quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

A CIDADANIA E A BUSCA DA QUALIDADE NA EDUCAÇÃO

“Tudo pela qualificação

A educação profissional é uma importante ferramenta para universalizar o acesso ao mercado de trabalho, tornando as pessoas aptas ao desenvolvimento rápido de uma função para aplicação no mundo profissional. Além de reduzir barreiras sociais, a qualificação é um ponto de partida para aqueles que desejam se inserir ou se recolocar no mundo do trabalho e, a partir daí, traçar um roteiro para se especializar e aprofundar conhecimentos. Com o cenário atual da economia, o crescimento do país e a chegada de novos eventos e oportunidades, a educação brasileira vê uma oportunidade de evolução. Estrategicamente, o Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac) está na linha de frente neste novo processo, com o respaldo de uma atuação que já foi convertida em mais de 50 milhões de atendimentos. No estado, pela atuação do Senac Minas, esse número já ultrapassa 6 milhões.

Além de contribuir para a transformação de um país mais justo, com oportunidades para todos, a instituição, que acaba de completar 65 anos, está pronta para as novas demandas, de modo a formar e capacitar trabalhadores e também promover a inclusão social. Isso porque o Senac Minas entende que a qualificação profissional é a porta de entrada para o universo do trabalho e, por essa razão, fundamental para o desenvolvimento em nível nacional. Ser agente disseminador do conhecimento para o setor do comércio de bens, serviços e turismo é um dos objetivos que tem orientado o trabalho do Senac, considerando-se que a instituição foi criada justamente para promover a educação profissional aos trabalhadores brasileiros. Com experiência, o Senac é referência nacional em mesas de discussões quando o assunto é a educação brasileira e, numa perspectiva de crescimento sustentável, o trabalho desenvolvido pela entidade é uma ferramenta diferenciada para colaborar para a produtividade e a formação de um mundo mais participativo.

O Senac Minas acredita que a qualificação é mais do que uma possibilidade de inserção no mercado de trabalho: é uma forma de contribuir para o exercício da cidadania, com respeito e dignidade. Por isso, a instituição realiza projetos e ações em parceria com empresas e outras entidades, visando à melhoria da qualidade de vida das pessoas e seu desenvolvimento por meio da atuação educacional. O Programa Senac de Gratuidade é mais um desafio para ampliar ainda mais o atendimento gratuito aos brasileiros de menor renda. Uma ação que direciona alunos que estejam cursando ou que já tenham concluído a educação básica e trabalhadores empregados ou desempregados. Com vagas gratuitas, é uma maneira de incluir e estender oportunidades de educação profissional, diminuindo as barreiras para o desenvolvimento social.

Ademais, essa trajetória de sucesso, iniciada em 10 de janeiro de 1946, pode ser acompanhada num ritmo de evolução. Em nome do desenvolvimento da sociedade, o Senac Minas, hoje, oferece cursos que vão da qualificação profissional à pós-graduação, como forma de promover o desenvolvimento de habilidades e incentivar a educação continuada. Com a estratégia linha de itinerários formativos, a instituição disponibiliza um roteiro de aprendizagem para que o aluno possa, ao longo dos estudos, se encaminhar para a formação nos níveis subsequentes. Como resultado, o Senac Minas atendeu, em 2010, mais 200 mil alunos. Por sua experiência, o Senac Minas entende que princípios e valores éticos, agregados a um potencial planejamento estratégico, podem converter um futuro de possibilidades em um presente real e multiplicador. Parte da história do Brasil, servindo de modelo para uma proposta de ensino profissionalizante, com espaço para a educação continuada, a instituição segue pela prestação de serviços de qualidade a futuros profissionais, empresários e seus colaboradores. Nesse contexto, cabe reforçar: a chave está na educação.”
(JOSÉ CARLOS CIRILO DA SILVA, Diretor regional interino do Senac Minas, em artigo publicado no Jornal ESTADO DE MINAS, edição de 12 de janeiro de 2011, Caderno OPINIÃO, página, 11).

Mais uma IMPORTANTE e também PEDAGÓGICA contribuição para o nosso trabalho de MOBILIZAÇÃO PARA A CIDADANIA E QUALIDADE vem de artigo publicado no mesmo veículo, edição de 13 de janeiro de 2011, Caderno CULTURA, página 8, de autoria de FREI BETTO, que é escritor, autor de Alfabeto – Autobiografia escolar (Ática), entre outros livros. www.freibetto.org – twitter: @freibetto, e que merece igualmente INTEGRAL transcrição:

“Educação: da quantidade à qualidade

A presidente Dilma promete priorizar a educação. No Brasil, apenas 10% da população concluíram o ensino superior; 23% o médio, e 36% não terminaram o fundamental. O ministro Fernando Haddad se compromete a adotar tempo integral no ensino médio, combinando atividades curriculares com aprendizado profissionalizante.

São promessas às quais se soma a de aplicar 7% do Produto Interno Bruto (PIB) na educação (hoje, apenas 5,2%, cerca de R$ 70 bilhões).

O governo Lula avançou muito na área: criou 14 universidades públicas e mais de 130 expansões universitárias; a Universidade Aberta do Brasil (ensino a distância), cuja qualidade é discutível; construiu mais de 100 câmpus universitários pelo interior do país; criou e/ou ampliou escolas técnicas e institutos federais e, por meio do Programa Universidade para Todos (ProUni), possibilitou a mais de 700 mil jovens o acesso ao ensino superior.

Outro avanço é a universalização do ensino fundamental, no qual se encontram matriculados 98% dos brasileiros de 7 a 14 anos. Porém, quantidade não significa qualidade. Ainda há muito a fazer. Estão fora da escola 15% dos jovens entre 15 e 17 anos. Ao desinteresse, principal motivo, alinham-se a premência de trabalhar e a dificuldade de acesso à escola.

