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quarta-feira, 9 de outubro de 2019

A EXCELÊNCIA EDUCACIONAL, A URGÊNCIA DA QUALIFICAÇÃO DAS RELAÇÕES NA CASA COMUM E A TRANSCENDÊNCIA DA EXPERIÊNCIA JURÍDICA NA SUSTENTABILIDADE


“Como transformar a nossa 
relação com a natureza?
        Falar em meio ambiente não é algo abstrato. Se traduz no ar puro que respiramos, na água que bebemos e na fauna e flora que nos cercam. Somos dependentes desses recursos para sobrevivermos e desenvolvermos nossas atividades cotidianas e, mesmo assim, temos dificuldade para reconhecer e valorizar nosso patrimônio natural. Quando começamos a falar sobre a temática, há quase 30 anos, parecia loucura. Porém, conservar a natureza é uma causa que vale a pena – e vai continuar valendo, sempre. É uma mudança essencial no presente, que torna possível o nosso futuro.
         O território brasileiro abriga a maior biodiversidade do planeta, distribuída em vários biomas que preenchem de beleza nossos 8,5 milhões de km2 de extensão. É um país rico, com zonas climáticas que geram variações ecológicas adaptáveis às mais diversas espécies de seres vivos. Abrigamos florestas, planícies inundáveis, savanas, regiões semi-áridas e tropicais, além de uma exuberante costa marinha.
         Reunimos 20% do total de espécies da Terra e garantir a sobrevivência desses seres não pode ser uma questão restrita à ciência. Acreditamos que a união de pesquisadores, organizações, poder público, empresas e sociedades é a essência de um trabalhado dedicado à proteção da vida. É assim que devemos atuar nas áreas da saúde e da educação. Na questão ambiental não deve ser diferente.
         Quando criamos reservas naturais, contribuímos com a qualidade do ar, com a diversidade de espécies e com o desenvolvimento das comunidades locais. É uma iniciativa que pode partir do setor público ou privado, desde que haja o compromisso com a conservação. Quando reavaliamos o uso de recursos naturais ou a forma como os dejetos industriais são descartados, podemos poupar matas, córregos, rios e bosques para um desenvolvimento mais sustentável.
         Ao propormos e executarmos políticas públicas voltadas à proteção e à restauração ambiental, temos ferramentas para exigir a preservação de áreas naturais e embasamento legal para punir quem não o fizer. Ao incentivarmos e financiarmos pesquisas científicas, ampliamos nosso conhecimento sobre a biodiversidade, além de identificarmos formas de reverter os impactos ambientais já gerados. Quando preservamos uma área dentro de um terreno privado, damos exemplo aos nossos familiares, vizinhos e à comunidade de que a preservação da natureza é uma questão que deve ser levada a sério.
         Não devemos esquecer que a proteção ambiental também é uma forma de gerar riqueza. Trabalhar com a natureza abre portas para o ecoturismo e para a produção de serviços ecossistêmicos. Se preservarmos as áreas verdes próximas a um rio, podemos assegurar uma melhor qualidade e segurança hídrica, além de obtermos a retenção de água períodos de estiagem.
         Ao conservarmos mares e oceanos, garantimos a perenidade de recursos essenciais para a economia e que, também, aumentam a resiliência da costa. Prezar pela sobrevivência de insetos polinizadores assegura a produção de alimentos. Considerando que o desmatamento é o principal emissor de gases de efeito estufa, ao deixarmos de arrancar árvores, colaboramos com a redução dos impactos das mudanças climáticas e do aquecimento global.
         A união de diversos parceiros – e principalmente de nós cidadãos – potencializa resultados consistentes. Quando somamos forças e vontade de acontecer, vamos além. Precisamos encontrar um equilíbrio que beneficie todos os setores – agricultura, pecuária, indústria, comércio, turismo, serviços – de forma sustentável, sem gerar prejuízos para as próximas gerações. Mas, sim, garantir um futuro.”.

