iniciou a caminhada de
Sobral (CE) para ser talvez o maior caso de avanço educacional do país e também
liderou o Ceará em importantes progressos, especialmente na etapa de
alfabetização.
Um dos
problemas de virar ministro, segundo me contaram ex-ocupantes do posto, é que o
sujeito se vê cercado por toda uma máquina burocrática e intelectual, do
ministério e das universidades públicas, que é extremamente resistente a
mudanças. São pessoas que, apesar dos abissais resultados da educação
brasileira, continuam acreditando que suas ideias estão certas e, como estão
cercadas de gente com as mesmas ideias mofadas e distorcidas, são consideradas
por seus pares como brilhantes. De forma que, se você sugere que tudo aquilo
que estão dizendo é uma bobagem enorme, elas o olham como se você viesse de
outro planeta. Só há duas maneiras de sair dessa camisa de força sem sucumbir
às suas maluquices. A primeira é lendo a pesquisa empírica, que não trata de
formulações teóricas mas avalia a eficácia de diferentes práticas. Esse approach é desprezado por nossos
pedagogos que o acham “reducionista” (como se isso, em ciência, fosse algo
negativo) e/ou “neoliberal”. (Uma pessoa ideologizada acha que todas as outras
pessoas do mundo também são ideologizadas. Já ouvi muita gente me perguntando
se minha intenção secreta com os artigos críticos sobre nossa educação é
privatizar todo o sistema de ensino [?!].) A segunda maneira é mostrando casos
em que caminhos diferentes daquele trilhado pelo Brasil tiveram sucesso. E,
aqui, creio que nenhum é mais instrutivo que o chinês, especialmente da
província de Xangai, o primeiro lugar do mundo no último Pisa, o teste mais
importante na medição de qualidade educacional. Sugiro a Cid e a todos os novos
secretários estaduais de Educação que fujam por alguns dias da companhia de
seus “especialistas” e confiram o que a China está fazendo.
A
experiência dos chineses é relevante para o Brasil porque eles depararam, há
quase quarenta anos, com o mesmo dilema que temos: como criar um país
desenvolvido se não há gente capacitada? E como gerar gente capacitada se não
há educadores capacitados para gerá-la?
Uma
pergunta análoga seria: como gerar Homo
sapiens a partir de seres unicelulares? Seria estúpido se, há
aproximadamente 3,5 bilhões de anos, quando as primeiras células surgiram no
planeta Terra, esses seres quisessem entender como implantar um cérebro, ou
olhos, ou mãos com polegares opositores em si mesmos, para chegar à complexidade
do ser humano (noves fora que células não “querem” nada, nem poderiam jamais
imaginar um ser humano). Aquilo de que as células precisavam era um processo
que as fizesse chegar até nós. Esse processo, descoberto por Charles Darwin, é
a evolução pela via da seleção natural.
A
mesma lógica se aplica à educação. Não é possível criar algo do nada. Não
adianta incorporar materiais, escolas ou práticas de outros países se no nosso
não há gente com qualidade suficiente para implementá-los. A China entendeu isso
muito bem, e criou então um processo que tem muito a nos ensinar. Uma vez que
esse processo começou a funcionar, ele não apenas cumpriu a tarefa para a qual
foi criado, como seu funcionamento
continuado vem gerando melhorias que, em algumas áreas, colocam a China
à frente de todos os demais países. Que processo é esse?
Primeiro
passo: quando você não tem qualidade, foque o esforço. Trabalhe mais. Um
professor alemão ou francês talvez só precise se preparar por duas ou três
horas por semana, porque tem uma base excelente. Um chinês trabalhará o dobro
ou o triplo disso, porque sua base é deficiente. A mesma coisa para os alunos:
é normal que alunos chineses comecem o dia letivo às 7 horas da manhã, fiquem
na escola em dois períodos, voltem para casa e continuem estudando até ir
dormir. Também é comum, depois dos 10 ou 11 anos, frequentar escolas de reforço
durante os fins de semana.
Segundo
passo: certifique-se de que todos – professores, alunos, diretores, gestores
públicos – têm um incentivo para gerar melhorias no sistema e que as ambições
são altas. A China dispõe de um sistema hierárquico de escolas e universidades.
Para entrar em uma universidade top, o aluno precisará estudar em uma escola de
ensino médio de excelência. Para entrar nessa escola, o aluno precisará ter
estudado em uma escola ótima do 2º ciclo da educação fundamental, e assim
sucessivamente. Há as chamadas “escolas-chave”: as melhores escolas de cada
cidade, depois de cada estado, depois do país. Mesmo que o aluno seja o melhor
de sua turma, ele continuará tendo incentivo para melhorar: se for realmente
bom, conseguirá entrar em uma escola-chave. Se for o melhor aluno da
escola-chave de sua cidade, irá para a escola-chave do estado etc. A mesma
coisa para os professores: não há progressão natural de carreira. Para
receberem melhores salários, os professores precisam ter alunos que aprendem
mais e também se comprometer a participar de mais programas de treinamento
depois de obter o aumento. Há concursos para professores, e o vencedor do concurso
do seu bairro vai para o concurso da sua cidade, então para o do seu estado, e
finalmente para os concursos nacionais. O mesmo processo ocorre para diretores
e burocratas: os melhores de sua escola assumem responsabilidades em sua
cidade, então em seu estado, e apenas os melhores vão para Pequim, trabalhar no
ministério. O céu é o limite: sempre há alguma razão para você ser melhor.
