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quarta-feira, 25 de março de 2015

A CIDADANIA, A DISCIPLINA NA EDUCAÇÃO, A PSICANÁLISE, A ÉTICA E O PODER

“A disciplina na educação
Para tratar de disciplina no âmbito da educação, é fundamental entender o contexto em que a escola desenvolve suas atividades. As instituições de ensino têm o grande desafio de lidar com aqueles que serão os adultos de amanhã. E, em se tratando da sociedade atual, não é difícil imaginar as imensas transformações pelas quais esses jovens passam ao longo de sua trajetória acadêmica. Normalmente, o aluno inicia sua vida escolar aos dois anos de idade, egressando por volta dos 18 anos. Sendo assim, a maneira como ele encara o mundo e desenvolve suas relações sociais é pautada por 16 anos de convívio no sistema educacional.
Vivemos na sociedade da informação, marcada por rápidas transformações e pelo avanço tecnológico. Ou seja, nós, enquanto educadores, carregamos a responsabilidade de participar, de maneira relevante, da formação de crianças e jovens para, após 16 anos, entregá-los a um mundo marcado pela transição. E o próprio fato de vivermos em um ambiente mutável traz para os principais responsáveis pela formação da criança (família, Igreja e escola) uma série de inseguranças e incertezas. Isso porque a realidade muda, os conceitos se modificam e até os valores sofrem alterações com o passar do tempo. Assim, é inevitável que o conceito de disciplina seja pressionado pela transitoriedade que caracteriza o mundo atual. Afinal, quando se muda o cenário, o comportamento também se altera. E, nesse universo tão variável, com frequência, muitos perdem os referenciais de disciplina. Contudo, faz-se necessário ressaltar que o fato de a sociedade sofrer constantes alterações não implica que a disciplina seja deixada de lado. Um exemplo claro diz respeito ao compromisso dos jovens com horários. O fato de ter-se tornado normal chegar a casa mais tarde não significa que não tenham um horário a cumprir no dia seguinte. As regras, em muitas famílias, tornaram-se, por força das já citadas mudanças, mais flexíveis. Mas não podem deixar de existir. A informação mudou, está mais ágil, disponível a qualquer momento na internet, mas isso não significa que os jovens não precisam ler clássicos ou buscar informações sobre cultura e civilização, por exemplo. Diferentemente do que ocorria há muitos anos, hoje, os alunos não são obrigados a se levantar e entoar um cumprimento em coro a um professor que entra em sala de aula. Mas isso não exclui o dever, enquanto cidadãos, de demonstrarem respeito pela autoridade representada ali. Em contrapartida, os profissionais de educação e a administração escolar também precisam estar alinhados com o processo disciplinar, pois constituem os exemplos mais evidentes para os alunos. Desse modo, os educadores e instituições de ensino precisam mostrar-se responsáveis com horários, prazos, calendários e valorizar a disciplina de seus alunos. Entretanto, não é raro depararmos com escolas que mudam sua rotina, burlam a sistemática disciplinar, para atender pais e alunos, fazer sua vontade e, com isso, não correr o risco de perder um cliente. Essa resiliência pode gerar um descrédito em relação à identidade do valor da disciplina.
A disciplina é a guardiã dos limites e qualquer ser em formação precisa conhecer seus limites, do ponto de vista humano ou das relações sociais. Fato é que esse processo disciplinar é o responsável, por meio dos limites estabelecidos, pelo caráter de qualquer indivíduo e, em um mundo competitivo como o atual, é bom lembrar a advertência de Ésquilo, que vem valendo apesar dos séculos: “A disciplina é a mãe do êxito”.”

(ELDO PENA COUTO. Diretor do Colégio Magnum Cidade Nova, em artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 22 de março de 2015, caderno OPINIÃO, página 7).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Cidadania e Qualidade vem de artigo publicado no mesmo veículo, edição de 21 de março de 2015, caderno PENSAR, página 3, de autoria de INEZ LEMOS, psicanalista, e que merece igualmente integral transcrição:

