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quarta-feira, 22 de junho de 2016

A CIDADANIA, A CONSTRUÇÃO DA PAZ E DA FRATERNIDADE E A FORÇA DA PESQUISA CIENTÍFICA

“Estar em vigília como uma 
oferta à paz e à união fraterna
        A vigília pode ser considerada uma oração, um estado no qual o indivíduo permanece em serena espera, em atitude de entrega e de atenção ao profundo do ser, à Fonte de Sabedoria e Amor. Apesar da vivência de alguns momentos de desarmonia e outros felizes, apesar de nossas atividades formais do dia a dia, podemos estar abertos permanentemente à compreensão e ao entendimento de todos os fatores internos ou externos que influenciam a vida.
         Vigília é aquele estado no qual nem mesmo uma catástrofe nos surpreende. Participamos dos acontecimentos com absoluta entrega, comovendo-nos eventualmente, porém sem que nossa atividade e o estado de nossos sentimentos sejam alterados. Isso não significa indiferença, mas alerta diante das mudanças imprevistas que os tempos atuais estão trazendo.
         A vigília só tem validade quando é realizada com alegria; do contrário, qualquer esforço será vão. Não deve constituir uma obrigação, mas sim representar a real necessidade do indivíduo. Períodos de vigília são de intensa força e alinham a consciência externa com a alma.
         Nas primeiras vigílias, há esforço para aquietar-nos e também podem surgir algumas crises, pois a pureza do ser quer instalar-se, e o ego, habituado a estados mais densos, vê nessa pureza uma ameaça e fica num vazio que ainda não compreende. Mas, persistindo, cessam as lutas. Quando a ansiedade por resultados se esvaece, as dúvidas da mente e as crises se dissolvem e a serenidade se instala.
         Nessa busca em vigília, feita com dedicação e calma, desvelam-se os propósitos da vida e o serviço a ser prestado. Encontram-se os semelhantes na própria essência interior, e assim começa a convivência fraterna.
         Quanto mais conectados com o próprio Ser Interior, mais preparados estaremos para construirmos firmeza interna, proporcionando calma, paz e serenidade para todos que estiverem passando por momentos de dificuldade de qualquer natureza.
         A paz poderá ser vista como um farol na escuridão. Assim, todo o esforço realizado hoje será frutífero amanhã. Aos que desejam servir, saibam que para sermos portadores da paz é preciso, primeiro, que nos tornemos reis da harmonia em nosso mundo interior. Desse modo, poderemos estar harmonizados também nos nossos corpos materiais, como o físico, o emocional e o mental.
         Para quem deseja estar em vigília, é fundamental que seja devoto, fiel, e que não se deixe levar pelo ritualismo de atos e exercícios somente, sem antepor a isso uma devoção autêntica e um fervor em suas ofertas. Todo e qualquer ato feito em glória a Deus é para ser imbuído de alegria, livre de apatia e de soberba.
         Que seja manso como ovelha nos campos, orando profundamente nas vigílias por todos os que não têm fé e pelos que ainda não se abriram às mensagens que provém dos níveis espirituais elevados. Essa oração, como se disse, é um aperfeiçoamento do próprio estado, refletindo-se em toda a humanidade, que é una, e beneficiando-a.
Todos são chamados a uma união fraterna além das fronteiras do ego, sem remorsos. São milhões os que necessitam disso, porém, como se sabe, é necessário primeiro corrigirem seus passos, darem a mão franca e desinteressada aos que vêm logo atrás e saberem reconhecer os necessitados.
         Devemos ter sempre em mente o seguinte: “a estrada é longa para alguns e curta para outros, quem chega primeiro deve saber esperar quem ainda está a caminho.”.

