Mostrando postagens com marcador LUCIANO MENDES DE FARIA FILHO. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador LUCIANO MENDES DE FARIA FILHO. Mostrar todas as postagens

sexta-feira, 27 de abril de 2012

A CIDADANIA, A EFICIÊNCIA, A COMPETITIVIDADE E A EDUCAÇÃO

“Sem milagres, só com mais eficiência

Um dos principais gargalos que impedem o aumento da taxa de investimento no Brasil é a baixa poupança no país, não ultrapassando muito os 15% do PIB, considerada, aqui, a média dos últimos 15 anos. Da poupança bruta, mais de três quartas partes vêm das empresas e o restante das famílias. O setor público, ao contrário, desponta, consumindo parte importante das já minguadas economias do país. Faz isso, de um lado, captando recursos no mercado a taxas de juros ainda extremamente elevadas, que acabam penalizando o conjunto da economia. E, de outro, impondo à sociedade uma carga tributária que compromete a nossa competitividade. O pior, no entanto, é que essa apropriação tem trazido pouco retorno.

Estudos recentes têm medido a eficiência dos gastos públicos e concluem que a fartura de recursos leva à má utilização e desperdício. É a falta de dinheiro que torna o gestor mais eficiente. Raul Velloso, um dos maiores especialistas em gastos públicos do país, confirma que a falta de caixa estimula o aperfeiçoamento do gasto. A falta e a ineficiência de investimentos fazem com que tenhamos infraestrutura precária, mão de obra pouco qualificada, baixo desenvolvimento tecnológico e serviços públicos de terceiro mundo – o que reduz a competitividade da economia brasileira em número crescente de cadeias produtivas.

Outra pesquisa, esta da Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp), concluiu que a produtividade dos trabalhadores da indústria brasileira é cerca de quatro vezes menor que a média dos trabalhadores industriais de países considerados competitivos (Estados Unidos, Japão, Alemanha, Suíça, Noruega, Cingapura, Coreia do Sul, Israel, Holanda e Suécia). Já a Universidade da Pensilvânia confirma esse quadro quando conclui, em recente estudo, que a produtividade média do trabalhador brasileiro, considerando todas as categorias, está próxima a um quinto da americana e um terço da sul-coreana.

O economista Paulo Rabello de Castro, coordenador do Movimento Brasil Eficiente (MBE), destaca a pesquisa da entidade que concluiu que os produtos brasileiros, a um câmbio de R$ 1,89/US$ 1, custam em média 30% mais do que a média de sete países (Estados Unidos, França, Reino Unido, Austrália, África do Sul e China). Ao câmbio de R$ 1,60 essa diferença sobe para 50%. O câmbio que absorveria a ineficiência brasileira é de R$ 2,48.

Como reduzir essa ineficiência? Antônio Delfim Netto, ex-ministro, menciona frase da presidente Dilma para mostrar o caminho: “Fazer um pouco mais com um pouco menos.” O que significa, diz, gerir mais eficientemente o setor público, reduzir o crescimento dos gastos de custeio e transferências abaixo do crescimento do PIB, permitindo aumento da poupança governamental sem aumentar a carga tributária.

Constantemente, todavia, surgem no governo e no Congresso movimentos para transferir à sociedade o custo da ineficiência do Estado. Como uma recente tentativa de criar dois tributos e majorar outros dois para cobrir rombos de uma má gestão na área da saúde, numa demonstração clara de falta de compromisso com a competitividade do país, ou melhor, com o futuro do país.

Felizmente, o ministro Guido Mantega recentemente vem trazendo alguma esperança de que, pelo menos no Ministério da Fazenda, o bom senso venha a prevalecer, na medida em que vem indicando uma redução dos gastos de custeio do governo como um ingrediente importante para a recuperação da competitividade da nossa economia e precaução para possíveis reflexos da crise européia, em vez da velha, gasta e insustentável receita de aumentar juros e tributos.

Temos a convicção de que o governo enfrentará com mais determinação as suas ineficiências, se perceber uma mobilização da sociedade nessa direção, não só junto ao Poder Executivo, mas especialmente para cobrar do Congresso Nacionais leis que modernizem a gestão pública e reduzam o seu custo.”
(CARLOS RODOLFO SCHNEIDER, Empresário, membro da coordenação do Movimento Brasil Eficiente – MBE –, em artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 24 de abril de 2012, Caderno OPINIÃO, página 9).