Psicanálise,

ÉTICA E PODER
        
         Entre as ações impossíveis de serem realizadas plenamente, Freud destacou a de governar. Embora a psicanálise não tenha formulado uma teoria da política e do poder, ela reforça que o governo não pode desconsiderar o sujeito desejante – sujeito fundado nas pulsões. Como inserir o sujeito no campo da ética, da política e do poder? Como conciliar as pulsões e a civilização? A problemática da política está em mediar o campo social, a ordem simbólica e mítica das relações, uma vez que cada cidadão chega atravessado por traços culturais, convicções e atavismos. Cada sujeito porta registros simbólicos que o singularizam. O pacto social exige a equivalência simbólica das forças – Estado e sociedade.
         Quando os governos lançam projetos políticos que rompem com o imaginário social propondo mudanças historicamente petrificadas, sofrem forte resistência. Toda ruptura no campo psíquico provoca uma contratransferência, uma rejeição aos modelos que contrariam os códigos internalizados, seja de governos ou pessoas. Diante da proposta socialista, por exemplo, Freud, embora compartilhasse do sonho por sociedades mais justas, não acreditava na sua viabilidade, uma vez que a relação dos sujeitos com a riqueza se inscreve no circuito pulsional que regula o gozo. Perder dinheiro significa perda de gozo, e, para tanto, poucos estão preparados. A transformação do estatuto simbólico dos bens materiais implicaria mudanças culturais e de valores, como também na circulação do gozo.
         A instituição de uma sociedade menos desigual pressuporia a imposição de um limite ao gozo absoluto, operando como um interdito simbólico. Quando o sujeito é interditado em suas pulsões narcísicas, diante do imperativo do gozo se instala o mal-estar. Os conflitos entre interesses, muitas vezes explicados por motivos econômicos, geraram guerras e revoltas, descontruindo o conceito de civilização universal e progresso. Contudo, a política deve transitar entre o universal (público) e o relativo (subjetivo). Daí a governabilidade ser um desafio que nunca se realiza completamente por se contrapor às demandas de gozo do sujeito. O conflito entre interesses, classes e ideias dificulta a democracia, uma vez que o narcisismo, a pulsão e o mal-estar na civilização fundam a desarmonia entre os cidadãos.

ÓDIO Como entender o ódio que se disseminou na sociedade brasileira a partir da última eleição para presidente da República? A questão é aprofundar o olhar sobre o sintoma “ódio ao PT” para além da realidade, extrapolando os conflitos partidários. Corrupção deve ser sempre combatida. Embora ela sempre tenha integrado o cenário político brasileiro, como explicar a onda de moralização, o furor por denúncias justo agora? O que subjaz à crise política que vivemos extrapola análises objetivas. A felicidade de uma nação não pode ser absolutizada, não é um valor universal, mas um valor relativo que remete às exigências pulsionais. Até que ponto as diferenças individuais e pulsionais inviabilizam a construção de um pacto social? Hegemonia prevê que a maioria dos participantes se uma em torno de um valor universal.
         Ao criticar políticas públicas de transferência de renda, como o Bolsa-Família, devemos estender o olhar às questões subjetivas – as diferenças se singularizam entre gozo e desejo. E o desejo se fixa na fantasia, que por si só tem algo de utópico. Não há nada de absoluto no campo das subjetividades, e a política administra fantasias humanas, cuja função é atuar na produção do desejo. Quando o desejo do sujeito é reconhecido, o cidadão abandona a fantasia de excluído e adquire um lugar na pólis – conquista pertencimento. Conquistar identidade é conquistar poder.
         Os obsessivos por poder geralmente mantém uma relação insana e perversa com a política. Manipulam e cometem crimes ao promover lobbies e garantir o “queijo intacto”. Brigam movidos por fantasias de riqueza, vaidades, poder. Há algo no psiquismo que dificulta avançar nas propostas de redução da pobreza. No Brasil, a retórica da democracia sempre se opôs às políticas públicas de amplo alcance social. Os projetos desenvolvimentistas ocorreram com dinheiro público em empreendimentos privados. Sempre convivemos com o Bolsa Boi, Bolsa Empresário, com o crédito ao agronegócio e às empresas. Contudo, o descontentamento com os investimentos do governo atual na área social deflagra a relação fálica de posse que o sujeito estabelece com os bens materiais. A lógica do lucro dificulta a aceitação, sem oposição, à expansão dos direitos sociais. Quando esses se estendem à maioria dos cidadãos, há perda de privilégios – a igualdade fere a fantasia fálica de acumulação.

OSTENTAÇÃO O gozo do sujeito contemporâneo está na ostentação da riqueza e na espetacularização da posse – a imagem de rico e poderoso. O projeto de felicidade fundado na pós-modernidade e centrado na tecnologia reforça a cultura narcísica, individualista. O ideal de acumulação em que a riqueza material ganha primazia, muitas vezes, não consegue produzir satisfação, uma vez que o viver em sociedade provoca interdições e renúncias pulsionais. É quando o sujeito se vê diante de propostas que contrariam a ordem simbólica – orientação internalizada de ostentação.
         Em “Psicologia das massas e análise do eu”, Freud enuncia que o homem é um animal de horda e não um animal de massa. Há algo no sujeito que o leva a rejeitar o social, a resistir aos processos de coletivização. No meio da massa, ele se entrega aos impulsos primários, abandona as interdições e, como animal feroz, defende seu naco de carne.
         Ao defender com violência o seu espaço, seu patrimônio e seu partido, o sujeito demarca território. É o narcisismo, que, ao impor singularidade, rejeita a igualdade. Freud, ao refletir sobre as guerras, cunhou a expressão “narcisismo das pequenas diferenças”. Ele explica os conflitos entre os cidadãos – fonte do ódio entre partidos, torcidas, nações. A “guerras entre partidos”, a conduta beligerante do atual Congresso Nacional expõe a obsessão pelo poder: digladiar por um lugar de destaque na arena política. A corrupção, o desejo de se locupletar de forma ilícita, inscreve-se no circuito pulsional – é sintoma que escapa. Os perversos sempre rodearam o poder, lugar onde os atos espúrios são protegidos.
         Quando governos tentam inovar com políticas sociais que rompem com o ideário da elite conservadora, que sempre determinou os investimentos públicos, há que se tentar uma intervenção e transformação no sistema de valores e na produção do desejo coletivo. Não é possível entender a resistência ao Bolsa-Família – programa que não se resume a transferir renda, mas garantir educação, saúde, saneamento, eletricidade e moradia aos mais pobres – pelo viés da razão moderna. Há algo no psiquismo que inviabiliza a construção de um modelo iluminista de cidadania baseado no bem comum, uma vez que ele se oporia ao projeto universal de felicidade, quando as riquezas seriam mais bem distribuídas.