(TRIGUEIRINHO. Escritor, em artigo publicado no jornal O TEMPO Belo Horizonte, edição de 19 de junho de 2016, caderno O.PINIÃO, página 16).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Cidadania e Qualidade vem de artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 21 de junho de 2016, caderno OPINIÃO, página 7, de autoria de ANDRÉ ROBERTO MELO SILVA, biólogo, professor do Centro Universitário UNA, e que merece igualmente integral transcrição:

“Pesquisa e a formação do aluno
        A pesquisa científica é uma novidade para a humanidade. Nossa espécie surgiu a aproximadamente 200 mil anos no nordeste da África e por lá ficou como grupos nômades, caçadores e coletores durante 130 mil anos (somos todos africanos, portanto). Há 70 mil anos começou a se espalhar para outros continentes e há apenas 10 mil anos dominou o cultivo de algumas espécies vegetais, surgindo então os primeiros assentamentos e vidas.
         Os primeiros impérios, sistemas de escrita e dinheiro surgiram há cinco mil anos e há apenas 500 anos se inicia as primeiras pesquisas, o que foi chamado por Yuval Noah Harari, no livro Sapiens, de revolução científica.
         Antes disso, as poucas descobertas eram feitas pela curiosidade das pessoas, por tentativa e erro. Entretanto, a partir de 1500, o homem começou a acreditar que poderia construir novos conhecimentos, pois entendeu que não sabia tudo. Assim, grandes investimentos começaram a ser feitos em novas descobertas.
         A partir de então surgiram vários avanços e novos saberes, muitos na área da saúde e medicina. Por exemplo, foi apenas em 1674 que micro-organismos foram observados em um microscópio; em 1859 foi publicada a Teoria da Evolução de Darwin e a teoria psicanalítica de Freud só no início do século XX. A expectativa de vida mais que duplicou nos últimos séculos e a população mundial triplicou após a 2º Guerra Mundial.
         Em uma visão mais localizada, a pesquisa foi e é fundamental para o desenvolvimento de um país. Ela gera novos conhecimentos e produtos, que trazem ganhos para as pessoas particularmente, como novos medicamentos, e para o país através das patentes.
         A pesquisa científica muitas vezes começa nas escolas técnicas, faculdades e universidades, com iniciações científicas ou monografias, e é uma oportunidade valiosa para o aluno. Lá, ele exercita sua criatividade e curiosidade, aliados ao método científico, fundamental para que os resultados alcançados sejam confiáveis. Além disso, ativa sua capacidade de leitura e senso crítico.
         Sem curiosidade pouca coisa nova pode ser descoberta. É preciso ter vontade de descobrir algo que ainda não se sabe. Essa curiosidade e vontade tem que ser estimulada no ambiente familiar e escolar para depois ser aproveitada e desenvolvida no ensino superior.
         A partir daí as pesquisas podem ser básicas, gerando informações e conhecimentos que irão integrar os livros/textos ou aplicadas, que podem gerar soluções para um problema específico.
         Pelo senso comum, o Brasil está muito atrasado. Entretanto, de acordo com dados levantados pela agência Thomson Reuters, em 2003 o Brasil estava em 17º lugar no mundo em relação às publicações, com 19 mil artigos, e passou para o 13º lugar em 2013, com 43 mil, à frente de países como Suécia e Rússia.
         Entretanto, ainda é pouco. Essa pesquisa apenas considera os números absolutos de publicações. Nossa capacidade é tão grande que são necessários ainda mais investimentos, para fomentar novas gerações de pesquisadores, repatriar outros e evitar que mais cientistas procurem universidades estrangeiras.
         Assim, mesmo com a fusão do Ministério da Ciência e Tecnologia, continua cada vez mais fundamental uma atenção cuidadosa das faculdades e universidades públicas e privadas e órgãos de fomento para o desenvolvimento das pesquisas em nosso país.”.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, civilizadas, soberanas, democráticas e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:
a)     a educação – universal e de qualidade –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas (enfim, 125 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da civilidade, da democracia, da participação, da sustentabilidade...);
b)    o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em abril a ainda estratosférica marca de 435,6% para um período de doze meses; e, em maio, o IPCA acumulado nos doze meses chegou a 9,32%, e a taxa de juros do cheque especial em históricos 308,7%...); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade  –  “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis prejuízos e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 516 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, a falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;
c)     a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com projeção para 2016, apenas segundo a proposta do Orçamento Geral da União, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1,348 trilhão, a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão de R$ 1,044 trilhão), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega:
- pagar, sim, até o último centavo;
- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”);

Destarte, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela cidadania e qualidade, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos e que contemplam eventos como a   Olimpíada de 2016; as obras do PAC e os projetos do Pré-Sal, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo da justiça, da liberdade, da paz, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”

- 55 anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2016) ...

- Estamos nos descobrindo através da Cidadania e Qualidade...
- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas...
- Por uma Nova Política Brasileira...  