Mais uma IMPORTANTE e OPORTUNA contribuição para o nosso trabalho de MOBILIZAÇÃO PARA A CIDADANIA E QUALIDADE vem de artigo publicado no mesmo veículo, edição, caderno e página, de autoria de LUCIANO MENDES DE FARIA FILHO, Professor da UFMG, coordenador do Projeto Pensar a Educação – Pensar o Brasil – 1822/2022, e que merece igualmente INTEGRAL transcrição:

“Formação de professores

Há muito tempo critica-se a atuação das universidades na formação de profissionais para a escola básica no Brasil. Na última década houve uma intensificação dessa crítica, a qual estaria associada, também, à maior importância reconhecida à pós-graduação em detrimento da graduação, nível em que aqueles profissionais, via de regra, são formados. A isso se somaria, ainda, o maior investimento dos diversos departamentos universitários na formação de novos pesquisadores em detrimento da formação de novos professores.

Diante desse diagnóstico, que em linhas gerais se mostra verdadeiro, muitos dos agentes que tratam publicamente desses problemas se posicionam como se uma mudança desse cenário dependesse, por um lado, das vontades individuais dos professor universitários e, por outro, de reformas e adaptações curriculares dos cursos de formação. Parece-me, no entanto, que o problema é mais sério. Trata-se, na verdade, de um problema estrutural da própria universidade.

Sabe-se que boa parte da pesquisa brasileira é realizada na universidade. No entanto, há uma grande censura aos professores dessas instituições por darem mais atenção à pós-graduação e à pesquisa do que à graduação. Mas, o que aconteceria se ocorresse o contrário? Será que se tais pesquisadores se dedicassem com o mesmo afinco à graduação conseguiriam competir com seus pares que não têm essa responsabilidade em boa parte do mundo.

Ora, muitas vezes a formação de professores requer profissionais de competência e sensibilidades muito distintas daquelas dos pesquisadores. Um bom pesquisador, por exemplo, tem que ser talhado para a competição com seus pares; o bom formador, em contrapartida, em boa parte das vezes, tem que ter uma atuação oposta a essa. Do mesmo modo, o bom pesquisador está ávido pela desconhecido; o bom professor tem que ter a paciência e disponibilidade para ensinar a outrem aquilo que já sabe de antemão. Por isso, nem sempre os melhores pesquisadores são os melhores professores.

Ora, nada mais longe de boa parte daqueles que se dedicam à formação de professores nas universidades brasileiras do que o conhecimento, a sensibilidade e o tempo necessários a uma boa formação. Muitos demonstram ter muito pouco conhecimento da complexidade que é o fenômeno educativo escolar. Muitos outros, ainda, demonstram ter uma muito pequena preocupação com o fato de que seus alunos, futuros professores, terem de ensinar para crianças e jovens concretos, e não para aqueles que eles idealizam como sendo bons e maus alunos.

Se esse quadro é minimamente verdadeiro, de pouca adianta esperarmos que a solução venha da boa vontade dos pesquisadores ou de bem-intencionadas reformas dos currículos de formação. O problema é estrutural e, conforme o ditado popular, é difícil servir a dois senhores, a pesquisa acadêmica de ponta e a formação de professores. Os tempos, as sensibilidades e as competências exigidas em ambas as atividades são tão distintos que os resultados atuais para quem tem tentado juntar as duas coisas tem sido a insatisfação e/ou o adoecimento. Não estaria na hora de buscarmos outros arranjos institucionais e, portanto, outros resultados na formação de professores em instituições superiores de ensino público no Brasil?”.

Eis, pois, mais páginas contendo IMPORTANTES, PEDAGÓGICAS e OPORTUNAS abordagens e REFLEXÕES que acenam, em meio à MAIOR crise de LIDERANÇA de nossa HISTÓRIA – que é de MORAL, de ÉTICA, de PRINCÍPIOS, de VALORES –, para a IMPERIOSA e URGENTE necessidade de PROFUNDAS MUDANÇAS em nossas estruturas EDUCACIONAIS, GOVERNAMENTAIS, JURÍDICAS, POLÍTICAS, SOCIAIS, CULTURAIS, ECONÔMICAS, FINANCEIRAS e AMBIENTAIS, de modo a promovermos a inserção do PAÍS no seleto quadro das POTÊNCIAS mundiais LIVRES, CIVILIZADAS, SOBERANAS, DEMOCRÁTICAS e SUSTENTAVELMENTE DESENVOLVIDAS...