CORROSÃO Quando a política não consegue dialogar com as diferentes subjetividades, não oferece outras formas de laço social senão as clássicas inseridas pelo mercado e poder econômico, o efeito é a evidente corrosão entre Estado e tecido social. Tudo isso aponta para uma crise estrutural de valores, provocando uma dicotomia, a ruptura no ideal de nação. De um lado, os defensores do status quo – riquezas e privilégios –, de outro a população, que anseia por projetos que lhes garantam qualidade de vida. Uma população mais educada, saudável e com acesso a bens e serviços é pré-requisito ao desenvolvimento mais sustentável e menos desigual. A inclusão social e produtiva dos mais pobres é benéfica para o conjunto da sociedade.
         Conclui-se que a relutância às políticas sociais, cujos impactos positivos na economia foram reconhecidos, aponta a dificuldade de se romper com a tradição simbólica que permeia as relações humanas, cristalizadas no preconceito e na resistência em conviver com a mobilidade social. Como socializar os espaços de convivência e democratizar o acesso ao patrimônio público. Quando uma classe é ameaçada de perda de privilégios, ela sofre intervenção na relação fálica de posse, é privação do gozo.
         O mal-estar que se instalou no país não pode ser explicado apenas pela corrupção na Petrobras (uma vez que ela remonta a várias décadas), tampouco pela alta do dólar e da gasolina. É efeito de algo maior e que escapa às análises econômicas – diz da demanda de gozo do sujeito. Governar, educar e analisar são profissões infindáveis e incompletas.”

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, civilizadas, soberanas, democráticas e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:
  
     a)     a educação – universal e de qualidade –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas (enfim, 125 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da civilidade, da democracia, da participação, da sustentabilidade...);

     b)    o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade  –  “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis prejuízos e comprometimentos de vária ordem (a propósito, vai ganhando novos contornos que transcendem ao campo quantitativo, econômico,  que podem afetar até mesmo gerações futuras...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (haja vista as muitas faces mostrando a gravidade da dupla crise de falta – de água e de energia elétrica...);
c
     c)     a dívida pública brasileira, com projeção para 2015, segundo a proposta do Orçamento Geral da União, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1,356 trilhão, a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (apenas com esta rubrica, previsão de R$ 868 bilhões), a exigir imediata, abrangente, qualificada e eficaz auditoria...

Destarte, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela cidadania e qualidade, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos e que contemplam eventos como a Olimpíada de 2016; as obras do PAC e os projetos do Pré-Sal, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo da justiça, da liberdade, da paz, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

O BRASIL TEM JEITO!...
             

    

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

A CIDADANIA, A CAUSA DO POVO E A GESTÃO EDUCACIONAL (26/34)

(Agosto = Mês 26; Faltam 34 meses para a COPA DO MUNDO DE 2014)

“Onde é a casa do povo?

A resposta a essa pergunta inclui muitas referências importantes, por tratar-se do povo. Numa sociedade, nada mais é importante do que o povo, sua cultura, seus valores, suas demandas e necessidades. Tem importância fundamental a sua casa. É referência ao respeito que o povo merece e o compromisso com a própria vida. Revela o seu equilíbrio e o horizonte que a aspira na Justiça, no respeito ao direito e no apreço irrestrito à dignidade humana, com o compromisso de organização e de funcionamentos que permitam e garantam a conquista da paz verdadeira.

Onde é a casa do povo? No rol de referências incontestáveis estão o Parlamento da nação, as assembléias legislativas, bem como as câmaras municipais. São também casa do povo os lugares todos onde serviços relevantes e imprescindíveis como educação, saúde, lazer são prestados, visando a garantias no âmbito dos direitos e necessidades – compromisso com uma vida qualificada, cidadã, entrelaçando homens e mulheres na luta pelas condições adequadas para a vida da família, dos grupos, associações e segmentos todos de uma sociedade.

