segunda-feira, 4 de julho de 2011

A CIDADANIA, O CUSTO DO DINHEIRO E UM VERÃO NADA ENSOLARADO

 “CUSTO DO DINHEIRO

Desembolsos do governo superaram a arrecadação e rombo nas contas públicas alcança R$ 35,9 bi no acumulado do ano

Mais de R$ 100 bi para pagar juros

Brasília – O governo nunca pagou tanto em juros da dívida pública como neste ano. Em apenas cinco meses foram R$ 100,7 bilhões, o equivalente a pouco mais de R$ 1 bilhão por dia útil – volume recorde para o período. Tamanha fortuna é a conta da farra fiscal promovida até o ano passado para eleger a presidente Dilma Rousseff, quando se fez necessário desembolsar mais do que se tinha em caixa. Soma-se ainda a essa fatura o corte de gastos realizado em 2011 pelo ministro da Fazenda Guido Mantega.

O superávit primário (economia para pagar os juros da dívida) tão celebrado por Mantega por chegado em maio a 4,03% do Produto Interno Bruto (PIB) nada mais é, na visão de especialistas, do que gordura extra – uma economia que só foi possível graças a uma superarrecadação. Ainda que o país tenha guardado R$ 64,8 bilhões até agora, esse valor ainda é insuficiente para fazer frente aos juros devidos, cujos desembolsos até maio já representam duas vezes mais o volume de despesas que vai passar pela navalha da Fazenda, de R$ 50 bilhões.

Como o governo não estanca a sangria de recursos para custeio da máquina administrativa – entre janeiro e maio, as despesas apenas com os servidores avançaram 11,2% -, os desembolsos para cobrir os juros mais uma vez superaram a arrecadação, e o rombo nas contas públicas alcançou, no acumulado do ano, R$ 35,9 bilhões.

Para Túlio Maciel, chefe do Departamento Econômico do Banco Central (BC), não é relevante a qualidade da economia feita pelo governo, apenas o montante que está deixando de ingressar na economia. “O que importa é o efeito sobre a demanda”, amenizou. Fernando Motero, economista-chefe da Convenção Corretora, concorda que haverá algum impacto sobre o consumo, entretanto, classifica a economia realizada pelo governo como “péssima”. Está-se fazendo o ajuste que é possível. Ele é de qualidade ruim e de efeito transitório”, argumentou. “Como o governo não se preparou para isso e até o ano passado estava empenhado em gastar tudo o que podia, infelizmente não há outro tipo de superávit a ser feito”, criticou.

Toda essa gastança do governo tem elevado cada vez mais a dívida pública e, consequentemente, exigido mais desembolsos com juros. Essa conta também é engordada pelos encargos pagos pelo Tesouro sobre os títulos emitidos para capitalizar o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), cujo montante totalizou R$ 250 bilhões nos últimos dois anos. “A dívida pública como um todo não para de aumentar e, como o governo teve de subir a taxa básica de juros (Selic) para conter a inflação, os desembolsos com juros subiram muito”, justificou José Góes, analista da WinTrade Home Broker.

META DE INFLAÇÃO MANTIDA O Conselho Monetário Nacional (CMN) decidiu ontem fixar a meta de inflação de 2013 em 4,5% com uma margem de tolerância de dois pontos percentuais para cima ou para baixo. O CMN confirmou a meta do ano que vem em 4,5%, com o mesmo intervalo de variação. O governo já tinha dado sinais de que manteria pelo nono ano consecutivo o alvo de 4,5% para o BC perseguir.”
(VICTOR MARTINS, em reportagem publicada no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 1º de julho de 2011, no Caderno ECONOMIA, página 17).

Mais uma IMPORTANTE E OPORTUNA contribuição para o nosso trabalho de MOBILIZAÇÃO PARA A CIDADANIA E QUALIDADE vem de matéria publicada na Revista CartaCapital, edição de 29 de junho de 2011, ANO XVI Nº 652, coluna Nosso Mundo, páginas 48 e 49, sob licença, e em tradução do The Economist, cujo artigo original, em inglês, pode ser encontrado em www.economist.com, que merece INTEGRAL transcrição:

“Um verão nada ensolarado

O VERÃO CHEGOU aos grandes centros financeiros do mundo, mas o clima não está nada ensolarado. Os preços das ações caem há semanas em reação a notícias econômicas sombrias. A produção industrial desacelerou em todo o mundo. Os consumidores tornaram-se mais cautelosos. Nos Estado Unidos, virtualmente todas as estatísticas caíram, dos preços das residências ao crescimento dos empregos. Houve certo alívio no início desta semana, mas só porque alguns números sobre as vendas americanas no varejo e a produção industrial chinesa não foram tão terríveis quanto se previa.