Assim, URGE ainda a efetiva PROBLEMATIZAÇÃO de questões deveras CRUCIAIS como:

a) a EDUCAÇÃO – UNIVERSAL e de QUALIDADE, desde a EDUCAÇÃO INFANTIL (0 a 3 anos, em creches; 4 e 5 anos, em pré-escolas) até a PÓS-GRADUAÇÃO (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como PRIORIDADE ABSOLUTA de nossas POLÍTICAS PÚBLICAS;

b) o COMBATE, implacável e sem TRÉGUA, aos três dos nossos MAIORES e mais AVASSALADORES inimigos que são: I – a INFLAÇÃO, a exigir PERMANENTE e DIUTURNA vigilância, de forma a manter-se em patamares CIVILIZADOS; II – a CORRUPÇÃO, com um CÂNCER a se espalhar por TODAS as esferas da vida NACIONAL, gerando INCALCULÁVEIS e INTOLERÁVEIS prejuízos e comprometimentos de variada ordem (por exemplo, a poderosa, AMEAÇADORA e caudalosa CACHOEIRA que traz mais VIRUS e se espalha pela economia nacional...); III – o DESPERDÍCIO, em TODAS as suas MODALIDADES, também ocasionando INESTIMÁVEIS perdas e danos, inquestionavelmente IRREPARÁVEIS;

c) a DÍVIDA PÚBLICA BRASILEIRA, com projeção para 2012, segundo o ORÇAMENTO GERAL DA UNIÃO, de ASTRONÔMICO e INSUPORTÁVEL desembolso da ordem de R$ 1 TRILHÃO, a exigir igualmente uma IMEDIATA, ABRANGENTE, QUALIFICADA e eficaz AUDITORIA...

Destarte, torna-se absolutamente INÚTIL lamentarmos a FALTA de RECURSOS diante de tanta SANGRIA, que DILAPIDA o nosso já escasso DINHEIRO PÚBLICO, MINA a nossa ECONOMIA e a nossa capacidade de INVESTIMENTO e de POUPANÇA e, mais GRAVE ainda, AFETA a confiança em nossas INSTITUIÇÕES, negligenciando a JUSTIÇA, a VERDADE, a HONESTIDADE e o AMOR da PÁTRIA, ao lado de extremas e crescentes necessidades de AMPLIAÇÃO e MODERNIZAÇÃO de setores como: a GESTÃO PÚBLICA; a INFRAESTRUTURA (rodovias, ferrovias, hidrovias, aeroportos, portos); MOBILIDADE URBANA (trânsito, transportes, acessibilidade); EDUCAÇÃO; SAÚDE; SANEAMENTO AMBIENTAL (água TRATADA, esgoto TRATADO, resíduos sólidos TRATADOS, MACRODRENAGEM urbana, logística REVERSA); MORADIA; ASSISTÊNCIA SOCIAL; PREVIDÊNCIA SOCIAL; EMPREGO, TRABALHO e RENDA; SEGURANÇA ALIMENTAR e NUTRICIONAL; SEGURANÇA PÚBLICA; FORÇAS ARMADAS; POLÍCIA FEDERAL; DEFESA CIVIL; MINAS e ENERGIA; MEIO AMBIENTE; LOGÍSTICA; AGREGAÇÃO DE VALOR ÀS COMMODITIES; CIÊNCIA, TECNOLOGIA e INOVAÇÃO; PESQUISA e DESENVOLVIMENTO; SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL; TURISMO; ESPORTE, CULTURA e LAZER; COMUNICAÇÃO; QUALIDADE (planejamento, eficiência, eficácia, economicidade, criatividade, produtividade, competitividade), entre outros...