A casa do povo não é lugar de discriminação e preconceito, e está na contramão de todo tipo de marginalização ou despersonalização provocadora de prejuízos irreversíveis. O povo precisa de casa e deve sentir-se em casa – um elemento agregador na própria identidade e no fortalecimento da participação cidadã. A Igreja, com suas comunidades, é importante casa do povo. Incontestável e necessária, revela na sua configuração, traços advindos dos valores sustentadores do equilíbrio indispensável para a vida das pessoas e sua inserção numa sociedade de valores. A Igreja com sua rede de comunidades, pelo serviço da espiritualidade essencial para a vida de todos, com o serviço social, a educação e outros programas e projetos, pauta seu funcionamento na dinâmica da comunhão e da participação. As diferenças, em razão de funções, responsabilidades e outras ações, não suplantam nunca a radical igualdade entre todos, pela condição batismal, a filiação divina. Todos são iguais, filhos e filhas de Deus, discípulos e discípulas de Jesus Cristo.

A dinâmica própria da vivência dessa fé e o próprio dessa convivência remetem a todos e a cada um a sua real condição de necessitado de mudança e conversão, não cabendo a boçalidade de se pensar, mesmo por feitos e conquistas, mais importantes do que o outro, do que qualquer outro. Quando assim acontece, e se acontecer, este ou esses se põem em rota de colisão com a verdade mais genuína do amor que define a condição cristã. Isso porque o ideal de santidade, horizonte máximo cultivado como programa e compromisso, se quer ser autêntico nessa cada do povo, situa a todos como iguais nas diferenças, diante do único Deus – único porque é santo e ama sem reservas ou condições. Aí está uma dinâmica com força redentora que a política, por exemplo, não tem. Essa espiritualidade alavanca uma visão em que a responsabilidade moral é exercício primordial nessa casa do povo.

É incontestável que uma igreja, na sua comunidade de fé, longe do horizonte que compreende um templo como lugar de culto para angariar adeptos que endinheiram projetos e até pessoas, longe também daquela compreensão milagreira que atrai e até convence muitas vezes, é uma importante casa do povo. Indispensável para garantir e sustentar processos educativos de espiritualidade, arte, cultura e cuidado social, exercitando consciências para comprometimentos lúcidos e corajosos com a vida de todos, particularmente dos pobres, em vistas a superação de déficits que são atentados permanentes contra a vida de muitos.

Na Igreja com sua rede de comunidades, uma catedral é a casa do povo. Esse é o projeto para a Catedral Cristo Rei, em Belo Horizonte, numa linha de fidelidade ao sentido mais genuíno de catedral na história do ocidente. A catedral é a igreja-mãe na rede de comunidades. Casa do povo não num sentido meramente laico, mas reivindicativo. É o lugar onde o povo gosta de se reunir, encontra sentido, se fortalece. Um locutório, lugar do cultivo da intimidade com Deus, sem medo, fecundando alianças e sentido de pertença na fraternidade geradora de solidariedades.

Casa do povo, a catedral é um lugar ao seu alcance. Lugar dos eruditos e dos simples, de ensinamentos morais e religiosos, do cultivo da esperança, do desabrochar da cidadania. Recinto da beleza, da oração, das variadas formas de arte, da música como o canto gregoriano, na contramão das vulgaridades. A Catedral Cristo Rei, inteligente monumento à fé, com a participação de todos, contando com a colaboração de cada um, pretende ser para todos a casa do povo.”
(DOM WALMOR OLIVEIRA DE AZEVEDO, Arcebispo metropolitano de Belo Horizonte, em artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 29 de julho de 2011, Caderno OPINIÃO, página 11).

Mais uma IMPORTANTE, PEDAGÓGICA e OPORTUNA contribuição para o nosso trabalho de MOBILIZAÇÃO PARA A CIDADANIA E QUALIDADE vem de artigo publicado no mesmo veículo e caderno, edição de 28 de julho de 2011, página, 7, de autoria de ELDO PENA COUTO, Diretor do Colégio Magnum Cidade Nova, que merece igualmente INTEGRAL transcrição;

“Gestão educacional

Atualmente, a maioria das empresas trabalha com metas, independentemente do seu setor de atuação. Elas são adequadas às necessidades e atividades de cada um dos setores, como financeiro, marketing, produção, recursos humanos e outros. Contudo, antes de definir tais atribuições e começar a prever objetivos a serem atingidos, é de extrema importância que a organização desenvolva o chamado planejamento estratégico.

Como lidamos com um mundo corporativo cada mais competitivo e globalizado, até mesmo as instituições de ensino, e, diga-se de passagem, não somente as privadas, mas também as públicas, devem trabalhar com ações que contribuam para a perenidade da sua escola. Dessa maneira, ela poderá se firmar no mercado educacional como referência, seja qual for o foco do seu produto – educação infantil, ensino a distância, ensino técnico, vestibular – que cabe a cada uma escolher. Peter Drucker, o pai da administração moderna, escreveu uma frase que se aplica bem aos que ainda não estão atentos a essa nova realidade: “A melhor maneira de predizer o futuro é criá-lo”.

