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segunda-feira, 19 de junho de 2017

A EXCELÊNCIA EDUCACIONAL, O PODER DA SUSTENTABILIDADE NAS ORGANIZAÇÕES E OS GRAVES DESAFIOS DA EDUCAÇÃO

“Sustentabilidade nas organizações
        Já faz algum tempo que a sustentabilidade vem ganhando status dentro das organizações, sendo encarada não somente como um discurso para melhorar a imagem corporativa, mas principalmente como prática de sobrevivência no mercado. Mas, afinal, qual tipo de negócio ou projeto deve praticar a sustentabilidade e quem deve incentivar o comportamento sustentável?
         Existem empresas, sobretudo as de médio e grande porte, que já assumem esse papel nos seus negócios, projetos, na gestão das pessoas, tendo em vista a busca por certificações que contribuem para ampliar sua abrangência no mercado internacional. Há outras que, engajadas pelas estratégias, reorganizam suas estruturas como foco no valor agregado que a prática da sustentabilidade proporciona, se caracterizando como empresas modelo e provocando mudanças positivas no comportamento de seus stakeholders.
         As empresas de micro e pequeno portes, porém, normalmente esbarram em questões essenciais para implantar a sustentabilidade. Em Minas Gerais, elas representam 37% do PIB mineiro, sendo responsáveis por 59% da força de trabalho e representando 48% dos salários pagos no Estado – o que equivale a cerca de R$ 2,6 bilhões na economia, conforme dados do Sebrae-Minas.
         Estas empresas são importantes para o desenvolvimento econômico do Estado e, embora a crise tenha impactado organizações de todos os portes, a responsabilidade com o desenvolvimento sustentável permanece em alta. O grande desafio é a construção de um novo pensamento, de um novo olhar e de uma forma de agir com soluções que garantam a perenidade do negócio.
         Aspectos intangíveis como os valores, a ética e a reputação intrínseca à marca, passam a se destacar nesse cenário com diferenciais para a sociedade que, cada vez mais, busca escolher produtos e serviços que possuem esses atributos. Além disso, segundo a Bovespa, investidores procuram empresas responsáveis e sustentáveis para investir seus recursos, pois consideram que a prática gera valor no longo prazo para os acionistas, já que essas empresas são mais preparadas para correr riscos do ponto de vista social, ambiental e econômico.
         Dessa forma, ser sustentável pressupõe uma relação mais profunda, que ultrapassa os aspectos técnicos. Ser sustentável é ter como objetivo o equilíbrio das ações ambientais, sociais e econômicas, levando em consideração aspectos individuais como sentimentos, visões de mundo e experiências como cultura, educação, interações sociais e comportamentos daqueles que estão à frente dos negócios, os líderes.
         No dia 27 de junho, teremos em Belo Horizonte um evento que discutirá justamente a importância das organizações estimularem o comportamento sustentável em todas as instâncias: o Workshop Comportamento Sustentável. O objetivo é propor trocas de experiências e potenciais para que empresários, líderes de projetos e gestores de pessoas atuem como facilitadores de um processo de conscientização coletiva, no qual a sustentabilidade permeie as ações com foco no desenvolvimento.
         É preciso estimular os líderes a desenvolverem atitudes sustentáveis de impacto dentro e fora das organizações, por meio de exemplos, projetos e estratégias de negócios. Se queremos mudar o rumo de nossa história, a mudança de comportamento deve ser o primeiro passo.”.

(JÚNIA F. CARVALHO. Professora de sustentabilidade e ética nos negócios, gestora de projetos da Oito e idealizadora do Workshop Comportamento Sustentável, em artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 9 de junho de 2017, caderno OPINIÃO, página 7).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de artigo publicado no mesmo veículo, edição de 15 de junho de 2017, mesmo caderno e página, de autoria de RONALDO MOTA, reitor da Universidade Estácio de Sá, e que merece igualmente integral transcrição:

“Herança educacional perversa
        Educação é uma das mais relevantes e eficientes ferramentas para a promoção de oportunidades de ascensão social. Porém, educação não é um instrumento neutro; ao contrário, por ser tão eficaz, ela funciona, em certas circunstâncias, cumprindo também o papel oposto, ou seja, o perverso aumento das desigualdades e a cristalização da exclusão.
         Os tempos mudaram e certos conceitos ficaram para trás. Fácil perceber que os títulos de nobreza, muitos deles hereditários, têm bem menos relevância atualmente do que desfrutavam antigamente. Mais recentemente, as camadas mais esclarecidas e privilegiadas, progressivamente, percebem que há algo mais importante do que simplesmente deixar riquezas materiais aos seus herdeiros. Trata-se, principalmente, de proporcionar às crianças e aos jovens capacitação intelectual diferenciada, incluindo todas as formas de competências e habilidades, tal que lhes permitam competir em condições favoráveis quando adultos.
         Ainda que em si elogiável e coerente tal atitude, interessante observar que, em consequência, remete ao poder público e à sociedade em geral um desafio complexo e sofisticado. Aquilo que os pais decidem fazer com seus recursos, dentro dos limites apropriados, é de competência exclusiva deles e optar por investir em educação é legítimo e elogiável. No Brasil, dados disponíveis mostram claramente que a máxima correlação entre os aprovados nos vestibulares mais concorridos está associada, mais do que à renda familiar, à escolaridade dos pais. Ou seja, pais escolarizados tendem, o que é natural, a ter mais preocupação com o tema e propiciam, direta ou indiretamente, um contato doméstico com letramentos preliminares, acessos a leituras e demais suportes complementares. Ao Estado cabe decifrar o contexto e implementar políticas públicas compatíveis que viabilizem procurar igualar oportunidades.
         Na China, na província de Xangai, escolas particulares para selecionar seus alunos realizam testes com os respectivos pais e avós, fazendo dos passados educacionais e profissionais deles critérios para aceitação de seus filhos. Nas mesma medida em que a desigualdade de renda cresce, os pais da emergente classe média chinesa abandonam as escolas públicas à procura de diferenciais que permitam angariar vantagens aos seus filhos. Neste caso, educação projetada para atuar em direção à igualdade de oportunidades e aumento de mobilidade social funciona como cristalização de diferenças e, eventual, eternização de desigualdades.
         O drama maior, seja no Brasil ou na China, não é a oportunidade de boa educação aos filhos dos mais ricos ou escolarizados, mas sim a insuficiente qualidade da educação reservada aos menos favorecidos, resultando, na prática, numa gigantesca perda de talentos. Como consequência, ao desperdiçar talentos, a capacidade global da sociedade, em termos de desenvolvimento social, econômico e ambiental, é afetada negativamente. O que podemos estar aceitando é introduzir em nível cada vez mais forte de artificialidade em um processo que deveria, em princípio, ser baseado em maximizar as potencialidades de todos. Os futuros cidadãos e profissionais estariam largando de bases muito desiguais na infância, permitindo aos felizardos que, mesmo com menos talento, possam sobrepujar aos demais, eventualmente capacitados, porém, excluídos antes da partida começar.
         A nobreza perdeu privilégios, fruto das revoluções republicanas. As democracias recentes impuseram ao domínio simples do capital algumas derrotas, expressas por importantes conquistas sociais. Claramente não havia correlação direta entre nobreza e riqueza com talento, portanto, aquelas perdas foram reconhecidas como justos avanços e ganhos de produtividade. A versão contemporânea dos títulos de nobreza ou da riqueza de bens materiais é o papel reservado à escolaridade dos pais. Fenômeno este que se torna mais evidente quando a maioria deles viveu, quando jovens, em sociedades, a exemplo de Brasil e China, com relativamente baixo acesso à educação.
         O enfrentamento positivo deste tema é muito complexo e não há medida isolada que dê conta do enigma. A utilização intensa e adequada das tecnologias que as tecnologias digitais propiciam de acesso pleno, instantâneo e gratuito ao conhecimento, certamente, faz parte do conjunto de soluções. Cabe ao poder público e às demais iniciativas da sociedade, em seus planos de conjugar qualidade e quantidade, saberem decifrar este sofisticado e urgente desafio.”.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, civilizadas, soberanas, democráticas e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:
a)     a excelência educacional – pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas, gerando o pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional (enfim, 125 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade...);
b)    o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em abril/2017 a ainda estratosférica marca de 422,46% nos últimos  doze meses, e a taxa de juros do cheque especial registrou históricos 328,3%; e já o IPCA também no acumulado dos últimos doze meses, em maio, chegou a 3,60%); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade  –  “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis prejuízos e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 516 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, a falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;
c)     a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2017, apenas segundo o Orçamento Geral da União, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1,722 trilhão, a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão de R$ 946,4 bilhões), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega:
- pagar, sim, até o último centavo;
- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”).