São, e bem o sabemos, GIGANTESCOS DESAFIOS mas que, de maneira alguma, ABATEM o nosso ÂNIMO nem ARREFECEM o nosso ENTUSIASMO e OTIMISMO nesta grande CRUZADA NACIONAL pela CIDADANIA E QUALIDADE, visando à construção de uma NAÇÃO verdadeiramente JUSTA, ÉTICA, EDUCADA, QUALIFICADA, CIVILIZADA, LIVRE, SOBERANA, DEMOCRÁTICA, DESENVOLVIDA e SOLIDÁRIA que possa PARTILHAR as suas EXTRAORDINÁRIAS e generosas RIQUEZAS, OPORTUNIDADES e POTENCIALIDADES com TODOS os BRASILEIROS e com TODAS as BRASILEIRAS, especialmente no horizonte de INVESTIMENTOS BILIONÁRIOS previstos e que contemplam EVENTOS como a CONFERÊNCIA DAS NAÇÕES UNIDAS SOBRE O DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL E MUDANÇAS CLIMÁTICAS (RIO+20) em junho; a 27ª JORNADA MUNDIAL DA JUVENTUDE no RIO DE JANEIRO em 2013; a COPA DAS CONFEDERAÇÕES de 2013; a COPA DO MUNDO de 2014; a OLIMPÍADA de 2016; as OBRAS do PAC e os projetos do PRÉ-SAL, segundo as exigências do SÉCULO 21, da era da GLOBALIZAÇÃO, da INTERNACIONALIZAÇÃO das EMPRESAS, da INFORMAÇÃO, do CONHECIMENTO, da INOVAÇÃO, das NOVAS TECNOLOGIAS, da SUSTENTABILIDADE e de um POSSÍVEL e NOVO mundo da JUSTIÇA, da PAZ, da IGUALDADE – e com EQUIDADE –, e da FRATERNIDADE UNIVERSAL...

Este é o nosso SONHO, o nosso AMOR, a nossa LUTA, a nossa FÉ e a nossa ESPERANÇA... e PERSEVERANÇA!...

O BRASIL TEM JEITO!...