Para muitos colégios, cultivar uma cultura de resultados é algo novo. Isso porque boa parte da educação acontece na iniciativa pública e nas escolas privadas por meio de subsídios e outros incentivos fiscais. Por esse motivo, uma fatia significativa das instituições atuantes no mercado ainda não têm esse olhar. Mas agora é preciso que elas desenvolvam a consciência e se empenhem em um planejamento estratégico que minimize prejuízos, esforços desnecessários, reduza riscos e aloque pessoas, recursos humanos, financeiros e tecnológicos, aspectos que realmente fazem a diferença na trajetória da instituição.

Ao contrário de outros segmentos, as escolas lidam diretamente com o ser humano em formação. Portanto, antes de se apegarem a termos como receita, lucro líquido, satisfação do cliente e outros índices de avaliação de desempenho, todos os envolvidos nelas devem estar cientes e familiarizados com a missão, os princípios, os valores e a visão. O que a princípio pode parecer pouco importante é crucial para que haja rumo estratégico coerente. Afinal, se nem ao menos aqueles que dependem do negócio estão alinhados com ele, torna-se inviável elaborar e verificar a eficiência das ações planejadas.

A fim de desenvolver uma gestão eficiente, é necessário que quem esteja à frente da escola dedique tempo considerável a tarefas como a capacitação dos professores responsáveis por coordenar cada uma das áreas e instrução dos gestores para que aquele planejamento, surgido por meio da visão estratégica, seja seguido à risca e acompanhado de perto atentamente. Drucker diria que “as únicas coisas que evoluem por vontade própria em uma organização são a desordem, o atrito e o mau atendimento”.

Nas instituições de ensino, de maneira geral, o plano de ação deve seguir como resposta para a seguinte pergunta: “Aonde queremos chegar?”. Todas as ações definidas representam atitudes a serem tomadas. Implantar tarefas viáveis, com chances reais de serem bem-sucedidas e contribuírem para o crescimento da escola, deve ser considerado uma das mais árduas etapas do planejamento, mas, ao mesmo tempo, fundamental, já que a qualidade das ações que surgem são responsáveis por determinar o sucesso do seu plano ou ocasionar mudanças em seu escopo.

Para o acompanhamento do planejamento estratégico, existe um leque de técnicas e metodologias a serem aplicadas. A própria tecnologia já se encarregou de desenvolver softwares que permitem esse acompanhamento. Entretanto, a peça-chave para o sucesso desse planejamento é manter o alinhamento de todos os envolvidos – o que pode acarretar uma reavaliação da estrutura da organização – e a persistência dos líderes. Como bem acrescenta Drucker, “gerenciamento é substituir músculos por pensamentos, folclore e superstição por conhecimento e força por cooperação”.

Portanto, para que uma instituição de ensino ocupe um papel de destaque no atual cenário educacional, em qualquer um dos segmentos que compõem, é preciso que haja uma união de todos estes elementos: alinhamento de todos os envolvidos com a escola com a missão, princípios e valores; gestores capacitados responsáveis por monitorar e orientar de perto funcionários de todas as áreas e, sem dúvida, o desenvolvimento de uma planejamento estratégico, do qual fazem parte ações com objetivos específicos, que definem de forma clara os rumos pretendidos para aquela determinada organização.”

Eis, portanto, mais páginas contendo ADEQUADAS e SÉRIAS abordagens e REFLEXÕES acerca da muito ESPECIAL e exigente CAUSA DO POVO e IMPERIOSA e URGENTE necessidade de, uma vez por todas, ABRAÇARMOS a ABSOLUTA PRIORIDADE de ação e de POLÍTICAS PÚBLICAS: a EDUCAÇÃO, e de QUALIDADE, em toda sua ABRANGÊNCIA, como condição “sine qua non” para o ACESSO ao concerto das NAÇÕES DESENVOLVIDAS, CIVILIZADAS e SUSTENTÁVEIS do primeiro mundo...