(MIGUEL KRIGSNER. Fundador e presidente do Conselho Curador da Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza, em artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 11 de setembro de 2019, caderno OPINIÃO, página 7).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de artigo publicado no mesmo veículo, edição de 15 de setembro de 2019, mesmo caderno e página, de autoria de SACHA CALMON, advogado, coordenador da especialização em direito tributário da Faculdades Milton Campos, ex-professor titular da UFMG e UFRJ, e que merece igualmente integral transcrição:

“Experiência jurídica e 
a história dos homens
        A primeira coisa que o homem faz, juntamente com os seus semelhantes, é produzir para viver. Produzindo, convivem. O modo de conviver vai depender, então, do modo como produzem. Não são, ou foram, as sociedades “caçadoras”, diversas das sociedades “pastoras”, no modo como se estruturaram?
         Ao produzirem para viver, os homens usam instrumentos, agregam experiências que, em última análise, decidem sobre o tipo de relações que haverão de manter entre si. O homem é, antes de tudo, um ser de necessidades ou “homo necessitudinis”. Para satisfazer as suas necessidades básicas, sempre presentes, tem de agir, isto é, trabalhar. Eis o “homo faber”. Destarte, para satisfazer as suas necessidades, o homem “trabalha” a natureza, humanizando-a. Catando frutos, caçando, pescando, plantando, domesticando animais, minerando ou transformando metais, industrializando as matérias-primas ou comerciando, o homo faber arranca da natureza sustento para a sobrevivência com o “suor do rosto”. Ao trabalhar, constrói a si próprio, sobrevive. A história nada mais é do que a história do homem e de seu fazer pelos tempos adentro. Seria impossível entendê-la, e as sociedades que sucessivamente engendrou, sem referi-las fundamentalmente às relações de produção, que o modo de produzir dos homens, em cada época e de cada lugar, tornou plausíveis. As relações sociais, econômicas e culturais da sociedade primitiva, da sociedade grega, romana, árabe ou visigótica, da sociedade medieval, da sociedade capitalista foram condicionadas por diferentes estruturas de produção.
         Fenômeno do mundo da cultura, o direito está, inegavelmente, enraizado no social. Contudo, embora o discipline, paradoxalmente é um seu reflexo. Isto porque é radicalmente instrumental.
         Da vida em sociedade brota o direito. Ex facto oritur jus. O “ser” e o “outro”, convivendo, realçam o social e, por certo, do fato social projetam-se interesses, carências e aspirações a suscitar regulação. Daí valores. E são eles que fecundam o direito. Se o direito é dever-ser, é dever-ser de algo, já o disse Vilanova, o recifense, como a sublinhar que o axiológico não paira no ar, desvinculado da concretude da vida. Os valores não são entes etéreos ou coleção de imperativos morais, imutáveis e intangíveis, tais quais essências sacrossantas. Não são supra-humanos nem nos chegam ab extra. Projetam-se do homem na-história, do homem concreto, de um estar-aí-no-mundo-com-os-outros. Das necessidades às aspirações e, daí, às normas.
         Os critérios e valores que informam, historicamente, a construção das “legalidades vigentes” trazem a marca dos interesses concretos, até mesmo conflitantes, que do fundo mais profundo da sociedade emergem à luz colimando “formalização” e “jurisdicidade”. Trata-se, então, de dar “forma”, “eficácia” e “vigência” a prescrições que se reputam “certas” e “necessárias” à convivência humana e à “ordem pública”. Tudo isso é feito através de “instituições” que repassam para a ordem jurídica os conflitos de interesses existentes no meio social. O Estado, assim, como o direito, são instrumentos de compromisso.
         A cada sociedade corresponde uma estrutura jurídica. O direito da velha Atenas não serviria, é intuitivo, à moderna sociedade americana. Uma sociedade cuja estrutura de produção estivesse montada no trabalho escravo – o que ocorreu até bem pouco tempo – não poderia sequer pensar em capitalismo e, consequentemente, em viabilizá-lo através de um direito do trabalho baseado no regime de salariado. Sem dúvida, o homem é quem elabora os sistemas sociais e o próprio direito, e isso lhe é dado fazer porque é dotado de inteligência, consciência e vontade. No mundo cultural, nada sucede a não ser através do psiquismo do Homo sapiens. Mas, antes dele, há o “homo faber” e, antes deste, o “homo necessitudinis”.
         Quem pensam e agem e constrói o mundo cultural, o mundo do direito, é o homem, não o “homem-em-si”, mas o homem real, o homem concreto. O “eu”, já o disse o jusfilósofo, “é uma relação”, “relação com o mundo exterior, com outros indivíduos”. O “eu” é como um sino: se houvesse o vácuo social em torno dele, nada se ouviria. E mais: cultural na sociedade é, portanto, sua própria organização. A organização é obra do homem cujo ser, cuja alma, cujo pensamento se expressam no conjunto de relações que dele fazem um primitivo, um bárbaro, um grego, um romano, um medieval, um tipo da Renascença ou da sociedade industrial moderna ou um proprietário, um escravo ou um proletário. O pensamento humano e seus produtos culturais são desde sempre “produtos sociais”. A capacidade de trabalhar por meio de conceitos não só forneceu ao homem instrumentos eficientes de se resolverem problemas práticos, como transplantou a vida mental do plano sensorial para o mundo dos símbolos, ideias e valores.”.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, justas, educadas, qualificadas, civilizadas, soberanas, democráticas, republicanas, solidárias e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:
a)     a excelência educacional – pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas, gerando o pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional (enfim, 129 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade...);
b)    o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em agosto a ainda estratosférica marca de 307,20% nos últimos  doze meses, e a taxa de juros do cheque especial chegou em históricos 306,86%; e já o IPCA, em setembro, também no acumulado dos últimos doze meses, chegou a 2,89%); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade    “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis e irreversíveis prejuízos, perdas e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 518 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, à falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;
c)     a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2019, apenas segundo o Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1,422 trilhão (43,6%), a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão de R$ 758,672 bilhões), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega, do direito e da justiça:
- pagar, sim, até o último centavo;
- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente, competente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”).