Globalmente, o crescimento está em seu ponto mais fraco desde o início da recuperação, há quase dois anos. A moleza de hoje é apenas um trecho enlameado, ou a recuperação global está começando a derreter?

Os motivos dessa fase sugerem que deve ser temporária. Primeiro, o tsunami no Japão fez seu despencar e interrompeu as cadeias de fornecimento e, portanto, a produção industrial em todo o mundo, especialmente em abril. Mas, assim como esse declínio aparece nas estatísticas econômicas, evidências mais voltadas para o futuro indicam uma recuperação. As agendas de produção de verão das automobilísticas americanas, por exemplo, indicam que o ritmo do crescimento anual do PIB lá vai acelerar em ao menos 1 ponto percentual.

Segundo, a demanda foi prejudicada por um súbito aumento dos preços do petróleo no início deste ano. Mais renda tem sido transferida de consumidores sem dinheiro nos países importadores de petróleo para produtores que tendem a se sentar sobre seus tesouros. O combustível mais caro abalou a confiança do consumidor, especialmente nos Estados Unidos, sedentos por gasolina. E ainda existe a possibilidade desconfortável de que novas instabilidades no mundo árabe façam o preço disparar novamente. Ao menos por agora, a pressão tem se atenuado. O preço médio do combustível nos Estados Unidos, embora ainda 21% mais alto que no início do ano, começou a cair. Isso deverá reforçar o moral dos consumidores (e seus gastos).

Terceiro, muitas economias emergentes endureceram a política monetária em reação à inflação alta. A inflação dos preços ao consumidor na China acelerou para 5,5% no ano até maio. Os preços no atacado na Índia saltaram 9,1%. O crescimento mais lento é em parte um sinal bem-vindo de que seus bancos centrais tomaram medidas e que essas começam a funcionar. Não há evidências de que eles tenham ido longe demais, mesmo na China, onde as preocupações sobre derrubar a economia com um soco são mais fortes. O maior risco é que o nervosismo sobre o enfraquecimento da economia mundial leve a uma pausa prematura no arrocho. Com condições monetárias ainda extraordinariamente frouxas, essa perda de decisão tornaria mais provável um aumento da inflação e uma eventual quebra.

Um período de crescimento pode ser exatamente o que a maioria dos mercados emergentes precisa, mas é a última coisa que qualquer economia avançada quer no momento. A recuperação no mundo rico é fraca e vulnerável, como tendem a ser as recuperações depois de recessões de equilíbrio de balanço. Esse período é especialmente perigoso, porque coincide ao mesmo tempo com um afastamento do estímulo fiscal e monetário e com um surto de arriscadas manobras políticas dos dois lados do Atlântico.

A mudança na situação de estímulo está bem avançada. Diante de uma lentidão semelhante em 2010, o Federal Reserve dos Estados Unidos prometeu estimular a economia com uma segunda rodada de facilicitação quantitativa: imprimir dinheiro para comprar títulos do governo. Mas o último período de facilitação chega ao fim neste mês e o Fed deixou claro que não pretende ampliá-lo. O Banco Central Europeu (BCE), enquanto isso, prepara-se para elevar sua taxa de juros novamente em julho. O arrocho orçamentário em toda a Europa intensifica-se, e até nos Estados Unidos o estímulo fiscal poderá lugar à austeridade.

Algumas dessas decisões políticas estão certas. Com a taxa de inflação subjacente nos Estados Unidos não mais desconfortavelmente baixa e declinando, faz sentido para o Fed abster-se, por enquanto, de outra rodada de afrouxamento. E, no lado fiscal, o país pode, provavelmente, continuar sem novos estímulos. Outras decisões não estão certas. Na Zona do Euro, onde há poucas evidências de inflação salarial e extrema fraqueza nas economias periféricas, o BCE não deve aumentar os juros. Nos Estados Unidos, o maior perigo é que a disputa entre os partidos políticos sobre o déficit nacional a médio prazo leve a um corte de gastos a curto prazo, que é exatamente do que o país precisa neste momento.