Ao lado da superação de outros GIGANTESCOS DESAFIOS, encontramos o vigoroso ÂNIMO e ENTUSIASMO que nos MOTIVAM e nos FORTALECEM nesta grande CRUZADA NACIONAL, visando à construção de uma NAÇÃO verdadeiramente JUSTA, ÉTICA, EDUCADA, QUALIFICADA, LIVRE, DESENVOLVIDA e SOLIDÁRIA, que permita a PARTILHA de suas EXTRAORDINÁRIAS RIQUEZAS, OPORTUNIDADES e POTENCIALIDADES com TODOS os BRASILEIROS e com TODAS as BRASILEIRAS, especialmente no horizonte de INVESTIMENTOS BILIONÁRIOS previstos para eventos como a CONFERÊNCIA DAS NAÇÕES UNIDAS SOBRE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL E MUDANÇAS CLIMÁTICAS em 2012, a COPA DA CONFEDERAÇÕES de 2013, a COPA DO MUNDO DE 2014, a OLIMPÍADA DE 2016, as OBRAS do PAC e os projetos do PRÉ-SAL, segundo as exigência do SÉCULO 21, da era da GLOBALIZAÇÃO, da INFORMAÇÃO, do CONHECIMENTO, das NOVAS TECNOLOGIAS, da SUSTENTABILIDADE e de um NOVO mundo, da PAZ e FRATERNIDADE UNIVERSAL...

Este é o nosso SONHO, o nosso AMOR, a nossa LUTA, a nossa FÉ e a nossa ESPERANÇA!...

O BRASIL TEM JEITO!...

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

NA CIDADANIA, A LEITURA É FUNDAMENTAL

“A prática do dever

A não realização dos deveres de casa é uma prática que chega a ser histórica no contexto escolar. Estima-se que sua gênese tenha ocorrido, provavelmente, simultânea ao surgimento das instituições, passando, desde então, a ser assunto constante nas reuniões de pais ou pedagógicas, salas de professores, consultórios de psicologia, palestras e debates. Extensos ou curtos, repletos ou não de estratégias que seduzem o educando, lúdicos ou não, o fato é que muitas de nossas crianças e jovens insistem em não realizar os exercícios. Denominado há tempos de “deveres de casa”, tal instrumento pedagógico traz, até mesmo em sua nomenclatura, uma grande responsabilidade, pois são deveres e, portanto, precisam ser cumpridos. Fazendo uma análise radical, podemos afirmar que, ao permitir que nossos alunos não façam seus deveres, colaboramos, de maneira extremamente eficiente, para formar cidadãos que não cumprirão com suas obrigações.

Muitos associam o exercício de casa à questão da fixação do conteúdo ou ao treinamento de certas habilidades. Porém, a sistemática, quando bem executada, torna essa fixação uma mera consequência na formação de valores, um princípio ativo de um processo educacional aceitável. A terminologia explicita bem o objetivo: a palavra dever precisa ser entendida como responsabilidade e, constantemente, cuidada para que não perca o foco. Todo o seu mecanismo, desde a sua elaboração até a sua execução, não pode fugir do eixo formação do valor responsabilidade. Portanto, mensagens, criatividade, coerência e dosagem devem constar permanentemente na pauta de cada uma das atividades elaboradas. Contudo, a forma de entendê-las e cobrá-las torna-se uma questão fundamental para que se alcancem os objetivos. É preciso, sim, que tudo busque um sentido para que o educando reconheça as propostas como legítimas. O fato de ele gostar ou não varia no contexto da diversidade humana associada à qualidade das atividades. [...].”

(ELDO PENA, Diretor do Colégio Magnum Cidade Nova, em artigo publicado no Jornal ESTADO DE MINAS, edição de 31 de julho de 2010, Caderno OPINIÃO, pagina 9).

Mais uma IMPORTANTE e PEDAGÓGICA contribuição para o nosso trabalho de MOBILIZAÇÃO PARA A CIDADANIA E QUALIDADE vem de artigo publicado no mesmo veículo, edição de 6 de outubro de 2010, Caderno OPINIÃO, página 13, de autoria de RENATA T. DE GOSZTONYI, Especialista no desenvolvimento de capital intelectual do indivíduo, que merece INTEGRAL transcrição:

“Leitura é fundamental

A leitura possibilita o surgimento de seres humanos mais críticos e mais questionadores. Também nos capacita a atingir as necessidades competitivas do mercado, ter maior habilidade de diálogo e lutar por um ideal. Só poderemos entrar nesta nova direção se buscarmos o conhecimento de forma contínua e exploratória. Quanto mais conhecemos, mais nos motivamos a conhecer. A Campanha do Saber incentiva à leitura e pode criar um saudável hábito. É um projeto rico que promove a capacitação intelectual e busca cruzar o conhecimento adquirido por meio da leitura, com os projetos e rotinas da empresa.