Isto posto, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela excelência educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, solidária e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo do direito, da justiça, da verdade, do diálogo, da liberdade, da paz, da solidariedade, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...
Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”
58 anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2019)

- Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...
- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas ...
- Por uma Nova Política Brasileira ...
- Pela excelência na Gestão Pública ...
- Pelo fortalecimento da cultura da sustentabilidade, em suas três dimensões nucleares do desenvolvimento integral: econômico; social, com promoção humana, e, ambiental, com proteção e preservação dos nossos recursos naturais ...
- A alegria da vocação ...  

Afinal, o Brasil é uma águia pequena que já ganhou asas e, para voar, precisa tão somente de visão olímpica e de coragem! ...        

E P Í L O G O

CLAMOR E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO

“Oh! Deus, Criador, Legislador e Libertador, fonte de infinita misericórdia!
Senhor, que não fique, e não está ficando, pedra sobre pedra
Dos impérios edificados com os ganhos espúrios, ilegais, injustos e
Frutos da corrupção, do saque, da rapina e da dilapidação do
Nosso patrimônio público.
Patrimônio esse construído com o
Sangue, suor e lágrima,
Trabalho, honra e dignidade do povo brasileiro!
Senhor, que seja assim! Eternamente!”.


        



sexta-feira, 4 de outubro de 2019

A EXCELÊNCIA EDUCACIONAL, AS LUZES DO SUCESSO DE EMPRESAS NA NUVEM E A TRANSCENDÊNCIA DO PROGRESSIVO DIREITO NA SUSTENTABILIDADE


