“Sinais
perceptíveis da presença
de Deus em cada um de nós
É pelo sentimento que
primeiro estabelecemos o contato com o Único e é também pelo sentimento que
percebemos a Sua presença. Deus nos instrui sobretudo por meio do coração neste
estágio evolutivo em que nos encontramos.
Uma
das formas de nos abrirmos para que o trabalho divino ocorra em nosso interior
e através de nós é cultivar um sentimento de cuidado por tudo e por todos,
levando em conta que somos todos um só ser, que a vida é única, que a
consciência é única e que na realidade não há indivíduos separados. A mente,
por exemplo, não consegue compreender isso sozinha, porque faz parte da sua
natureza separar, discriminar, distinguir, analisar. Esse sentimento de amor
pelo todo vem de dentro, e não da análise ou do julgamento para descobrirmos
como atender as necessidades de cada um.
Outra
forma de nos abrirmos, também a partir do trabalho com os sentimentos, é acolher
sem conflito um dos primeiros impulsos provindos do Alto a quem se propõe
evoluir: a dissolução dos laços com a matéria. Se percebermos esse estímulo,
poderemos colaborar evitando a criação de novos laços. Dessa forma, estaremos
simplificando o nosso destino.
Quando
começam a florescer sentimentos como desapego, autoesquecimento e serenidade ou
ausência de conflitos psicológicos, quando passamos a dar mais importância ao
plano de Deus e às necessidades que se apresentam do que a nossa pessoa, é
sinal de que a energia divina já está trabalhando conosco.
À
medida que esse contato interno e silencioso com o Divino se vai estabelecendo
e transformando nossas vidas, cria-se um estado de equilíbrio em nosso ser, e
nós nos vemos de repente dentro do Amor, um Amor que não conhecíamos antes. Ao
sentirmos e aprofundarmos esse Amor, Deus passa a contar conosco como um canal
para Seu trabalho.
Nossa
forma de compreender o outro então se amplia, e toda a vida se expande, porque
percebemos o quanto a humanidade, os animais, os vegetais e os minerais são
necessitados desse Amor. E essa compreensão ampliada é outro sinal de que o
Divino está nos instruindo.
No
curso dessas transformações, tudo a nossa volta começa a absorver a energia que
está nos alimento internamente. Ao percebermos que nossa situação especial está
sendo compartilhada, que o outro também está recebendo o que está sendo
depositado em nós, experimentamos grande alegria.
Esse
processo se dá no coração, no nível cardíaco, não na cabeça. Quando a mente reconhece
que algo profundo do qual ela não participa diretamente está em andamento,
pode-se produzir nela certa aridez e resistência. É preciso saber lidar com
essa situação, pois o apoio da mente pode ajudar muito.
Uma
forma de incluir a mente no processo de elevação espiritual que o coração já
experimenta é o estudo de assuntos sagrados. Ler o ensinamento espiritual e
refletir sobre ele, sistematizar o conhecimento divino, relacionar os conceitos
de várias escolas de pensamento espiritual, identificando o que elas têm de
comum e de mais elevado são práticas que podem auxiliar a mente a não se
desviar do caminho.
Outra
possibilidade de trabalho mental é a constante lembrança do eu espiritual que
vive em nosso interior. Se, durante o dia, nos lembramos e reverenciamos nosso
eu espiritual, começamos a estabelecer uma conexão com ele e nos abrimos para
contatos ainda mais elevados.”
(TRIGUEIRINHO.
Escritor, em artigo publicado no jornal O TEMPO Belo Horizonte, edição de 29 de novembro de 2015, caderno O.PINIÃO, página 16).
Mais uma importante e oportuna contribuição para o
nosso trabalho de Mobilização para a
Cidadania e Qualidade vem de artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 7 de
dezembro de 2015, caderno OPINIÃO, página
5, de autoria de CARLOS ALBERTO DI
FRANCO, jornalista, e que merece igualmente integral transcrição:
“Podridão
e esperança
A política brasileira
está podre. Ela é movida a dinheiro e poder. “Dinheiro compra poder, e poder é
uma ferramenta poderosa para se obter dinheiro. É disso que se trata as
eleições: o poder arrecada o dinheiro que vai alçar os candidatos ao poder.
Saiba que você não faz diferença alguma quando aperta o botão verde da urna
eletrônica para apoiar aquele candidato oposicionista que, quem sabe, possa
virar o jogo. No Brasil, não importa o Estado, a única coisa que vira o jogo é
uma avalanche de dinheiro. O jogo é comprado, vence quem paga mais”. Assustador
o diagnóstico que o juiz Márlon Reis faz da política brasileira. Conhecido por
ter sido um dos mais vibrantes articuladores da coleta de assinaturas para o
projeto popular que resultou na Lei da Ficha Limpa, foi o primeiro magistrado a
impor aos candidatos a prefeito e a vereador revelar os nomes dos financiadores
de suas campanhas antes da data da eleição. Seu livro Nobre deputado: Relato chocante (e verdadeiro) de como nasce, cresce e
se perpetua um corrupto na política brasileira, Editora Leya, 2014, merece
uma reflexão.
A
radiografia do juiz, infelizmente, vai sendo poderosamente confirmada pelas
revelações feitas pela Operação Lava-Jato. Em resumo, amigo leitor, durante os
governos petistas, ancorados num ambicioso projeto de perpetuação no poder, os
contratos da maior empresa brasileira com grandes empreiteiras eram usados com
fonte de propina para partidos e políticos. Dá para entender as razões da
vergonhosa crise da Petrobras – pilhagem, saque, banditismo, estratégia
hegemônica –, que atinge em cheio os governos de Dilma Rousseff e Lula.