Por meio da leitura, é possível valorizar ainda mais a capacitação intelectual de cada colaborador e, consequentemente, estimular a opinião e as ideias que otimizam de maneira contínua os resultados da empresa. A Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura (Unesco) recomenda uma livraria para cada 10 mil pessoas. No Brasil, com 190 milhões de habitantes, temos 2,7 mil livrarias, ou seja, somente uma para cada 70 mil habitantes. O índice de leitura no Brasil aumentou 150% nos últimos 10 anos: passou de 1,8 livro por ano, em média, para 4,7. Apesar do aumento, a presidente do Sindicato Nacional dos Editores de Livros (Snel), Sônia Machado Jardim, disse que o índice de leitura anual no Brasil ainda é pequeno comparado ao de países mais desenvolvidos. Para ela, “é baixo não só por estar muito aquém dos de países desenvolvidos ou até mesmo de alguns países em desenvolvimento, mas também porque inclui os livros didáticos, de leitura obrigatória”. Como afirma Daniel Pennac, hoje considerado um dos mais importantes e populares autores da literatura francesa, o ler não admite a obrigação. Quando a leitura é imperativa ela se resume ao enfado. Desta forma, a adesão à Campanha do Saber é voluntária. Assim, movidos pela curiosidade, pelo desejo de aprender e de se tornar mais aptos aos desafios de nosso cotidiano, os colaboradores se inscrevem na campanha.

Os participantes têm acesso a uma lista de livros, na qual os títulos são cuidadosamente escolhidos para que um bom conteúdo seja lido. Todos os livros abordam, de alguma forma, casos de sucesso e de personalidades que fizeram a diferença no mundo dos negócios. Depois da leitura, o colaborador desenvolve um projeto envolvendo o conteúdo lido e sugere ideias praticáveis no dia a dia da empresa. Os projetos devem ser entregues para um consultor independente, a fim de que os melhores trabalhos sejam escolhidos de forma totalmente imparcial. Os primeiros postos ganham uma verba para investir em educação e cultura. Os também participantes serão homenageados pela participação. A campanha tem a duração de três meses, e uma metodologia a ser aplicada ao trabalho será apresentada no seu lançamento. Acredito que o maior resultado para todos está no conhecimento adquirido e no valor que se instala na vida daquele que leu. Está no maravilhoso fato de iniciar o caminho de não ser mais refém do incontestável. Cada um lê com a alma que tem e interpreta segundo sua vivência, reafirmando a releitura. Sendo assim, fica claro que o leitor será quem, de agora em diante, escreverá a sua própria história!”

São, portanto, novas e adequadas REFLEXÕES acerca do “desenvolvimento do capital intelectual do indivíduo” que nos MOTIVAM e nos FORTALECEM nesta grande CRUZADA NACIONAL pela CIDADANIA E QUALIDADE, visando à construção de uma NAÇÃO verdadeiramente JUSTA, ÉTICA, EDUCADA, QUALIFICADA, LIVRE, DESENVOLVIDA e SOLIDÁRIA que permita a PARTILHA de suas EXTRAORDINÁRIAS RIQUEZAS e POTENCIALIDADES com TODOS os BRASILEIROS e com TODAS as BRASILEIRAS, especialmente no horizonte de INVESTIMENTOS BILIONÁRIOS previstos para eventos como a COPA DO MUNDO DE 2014, a OLIMPÍADA DE 2016 e os projetos do PRÉ-SAL, segundo as exigências do SÉCULO XXI, da era da GLOBALIZAÇÃO, do CONHECIMENTO, da INFORMAÇÃO, das NOVAS TECNOLOGIAS, da SUSTENTABILIDADE e de um mundo da PAZ e FRATERNIDADE UNIVERSAL...

Este é o nosso SONHO, o nosso AMOR, a nossa LUTA, a nossa FÉ e a nossa ESPERANÇA!...

O BRASIL TEM JEITO!...

quarta-feira, 7 de abril de 2010

A CIDADANIA BUSCA LIMITE PARA A EDUCAÇÃO PERMISSIVA

“ ‘Buscar, de uma vez e para sempre, uma democracia não excludente, contemporânea da modernidade e da ousadia aos novos sujeitos da política brasileira’ (Francisco de Oliveira)'.

O Brasil vive atualmente um momento de revisão e proposição que atinge, inevitavelmente, a sociedade e suas expressões organizadas, como os movimentos sociais, com suas bandeiras e formas de luta. Trata-se da necessidade de um processo de reflexão permanente sobre a nova conjuntura que não se esgota a cada nova descoberta, por mais apaixonante e instigante que ele seja. Por exemplo, as eleições gerais deste ano abrem a oportunidade de renovação das estruturas políticas de representação. Caso isso aconteça, poderemos vivenciar o início de um movimento mais amplo e direção a um país ético e justo.

Não se pode discutir cidadania no Brasil sem tocar na questão do enfrentamento do apartheid social. Nesse contexto, coloca-se um desafio para aqueles que têm o compromisso histórico com a justiça, a liberdade e pobreza. [...].”
(Profª. ALDAÍZA SPOSATI, em artigo publicado na Revista VIDA PASTORAL – SETEMBRO-OUTUBRO DE 1994, página 2, sob o título CIDADANIA E POBREZA – DESAFIOS ATUAIS).