A atual batalha sobre aumentar o teto da dívida do governo federal é impelida não por uma cuidadosa avaliação da economia, mas por ideologias e manobras arriscadas. Os democratas se recusam a considerar reformas de gastos sérias. Os republicanos rejeitam impostos mais altos. Muitas figuras do Tea Party preferiam ver o governo americano entrar em moratória a comprometer os gastos. O resultado é um impasse arriscado, e um perigo crescente de que a América tenha de se aplicar cortes de gastos drásticos no curto prazo, ou até mesmo seja forçada a uma moratória técnica.

Uma dinâmica paralela desenrola-se na Zona do Euro, onde o debate sobre como lidar com a crise da dívida grega caiu em um impasse de altas consequências, entre a Alemanha, que quer que as maturidades dos títulos gregos sejam ampliadas, e o BCE, que resiste a qualquer reestruturação da dívida. A esperança ainda é que os líderes europeus encontrem um compromisso para salvar a face na cúpula dos dias 23 e 24 de junho. Mas, quanto mais continuar o confronto, maior o risco de acidente: uma moratória grega caótica e a saída do euro.

Essas perigosas manobras políticas também poderiam ter um efeito danoso ao gerar incerteza. As empresas estão atualmente sentadas sobre pilhas de dinheiro, porque se perguntam qual será a força do crescimento econômico. Os políticos dão-lhes mais razão para sentar-se sem fazer nada, em vez de investir e contratar imediatamente, fornecendo um reforço de que a economia mundial tanto precisa.

Existe um risco real de que a estupidez dos políticos possa levar ao desastre. As probabilidades de uma catástrofe, um duro arrocho financeiro nos Estados Unidos ou uma quebra na Zona do Euro talvez não sejam altas, mas tampouco são desprezíveis. Embora a lógica econômica sugira que a economia mundial apenas passe por um momento difícil, os políticos em discórdia poderão facilmente transformá-lo em uma fusão total”.
(2010 The Economist Newspaper Limited. Todos os direitos reservados).

Eis, pois, mais SÉRIAS e CONDUNTENTES abordagens e REFLEXÕES acerca dos rumos que a ECONOMIA mundial toma, exigindo COMPETENTES e PRONTAS intervenções quer GOVERNAMENTAIS, quer da SOCIEDADE...

Assim, mais uma vez, estamos diante da URGENTE e IMPOSTERGÁVEL necessidade de PROBLEMATIZARMOS, de modo muito ESPECIAL, questões CRUCIAIS que se ENTRELAÇAM:

a) a INFLAÇÃO;

b) a CORRUPÇÃO;

c) o DESPERDÍCIO;

d) a DÍVIDA PÚBLICA BRASILEIRA.

São, de modo muito claro, RALOS do sagrado DINHEIRO PÚBLICO que SANGRAM a nossa ECONOMIA, MINAM nossa capacidade de INVESTIMENTO e POUPANÇA e, entre outros TRANSTORNOS, afetam a PAZ SOCIAL e a CONFIANÇA, a SEGURANÇA e a ESPERANÇA de dias melhores e permanente BEM-ESTAR...

Mas NADA, NADA mesmo, ARREFECE e ABATE o nosso ÂNIMO e o nosso ENTUSIASMO nesta grande CRUZADA NACIONAL pela CIDADANIA e QUALIDADE, visando à construção de uma NAÇÃO verdadeiramente JUSTA, ÉTICA, EDUCADA, QUALIFICADA, LIVRE, DESENVOLVIDA e SOLIDÁRIA, que permita a PARTILHA de suas EXTRAORDINÁRIAS RIQUEZAS, OPORTUNIDADES e POTENCIALIDADES com TODOS os BRASILEIROS e com TODAS as BRASILEIRAS, especialmente no horizonte de INVESTIMENTOS BILIONÁRIOS previstos para eventos como a CONFERÊNCIA DAS NAÇÕES UNIDAS SOBRE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL E MUDANÇAS CLIMÁTICAS (RIO + 20) em 2012, a COPA DA CONFEDERAÇÕES de 2013, a COPA DO MUNDO de 2014, a OLIMPÍADA de 2016, as OBRAS do PAC e os projetos do PRÉ-SAL, segundo as exigências do SÉCULO 21, da era da GLOBALIZAÇÃO, da INFORMAÇÃO, do CONHECIMENTO, das NOVAS TECNOLOGIAS, da SUSTENTABILIDADE e de um NOVO mundo, da PAZ e FRATERNIDADE UNIVERSAL...

Este é o nosso SONHO, o nosso AMOR, a nossa LUTA, a nossa FÉ e a nossa ESPERANÇA!...

O BRASIL TEM JEITO!...

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