segunda-feira, 11 de julho de 2011

A CIDADANIA, O CATIVEIRO DA CORRUPÇÃO E A VERDADEIRA LIBERDADE

“A via da corrupção

O PROBLEMA DA moralidade administrativa, ais uma vez escancarado pelo Ministério dos Transportes, é bastante simples: os presidentes vão continuar substituindo ministros e altas figuras até que haja processo e punição para corruptor graúdo. Ao menos como prenúncio.

A imoralidade administrativa não é a mais importante; é apenas subproduto de outra. A maior e decisiva imoralidade é a inexistência de aplicação dos processos e leis penas aos casos que alimentam e fazem fortuna e poder criando corrupção, uma forma de furtar dinheiro público.

Esses protegidos pelo sistema brasileiro gozam de uma espécie de salvo-conduto, pelo fato só de fazerem da corrupção o seu negócio: são o braço que penetra nos cofres públicos para furtar o dinheiro, do qual o corrompido levará a parte de compensação.

Os participantes dos maiores escândalos de corrupção, por exemplo, em licitações e obras públicas no setor de transportes, sempre puderam participar das transações subsequentes para outras obras, quando não das mesmas, como se portadores de credenciais ilibadas. E com freqüência ficaram com as obras, nas quais os aumentos por motivos forjados são da regra geral.

A cada um desses casos de corrupção mal velada segue-se um inquérito administrativo, às vezes um inquérito policial e, aí de raro em raro, um processo judicial. O primeiro faz uns deslocamentos ou demissões no serviço governamental. O segundo e o terceiro igualam-se: deles provêm a integridade do sistema e a tranqüilidade dos nele beneficiados. Nesses casos, o Ministério Público dá um dedinho ali ou no melhor sentido, que é o incapaz de consequência. O resultado final é conhecido.

A imoralidade administrativa no setor governamental de transporte nada tem a ver com a degradação dos costumes políticos e governamentais. Já no seu tempo de Império, então sob o nome de Departamento e depois de Ministério da Viação, este canal entre os cofres públicos e os controladores das obras foi fonte de sussurros na corte. Sem as consequências que alguns considerariam devidas. Assim entrou pelo século passado. Ao se tornar dos Transportes, com isso o ministério deu sua colaboração para biombo chamado de modernização administrativa do país, entre uma continência e uma marcha unida, mas ninguém ousaria mudar-lhe a natureza. Nem, portanto, o seu papel histórico de elo entre o Tesouro e a corrupção.

O que não acontecia antes, acontece hoje. O que acontece, continuará a acontecer. Porque esse é o propósito dos diferentes modos e graus de poder, nas instituições e fora dela, que sustêm e operam a imoralidade maior, impeditiva da aplicação dos processos e leis penais aos que extraem da corrupção fortuna e poder. Da qual a corrupção administrativa é subproduto. Não o único.”
(JANIO DE FREITAS, em artigo publicado no jornal FOLHA DE SÃO PAULO, edição de 7 de julho de 2011, Caderno PODER, página A9).

Mais uma IMPORTANTE e OPORTUNA contribuição para o nosso trabalho de MOBILIZAÇÃO PARA A CIDADANIA E QUALIDADE vem de artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 16 de novembro de 2007, Caderno OPINIÃO, página 11, de autoria de DOM WALMOR OLIVEIRA DE AZEVEDO, Arcebispo metropolitano de Belo Horizonte, que merece igualmente INTEGRAL transcrição:

“Verdadeira liberdade

A maestria educativa do grande apóstolo Paulo, dirigindo-se aos Gálatas, 5, 1.13, focaliza a razão mais profunda do dom da vida de cada pessoa. Ele diz: “É para a liberdade que Cristo nos libertou. Sim, irmãos, fostes chamados para a liberdade”. O entendimento da vivência da liberdade é determinante nos rumos da sociedade, na configuração das relações institucionais e entre as pessoas. Não menos determinante o é na configuração da dinâmica de uma cultura. Muitos entendimentos a respeito da liberdade podem levar culturas a produzirem hábitos pouco saudáveis para o andamento da vida de um povo. Não é raro ouvir dizer, por exemplo, até de maneira jocosa, insinuando vantagens, que uma determinada cultura cultiva no coração do seu povo o hábito de não mentir, porém, de nunca dizer a verdade toda. É um entendimento, entre tantos outros, que proporciona a vivência da liberdade como vivência da liberdade como possibilidade de enganar aos outros, comprometendo a inteireza da verdade, em função de interesses próprios, não raramente mesquinhos.

Ora, a liberdade é um dom da vida recebida. Paulo apóstolo, conhecedor dos acontecimentos e das reações existentes nas suas comunidades, sublinha que o entendimento da verdadeira liberdade e sua vivência tem sua centralidade em Cristo. Na verdade, é um risco entender a liberdade apenas segundo os parâmetros dos próprios interesses e razões. O entendimento da liberdade fica ainda mais empobrecido e manipulável a sua vivência, quando esta é entendida simplesmente como mecanismo político para se alcançar interesses comprometidos. É a centralidade de Cristo, na vivência da liberdade que estabelece como imperativo categórico o amor ao próximo. A liberdade como dom a cada pessoa, entende o mestre Paulo, não pode desvincular-se da referência ao outro. Por isso, Paulo, em meias palavras, refere-se ao que ocorre no seio da comunidade, como consequência do modo de se viver o dom da liberdade, quando se abandona o princípio determinante da vida cristã, “amarás o teu próximo como a ti mesmo”: “Se vos mordeis e vos devorais uns aos outros, cuidado para não serdes consumidos uns pelos outros”. Se vos mordeis é uma expressão forte e remete aos ódios caninos que sem referência alguma à integridade do outro tudo destrói!