“Empresas de sucesso na nuvem
        Segundo informações da International Data Corporation (IDC), duas em cada três empresas brasileiras enxergam a computação em nuvem como um fator-chave para o sucesso do negócio. Gigantes mundiais já “enxergaram” que a nuvem é o futuro. Médias e pequenas empresas também estão optando por gerir os seus negócios na nuvem. Mas por que tantas outras ainda estão fora dela? Talvez por medo de perder a segurança e privacidade de seus dados – o que não é justificável. Uma vez vencida essa barreira, os benefícios são vários.
         Economia é fundamental para que as corporações prosperem. O custo/benefício do gerenciamento de dados na nuvem está na possibilidade de gerar mais escala, armazenar uma quantidade maior de arquivos com um investimento reduzido, sem precisar de servidores locais. Além disso, geralmente, as manutenções e backups automáticos já são incluídos no pacote de serviços contratados. Isso também gera economia de tempo, ganho em produtividade e, consequentemente, reduz os gastos operacionais mensais da empresa.
         Segurança é a maior das exigências das grandes empresas. Os sistemas baseados em computação na nuvem geralmente são certificados por padrões internacionais de segurança e permitem maior controle e privacidade. Dessa forma, é necessária autorização para acessar os dados armazenados e isso reduz riscos de invasões e perda de informações. Além disso, se os dados não estão em equipamentos físicos, não existe o risco de perdê-los por meios acidentais (incêndio, por exemplo).
         Acessibilidade é o que as organizações precisam, em um mundo onde a multiplicação de informações e dados é instantânea e precisa ser acessada a qualquer hora e em qualquer lugar, por meio de conectividade com a internet. Essa é uma característica importante no armazenamento de informações na nuvem que dá velocidade para as operações.
         Flexibilidade é o que as instituições querem para alavancar os seus negócios. Uma gestão de dados totalmente adaptável à operação da empresa, como é possível com a cloud computing, traz ganhos relevantes de tempo, dinheiro, produtividade e colaboração para a sua empresa.
         A computação em nuvem permite, de forma simples, acessar servidores, bancos de dados e outros serviços por meio da internet. Uma plataforma de serviços em nuvem, como por exemplo a Amazon Web Services – maior e mais segura nuvem do mundo, segundo o quadrante mágico de Gartner –, é a proprietária do sistema de armazenamento e faz a manutenção do hardware conectado à rede que pode ser acessada via web.
         Em resumo, a computação em nuvem não requer grandes investimentos iniciais em hardware e não dispensa tempo nas atividades de manutenção e gerenciamento desse hardware. Além disso, é possível acessar a qualquer hora e em qualquer lugar os recursos necessários e pagar apenas pelo que usa.
         Esses são os principais atributos da gestão de dados cloud computing (computação na nuvem) e explicam por que empresas de sucesso como Netflix, Spotify, GOLAirlines, McDonald’s, Unilever, Johnson e Dow Jones, entre outras, estão nas nuvens.”.

(CLEBER PIÇARRO. Especialista em TI para o varejo e diretor da EAC Software, em artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 5 de março de 2018, caderno OPINIÃO, página 7)

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de artigo publicado no mesmo veículo, edição de 29 de setembro de 2019, mesmo caderno e página, de autoria de SACHA CALMON, advogado, coordenador da especialização em direito tributário da Faculdades Milton Campos, ex-professor titular da UFMG e UFRJ, e que merece igualmente integral transcrição:

“O direito progressivo
        Seria imprudente não ver que a moral egoísta e utilitária (“não faças aos outros aquilo que não queres que te façam”) deixa pouco a pouco de se basear no dever para se firmar no amor. Comte-Sponville, autor do mais importante livro sobre a ética no século 20, faz-nos ver maravilhados que a moral, ao invés de constranger, pode nos tornar felizes, até mesmo sem religião. O seu livro se intitula O pequeno tratado das grandes virtudes e o cerne da sua prédica escora-se em uma máxima, profunda e bela: “O que fazemos por dever não fazemos por amor, e o que fazemos por amor não fazemos por dever”. O amor é, então, a maior de todas as virtudes. Quanto à religião, foi preciso esperar a teologia do amor e do perdão contra a da culpa e do castigo para entender o fenômeno religioso mais como alegria pessoal do que como estrutura implacável de poder normativo, com base em ameaças. Teilhard de Chardin, que foi cientista e teólogo católico, jamais negou que nós somos o elo final e pensante da evolução das espécies e que nossos corpos e mentes resultam da primeira molécula surgida no planeta no dealbar da vida, depois de longo processo evolutivo. Nem por isso deixou de ver, na evolução, uma formidável epopeia; viu o mais complexo surgindo do mais simples e o espírito resultando da carne num plano majestoso, cuja razão humana, imersa em profunda vertigem, não explica, mas a alma pressente: a caminhada da consciência para o ponto ômega, para Ele que, fora do tempo, funda o homem e a história. Haverá um tempo em que igrejas e doutrinas morais e religiosas serão, talvez, desnecessárias, e o homem estará como o centro.
         Mas o que estará reservado ao direito? Qualquer olhar que lancemos ao passado, já vimos, deixa-nos lívidos de pavor: penas infamantes, torturas, arbítrio, medo, angústia, as galés. Grandes são as diferenças entre os direitos de antanho e os de hoje. A escravidão e a desigualdade eram comuns. O tributo, castigo e opressão, poder do governante. O processo, tosco; a Justiça, parcial; o sistema de provas, irracional. Até mesmo em Roma, sede primeira da ciência jurídica, houve um tempo em que o credor podia lançar as mãos sobre o devedor, reduzi-lo à escravidão ou jogá-lo do alto da pedra tarpeia para que morresse à vista de todos (o direito em seus primórdios. Logo os seus bens passaram a garantir suas dívidas).
         É verdade que, hoje em dia e por toda parte, injustiças sociais e leis injustas nos fazem descrer do homem. A condição feminina, para não nos alongarmos noutras injustiças, mormente no Oriente, em que pesem todos os avanços, é, ainda, profundamente discriminatória, para dizer o mínimo. Os direitos das minorias, quando não são objeto de desprezo ou mofa, nem seque são reconhecidos. Racismo e misérias humanas parecem indiferentes ao direito, que muitas vezes até os estimula. A África do Sul e o Sr. Mandela. E o que dizer dos direitos dos não heterossexuais? Tudo isso, no entanto, está em mutação. Como linhas longamente convergentes destinadas a se unir em algum ponto do futuro, direito, justiça e igualdade, finalmente, serão um plexo pleno e inextrincável.
         Por isso os juristas, os operadores do direito, que é ciência e arte, devem ser pessoas de fé, cientes de sua missão. Devemos servir aos valores humanos: liberdade, pluralismo, humanismo, a pessoa como centro de respeito (todas as pessoas), dignidade, igualdade, verdade e paz, acima de povos, raças, credos, religiões e pátrias. A missão do jurista, a par de conhecer o direito, é introduzir nos sistemas jurídicos a axiologia do justo e do igual em escala planetária. Não estaremos fazendo na sublime, apenas uma tarefa cotidiana. É hora de encerrar esta parte citando dois grandes juristas, à guisa de síntese de tudo quanto foi dito sobre a ambiguidade do direito, a um só tempo opressão e caminho para a liberdade e a justiça.
         “A ciência do direito é a ciência do direito positivo. O conhecimento jurídico dirige-se a estas normas jurídicas que possuem o caráter de normas jurídicas e conferem a determinação dos fatos o caráter de atos jurídicos.” (Hans Kelsen)
         A perspectiva aí é absolutamente positivista. O objeto da ciência do direito é a norma jurídica (qualquer norma de qualquer sistema jurídico, legítimo ou não em sua formação, justo ou não em seu conteúdo). Expressivo, portanto, o título do livro: Teoria pura do direito.
         Mas vimos que o direito vem de envolta com a história e as suas tormentas, numa busca obstinada de igualdade, segurança e justiça.
         “O direito é, essencialmente, um esforço humano no sentido de realizar o valor da justiça. Essa dimensão ideal existe na norma jurídica. Pois a norma não se reduz a uma mera forma de relacionar atos, com total indiferença para o valor. Se a norma é dever-se, é dever-se de algo, como diz Lourival Vilanova, jurisconsulto brasileiro, reconhecendo que o direito é, progressivamente, o caminho das liberdades e da igualdade entre os homens. Não é hoje, mas peleja para sê-lo no porvir. O direito é progressivo. Mas quem o empurra? As sociedades...”.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, justas, educadas, qualificadas, civilizadas, soberanas, democráticas, republicanas, solidárias e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:
a)     a excelência educacional – pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas, gerando o pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional (enfim, 129 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade...);
b)    o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em agosto a ainda estratosférica marca de 307,20% nos últimos  doze meses, e a taxa de juros do cheque especial chegou em históricos 306,86%; e já o IPCA, também no acumulado dos últimos doze meses, chegou a 3,43%); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade    “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis e irreversíveis prejuízos, perdas e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 518 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, à falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;
c)     a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2019, apenas segundo o Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1,422 trilhão (43,6%), a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão de R$ 758,672 bilhões), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega, do direito e da justiça:
- pagar, sim, até o último centavo;
- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente, competente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”).