O
escândalo da Petrobras, pequena amostragem do que ainda pode aparecer, é a
ponta do iceberg de algo mais profundo: o sistema eleitoral brasileiro está
bichado e só será reformado se a sociedade pressionar para valer. Hoje,
teoricamente, as eleições são livres, embora o resultado seja bastante
previsível. Não se elegem os melhores, mas os que têm mais dinheiro para
financiar campanhas sofisticadas e milionárias. Empresas investem nos
candidatos sem qualquer idealismo. É negócio. Espera-se retorno do
investimento. A máquina de fazer dinheiro para perpetuar o poder tem engrenagens
bem conhecidas no mundo político: emendas parlamentares, convênios fajutos e
licitações com cartas marcadas.
Em
recente decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) reduzindo a indecorosa
promiscuidade entre empresas e candidatos foi um passo importante. Mas a
criatividade da bandidagem não tem limites. Impõe-se permanente vigilância das
instituições. Todos são capazes de intuir que a informação tem sido a pedra de
toque da moralização da política. Você é capaz de imaginar o Brasil sem
jornais? O apoio à imprensa é uma questão de sobrevivência democrática.
O
macroescândalo da Petrobras promete. O mensalão já parece um berçário. O Brasil
está piorando? Não. Está melhorando. A exposição da chaga é o primeiro passo
para a cura do doente. Ao divulgar as revelações da Lava-Jato, a imprensa
cumpre relevante papel: impede que o escândalo escorregue para a sombra do
esquecimento. Tem gente que não gosta da imprensa. Lula, por exemplo, ensaia
lições de ética jornalística ao criticar os “vazamentos seletivos” contra o PT.
Beleza. E quando o vazamento é feito pelo PT, prática recorrente, tudo bem? A
imprensa existe para divulgar informações relevantes. E alguém duvida da importância
das informações da Lava-Jato?
Afinal,
qual é a perversidade que deve ser creditada na conta dessa imprensa tão
cinicamente questionada por Lula? A denúncia de recorrentes atos de corrupção
que nasceram como cogumelos à sombra da cumplicidade presidencial? Ou será que
a irritação de Lula é provocada pelo desnudamento de seu papel na crise que
assola o Brasil? A sustentação do governo de coalizão, aético e sem limites deu
no que deu.
O
Brasil depende – e muito – da qualidade da sua imprensa e da coerência ética de
todos nós. Podemos virar o jogo. Acreditemos no Brasil e na democracia.”.
Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e
oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança
de nossa história – que é de ética, de
moral, de princípios, de valores –, para
a imperiosa e urgente necessidade de profundas
mudanças em nossas estruturas educacionais,
governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas,
financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no
concerto das potências mundiais livres, civilizadas, soberanas, democráticas e
sustentavelmente desenvolvidas...
Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras
cruciais como:
a)
a educação
– universal e de qualidade –, desde a educação
infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em
pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas
crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –,
até a pós-graduação (especialização,
mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade
absoluta de nossas políticas públicas (enfim, 125 anos depois, a República
proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução
educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do
país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da
justiça, da civilidade, da democracia, da participação, da
sustentabilidade...);
b)
o combate
implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e
mais devastadores inimigos que são: I – a inflação,
a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se
em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco
Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em setembro a
estratosférica marca de 414,30% para um período de doze meses; e mais, em novembro, o IPCA acumulado nos últimos doze meses chegou a 10,48%...); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa
promiscuidade – “dinheiro público versus interesses privados”
–, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando
incalculáveis prejuízos e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a
lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato,
Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso
específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e
que vem mostrando também o seu caráter transnacional; eis, portanto, que todos os valores que vão
sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 515
anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios,
malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a
corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar
inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo,
segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a
“... Desconfiança das empresas e das famílias é
grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase
nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses
recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à
ineficiência do Estado e do setor privado, a falhas de logística e de
infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de
planejamento...”;
c)
a dívida
pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e
municipal) –, com projeção para 2015, apenas segundo a proposta do
Orçamento Geral da União, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1,356 trilhão, a título de juros,
encargos, amortização e refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão
de R$ 868 bilhões), a exigir alguns
fundamentos da sabedoria grega:
-
pagar,
sim, até o último centavo;
-
rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
-
realizar uma IMEDIATA, abrangente,
qualificada, independente e eficaz auditoria...
(ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e
ainda a propósito, no artigo Melancolia,
Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente
degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das
contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”);
Destarte, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão
descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a
nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a
credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e
regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores
como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias,
hidrovias, portos, aeroportos); a educação;
a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos
sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana
(trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às
commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência
social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas;
polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência,
tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações;
qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –,
transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e
melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre
outros...
São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira
alguma, abatem o nosso ânimo e nem
arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta
grande cruzada nacional pela cidadania e
qualidade, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada,
civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática e desenvolvida, que
possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e
potencialidades com todas as
brasileiras e com todos os
brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários
previstos e que contemplam eventos como a
Olimpíada de 2016; as obras do PAC e os projetos do Pré-Sal, à luz das
exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das
organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas
tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo da justiça, da liberdade, da paz, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...
Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a
nossa esperança... e perseverança!
“VI,
OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”