“Polarizados
em níveis superiores,
serviremos alguém corretamente
Se alguém nos procura
para tratar de seus problemas, só o ajudamos verdadeiramente quando nos
conectamos com níveis superiores àqueles em que os ditos problemas se
localizam. Se, em vez disso, ficamos no mesmo plano desses problemas, nenhuma
ajuda real podemos prestar. O encontro pode servir para um desabafo, mas não
ajuda de fato a resolver a situação da pessoa, que precisa mudar de plano de
consciência. Sem essa espécie de reorientação e, portanto, de cura, a pessoa
pode parecer mais tranquila após o contato conosco, mas novos problemas não
tardarão a surgir em sua vida.
Porém,
se ouvirmos o outro com atenção e simultaneamente concentrarmo-nos nos níveis
supramentais, é realizado um trabalho profundo e oculto: as energias positivas
do inconsciente da pessoa são mobilizadas e começam a atuar. Durante o
encontro, nada parece estar acontecendo, mas depois ela se dá conta de uma
mudança em seu interior mesmo sem saber a que atribuí-la.
Tendo
como referência os níveis de consciência em que a humanidade em geral está
polarizada, consideram-se superiores os supramentais, níveis que se encontram
além do mental pensante. Abarcam o mundo intuitivo, o espiritual e outros ainda
mais elevados.
Com a
energia dos níveis supramentais, uma situação desarmoniosa que se tenha
estabelecido no nível físico, no emocional ou no mental pode ser transformada.
Portanto, para termos condições de ajudar a quem se encontra em dificuldade,
precisamos aprender a focalizar a consciência nos níveis isentos de
desarmonias. Se, por exemplo. Ficamos excessivamente dedicados ao corpo físico
ou presos a algum problema emocional ou pensamento negativo, necessitamos mudar
tal situação. Para isso, basta transmitir ao eu externo a ideia de que ele não
é apenas um envoltório da consciência, mas um templo vivo, que contém a
essência imaterial do ser.
Não seria
bom querer conduzir o que acontece no interior de quem nos pede ajuda. Não
precisaríamos sequer conjeturar sobre o que fazer, nem alimentar a ideia de
auxiliá-lo a todo custo. A ajuda real e durável é possível quando damos inteira
atenção àquele ser, porém mantendo-nos focalizados em um nível superior. Não se
trata de correspondermos ao que ele espera, ou de buscarmos contentá-lo
emocionalmente, mas de mantermos a consciência em um nível elevado durante o
contato com ele.
Se nos
mantivermos nessa atitude, o ser inexplicavelmente vai-se liberando do que o
faz sofrer. É que seu apelo chega até nós, mas não é retido pela nossa atenção
excessiva, julgamento ou crítica; não nos envolvemos com o que está sendo dito
e não reagimos. Assim não criamos novos conflitos, e a energia positiva que
liberamos chega à pessoa.
Quando
alguém nos pede ajuda, abre em sua consciência um espaço. Se a energia positiva
do nosso ser preenche esse espaço, a negatividade que foi expelida dali, se
retornar, irá encontra-lo ocupado.
As
condições físicas, emocionais e mentais se equilibram quando a atenção que
damos ao eu externo é apenas a necessária para organizar a vida material e para
usar de maneira evolutiva a energia dos sentimentos e a dos pensamentos. Quanto
mais estáveis em níveis superiores ficarmos, mais damos oportunidades para
fatos inusitados e evolutivos sucederem nos níveis concretos. Assim polarizados
nas esferas harmoniosas do nosso ser, tornamo-nos aptos a ajudar ao próximo e a
nós mesmos.”.
(TRIGUEIRINHO.
Escritor, em artigo publicado no jornal O
TEMPO Belo Horizonte, edição de 5 de março de 2017, caderno O.PINIÃO, página 14).