Isto posto, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela excelência educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, solidária e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo do direito, da justiça, da verdade, do diálogo, da liberdade, da paz, da solidariedade, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...
Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”
58 anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2019)

- Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...
- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas ...
- Por uma Nova Política Brasileira ...
- Pela excelência na Gestão Pública ...
- Pelo fortalecimento da cultura da sustentabilidade, em suas três dimensões nucleares do desenvolvimento integral: econômico; social, com promoção humana, e, ambiental, com proteção e preservação dos nossos recursos naturais ...
- A alegria da vocação ...  

Afinal, o Brasil é uma águia pequena que já ganhou asas e, para voar, precisa tão somente de visão olímpica e de coragem! ...        

E P Í L O G O

CLAMOR E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO

“Oh! Deus, Criador, Legislador e Libertador, fonte de infinita misericórdia!
Senhor, que não fique, e não está ficando, pedra sobre pedra
Dos impérios edificados com os ganhos espúrios, ilegais, injustos e
Frutos da corrupção, do saque, da rapina e da dilapidação do
Nosso patrimônio público.
Patrimônio esse construído com o
Sangue, suor e lágrima,
Trabalho, honra e dignidade do povo brasileiro!
Senhor, que seja assim! Eternamente!”.



quarta-feira, 16 de maio de 2018

A EXCELÊNCIA EDUCACIONAL, AS INESGOTÁVEIS POTENCIALIDADES NACIONAIS E AS LUZES DA JUSTIÇA TRIBUTÁRIA NA SUSTENTABILIDADE


“Será que o Brasil tem jeito?
        O título deste artigo deve martelar a cabeça de muitas pessoas. Nos perguntamos a cada caso bizarro de crime, corrupção, falta de educação, gente morrendo das mais variadas formas e tantas outras coisas: será que o nosso país tem jeito? Será que um dia entraremos no rol das nações consideradas civilizadas, desenvolvidas, onde a dignidade humana existe de fato? Queria tanto acreditar que sim, mas por mais que tente, ainda não consigo enxergar a bendita luz no fim do túnel.
         Recordo o tempo de adolescência, quando participava semanalmente de grupo de jovens nos salões das igrejas. Além de assuntos religiosos, debatíamos também as questões sociais, políticas, econômicas e tantos outros temas pertinentes à época. Talvez nossas discussões fossem infantis demais por ainda não termos vivido o suficiente, praticamente éramos de pouco idade; mas uma coisa era constante, sonhávamos com dias melhores, acreditávamos que um dia as coisas poderiam ser diferentes, imaginávamos que o nosso país poderia ser diferente.
         Do tempo exposto passaram-se quase três décadas. E a pergunta continua: o que mudou? O Brasil tem jeito? Vi muitos amigos mudarem para outros países, vi tantos outros tentando encontrar o famoso “lugar ao sol” em outras cidades, pessoas que talvez eu nunca mais veja e que talvez tenham até encontrado seus objetivos, algo que torço para que tenha acontecido. Mas dos que ficaram e que pelas casualidades da vida nos encontramos, quando algum assunto, logo em seguida aparece a “velha” pergunta: será que o Brasil tem jeito? Mas hoje com uma diferença, infelizmente: parece que praticamente ninguém acredita mais que acontecerá uma mudança que seja dignamente satisfatória para toda a sociedade.
         Estamos a cada dia nos tornando uma nação de incrédulos sociais e políticos. A desconfiança é tanta que não nos importamos com mais nada. Preferimos a alienação, não nos envolver com temas político-sociais, preferimos manter uma distância de tudo aquilo que nos remete a debater o que acontece com a nossa nação. As palavras de Bertolt Brecht em seu texto “O analfabeto político” nunca foram tão reais, parecem que foram escritas hoje pela manhã.
         Agora, o Brasil tem jeito? Claro que sim. Para isso basta que ele deixe de ter uma massa de analfabetos políticos, sociais, econômicos... de pessoas que preferem viver nas mais diversas formas de mediocridade. Só deixaremos de ser o que somos quando tivermos a coragem de enxergar o que nos fazem todos os dias, o que e como nos oferecem o retorno do nosso suor (impostos). Só deixaremos de ser o que somos quando pararmos de seguir e apoiar os mesmos que nos roubam a dignidade. Quando acreditarmos que somos o dono da nossa própria história. Enquanto este dia não chega, vamos continuar perguntando: o Brasil tem jeito?!”.