  

quarta-feira, 28 de janeiro de 2015

A CIDADANIA, A EVOLUÇÃO ESPIRITUAL E A EXCELÊNCIA EDUCACIONAL DA CHINA

“Escolhas preciosas para a evolução espiritual
        Há decisões que, tomadas no silêncio do ser, o impulsionam em seu crescimento, na sua ascese, e o sintonizam com leis espirituais. Tornam-se possíveis quando as metas da vida interior – metas voltadas para a vida da alma – são reconhecidas pela personalidade e inspiram o indivíduo a seguir o destino designado pelo seu núcleo profundo. Não necessitam ser anunciadas ao mundo; fazem parte de um processo dinâmico e confirmam-se à medida que o ser caminha. São verdadeiros votos internos, pois contribuem para clarear a meta espiritual a atingir. Toda abertura ao que há de evolutivo no universo ajuda a fortalecer essas decisões.
         Segundo a lei espiritual, a cada atitude retrógrada, o ser deixa de avançar em seu percurso cósmico. A todo instante há uma escolha a fazer entre o que é evolutivo e o que é involutivo. Enquanto a pessoa dá guarida ao seu livre-arbítrio e se mantém no âmbito das leis do mundo e humanas, terá de contar com o próprio discernimento. Mas, uma vez que transcende o livre-arbítrio, ou seja, quando a vontade do espírito passa a prevalecer sobre ideias e desejos pessoais, ela pode ter uma intuição ou receber um sinal sobre o rumo que deve tomar.
         Além disso, uma sabedoria maior ajusta os fatos de sua vida externa de forma que no seu dia a dia um nível energético mais elevado se faça possível. Tanto nas fases em que o discernimento humano tem de ser usado sozinho como prova para o indivíduo, quanto naquelas em que os níveis internos, intuitivos, sinalizam claramente os passos a serem dados, o cultivo de uma serena vigilância muito auxilia o ser.
         Tenha-se presente, contudo, que as opções variam de indivíduo para indivíduo. Dependem do que há a transcender, desenvolver ou aprofundar. Não podemos, de maneira generalizada, dizer o que é preciso fazer para colaborar nas transformações planetárias, mas podemos estar cientes de que as energias transformadoras que hoje permeiam a Terra podem penetrar o nosso ser e, se o permitirmos, elevar nossas vibrações a qualquer instante.
         Nesta época em que o mundo terrestre passa por convulsões e dificuldades, é preciso estar firmemente unido à vida do espírito, que é onisciência, onipresença e liberdade.
         Nestes tempos de tanta desarmonia e conflito nos planos materiais, faz-se premente assumir a vida própria dos Espíritos libertos. Muitos já a estão descobrindo, após reconhecerem que a vida humana comum é mero jogo de forças dispersivas, por vezes incontroláveis.
         Muitos de nós já buscam sinceramente a essência do seu ser, e, quanto mais se introduzem nessa trilha, mais se identificam com a fortaleza que há no centro de si mesmos. É assim que ampliam sua oportunidade de aperfeiçoamento e de serviço ao mundo e à humanidade.
         Mas o fruto dessa busca não amadurece artificialmente; requer sábia obediência às instruções divinas que vão sendo reveladas no silêncio do ser. É pouco a pouco que os dons sublimes afloram, dando a conhecer ao mundo os padrões de uma existência superior, abrangente e universal.
         Diz um Ensinamento superior: assim como a semente morre para deixar nascer a árvore, devemos abandonar os anseios pessoais para a vida espiritual surgir no horizonte. Uma única ação dedicada ao Criador vale mais que muitas realizadas por impulsos humanos.”

(TRIGUEIRINHO. Escritor, em artigo publicado no jornal O TEMPO Belo Horizonte, edição de 25 de janeiro de 2015, caderno O.PINIÃO, página 22).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Cidadania e Qualidade vem de artigo publicado na revista VEJA, edição 2410 – ano 48 – nº 4, de 28 de janeiro de 2015, páginas 84 e 85, de autoria de GUSTAVO IOSCHPE, economista, e que merece igualmente integral transcrição:

“Vá prá China, Cid
        Não conheço Cid Gomes pessoalmente, e já passei da idade de pôr a mão no fogo por políticos, mas tenho boas expectativas em relação ao novo ministro da Educação. Ele é o primeiro ministro da era petista que tem algo para mostrar em termos de resultados educacionais como gestor público: foi o prefeito que iniciou a caminhada de Sobral (CE) para ser talvez o maior caso de avanço educacional do país e também liderou o Ceará em importantes progressos, especialmente na etapa de alfabetização.
         Um dos problemas de virar ministro, segundo me contaram ex-ocupantes do posto, é que o sujeito se vê cercado por toda uma máquina burocrática e intelectual, do ministério e das universidades públicas, que é extremamente resistente a mudanças. São pessoas que, apesar dos abissais resultados da educação brasileira, continuam acreditando que suas ideias estão certas e, como estão cercadas de gente com as mesmas ideias mofadas e distorcidas, são consideradas por seus pares como brilhantes. De forma que, se você sugere que tudo aquilo que estão dizendo é uma bobagem enorme, elas o olham como se você viesse de outro planeta. Só há duas maneiras de sair dessa camisa de força sem sucumbir às suas maluquices. A primeira é lendo a pesquisa empírica, que não trata de formulações teóricas mas avalia a eficácia de diferentes práticas. Esse approach é desprezado por nossos pedagogos que o acham “reducionista” (como se isso, em ciência, fosse algo negativo) e/ou “neoliberal”. (Uma pessoa ideologizada acha que todas as outras pessoas do mundo também são ideologizadas. Já ouvi muita gente me perguntando se minha intenção secreta com os artigos críticos sobre nossa educação é privatizar todo o sistema de ensino [?!].) A segunda maneira é mostrando casos em que caminhos diferentes daquele trilhado pelo Brasil tiveram sucesso. E, aqui, creio que nenhum é mais instrutivo que o chinês, especialmente da província de Xangai, o primeiro lugar do mundo no último Pisa, o teste mais importante na medição de qualidade educacional. Sugiro a Cid e a todos os novos secretários estaduais de Educação que fujam por alguns dias da companhia de seus “especialistas” e confiram o que a China está fazendo.
         A experiência dos chineses é relevante para o Brasil porque eles depararam, há quase quarenta anos, com o mesmo dilema que temos: como criar um país desenvolvido se não há gente capacitada? E como gerar gente capacitada se não há educadores capacitados para gerá-la?
         Uma pergunta análoga seria: como gerar Homo sapiens a partir de seres unicelulares? Seria estúpido se, há aproximadamente 3,5 bilhões de anos, quando as primeiras células surgiram no planeta Terra, esses seres quisessem entender como implantar um cérebro, ou olhos, ou mãos com polegares opositores em si mesmos, para chegar à complexidade do ser humano (noves fora que células não “querem” nada, nem poderiam jamais imaginar um ser humano). Aquilo de que as células precisavam era um processo que as fizesse chegar até nós. Esse processo, descoberto por Charles Darwin, é a evolução pela via da seleção natural.
         A mesma lógica se aplica à educação. Não é possível criar algo do nada. Não adianta incorporar materiais, escolas ou práticas de outros países se no nosso não há gente com qualidade suficiente para implementá-los. A China entendeu isso muito bem, e criou então um processo que tem muito a nos ensinar. Uma vez que esse processo começou a funcionar, ele não apenas cumpriu a tarefa para a qual foi criado, como seu funcionamento  continuado vem gerando melhorias que, em algumas áreas, colocam a China à frente de todos os demais países. Que processo é esse?
         Primeiro passo: quando você não tem qualidade, foque o esforço. Trabalhe mais. Um professor alemão ou francês talvez só precise se preparar por duas ou três horas por semana, porque tem uma base excelente. Um chinês trabalhará o dobro ou o triplo disso, porque sua base é deficiente. A mesma coisa para os alunos: é normal que alunos chineses comecem o dia letivo às 7 horas da manhã, fiquem na escola em dois períodos, voltem para casa e continuem estudando até ir dormir. Também é comum, depois dos 10 ou 11 anos, frequentar escolas de reforço durante os fins de semana.