sexta-feira, 4 de novembro de 2011

A CIDADANIA, A CARTA DA TERRA E UMA NOVA ESCOLA PÚBLICA

“A escola não é tudo

Recentemente o Estado de Minas publicou matéria noticiando que famílias de classe média faziam fila para matricular seus filhos nas unidades municipais de educação infantil de Belo Horizonte. O teor da matéria denunciava, por si só, o quão inusitada parecia aquela situação. Do mesmo modo, os cadernos de economia e política de praticamente todos os grandes jornais brasileiros têm dado ampla cobertura à emergência das chamadas novas classes médias na cena política, cultural e econômica brasileira. Estariam as camadas médias reivindincando, novamente, o seu direito a uma escola pública de qualidade? Estaríamos, agora, novamente diante da defesa de uma escola pública para todos e não apenas para os filhos dos outros?
Normalmente, no Brasil, as chamadas novas classes médias são definidas a partir de seu perfil econômico – salário e consumo –, razão pela qual sociólogos como Jessé de Souza têm de se posicionado contra essa denominação, tanto por sua insuficiência quanto por sua inadequação. Estaríamos, segundo eles, diante de uma nova classe trabalhadora (os batalhadores do Brasil, na afirmação de Jessé de Souza), com melhores salários e mais escolarizada, por exemplo, mas política e culturalmente distante das tradicionais classes médias. Ou seja, importa frisar que a emergência dessa classe trabalhadora é fruto muito mais da melhoria de renda do que de uma transformação cultural e política mais ampla.
Se assim o é, vale a pena refletirmos sobre a relação desse fenômeno com o campo da educação escolar, tida desde sempre como a principal alavanca para a melhoria das condições de vida das populações pobres. Em primeiro lugar, parece-me indiscutível que, muito mais do que uma melhoria da escola pública – pois é essa a escola freqüentada pelos batalhadores do Brasil  –, foram as políticas públicas de emprego, renda, salário e as dirigidas ao desenvolvimento econômico que tiveram grande impacto na melhoria da vida de parte significativa da população brasileira. Isso, é evidente, demonstra que a educação não é tudo e deveria servir de alerta para empresários e ativistas sociais que defendem melhorias na educação pública, mas criticam veementemente os gastos sociais do Estado.
De outra parte, é importante pensarmos nos desdobramentos dessa questão para o campo da educação pública. Como sabemos, há muitos anos, o sonho de consumo das famílias que passam a ganhar um pouco mais, inclusive das famílias de professores da escola pública, é colocar a criança na escola privada. Ou seja, desde há muitos anos, perdemos, no Brasil, a noção de que a escola básica, pública e gratuita, é um direito de todos nós e uma condição para que tenhamos um país mais democrático e com menos desigualdade social. As experiências de outros países e de alguns municípios brasileiros são contundentes: a participação das camadas médias na escola pública é uma condição importante para a sua qualidade e, no limite, para a própria consolidação de uma cultura política democrática e, portanto, que não seja baseada em busca e distribuição de privilégios. Não porque as crianças das camadas médias sejam mais inteligentes ou coisa do tipo, e sim porque as camadas médias, de um modo geral, conhecem melhor o próprio funcionamento da escola e investem de maneira diferenciada nela.
Portanto, hoje estão colocados pelo menos dois grandes desafios para aqueles que lutam pela melhoria da qualidade da escola, pela diminuição das desigualdades sociais e pela consolidação democrática no país: produzir uma noção de direito à educação pública que abarque a todos nós e não apenas as camadas populares e, de outra parte, avançar na qualificação da escola pública de modo que os batalhadores do Brasil queiram e possam nela manter os seus filhos. Se não conseguirmos isso, estaremos uma vez mais nos distanciando dos nossos melhores sonhos.”
(LUCIANO MENDES DE FARIA FILHO, Professor de história da educação da UFMG, pesquisador do Grupo de Estudos e Pesquisas em História da Educação, bolsista do CNPq, em artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 24 de outubro de 2011, Caderno opinião, página 9).
Mais uma IMPORTANTE, PEDAGÓGICA e OPORTUNA contribuição para o nosso trabalho de MOBILIZAÇÃO PARA A CIDADANIA E QUALIDADE vem de artigo publicado no jornal O TEMPO Belo Horizonte, edição de 21 de outubro de 2011, Caderno O.PINIÃO, página 18, de autoria de LEONARDO BOFF, Filósofo e teólogo, que merece igualmente INTEGRAL transcrição:
“A ilusão de uma economia verde quando precisamos mais que isso
Tudo o que fizermos para proteger o planeta vivo que é a Terra contra fatores que a tiraram de seu equilíbrio e provocaram o aquecimento global é válido e deve ser apoiado. Na verdade, a questão central nem é salvar a Terra. Ela salva a si mesma e, se for preciso, nos expulsando de seu seio. Mas como salvamos a nós mesmos e à nossa civilização? Essa é a real questão que a maioria das pessoas dá de ombros.
A produção de baixo carbono, os produtos orgânicos, a energia solar e eólica, a diminuição da intervenção nos ritmos da natureza, a busca da reposição dos bens utilizados, a reciclagem, em suma, a economia verde, são os processos buscados. E é recomendável que esse modo de produzir se imponha.