(WALBER GONÇALVES SOUZA. Professor, em artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 25 de abril de 2018, caderno OPINIÃO, página 7).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de artigo publicado no mesmo veículo, edição de 22 de abril de 2018, mesmo caderno e página, de autoria de SACHA CALMON, advogado, coordenador da especialização em direito tributário da Faculdades Milton Campos, ex-professor titular da UFMG e UFRJ, e que merece igualmente integral transcrição:

“O pagamento dos royalties é dedutível
        O Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf) vetou a tomada de créditos de PIS e Confins sobre gastos com royalties em contratos com transferência de tecnologia. A 1ª Turma da 4ª Câmara e a 3ª Seção negaram que as despesas sejam insumos do processo produtivo da empresa.
         A companhia produz pistões destinados predominantemente à indústria automotiva. A filial brasileira pagou os valores à sede na Alemanha em troca do conhecimento que viabilizou a produção das peças. De acordo com a empresa, a geração de receita tributável no Brasil depende essencialmente do know-how cedido pela matriz alemã. O contrato previa o cálculo dos royalties em função do volume de vendas.
         Os conselheiros representantes da Receita Federal entenderam que as despesas com royalties não têm natureza jurídica de aquisição de bem nem de serviço, nos termos da legislação das contribuições. Como se trata de algo incorpóreo e intangível, que não entra no produto final, impossível enquadrar o gasto como insumo. Embora os royalties sejam necessários, os julgadores consideraram que nem toda despesa gera crédito.
         O assunto em tela tem duas diferenciações. Aa primeira diz com os preços de transferências entre empresas ligadas, coligadas ou mesmo filiais (transfer pricing). Nenhum país quer a empresa nele situada pagando valores exagerados às empresas situadas no exterior e deduzindo esse valor como custo de produção. Para isso, os tratados internacionais há muito estabeleceram a técnica do arm’s length, para evitar sub e superpreços. Normalmente, os royalties são pagos a residentes no exterior.
         A segunda dimensão do assunto diz respeito ao conceito de “insumo”, que vem do inglês input (o que está dentro do produto). O valor do input é gasto necessário à feitura do output ou “produto acabado”. É claro que, para fazer um carro, o fabricante para salários, direitos de terceiros, royalties por tecnologia de processo, matérias-primas, tributos etc. (custos de produção). A diferença entre o custo de produção e o valor do produto acabado e, em princípio, a margem de lucro (bruta). Certo, durante a produção foram ressarcidos impostos repassados por fornecedores e no preço de venda estão embutidos os impostos a pagar pelo de vender (mesmo sem receber), despesas de publicidade etc.
         O justo é permitir a dedução de todo tipo de insumo (inputs). Nesse rol entram até mesmo imposto como o IPI, o ISS, o ICMS, o PIS/Cofins, o de importação, as despesas com royalties e assemelhados (é o chamado “crédito financeiro”, utilizado no mundo civilizado, ao contrário da legislação brasileira, que adota o crédito físico, restrito aos custos de “bens corpóreos” e “serviços estrito senso”).
         A postura do Brasil é retrógrada, porquanto distorce a observância do princípio da não cumulatividade ao proibir a dedutibilidade de itens imateriais como licenças e royalties. Quanto à renda ganha (lucro líquido), havendo incidência do Imposto de Renda sobre remessas ao exterior em pagamentos de royalties e licenças, por óbvio terá que ser deduzido sob pena de flagrante injustiça. Royalties são despesas pagas a terceiro, renda dele aliás.
         No que se refere ao ambiente de negócios (custo Brasil), gostaríamos de ver as decisões do Carf – com o grande respeito que nos merece esse tribunal administrativo, altamente especializado – imbuídas de “valores” que defendam o país de super ou subfaturamentos, mas ajudem as empresas a produzir com justiça na tributação, desapegando-se de interpretações estritamente literais ou meramente gramaticais, como ocorreu “in casu” (bens e serviços estrito senso). Afinal, o PIS e a Cofins incidem sobre a receita bruta, antecipadamente.