         Segundo passo: certifique-se de que todos – professores, alunos, diretores, gestores públicos – têm um incentivo para gerar melhorias no sistema e que as ambições são altas. A China dispõe de um sistema hierárquico de escolas e universidades. Para entrar em uma universidade top, o aluno precisará estudar em uma escola de ensino médio de excelência. Para entrar nessa escola, o aluno precisará ter estudado em uma escola ótima do 2º ciclo da educação fundamental, e assim sucessivamente. Há as chamadas “escolas-chave”: as melhores escolas de cada cidade, depois de cada estado, depois do país. Mesmo que o aluno seja o melhor de sua turma, ele continuará tendo incentivo para melhorar: se for realmente bom, conseguirá entrar em uma escola-chave. Se for o melhor aluno da escola-chave de sua cidade, irá para a escola-chave do estado etc. A mesma coisa para os professores: não há progressão natural de carreira. Para receberem melhores salários, os professores precisam ter alunos que aprendem mais e também se comprometer a participar de mais programas de treinamento depois de obter o aumento. Há concursos para professores, e o vencedor do concurso do seu bairro vai para o concurso da sua cidade, então para o do seu estado, e finalmente para os concursos nacionais. O mesmo processo ocorre para diretores e burocratas: os melhores de sua escola assumem responsabilidades em sua cidade, então em seu estado, e apenas os melhores vão para Pequim, trabalhar no ministério. O céu é o limite: sempre há alguma razão para você ser melhor.
         Terceiro passo: só invente quando necessário. De resto, copie e adapte. Os chineses mandaram – e continuam mandando – suas melhores cabeças para todo país em que algo de bom está sendo feito. Copiam sem pruridos nem remorsos. Eles entenderam que talvez a única vantagem de começar atrasado é não precisar repetir os erros que muitos países desenvolvidos cometeram até encontrar o caminho certo. Se esse caminho é aplicável à realidade chinesa, ele é copiado. Se precisa de correções, é adaptado.
         Quarto passo: explique à população o porquê de tudo isso. Ninguém faz tantos sacrifícios se não tiver um objetivo claro e desejável. Na China, grande parte do país está embarcada no sonho de ele voltar a ser uma grande potência mundial. A educação de qualidade não é um fim em si mesmo: é parte (importante) do caminho para chegar ao objetivo maior.
         Quinto passo: compartilhe as boas práticas. Em quase todo sistema educacional de grande escala – e isso se aplica ao Brasil –, é provável que haja um professor dando a aula perfeita. Nos países incompetentes, só ele e seus alunos saberão disso. A China criou uma série de mecanismos – de grupos de estudo conjuntos para professores e premiações – para garantir que isso não aconteça. As melhores práticas são compartilhadas e implementadas ao longo do país.
         Jogue tudo isso no liquidificador e você terá um sistema educacional incrível (e também duro e desafiador para todos os envolvidos), em que uma junção enorme de pequenos avanços cria um portentoso sistema de excelência. Para quem se interessa pelos detalhes, sugiro um relato mais minucioso que incluí no livro O que o Brasil Quer Ser Quando Crescer?.
         E aqueles que estão pensando em todas as desculpas que podem usar para ignorar o modelo chinês – “É fácil de fazer uma ditadura!”, “Lá as famílias valorizam a educação e o professor”, “É coisa da cultura oriental” –, fiquem tranquilos: não será difícil encontrar uma escola ou repartição pública disposta a lhes dar guarida. Enquanto continuarmos com nossa alta tolerância ao fracasso educacional e nosso complexo de vira-lata, é de gente assim que o país precisará para não sair dos trilhos (que levam ao penhasco).”