Tomara que a proposta de tempo integral do ministro Haddad se torne realidade. Nos países desenvolvidos os alunos permanecem na escola, em média, oito horas por dia. No Brasil, quatro horas e meia. Pesquisas indicam que, em casa, passam o mesmo tempo diante da TV e/ou do computador. Nada contra, exceto o risco de obesidade precoce. Mas como seria bom se a TV emitisse mais cultura e menos entretenimento e se na internet fossem acessados conteúdos mais educativos!

Os estudantes brasileiros leem 7,2 livros por ano, dos quais 5,5 são didáticos ou indicados pela escola. Apenas 1,7 livro por escolha própria. E 46% dos estudantes não frequentam bibliotecas.

No Programa Internacional de Avaliação de Alunos 2009 (Pisa), aplicado em 65 países, o Brasil ficou em 53% lugar. Na escala de 1 a 800 pontos, nosso país alcançou 401. No quesito leitura, 49% de nossos alunos mereceram nível 1 (1 equivale a conhecimento rudimentar e 6 ao mais complexo). Nível 1 também para 69% de nossos alunos em matemática e para 54% em ciências.

O Pisa é aplicado em alunos(as) de 15 anos. Nas provas de matemática e leitura, apenas 20 alunos (0,1%), dos 20 mil testados, alcançaram o nível 6 em leitura e matemática. Em ciências, nenhum. No conjunto, é em matemática que nossos alunos estão mais atrasados: 386 pontos (o máximo são 800). O Ministério da Educação apostava atingirem 395. Na leitura, nossos alunos fizeram 412 pontos, e em ciências 405.

Estamos tão atrasados que o Plano Nacional de Educação prevê o Brasil alcançar, no Pisa, 477 pontos em 2021. Em 2009, a Lituânia alcançou 479; a Itália 486; os Estados Unidos 496; a Polônia 501; o Japão 529; e a China, campeã, 577.

Nos países mais desenvolvidos, 50% do tempo de instrução obrigatório aos alunos de 9 a 11 anos e 40% do tempo para os alunos de 12 a 14 anos é ocupado com ciências, matemática, literatura e redação. E, no ensino fundamental, não se admitem mais de 20 alunos por classe.

Onde está o nosso tendão de aquiles: Na falta de investimentos – em qualificação de professores, plano de carreira, equipamentos nas escolas (informática, laboratório, biblioteca, infra desportiva etc.)

Análise de 39 países, feita pela Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) em 2010, revela que o investimento do Brasil em educação corresponde a apenas 1/5 do que os países desenvolvidos desembolsam para o setor. EUA, Reino Unido, Japão, Áustria, Itália e Dinamarca investem US$ 94.589 (cerca de R$ 160 mil) por aluno no decorrer de todo o ciclo fundamental. O Brasil investe apenas US$ 19.516 (cerca de R$ 33 mil).

Embora a Organização Mundial do Comércio (OMC) tenha insinuado retirar a educação da condição de dever do Estado e direito do cidadão e transformá-la em simples negócio – ao que o governo Lula se contrapôs decididamente –, os 5,2% do PIB que nosso país aplica na educação são insuficientes. O que favorece a multiplicação de escolas e universidades particulares de duvidosa qualidade. Entre os países mais ricos, derivam do poder público 90% do investimento em ensinos fundamental e médio.

Ainda convivemos com cerca de 14 milhões de analfabetos com 15 anos ou mais. Sem contar os analfabetos funcionais. Dos 135 milhões de eleitores em 2010, 27 milhões não sabiam ler nem escrever. Faltou ao governo Lula um plano eficiente de alfabetização de jovens e adultos.

Tomara que Dilma cumpra a promessa de criar 6 mil creches e o Ministério da Educação se convença de que alfabetização de jovens e adultos não se faz apenas com dedicados voluntários. É preciso magistério capacitado, qualificado e bem remunerado.

Todos gostariam que seus filhos tivessem ótimos professores. Mas quem sonha em ver o filho professor? Na Coreia do Sul, onde são tão bem remunerados quanto médicos e advogados, e socialmente prestigiados, todos conhecem o provérbio: “Jamais pise na sombra de um professor”.”

Eis, pois, mais RICAS e PROFUNDAS PONDERAÇÕES e REFLEXÕES que acenam para a IMPOSTERGÁVEL indicação da EDUCAÇÃO como PRIORIDADE ABSOLUTA, e seus peculiares DESAFIOS, que nos MOTIVAM e nos FORTALECEM nesta grande CRUZADA NACIONAL pela CIDADANIA E QUALIDADE, visando à construção de uma NAÇÃO verdadeiramente JUSTA, ÉTICA, EDUCADA, QUALIFICADA, LIVRE, DESENVOLVIDA e SOLIDÁRIA, que permita a PARTILHA de suas EXTRAORDINÁRIAS RIQUEZAS e POTENCIALIDADES com TODOS os BRASILEIROS e com TODAS as BRASILEIRAS, especialmente no horizonte de INVESTIMENTOS BILIONÁRIOS previstos para eventos como a COPA DO MUNDO DE 2014, a OLIMPÍADA DE 2016 e os projetos do PRÉ-SAL, segundo as exigências do SÉCULO XXI, da era da GLOBALIZAÇÃO, da INFORMAÇÃO, do CONHECIMENTO, das NOVAS TECNOLOGIAS, da SUSTENTABILIDADE e de um mundo da PAZ e FRATERNIDADE UNIVERSAL...

Este é o nosso SONHO, o nosso AMOR, a nossa LUTA, a nossa FÉ e a nossa ESPERANÇA!...

O BRASIL TEM JEITO!...

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