Mais uma IMPORTANTE e PEDAGÓGICA contribuição para o nosso trabalho de MOBILIZAÇÃO PARA A CIDADANIA E QUALIDADE vem de artigo publicado no Jornal ESTADO DE MINAS, edição de 3 de abril de 2010, Caderno OPINIÃO, página 9, de autoria de ELDO PENA COUTO, Diretor do Colégio Magnum Cidade Nova, que merece INTEGRAL transcrição:

"Educação permissiva

Nos últimos tempos, é frequente ouvirmos pais se perguntarem onde erraram na educação dos filhos ou até mesmo buscarem culpados pelo comportamento da criança, jovem ou adulto. São muitas as dúvidas e julgamentos mas o que poucos sabem é que as respostas para tantas indagações são mais simples do que imaginamos.

Com a modernidade e os avanços tecnológicos, as mães começam a assumir novos papéis na sociedade e, fora do ambiente doméstico, ganham espaço no meio empresarial. Isso demanda mais tempo fora de casa e uma procura por alternativas que possam ajudar na missão de cuidar do lar e dos filhos. Aos poucos, a tarefa de educar, que era basicamente dirigida a elas, passa a ser dividida com outros personagens.

As escolas, que sempre foram instituições responsáveis por disseminar e estimular a prática do conhecimento, amplia seus horários e, de maneira integral, se adaptam para oferecer atividades físicas, sociais e pedagógicas que extrapolam o conteúdo ministrado em sala de aula, o que as torna ainda mais requisitadas para assumirem o papel de formar cidadãos críticos. Uma opção construtiva para as famílias e para as crianças, que, em vez de ficarem sozinhas em casa, passam mais tempo na escola. Esta situação tem acontecido com muita frequência, o que nos faz pensar que é a solução mais viável para a formação de uma juventude saudável. Se não fosse o outro lado da história.

Pelo fato de alguns pais passarem mais tempo fora de casa e cada dia mais distantes dos filhos, buscam de maneira incessante compensar a ausência, a falta de atenção, carinho e tempo com materialismo e vista grossa. Por isso, mesmo sem avaliar riscos, muitos preferem optar por uma educação permissiva que resolve os problemas e transforma a lágrima em um belo sorriso. Uma solução rápida e indolor, certo?

Errado. Sobre o fato de ser rápida, não me oponho, mas as consequências geradas pela falta do não atingem diretamente a formação do caráter da criança, sua personalidade e a forma de encarar a vida, fazendo com que se torne um adulto mimado e sem capacidade de lutar pelos sins que receberá na vida pessoal e profissional e muito menos sonhar ou desejar aquilo que por tantas vezes almejou.

Sem a parceria fundamental família e escola, dar continuidade ao processo de educação e a busca por formar cidadãos se torna ainda mais complicado. Os professores, diariamente, lidam com frutos de diferentes meios que refletem em atitudes e comportamentos o que aprenderam em casa com os pais ou responsáveis e repetindo posturas que tomaram como exemplo.

Mesmo utilizando elementos lúdicos e interativos para que a sala de aula seja um ambiente prazeroso e atraente, o professor age como o artesão que aparara a personalidade do aluno, trabalhando a pedra bruta. Ciente de que não consegue mudar a matéria prima, ele busca de maneira gradativa e persistente levar desafios e dificuldades para o ambiente escolar com o intuito de fazer com que a criança ou adolescente busque melhores resultados e se supere a cada dia. Fazer com que entenda o valor da luta, o sabor da derrota e a busca pelo sucesso.

Para aqueles que ainda perguntam onde estão os erros que refletem na educação, as respostas são simples. O erro está na falta de limite, de desafio, na falta de oportunidade que a criança encontra para mostrar que pode ir além, se superar e aprender que a perda, assim como a vitória, faz parte da vida. O erro está na educação permissiva, que inibe a possibilidade do sonho e do desejo.

Por isso, antes de indagarmos sobre em que mundo vivemos, seria bom pensarmos que crianças estamos formando para este mundo.”

São páginas assim que enriquecem a nossa reflexão sobre a complexidade do mundo em que vivemos e nos MOTIVAM e nos FORTALECEM nessa grande CRUZADA NACIONAL para a CIDADANIA E QUALIDADE, visando a construção de uma NAÇÃO verdadeiramente JUSTA, ÉTICA, EDUCADA, LIVRE, DESENVOLVIDA e SOLIDÁRIA, que possam permitir a PARTILHA de suas EXTRAORDINÁRIAS POTENCIALIDADES e RIQUEZAS com TODOS os BRASILEIROS e com TODAS as BRASILEIRAS, principalmente em vista de INVESTIMENTOS BILIONÁRIOS como a COPA DO MUNDO DE 2014, a OLIMPÍADA DE 2016 e os projetos do PRÉ-SAL, inserindo DEFINITIVAMENTE o PAÍS no concerto das PRIMEIRAS nações do mundo...

Este é o nosso SONHO, a nossa LUTA, o nosso AMOR, a nossa FÉ e a nossa ESPERANÇA!...

O BRASIL TEM JEITO!...