Isto posto, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela excelência educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, solidária e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo do direito, da justiça, da verdade, do diálogo, da liberdade, da paz, da solidariedade, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”

- 55 anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2016) ...

- Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...
- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas...
- Por uma Nova Política Brasileira...  
        
 





sexta-feira, 28 de abril de 2017

A EXCELÊNCIA EDUCACIONAL, OS DESAFIOS DA QUALIFICAÇÃO DA ESCOLA E A PEDAGOGIA DO COMBATE À CORRUPÇÃO NA SUSTENTABILIDADE

“Pensar a escola
        Por muito tempo a forma de se ensinar e de se aprender foi pautada por uma relação na qual o professor era o detentor e transmissor do conhecimento, e, ao aluno, cabia ser o receptor e agente passivo desse aprendizado. Esse quadro vem se alterando e as novas relações de aprendizado receberam uma ressignificação, na qual o aluno participa como agente ativo no processo de aprendizagem, aplicando os conhecimentos adquiridos na vida real. Neste contexto, o professor, em sala de aula, promove interação, participação e motivação de seus alunos, mediando e acompanhando o desenvolvimento deles e intervindo, quando necessário. Já os alunos passam a ter autonomia para conduzir suas ações, agindo com responsabilidade e com capacidade de usar seu senso crítico na construção do conhecimento.
         A incorporação de novas tecnologias da informação e comunicação, a utilização de projetos educacionais e a forma com que alunos e professores se relacionam em sala de aula são pontos essenciais no momento de se pensar a escola.
         Os aparatos tecnológicos inseridos em sala de aula proporcionam maior participação e interação dos estudantes por meio de aulas mais dinâmicas, além de estimulá-los na busca de novas informações que contribuirão no processo de ensino e aprendizagem. Os ambientes virtuais de aprendizagem têm permitido aos estudantes a troca de informações online, a construção de textos colaborativos e o desenvolvimento de atividades individuais e coletivas.
         Projetos educacionais interdisciplinares também têm se mostrado grandes aliados no desenvolvimento cognitivo do aluno. A inserção de distintas mídias e conteúdos curriculares diversificados possibilita a potencialização do trabalho colaborativo entre os estudantes. Isso só é possível porque esses projetos permitem maior integração com os conteúdos das diversas áreas por meio da utilização de diferentes recursos midiáticos e estratégias didáticas que contribuem para o aprendizado.
         Cabe aos professores manterem uma relação harmoniosa com seus alunos, de modo a serem facilitadores e agirem como mediadores do aprendizado deles, auxiliando-os na resolução de problemas e motivando-os na construção e aplicação do conhecimento. O que os jovens de hoje esperam é que a escola crie situações de aprendizagem que sejam interessantes, motivadoras, desafiadoras, atuais e que, sobretudo, utilize dos meios tecnológicos na proposição de atividades que promovam o interesse e o desejo do aluno em buscar mais conhecimentos.”.

(JOSÉ DE PÁDUA RIBEIRO. Professor da Escola de Formação Gerencial do Sebrae Minas, em artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 21 de abril de 2017, caderno OPINIÃO, página 7).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de artigo publicado no jornal FOLHA DE S.PAULO, mesma edição, caderno opinião, coluna  TENDÊNCIAS/DEBATES, página A3, de autoria de ROBERTO PORTO e ROBERTO BODINI, que são promotores de Justiça em São Paulo, integrantes do Grupo Especial de Delitos Econômicos – GEDEC, e que merece igualmente integral transcrição:

“Brasil e o combate à corrupção
        Em tempos de euforia diante dos avanços trazidos pela Lava Jato, cabe uma reflexão sobre o combate à corrupção no Brasil. As opiniões têm sido as mais diversas.
         De um lado, verificamos argumentos de que as operações realizadas pela equipe da Lava Jato fazem parte de um novo cenário jurídico, no qual se busca punição máxima para crimes de lesão máxima.
         Por outro lado, observamos aqueles que clamam pela ostentação dos suplícios dos investigados, em uma técnica que, segundo Michel Foucault, pode ser equiparada aos extremos de uma raiva sem lei. Estes não desejam saber da pena jurídica aplicada – reivindicam tomar parte da punição, sob a suspeita de que não se realize em toda a sua severidade. Não há dúvida de que a coexistência desses sentimentos antagônicos tem origem em algo bem diferente da prática judicial que vem sendo aplicada. Neste cenário ambíguo, a discussão deveria estar focada na ocorrência do crime de corrupção e sua causa.
         A heterogeneidade do debate demonstração/castigo passa longe da origem do problema. É certo que os castigos disciplinares possuem a função de corrigir os desvios, devendo, portanto, ser essencialmente corretivos.
         Para isso, deve o Estado, detentor da penalidade disciplinar, funcionar como parâmetro de comportamento, a partir de valores opostos definidos pela sociedade do bem e do mal, do lícito e do ilícito.
         Cabe aos órgãos públicos, em todas as esferas, ditar o padrão de comportamento a ser seguido pela sociedade, através de um sistema de aprendizado baseado na repetição da disciplina. E é aí que se encontra a origem do problema.
         O que permite ao Estado aplicar a penalidade disciplinar é a inobservância da regra, tudo o que se afasta dela, o desvio. Quando o próprio Estado não dá o exemplo, fugindo da regra por ele exigida, permite que outros assim também o façam.
         Segundo levantamento da Controladoria-Geral da União, mais de 50% dos municípios analisados quanto à implementação da Lei de Acesso à Informação tiraram nota zero. Já São Paulo, Curitiba, Brasília, João Pessoa e Recife obtiveram nota máxima em transparência.
         De acordo com dados divulgados pelo Conselho Nacional de Justiça, o índice de condenação em casos de corrupção no Brasil é muito baixo, na faixa de 31%. O tempo médio de tramitação desses casos está acima da meta estabelecida pelo CNJ, de no máximo dois anos.
         A reversão desse preocupante quadro requer prioridade. Precisa-se, antes de tudo, reconhecer que pouco sabemos da origem do problema.
         As organizações criminosas que atuam dentro e fora do aparato governamental brasileiro são parte de um mundo em si. É fundamental conhecer de forma sistemática os diversos mecanismos que regem as relações desses criminosos.
         Assim como impedir que, uma vez presos, continuem a exercer comando dentro da organização. Sabe-se que as prisões brasileiras perderam o seu papel de aparelho transformador de indivíduos.
         Sem o controle da corrupção estatal, da má administração do dinheiro público, da inaplicação de mecanismos de transparência ativa, combater a corrupção é tarefa das mais difíceis.
         O sucesso do poder disciplinar, exercido pelo Estado, pressupõe algo aparentemente simples, básico – o cumprimento das regras por ele estabelecidas, a fim de que cada indivíduo da sociedade possa distinguir claramente as ações criminosas das ações virtuosas.
         Um Estado disciplinado é a base de um gesto eficiente. É a partir do bom exemplo que se opera a transformação dos indivíduos.
         Só assim teremos um consenso mais nítido a respeito do poder de punir e da responsabilização sistemática e enérgica dos criminosos da corrupção.”.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, civilizadas, soberanas, democráticas e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:
a)     a excelência educacional – pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas, gerando o pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional (enfim, 125 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da civilidade, da democracia, da participação, da sustentabilidade...);
b)    o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em março/2017 a ainda estratosférica marca de 490,3% nos últimos  doze meses, e a taxa de juros do cheque especial registrou históricos 328,0%; e já o IPCA também no acumulado dos últimos doze meses, chegou a 4,57%); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade  –  “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis prejuízos e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 516 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, a falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;
c)     a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2017, apenas segundo o Orçamento Geral da União, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1,722 trilhão, a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão de R$ 946,4 bilhões), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega:
- pagar, sim, até o último centavo;
- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”);

Destarte, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela excelência educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo do direito, da justiça, da verdade, do diálogo, da liberdade, da paz, da solidariedade, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”

- 55 anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2016) ...

- Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...
- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas...
- Por uma Nova Política Brasileira...  
        
