“Patrimônio humano das corporações
É senso comum de que o
maior bem das empresas é seu contingente humano, já que as máquinas não
trabalham sozinhas. As mais modestas percepções empresariais, já há muito
tempo, por influências negativas, tanto na extraordinária queda da qualidade de
ensino, em todos os níveis, e na moral e ética pelos desmandos políticos que
contaminam a população, indicam um olhar mais cuidadoso na qualidade funcional
de seus empregados. O ex-presidente francês François Miterrand disse que “nada
contamina mais do que o exemplo”. O poeta e escritor português Luiz Vaz de
Camões ainda foi mais longe ao falar: “O fraco rei faz fraca a forte gente”.
Dessa forma, como nunca, as empresas têm que complementar a formação dos seus
funcionários, seja por meio de cursos, palestras e outros recursos. A
contratação, hoje, também exige análises mais cuidadosas, porque o
enfraquecimento do caráter, pelos maus exemplos, é uma constatação triste.
Planejar
é, essencialmente, prever e preencher as lacunas que se apresentam e interferem
no bom funcionamento da corporação, sobretudo, na produtividade. Resolver a
melhoria da eficiência do quadro dos colaboradores, partindo para a guerra
tirando funcionários dos concorrentes, a experiência tem mostrado que, na
maioria das vezes, não é uma boa estratégia. Além da animosidade que essa
circunstância cria, avilta os salários e esses novos empregados, sem amor à
camisa, nem sempre oferecem o mesmo grau de comprometimento com os novos
empregadores.
Dedicar
à formação, com a visão de que essa conta não é despesa e sim investimento,
ainda é uma das boas saídas. Recorrer a estagiários e trainees de boas escolas
pode ajudar muito, porque forma o funcionário desde o início, e revela quem tem
aptidão para essa ou aquela função. Não há derrota maior para o empresário do
que ver máquinas paradas por falta de operadores ou recusar trabalho por não
ter gente suficiente para cumprir contratos.
Diante
dessa realidade, não é nenhum exagero imaginar que o valor de mercado de uma
empresa, nos dias de hoje, deve ser examinado não só pelos números, patrimônio
líquido, seu passivo, valor nominal das ações ou pela conta clientes. Seu ativo
contábil, agora, deve incluir o ativo humano. A empresa que tiver pessoal
especializado em toda escala funcional, melhor desempenho e mesmo valor de
mercado terá, porque dispondo desses preciosos recursos, custos de produção
menores e a qualidade do produto final, seja de bens ou serviços, será muito
maior, além da melhor chance de cumprir compromissos e permanecer no mercado. O
que se espera é que a experiência de hoje modifique as relações do capital e do
trabalho e que todo planejamento contemple ações humanas multiformes, sem a
arrogância das chefias em achar que só os empregados dependem da empresa.”.
(GILSON E.
FONSECA. Sócio-diretor da Soluções em engenharia geotécnica Ltda. – Soegeo,
em artigo publicado no jornal ESTADO DE
MINAS, edição de 22 de junho de 2017, caderno OPINIÃO, página 7).
Mais uma importante e oportuna contribuição para o
nosso trabalho de Mobilização para a
Excelência Educacional vem de artigo publicado no mesmo veículo, edição de
19 de junho de 2017, mesmo caderno e página, de autoria de CARLOS ALBERTO DI FRANCO, jornalista, e que merece igualmente
integral transcrição:
“Santo
da liberdade e da alegria
Quem teve, como eu, a
experiência de conhecer um santo sabe que certas datas têm o condão de
despertar muitas lembranças e imensa saudade. Segunda-feira, 26, a Igreja
celebra a festa de São Josemaria Escrivá.
Há 43
anos, em maio e junho de 1974, São Josemaria visitou o Brasil e se apaixonou
com o que viu: a diversidade de raças, o convívio aberto e fraterno, a alegria,
a musicalidade da nossa gente. Apalpa-se no Brasil, dizia ele comovido, todas
as combinações que o amor humano é capaz de realizar. Liberdade, tolerância e
cordialidade, traços característicos de nosso modo de ser, atraíram
profundamente do Opus Dei.
A
figura amável de São Josemaria e a força de sua mensagem tiveram grande
influência em minha vida pessoal e profissional. Aproveitando a efeméride,
quero compartilhar com você, amigo leitor, algumas ideias recorrentes na vida e
nos ensinamentos de São Josemaria: seu amor à verdade e sua paixão pela
liberdade. Trata-se de convicções que constituem uma pauta permanente para
todos os que estamos comprometidos com a tarefa de apurar, editar, processar e
transmitir informação.
“Peço
a vocês que difundam o amor ao bom jornalismo, que é aquele que não se contenta
com rumores infundados, com boatos inventados por imaginações febris. Informem
com fatos, com resultados, sem julgar as intenções, mantendo a legítima
diversidade de opiniões, num plano equânime, sem descer ao ataque pessoal. É
difícil que haja verdadeira convivência onde falta verdadeira informação; e a
informação verdadeira é aquela que não tem medo à verdade e que não se deixa
levar por desejos de subir, de falso prestígio ou de vantagens econômicas.” A
citação, extraída de uma das entrevistas do fundador do Opus Dei à imprensa, é
um estímulo ao jornalismo de qualidade.