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, civilizadas, soberanas, democráticas e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:

     a)     a educação – universal e de qualidade –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas;

     b)    o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (a propósito, a taxa de juros do cheque especial encerrou 2014 no escorchante patamar de 200,6%, segundo o Banco Central...); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade  –  “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis prejuízos e comprometimentos de vária ordem; III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, e mais uma vez, a agudíssima crise da dupla falta – de água e de energia elétrica...);

     c)     a dívida pública brasileira, com projeção para 2015, segundo a proposta do Orçamento Geral da União, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1,356 trilhão, a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (apenas com esta rubrica, previsão de R$ 868 bilhões), a exigir imediata, abrangente, qualificada e eficaz auditoria...

Destarte, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais contundente ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela cidadania e qualidade, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos e que contemplam eventos como a Olimpíada de 2016; as obras do PAC e os projetos do Pré-Sal, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo da justiça, da liberdade, da paz, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

O BRASIL TEM JEITO!
        

    

segunda-feira, 25 de agosto de 2014

A CIDADANIA, A COMPLEXIDADE DO SER HUMANO E OS DESAFIOS DA EDUCAÇÃO

“O ser humano: entre o biológico e o social
        Uma das questões que povoam a mente de pensadores das mais diferentes áreas do conhecimento diz respeito à natureza do comportamento humano e de aspectos da sua complexidade social. Estudos sociológicos levam em conta principalmente a influência do meio para determinar as causas da formação dos indivíduos. Em contrapartida, o campo das ciências naturais se utiliza de explicações genéticas para definir as origens do comportamento humano.
         Ao fim do século XIX, Gregor Mendel já dava sinais de que nossas características enquanto seres vivos poderiam ser explicadas por meio do entendimento da hereditariedade. Pouco tempo depois, Charles Darwin nos deixava como legado a ideia de que o Homo sapiens não estaria ocupando o topo do processo evolutivo, tampouco se traduziria  na obra-prima da natureza. Atualmente, o evolucionista Richard Dawkins aponta que a replicação dos genes é a razão última de nossa existência, nos transformando em meras máquinas de sobrevivência desses replicadores. Chegamos, então, ao ponto de buscarmos o entendimento do que poderíamos chamar de “genética do comportamento”, campo de estudo que busca explicações inatas para a determinação do comportamento humano, a despeito da análise puramente sociológica.
         Por outro lado, segundo o aforismo de Emile Durkheim, “o social só se explica pelo social”. Ou seja, a sociedade humana possuiria uma dinâmica própria, independente de fatores biológicos. O homem seria fruto de seu meio cultural, sendo uma espécie de “folha em branco” a ser preenchida por suas experiências. Para Karl Marx, a posição social de um indivíduo é o fator determinante para compreendermos suas ideias e, consequentemente, o seu comportamento.
         Evidentemente este breve artigo não pretende formular uma conclusão definitiva sobre a complexa dicotomia hereditariedade versus meio. Entretanto, nossa experiência intelectual nos permite chegar a algumas colocações pertinentes.
         As questões genéticas são inerentes ao ser humano enquanto parte integrante do mundo biológico. E, apesar de estarmos talvez no início  do caminho a ser percorrido para o entendimento da complexidade genética que determina as características próprias de nossa espécie, hoje é impossível descartar a influência dos genes na sociedade humana. Todavia, o Homo sapiens, por meio de suas capacidades cognitivas, conseguiu transcender sua mera condição biológica; é também um ser cultural. Assim como a seleção natural favoreceu determinadas estratégias evolutivas, a “seleção social” também condiciona alguns tipos de conduta que fazem com que os mais “aptos” sejam aceitos em determinados círculos. Sendo assim, seria possível afirmar que nossos comportamentos possuem tanto origens genéticas quanto sociais?
         A conclusão que se obtém dessa análise é que muito ainda há de ser estudado para termos uma compreensão satisfatória sobre a complexidade humana e as verdadeiras particularidades dessa espécie diante da diversidade de vida no planeta.

(Francisco Ladeira e Daysa Athaydes, especialista em ciências humanas; bióloga, em artigo publicado no jornal O TEMPO Belo Horizonte, edição de 18 de agosto de 2014, caderno O.PINIÃO, página 13).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Cidadania e Qualidade vem de artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 20 de agosto de 2014, caderno OPINIÃO, página 9, de autoria de VIVINA DO C. RIOS BALBINO, psicóloga, mestre em educação, professora da Universidade Federal do Ceará e autora do livro Psicologia e psicologia escolar no Brasil,  e que merece igualmente integral transcrição:

“Desafios da educação
        O Brasil festeja a premiação de Artur Ávila em Seul, com a Medalha Fields, tida como o “Nobel da Matemática”. Primeiro matemático latino-americano a receber a distinção, que existe desde 1936. Ele é pesquisador do Instituto Nacional de Matemática Pura e Aplicada (Impa) e do Centro Nacional de Pesquisa Científica (CNRS), na França. Com certeza, uma conquista extraordinária e incentivo para os novos talentos das Olimpíadas de Matemática Brasil afora.
         No último Relatório do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud), o Brasil subiu uma posição no Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), passando da 80ª para 79ª em 2013, entre 187 países. Alguns pontos positivos também na educação: o crescente aumento das inscrições no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), Programa Universidade para Todos (Prouni) e outros programas, a expectativa de escolaridade brasileira é a mais elevada entre os países integrantes do Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) e a expectativa média de vida hoje é de 74,8 anos em vez dos 73,9.
         Além disso, o número de matrículas na educação integral do ensino fundamental cresceu 139% nos últimos anos, chegando a 3,1 milhões de estudantes. Entre 2012 e 2013, cresceu de 46,5%. Matrículas em creche tiveram crescimento de 72,8% no período de 2007 e 2013. Entre 2012 e 2013, o aumento das matrículas em creche foi de 7,5%. São dados recentes divulgados pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep). Hoje, são aplicados 5,8% do PIB na educação, e, com as novas metas do Plano Nacional de Educação (PNE), o Brasil pretende elevar essa proporção gradativamente até 10% do PIB.
         Apesar de incentivos e muitos avanços nesses últimos, os resultados não são imediatos e a educação brasileira ainda é de péssima qualidade. Dados atuais do Pisa, pesquisa internacional que testa o grau de escolaridade de jovens de 15 anos, mostram que o país está na retaguarda. Ainda ocupamos o 53% entre 65 países e 731 mil crianças estão fora da escola (IBGE). O analfabetismo funcional ainda é alto e 20% dos jovens que concluem o ensino fundamental, morando nas grandes cidades, não dominam o uso da leitura e da escrita. No ensino médio, há grande evasão, chegando a 70% entre os mais pobres. Os cursos técnicos têm habilitado jovens para o mercado, mas de modo geral a qualidade do ensino precisa melhorar.
         A formação dos educadores  é precária e desvalorizada nas universidades mesmo com incentivos recentes. Os cursos de licenciatura precisam merecer destaque. O salário do docente da educação básica é de R$ 1.874,50, quantia três vezes menor que o valor recebido por profissionais da área de exatas, analistas, advogados e outras categorias. Os escândalos na educação e em outras áreas Brasil afora precisam ter fim. Fraudes e corrupção ainda são constantes. Com certeza, falta ação mais rigorosa do Ministério da Educação (MEC) e do Ministério Público na fiscalização de verbas e na punição dos criminosos. São verbas públicas de fato para uma educação de qualidade com resultados.
         Nas universidades, houve grande expansão de campi até no interior e de programas de inclusão de alunos. Melhorias precisam ser aprimoradas. Nossa maior universidade e com enorme dotação orçamentária, a USP, passa por grave crise e teve suas contas reprovadas pelo Tribunal de Contas do Estado de São Paulo por irregularidades. Apenas seis universidades do Brasil estão entre as 500 melhores do mundo e um única entre as 150 melhores. Hoje, seis das 10 melhores universidades do Brics são chinesas e duas são brasileiras. A transformação do país pela educação de qualidade é uma importante meta, mas é preciso gestão competente em todos os níveis de ensino, valorização do compromisso e meritocracia e ações fiscalizadoras rigorosas das verbas públicas.”

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas transformações em nossas estruturas educacional, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, civilizadas, soberanas e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:

     a)     a educação – universal e de qualidade, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas;

     b)    o combate, implacável e sem trégua, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero; II – a corrupção, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis prejuízos e comprometimentos de vária ordem (a propósito, na coluna Momento Econômico de Maurício Pessoa, no caderno de Economia da edição de 21/08/1997, do jornal ESTADO DE MINAS, lê-se: “... Pois foi o fim da Contadoria Geral da União que permitiu o aparecimento da inacreditável indústria de obras inacabadas, uma arapuca pacientemente montada pelos escalões intermediários do governo para que ninguém soubesse o volume do desperdício e, se soubesse, não conseguisse tomar providências...”); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, inexoravelmente irreparáveis;

     c)     a dívida pública brasileira, com projeção para 2014, segundo o Orçamento Geral da União, de astronômico e insuportável desembolso de cerca de R$ 1 trilhão, a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (apenas com esta rubrica, previsão de R$ 654 bilhões), a exigir igualmente uma imediata, abrangente, qualificada e eficaz auditoria...

Isto posto, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais contundente ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela cidadania e qualidade, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, desenvolvida e solidária, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos e que contemplam eventos como a Olimpíada de 2016; as obras do PAC e os projetos do pré-sal, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo da justiça, da liberdade, da paz, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...

Este é nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!...

O BRASIL TEM JEITO!...