         Toda exegese deve subir do plano gramatical para abarcar a doutrina, além dos elementos pragmáticos, sistemáticos e finalísticos, pois já está provado que tanto menor a carga tributária sobre a produção e a circulação de mercadorias maior é a arrecadação, o que parece um paradoxo, mas não é! Os EUA entenderam isso muito cedo e, por isso, puderam se desenvolver. Ao revés de uma complicada – estamos a dizer da tributação não cumulativa – geradora de discussões, disceptações e passivos fiscais desgastantes, tributam entre 8% e 10% as mercadorias na última etapa da circulação (sale tax) no momento em que é vendida a varejistas (em alguns lugares, sob certas circunstâncias) e, majoritariamente, no momento em que são vendidas ao consumidor final. A sonegação é residual. A tributação, a seu turno, é simples e ampla. Ao extrair o cupom de venda, uma via eletrônica automaticamente é enviada ao fisco. “Times is money”. A praticidade é irrecusável.
         No Brasil, resistimos ao sistema de tributação das vendas finais e temos cinco impostos gravando a produção, a circulação e a venda de mercadorias. É complicado para o fisco, o contribuinte e o país.”.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, civilizadas, soberanas, democráticas e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:
a)     a excelência educacional – pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas, gerando o pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional (enfim, 128 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade...);
b)    o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em fevereiro a ainda estratosférica marca de 333,9% nos últimos  doze meses, e a taxa de juros do cheque especial em históricos 324,1%; e já o IPCA, também no acumulado dos últimos doze meses, em março, chegou a 2,68%); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade    “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis e irreversíveis prejuízos, perdas e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 518 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, à falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;
c)     a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2018, apenas segundo o Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1,847 trilhão (52,4%), a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão de R$ 1,106 trilhão), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega:
- pagar, sim, até o último centavo;
- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente, competente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”).

Destarte, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela excelência educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, solidária e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo do direito, da justiça, da verdade, do diálogo, da liberdade, da paz, da solidariedade, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”
56 anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2017)

- Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...
- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas ...
- Por uma Nova Política Brasileira ...
- Pela excelência na Gestão Pública ...
- Pelo fortalecimento da cultura da sustentabilidade, em suas três dimensões nucleares do desenvolvimento integral: econômico; social, com promoção humana, e, ambiental, com proteção e preservação dos nossos recursos naturais ...  

Afinal, o Brasil é uma águia pequena que já ganhou asas e, para voar, precisa tão somente de visão olímpica e de coragem! ...      

E P Í L O G O

CLAMOR E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO

“Oh! Deus, Criador e Legislador, fonte de infinita misericórdia!
Senhor, que não fique, e não está ficando, pedra sobre pedra
Dos impérios edificados com os ganhos espúrios,
Frutos da corrupção, do saque, da rapina e da dilapidação do
Nosso patrimônio público.
Patrimônio esse construído com o
Sangue, suor e lágrima,
Trabalho, honra e dignidade do povo brasileiro!
Senhor, que seja assim! Eternamente!”.