Terceiro
passo: só invente quando necessário. De resto, copie e adapte. Os chineses
mandaram – e continuam mandando – suas melhores cabeças para todo país em que
algo de bom está sendo feito. Copiam sem pruridos nem remorsos. Eles entenderam
que talvez a única vantagem de começar atrasado é não precisar repetir os erros
que muitos países desenvolvidos cometeram até encontrar o caminho certo. Se
esse caminho é aplicável à realidade chinesa, ele é copiado. Se precisa de
correções, é adaptado.
Quarto
passo: explique à população o porquê de tudo isso. Ninguém faz tantos
sacrifícios se não tiver um objetivo claro e desejável. Na China, grande parte
do país está embarcada no sonho de ele voltar a ser uma grande potência
mundial. A educação de qualidade não é um fim em si mesmo: é parte (importante)
do caminho para chegar ao objetivo maior.
Quinto
passo: compartilhe as boas práticas. Em quase todo sistema educacional de
grande escala – e isso se aplica ao Brasil –, é provável que haja um professor
dando a aula perfeita. Nos países incompetentes, só ele e seus alunos saberão
disso. A China criou uma série de mecanismos – de grupos de estudo conjuntos
para professores e premiações – para garantir que isso não aconteça. As
melhores práticas são compartilhadas e implementadas ao longo do país.
Jogue
tudo isso no liquidificador e você terá um sistema educacional incrível (e
também duro e desafiador para todos os envolvidos), em que uma junção enorme de
pequenos avanços cria um portentoso sistema de excelência. Para quem se
interessa pelos detalhes, sugiro um relato mais minucioso que incluí no livro O que o Brasil Quer Ser Quando Crescer?.
E
aqueles que estão pensando em todas as desculpas que podem usar para ignorar o
modelo chinês – “É fácil de fazer uma ditadura!”, “Lá as famílias valorizam a
educação e o professor”, “É coisa da cultura oriental” –, fiquem tranquilos:
não será difícil encontrar uma escola ou repartição pública disposta a lhes dar
guarida. Enquanto continuarmos com nossa alta tolerância ao fracasso
educacional e nosso complexo de vira-lata, é de gente assim que o país
precisará para não sair dos trilhos (que levam ao penhasco).”
Eis, portanto, mais páginas contendo importantes,
incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise
de liderança de nossa história – que é de ética,
de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas
educacionais, governamentais, jurídicas,
políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de
modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais
livres, civilizadas, soberanas, democráticas e sustentavelmente
desenvolvidas...
Assim, urge ainda a efetiva problematização de
questões deveras cruciais como:
a) a
educação – universal e de qualidade –, desde
a educação infantil (0 a 3 anos de
idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo
da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira
série do ensino fundamental, independentemente
do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação
(especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas
públicas;
b) o
combate implacável, sem eufemismos e
sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são:
I – a inflação, a exigir permanente,
competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares
civilizados, ou seja, próximos de zero (a propósito, a taxa de juros do cheque
especial encerrou 2014 no escorchante patamar de 200,6%, segundo o Banco
Central...); II – a corrupção, há
séculos, na mais perversa promiscuidade
– “dinheiro público versus
interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da
vida nacional, gerando incalculáveis prejuízos e comprometimentos de vária
ordem; III – o desperdício, em todas
as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos,
indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, e mais uma vez, a agudíssima crise
da dupla falta – de água e de energia elétrica...);
c) a
dívida pública brasileira, com projeção
para 2015, segundo a proposta do Orçamento Geral da União, de exorbitante e
insuportável desembolso de cerca de R$
1,356 trilhão, a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos
(apenas com esta rubrica, previsão de R$
868 bilhões), a exigir imediata, abrangente, qualificada e eficaz auditoria...
Destarte, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão
descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a
nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais contundente ainda, afeta
a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e
regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores
como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias,
hidrovias, portos, aeroportos); a educação;
a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos
sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana
(trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às
commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência
social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas;
polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência,
tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações;
qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –,
transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e
melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre
outros...
São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de
maneira alguma, abatem o nosso ânimo e
nem arrefecem o nosso entusiasmo e
otimismo nesta grande cruzada nacional pela cidadania e qualidade, visando à construção de uma Nação
verdadeiramente participativa, justa,
ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática e
desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas
riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos
os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos
bilionários previstos e que contemplam eventos como a Olimpíada de 2016; as
obras do PAC e os projetos do Pré-Sal, à luz das exigências do século 21, da
era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do
conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um
possível e novo mundo da justiça, da
liberdade, da paz, da igualdade – e com
equidade –, e da fraternidade
universal...
Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a
nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!
O
BRASIL TEM JEITO!