Na verdade, usam a destruição do outro como mecanismo ilusório para a afirmação de interesses, para perpetuação de apegos e para a conservação de um entendimento falso a respeito de si e dos processos históricos e sociais. Se vos mordeis não é uma referência a possíveis briguinhas no interno das comunidades. É uma referência a uma verdadeira guerra travada entre grupos e pessoas. Uma guerra alimentada pela mágoa que se desabrocha em ódio. Essa guerra compõe o cenário terrível e desolador de muitas outras guerras que estão sendo travadas no coração da sociedade, dizimando gente, negando vida e emperrando o progresso das comunidades. Há um cenário desolador de guerra nas aparências de uma paz comprometida na vida da sociedade contemporânea. Os números dos mortos nas estradas, exemplo preocupante, são números de guerra. Só numa guerra as vidas são ceifadas tão facilmente e em número tão grande.

É assustador o número dos que morrem na guerra. Só numa guerra as vidas são ceifadas tão facilmente e em número tão grande.

É assustador o número dos que morrem na guerra estabelecida pelo tráfico de drogas, o crime organizado, bem como pela violência das ruas, abatendo vidas. Tudo somado deveria produzir um alarme constante na sociedade, providências mais urgentes e contundentes dos responsáveis primeiros pelas soluções. Assim, nas contas desse rosário de guerras, há também uma guerra fria, horrorosa e asquerosa, que se produz nessa dinâmica que o apóstolo Paulo insinua na recomendação que faz ao dizer “se vos mordeis e vos devorais uns aos outros”. Essa terrível dinâmica destrói famílias, amizades, grupos e projetos. Uma destruição que atinge também muitas instituições, mesmo religiosas e aquelas que têm propósitos e ações altruístas. As raízes provocadoras desse tipo de destruição são facilmente detectáveis, embora suas consequências sejam nefastas. As raízes dessa guerra estão na perda e completa ignorância do princípio fundamental do amor ao próximo.

O obscurecimento desse princípio ocorre em razão de apegos ao poder, invejas e ciúmes, incapacidade de trabalhar a própria estima, a insaciabilidade no que diz respeito às posses, a ilusória e desastrosa egolatria de muitos. São família, grupos, instituições em verdadeiro pé de guerra. Um tipo de guerra que, no dizer de Paulo, “se vos mordeis e vos devorais”, é referência à perda da verdadeira dignidade da pessoa. Há um convite para que cada um, no horizonte de sua dignidade, recupere sua nobreza própria, faça valer o princípio insubstituível do amor ao próximo como a si mesmo, abandonando a maledicência, escolhendo a misericórdia. Essa guerra tem solução. Sua solução está no coração de cada pessoa, como coração da paz. Uma dignidade que vale.”

Eis, portanto, mais RICAS e OPORTUNAS abordagens e REFLEXÕES que acenam para as grandes TRANSFORMAÇÕES que são exigidas e NECESSÁRIAS para que alcancemos um NOVO estágio civilizatório... renovando PESSOAS, INSTITUIÇÕES e RELACIONAMENTOS...

E, assim, SALUTAR se torna PROBLEMATIZARMOS todos os setores da SOCIEDADE, além de dar PRIORIDADE ABSOLUTA à EDUCAÇÃO – e de QUALIDADE –, em especial:

a) a INFLAÇÃO;


b) a CORRUPÇÃO;


c) o DESPERDÍCIO;


d) a DÍVIDA PÚBLICA BRASILEIRA.

E tudo ISSO visando, entre outras conquistas, à EXTINÇÃO de RALOS de DINHEIRO PÚBLICO... que MINAM nossa ECONOMIA, SANGRAM nossa capacidade de INVESTIMENTO e POUPANÇA e AFETA enormemente o APOIO e a CONFIANÇA da população...

Mas, NADA, NADA MESMO, ARREFECE e ABATE nosso ÂNIMO e nosso ENTUSIASMO nesta grande CRUZADA NACIONAL pela CIDADANIA e QUALIDADE, visando à construção de uma NAÇÃO verdadeiramente JUSTA, ÉTICA, EDUCADA, QUALIFICADA, LIVRE, DESENVOLVIDA e SOLIDÁRIA, especialmente no horizonte de INVESTIMENTOS BILIONÁRIOS previstos para eventos como a CONFERÊNCIA DAS NAÇÕES UNIDAS SOBRE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL e MUDANÇAS CLIMÁTICAS (RIO + 20) em 2012, a COPA DAS CONFEDERAÇÕES em 2013, a COPA DO MUNDO em 2014, as OBRAS do PAC e os projetos do PRÉ-SAL, segundo as exigências do SÉCULO 21, da era da GLOBALIZAÇÃO, da INFORMAÇÃO, do CONHECIMENTO, das NOVAS TECNOLOGIAS, da SUSTENTABILIDADE e de um NOVO mundo, da PAZ e FRATERNIDADE UNIVERSAL...

Este é o nosso SONHO, o nosso AMOR, a nossa LUTA, a nossa FÉ e a nossa ESPERANÇA!...

O BRASIL TEM JEITO!...

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