Mais uma importante e oportuna contribuição para o
nosso trabalho de Mobilização para a
Excelência Educacional vem de artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 6 de março
de 2017, caderno OPINIÃO, página 7,
de autoria de RONALDO MOTA, reitor
da Universidade Estácio de Sá, e que merece igualmente integral transcrição:
“O
rico legado lusitano
Nós, brasileiros,
cultivamos o inadequado hábito de debitar aos portugueses todas as nossas
deficiências e fragilidades. Talvez seja parcialmente justo no que diz respeito
à deliberada não prioridade (às vezes, proibição mesmo) à educação na colônia.
Comportamento que após a Independência e a implantação da República no Brasil
pouco foi alterado, gerando a precariedade que lidamos hoje em nosso sistema
educacional. Porém, salvo esse item (por mais relevante que ele seja), nos
demais aspectos o nascimento deste Brasil teve o privilégio do contato com
conquistadores que estavam no auge daquilo que viria a ser o primeiro império
global. Se nos restou pouco disso, tampouco podemos culpar Portugal de hoje,
que também herdou bem menos do que merecia das audácias e competências daqueles
fabulosos conquistadores dos séculos 15 e 16.
Há uma
bela obra – Conquistadores: como Portugal
forjou o primeiro império global, de Roger Crowley, que elucida a epopeia
portuguesa daquele período. A obra abre como maravilhosa citação de Fernando
Pessoa: “O mar com limites pode ser grego ou romano; o mar sem fim é
português”. Para se compreender o alcance do domínio português, curiosamente,
há que entender também a China, a maior potência mundial da época. No início do
século 15, a dinastia Ming enviou várias expedições com muitos e portentosos
navios (algo da ordem de centenas de navios e dezenas de milhares de homens) em
direção ao Ocidente, atingindo a Índia e região, bem como a costa oriental da
África. Foram sete grandes expedições, as quais duravam de dois a três anos
cada, cobrindo todo o Oceano Índico. Apesar de serem navios de combate e de
comércio, as expedições eram basicamente pacíficas e visavam, principalmente,
reafirmar a existência de uma grande potência, a China, o centro do mundo.
Nesse
mesmo período (primeiras décadas do século 15), um outro conjunto de eventos
independentes ocorria na Europa Ocidental. Em 1415, navios portugueses cruzaram
o Estreito de Gibraltar e ancoraram em Ceuta, porto de população muçulmana em
Marrocos. Portugal, com menos de 1 milhão de habitantes, relativamente pobres
(viviam de pesca e agricultura de subsistência), ousou conquistar uma das mais
prósperas e bem guardadas cidades de todo Mediterrâneo e da costa ocidental da
África. A partir da surpreendente conquista em Ceuta, os portugueses perceberam
os horizontes infinitos das potenciais riquezas da África e também do Oriente
(o famoso “Caminho das Índias”). Os portugueses enxergaram um novo mundo que se
contrapunha ao monopólio que era exercido por algumas cidades, a exemplo de
Veneza, Florença e Gênova, no comércio com o Oriente de especiarias, pérolas,
seda etc.
Porém,
o futuro, a partir de então, teria sido bem diferente se as naus portuguesas,
ao cruzar o Cabo da Boa Esperança, no extremo sul da África, tivessem se
deparado com os fortes e, provavelmente, imbatíveis chineses. No entanto, um
lance de sorte deixou o campo aberto aos portugueses no Oceano Índico. Os
chineses, a partir de 1433, por uma série de motivos, proibiram as viagens
oceânicas e voltaram a se fechar ainda mais por detrás das muralhas.
Literalmente, passou a ser crime na China construir barcos com mais de dois
mastros, limitando os avanços marítimos às costas próximas da própria China,
gerando um vazio de poder que nossos patrícios lusitanos ocuparam com enorme
maestria e violência. A ira contra o Islã só era menor do que o desejo de
dominar o comércio na região, o qual ampliava-se sem limites. De certa forma,
essa expansão portuguesa abria um novo capítulo no processo de globalização
ainda em curso e com etapas muitos importantes pela frente.