Sua
doutrina se contrapõe a uma doença cultural do nosso tempo: o empenho em
confrontar verdade e liberdade. Impõe-se, em nome da liberdade, o que se
poderia chamar de dogma do relativismo. Essa relativização da verdade não se
manifesta apenas no campo das ideias. De fato, têm inúmeras consequências na
prática jornalística.
A
tendência a reduzir o jornalismo a um trabalho de simples transmissão de
diversas versões oculta a falácia de que a captação da verdade é um sonho
romântico. Com efeito, se a verdade fosse impossível de ser alcançada, a
simples apresentação das versões (ouvir o outro lado) representaria o único
procedimento válido. Josemaria Escrivá rejeita essa atitude míope e
empobrecedora. “Informar”, diz ele, “não é ficar a meio caminho entre a verdade
e a mentira”. O bom jornalista é aquele que aprofunda, vai atrás da verdade
que, como dizia o grande jornalista Claudio Abramo, frequentemente está
camuflada atrás da verdade aparente. É, sobretudo, aquele que não se esconde
por trás de uma neutralidade falsa e cômoda.
Ao
mesmo tempo que defende os direitos da verdade, São Josemaria não deixa de
enfatizar o valor insubstituível da liberdade humana – particularmente da
liberdade de expressão e de pensamento – contra todas as formas de sectarismo e
de intolerância. E ao contemplar o dogmatismo que, tantas vezes, preside as
relações humanas, manifesta uma sentida queixa: “Que coisa triste é ter
mentalidade cesarista e não compreender a liberdade dos demais cidadãos, nas
coisas que Deus deixou ao juízo dos homens.” Para ele, o pluralismo nas
questões humanas não é apenas algo que deve ser tolerado, mas, sim, amado e
procurado.
São
Josemaria, um santo alegre, carismático e otimista, olha a vida com uma lente
extremamente positiva: “O mundo não é ruim, porque saiu das mãos de Deus”. O
autêntico cristão não vive de costas para o mundo, nem encara o seu tempo com
inquietação ou nostalgia do passado. “Qualquer modo de evasão das honestas
realidades diárias é para os homens e mulheres do mundo coisa oposta à vontade
de Deus”. A luta do nosso tempo, com suas luzes e suas sombras, é sempre o
desafio mais fascinante.”.
Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e
oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança
de nossa história – que é de ética, de
moral, de princípios, de valores –, para
a imperiosa e urgente necessidade de profundas
mudanças em nossas estruturas educacionais,
governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas,
financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no
concerto das potências mundiais livres, civilizadas, soberanas, democráticas e
sustentavelmente desenvolvidas...
Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras
cruciais como:
a) a excelência educacional – pleno desenvolvimento
da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade,
em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da
modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira
série do ensino fundamental, independentemente
do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação
(especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas
públicas, gerando o pleno
desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional
(enfim, 125 anos depois, a República proclama o que esperamos seja
verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira
incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria;
a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da
democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade...);
b) o combate implacável, sem eufemismos e
sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são:
I – a inflação, a exigir permanente,
competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares
civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa
de juros do cartão de crédito atingiu em maio/2017 a ainda estratosférica marca
de 345,10% nos últimos doze meses, e a
taxa de juros do cheque especial registrou históricos 301,45%; e já o IPCA
também no acumulado dos últimos doze meses chegou a 3,60%); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa
promiscuidade – “dinheiro público versus interesses privados”
–, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando
incalculáveis prejuízos e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a
lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato,
Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso
específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e
que vem mostrando também o seu caráter transnacional; eis, portanto, que todos os valores que vão
sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 516
anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios,
malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a
corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar
inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo,
segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a
“... Desconfiança das empresas e das famílias é
grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase
nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses
recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à
ineficiência do Estado e do setor privado, a falhas de logística e de
infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de
planejamento...”;
c) a dívida pública brasileira - (interna e
externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para
2017, apenas segundo o Orçamento Geral da União, de exorbitante e insuportável
desembolso de cerca de R$ 1,722 trilhão,
a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (ao menos com
esta rubrica, previsão de R$ 946,4
bilhões), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega:
- pagar,
sim, até o último centavo;
-
rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
- realizar
uma IMEDIATA, abrangente,
qualificada, independente e eficaz auditoria...
(ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda
a propósito, no artigo Melancolia,
Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente
degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das
contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”).
Destarte, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta
de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já
combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de
poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições,
negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à
pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas
e sempre crescentes necessidades de ampliação
e modernização de setores como: a gestão
pública; a infraestrutura (rodovias,
ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada,
esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística
reversa); meio ambiente; habitação;
mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda;
agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência
social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança
pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e
desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer;
turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e
operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade
– “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade,
competitividade); entre outros...
São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira
alguma, abatem o nosso ânimo e nem
arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta
grande cruzada nacional pela excelência
educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada,
civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, solidária e
desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas
riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos
os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos
bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de
infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à
luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização
das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas
tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo do direito, da justiça, da verdade, do diálogo, da liberdade, da paz, da solidariedade, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...
Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a
nossa esperança... e perseverança!
“VI,
OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”
- 55
anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2016) ...
-
Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...
-
ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas...
- Por
uma Nova Política Brasileira...