Mesmo assim, não devemos nos iludir e perder o sentido crítico. Fala-se de economia verde para evitar a questão da sustentabilidade, que se encontra em oposição ao atual modo de produção e consumo. Mas, no fundo, trata-se de medidas dentro do mesmo paradigma de dominação da natureza. Não existe o verde e o não verde. Todos os produtos contêm, nas várias fases de sua produção, elementos tóxicos, danosos à saúde da Terra e da sociedade. Pelo método de análise do ciclo de vida, podemos monitorar as complexas inter-relações entre as etapas da extração, do transporte, da produção, do uso e do descarte de cada produto, com seus impactos ambientais. Aí fica claro que o pretendido verde não é tão verde assim. O verde representa apenas uma etapa de todo o processo. A produção nunca é de todo ecoamigável.
Tomemos como exemplo o etanol, dado como energia limpa e alternativa à energia fóssil e suja do petróleo. Ele é limpo somente na bomba de abastecimento. Todo o processo de sua produção é poluidor: os agrotóxicos aplicados ao solo, as queimadas, o transporte em grandes caminhões que emitem gases, as emissões das fábricas, os efluentes líquidos e o bagaço.
Para garantirmos uma produção necessária à vida e que não degrade a natureza, precisamos mais do que a busca do verde. A crise é conceitual e não econômica. A relação com a Terra tem de mudar. Somos parte de Gaia e por nossa ação cuidadosa a tornamos com mais chance de assegurar sua vitalidade.
Para nos salvar, não vejo outro caminho senão aquele apontado pela Carta da Terra: “o destino comum nos conclama a buscar um novo começo; isto requer uma mudança na mente e no coração; demanda um novo sentido de interdependência global e de responsabilidade universal”.
 Mudança de mente significa um novo conceito de Terra como Gaia. Ela não nos pertence, mas ao conjunto dos ecossistemas que servem à totalidade da vida, regulando sua base biofísica e os climas. Ela criou a comunidade de vida e não apenas a nós. Somos apenas sua porção consciente e responsável. O trabalho mais pesado é feito pelos nossos parceiros invisíveis, verdadeiro proletariado natural, os micro-organismos, as bactérias e os fungos, que são bilhões em cada colherada de chão. São eles que sustentam efetivamente a vida já há 3,8 bilhões de anos. Nossa relação para com a Terra deve ser de respeito e gratidão. Devemos devolver, agradecidos, o que ela nos dá e manter sua capacidade vital.
Mudança de coração significa que, além da razão com que organizamos a produção, precisamos da razão sensível, que se expressa pelo amor à Terra e pelo respeito a cada ser da criação.
Sem essa conversão, não sairemos da miopia de uma economia verde. Só novas mentes e novos corações gestarão outro futuro.”
Eis, pois, mais RICAS, CONTUNDENTES, PEDAGÓGICAS e OPORTUNAS páginas contendo abordagens e REFLEXÕES que acenam para a IMPERIOSA e URGENTE necessidade de aprofundarmos a PROBLEMATIZAÇÃO de questões CRUCIAIS para a SUPERAÇÃO de múlltiplos e complexos ENTRAVES à nossa ASCENSÃO ao concertos das potências DESENVOLVIDAS e SUSTENTÁVEIS, como:
a)     a EDUCAÇÃO – e de QUALIDADE –, como PRIORIDADE ABSOLUTA de nossas POLÍTICAS PÚBLICAS;
b)    a INFLAÇÃO, a exigir PERMANENTE e DIUTURNA vigilância;
c)     a CORRUPÇÃO, a SANGRAR nossa ECONOMIA e nossa CONFIANÇA, que campeia por TODOS os setores da vida nacional;
d)    o DESPERDÍCIO, em TODAS as suas MODALIDADES;
e)     a DÍVIDA PÚBLICA BRASILEIRA, já atingindo o montante ASTRONÔMICO de R$ 2 TRILHÕES, que impõe AGILIDADE e extremo RIGOR em uma INADIÁVEL e estrita AUDITORIA...
É sempre adequado, e não cansa nunca, repetir que NÃO procede o lamento da FALTA de RECURSOS para fazer frente às crescentes e complexas DEMANDAS e CARÊNCIAS – INFRAESTRUTURA (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos), EDUCAÇÃO, SAÚDE, MOBILIDADE URBANA, SANEAMENTO AMBIENTAL (água tratada, esgoto TRATADO, resíduos sólidos TRATADOS, macro-drenagem urbana), ASSISTÊNCIA SOCIAL, CULTURA, LOGÍSTICA, CIÊNCIA e TECNOLOGIA, PESQUISA e DESENVOLVIMENTO, INOVAÇÃO, QUALIDADE (criatividade, produtividade e competitividade), ENERGIA, SEGURANÇA PÚBLICA, SEGURANÇA ALIMENTAR e NUTRICIONAL, COMUNICAÇÃO,  ESPORTE e LAZER, etc. –, diante de tanta SANGRIA do DINHEIRO PÚBLICO...
Sabemos que são GIGANTESCOS DESAFIOS, mas NADA, absolutamente NADA, ABATE o nosso ÂNIMO nem ARREFECE nosso ENTUSIASMO e OTIMISMO nesta grande CRUZADA NACIONAL pela CIDADANIA E QUALIDADE, visando à construção de uma NAÇÃO verdadeiramente JUSTA, ÉTICA, EDUCADA, QUALIFICADA, LIVRE, DEMOCRÁTICA, DESENVOLVIDA e SOLIDÁRIA, que possa PARTILHAR suas EXTRAORDINÁRIAS RIQUEZAS, OPORTUNIDADES e POTENCIALIDADES com TODOS os BRASILEIROS e com TODAS as BRASILEIRAS, especialmente no horizonte de INVESTIMENTOS BILIONÁRIOS previstos para EVENTOS como a CONFERÊNCIA DAS NAÇÕES UNIDAS SOBRE O DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL E MUDANÇAS CLIMÁTICAS (RIO + 20) em 2012; a 27ª JORNADA MUNDIAL DA JUVENTUDE NO RIO DE JANEIRO em 2013; a COPA DAS CONFEDERAÇÕES em 2013; a COPA DO MUNDO de 2014, a OLIMPÍADA de 2016, as OBRAS do PAC e os projetos do PRÉ-SAL, segundo as exigências do SÉCULO 21, da era da GLOBALIZAÇÃO, da INFORMAÇÃO, do CONHECIMENTO, das NOVAS TECNOLOGIAS, da SUSTENTABILIDADE e de um NOVO mundo, da PAZ, da IGUALDADE – e com EQUIDADE – e FRATERNIDADE UNIVERSAL...
Este é o nosso SONHO, o nosso AMOR, a nossa LUTA, a nossa FÉ e a nossa ESPERANÇA!...
O BRASIL TEM JEITO!...