A não
sustentabilidade e derrocada do Império Português têm inúmeras causas,
incluindo os desastrados tratados com os ingleses e a opção equivocada pela não
industrialização de Portugal e de suas colônias. Mesmo assim, essa história nos
elucida o quão dinâmico é o mundo contemporâneo, à luz do passado nem tão
próximo, e talvez contribua para entender os episódios mais recentes de
ascensão de pensamentos como os de Trump, nos Estados Unidos, e de Marine Le
Pen, na França, a saída do Reino Unido da União Europeia e outros episódios
similares.
Em
resumo, a leitura da obra evidencia que o Brasil terá momentos de grandes
oportunidades pela frente, especialmente se percebermos que o grande
diferencial, mais do que nunca, é ter uma população educada, tolerante,
criativa e inovadora capaz de apresentar soluções inéditas e sustentáveis a um
mundo em permanente e rápidas transformações.”.
Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e
oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança
de nossa história – que é de ética, de
moral, de princípios, de valores –, para
a imperiosa e urgente necessidade de profundas
mudanças em nossas estruturas educacionais,
governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas,
financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no
concerto das potências mundiais livres, civilizadas, soberanas, democráticas e
sustentavelmente desenvolvidas...
Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras
cruciais como:
a) a excelência educacional – pleno
desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde
a educação infantil (0 a 3 anos de
idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo
da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira
série do ensino fundamental, independentemente
do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação
(especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas
públicas, gerando o pleno
desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional (enfim,
125 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o
início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas
as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da
educação, da ética, da justiça, da civilidade, da democracia, da participação,
da sustentabilidade...);
b) o combate implacável, sem eufemismos e
sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são:
I – a inflação, a exigir permanente,
competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares
civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa
de juros do cartão de crédito atingiu em janeiro/2017 a ainda estratosférica
marca de 486,75% nos últimos doze meses,
e a taxa de juros do cheque especial registrou históricos 328,30%; e já o IPCA
também acumulado nos últimos doze meses, chegou a 5,35%); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa
promiscuidade – “dinheiro público versus interesses privados”
–, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando
incalculáveis prejuízos e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a
lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato,
Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso
específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e
que vem mostrando também o seu caráter transnacional; eis, portanto, que todos os valores que vão
sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 516
anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios,
malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a
corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar
inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo,
segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a
“... Desconfiança das empresas e das famílias é
grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase
nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses
recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à
ineficiência do Estado e do setor privado, a falhas de logística e de
infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de
planejamento...”;
c) a dívida pública brasileira - (interna e
externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para
2017, apenas segundo o Orçamento Geral da União, de exorbitante e insuportável
desembolso de cerca de R$ 1,722 trilhão,
a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (ao menos com
esta rubrica, previsão de R$ 946,4
bilhões), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega:
- pagar,
sim, até o último centavo;
-
rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
-
realizar uma IMEDIATA, abrangente,
qualificada, independente e eficaz auditoria...
(ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda
a propósito, no artigo Melancolia,
Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente
degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das
contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”);
Destarte,
torna-se absolutamente inútil lamentarmos
a falta de recursos diante de tão
descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a
nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a
credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e
regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores
como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias,
hidrovias, portos, aeroportos); a educação;
a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos
sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana
(trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às
commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência
social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas;
polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência,
tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações;
qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –,
transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e
melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre
outros...
São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira
alguma, abatem o nosso ânimo e nem
arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta
grande cruzada nacional pela excelência
educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada,
civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática e desenvolvida, que
possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e
potencialidades com todas as
brasileiras e com todos os
brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários
previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de infraestrutura, além
de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à luz das exigências do
século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da
informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da
sustentabilidade e de um possível e novo mundo do direito, da justiça, da verdade, do diálogo, da liberdade, da
paz, da solidariedade, da igualdade
– e com equidade –, e da fraternidade
universal...
Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a
nossa esperança... e perseverança!
“VI,
OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”
- 55
anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2016) ...
-
Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...
-
ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas...
- Por
uma Nova Política Brasileira...