 
 



quinta-feira, 5 de fevereiro de 2015

A CIDADANIA, AS NOVAS TECNOLOGIAS NA EDUCAÇÃO E A FORÇA DO BEM

“Nova tendência na educação
        Nos últimos anos, o acesso à informação, que já havia sido facilitado pela massificação da internet, está, literalmente, nas mãos dos alunos por meio das tecnologias móveis (tablets, smartphones, entre outros). Essa nova variável do mercado – mobilidade informacional – revolucionou não apenas o cotidiano das pessoas, mas também da educação, criando novas formas de produzir conhecimento no ambiente escolar. As novas tecnologias permitem o acesso e o compartilhamento de informações e conhecimento em qualquer momento e em qualquer lugar, possibilitando que todos sejam protagonistas na produção de conteúdo.
         Nesse cenário, a tendência e, por que não dizer, o desafio da educação é se modernizar. O modelo do processo ensino-aprendizagem, no qual temos a figura do professor como único detentor do conhecimento, e os alunos como espectadores passivos de suas aulas, será cada vez mais raro nas escolas. O conhecimento, agora, deve ser passado pela interatividade entre professor, aluno e o meio, ou seja, o cenário externo à sala de aula também faz parte da dinamicidade desse contexto, representando, no processo ensino-aprendizagem, um fator enriquecedor para a geração e consolidação do conhecimento. A educação deve acompanhar os hábitos de comunicação e relacionamento, em que o conhecimento também é adquirido e compartilhado, ou ela se afastará da realidade dos alunos. Seguramente a tecnologia estará cada vez mais inserida no ambiente escolar e nossos conteúdos acadêmicos, obrigatoriamente, estarão em ambientes digitais, de construção coletiva, integrando alunos, educadores, família e comunidade. Nesse contexto, os espaços físicos também podem e devem contribuir para essa evolução na educação. É crescente a demanda por espaços inovadores que possibilitem o desenvolvimento da criatividade e a aplicação do conhecimento, modernizando e até mesmo ampliando o conceito de sala de aula. Ambientes de coworking, trabalhos em grupos, espaços informais, que promovam o diálogo e a troca de experiências, serão cada vez mais úteis e necessários. O aluno, foco do processo educativo, agora se posiciona como autor do seu processo de aprendizagem, fazendo suas próprias escolhas. Nós, educadores e instituições de ensino, não somos mais os detentores absolutos do conhecimento. O nosso maior desafio é conseguirmos nos reposicionar como agentes desse processo, atuando como mediadores entre o aluno e a construção do conhecimento, facilitando o desenvolvimento de competências para a vida.
         O caminho para esse reposicionamento passa pela significância daquilo que fazemos e lecionamos. O conhecimento deve dar embasamento teórico e ferramental para os alunos seguirem o seu caminho. Somente assim, em um ambiente estruturado e constantemente aberto ao diálogo, tendo o professor como mediador e os alunos como sujeitos ativos do processo de aprendizagem, conseguiremos construir o conhecimento de forma coletiva, instigante e inovadora. Essa abordagem ratifica o papel social da escola, num ambiente dinâmico e contemporâneo, de formar cidadãos dotados de atitudes que os permitam contribuir para a transformação da sociedade, gerando conhecimento com o propósito do bem comum.”

(LEONARDO MEDINA. Diretor da Escola de Formação Gerencial (EFG-BH) do Sebrae Minas, graduado em administração e pós-graduado em gestão estratégica de negócios, em artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 4 de fevereiro de 2015, caderno OPINIÃO, página 7).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Cidadania e Qualidade vem de artigo publicado no mesmo veículo, edição de 30 de janeiro de 2015, mesmo caderno e página, de autoria de DOM WALMOR OLIVEIRA DE AZEVEDO, arcebispo metropolitano de Belo Horizonte, e que merece igualmente integral transcrição:

“Vencer o mal pelo bem
        O crescente processo de desumanização que atinge a sociedade contemporânea é assustador. Tem origem diversa – da violência à indiferença, da corrupção ao conformismo com situações aviltantes da dignidade humana. Debelar o avanço dessa desumanização deve ser preocupação cidadã. O papa Francisco, na Exortação Apostólica Alegria do Evangelho, adverte sobre o risco de atingirmos níveis irreversíveis desse processo. Por isso mesmo, não se pode simplesmente constatar, lamentar ou defender-se de maneira egoísta e mesquinha de suas consequências. Ora, se o medo e o desespero tomam conta do coração das pessoas, compromete-se, gravemente, a vivência da fraternidade. Com isso, a humanidade se distancia do compromisso com a solidariedade, eficaz remédio para redesenhar os cenários de injustiça que escravizam tantas pessoas.
         Para mudar essa realidade, são importantes as complexas estratégias no âmbito da segurança pública, dos reajustes de funcionamentos e em outros tipos variados de dinâmicas, pois o descontrole, gradativamente, toma conta de tudo. No entanto, embora fundamentais, essas estratégias não são suficientes. Estatísticas diversas comprovam que a sociedade convive com um excesso de incivilidades, consequência do processo de desumanização. Processo alimentado pelo desejo sem limites de apossar-se das coisas e pela busca irracional do prazer. São impulsos que viciam e impedem as grandes conquistas. As maiores vitórias, para serem alcançadas, requerem sacrifício ou esforço maior. Muitas vezes, exigem que se reparta e se ofereça o tempo e as próprias posses para quem não os tem.
         As instituições religiosas, educacionais, particularmente a família, os ambientes variados de trabalho, também os de entretenimento e lazer, precisam readotar princípios simples, com força educativa e incidente na vida de cada pessoa. Somente assim é possível estabelecer um contraponto à desumanização que faz multiplicar a violência. Entre esses princípios, está um de grande alcance e significativa força educativa. “Não te deixes vencer pelo mal, vence antes o mal com o bem”, exortação de São Paulo na Carta aos Romanos. A adoção séria deste princípio, incidindo nos contextos comuns da vida, poderá transformar as relações entre as pessoas. Só o bem derrota o mal, em sua longa batalha que inclui o apreço pela fraternidade, em lugar das guerras; adoção de atitudes simples e generosas, em vez de mesquinharias e fofocas.
         O bem como princípio é vetor determinante na promoção da paz. Nesse horizonte, é necessário redobrar a atenção e analisar as tragédias provocadas pelo mal, que se alastra com muita facilidade. Suas raízes precisam ser conhecidas e extirpadas. Nessa tarefa, fundamental é refletir sobre a liberdade humana, que é um bem, mas, não raramente, torna-se porta de entrada para o mal que dizima vidas, destrói projetos e prejudica as relações. A experiência maravilhosa da liberdade não pode ser pautada apenas pelos critérios e interesses políticos ou sociais. É preciso incluir a fonte indispensável da ética, que inspira condutas orientadas pelo bem.
         Há uma gramática da lei moral que encanta o coração para viver de modo amoroso e, consequentemente, convencer-se de que é necessário vencer o mal pelo bem. Essa gramática da lei moral é o amor único, capaz de iluminar para além da inteligência, de encontrar motivos maiores que os oferecidos pela razão e de conseguir ver além dos limites e estreitezas do humano. Capacita todos para enxergar a dignidade fascinante de cada pessoa, merecedora de todo respeito, deferência e cuidado.
         Investir mais na aprendizagem da gramática da lei moral é urgente. Trata-se de experimentar o amor fraterno e solidário, edificando em cada pessoa uma interioridade que a torne sensível aos mais pobres, comprometida com o bem dos sofredores e a promoção da justiça. Não basta, pois, a sofisticação de aparatos externos que, por si só, são insuficientes para mudar quadros trágicos mundo afora, incluindo aqueles nos quais estamos inseridos. Os cenários que afligem serão redesenhados com a gramática da lei moral, com a força do amor, na medida em que for aprendido e vivenciado o princípio de que se deve sempre vencer o mal pelo bem.”

Eis, pois, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, civilizadas, soberanas, democráticas e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:

     a)     a educação – universal e de qualidade –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas;

     b)    o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade  –  “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis prejuízos e comprometimentos de vária ordem; III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, e diante de novas facetas, a agudíssima crise da dupla falta – de água e de energia elétrica...);

     c)     a dívida pública brasileira, com projeção para 2015, segundo a proposta do Orçamento Geral da União, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1,356 trilhão, a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (apenas com esta rubrica, previsão de R$ 868 bilhões), a exigir imediata, abrangente, qualificada e eficaz auditoria...

Destarte, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela cidadania e qualidade, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos e que contemplam eventos como a Olimpíada de 2016; as obras do PAC e os projetos do Pré-Sal, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo da justiça, da liberdade, da paz, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

O BRASIL TEM JEITO!