sexta-feira, 8 de julho de 2011

A CIDADANIA, A ÉTICA, A EFICIÊNCIA E A SUSTENTABILIDADE

“Voracidade consumista
Para o filósofo Edgar Morin, a ciência, ao buscar autonomia fora da tutela da religião e da filosofia, extrapolou os próprios limites éticos, como a produção de armas para destruição em massa. Os cientistas não dispõem de recursos para controlara a própria obra. Há um divórcio entre a cultura científica e a humanista. Exemplo paradigmático desse divórcio é a atual crise econômica. Quem é o culpado? O mercado? Concordar que sim é o mesmo que atribuir ao computador a responsabilidade por um romance de péssima qualidade literária.

Um dos sintomas nefastos dos tempos em que vivemos é a tentativa de reduzir a ética à esfera privada. Fora dela, tudo é permitido, em especial quando se trata de reforçar o poder e aumentar a riqueza. Obama admitiu torturar os prisioneiros que deram a pista de Bin Laden, e não houve protestos com suficiente veemência para fazê-lo corar de vergonha.

Não há mais propostas libertárias que fomentem utopias e semeiem otimismo. Ao olhar pela janela, o que se vê reforça o pessimismo: o aquecimento global, a ciranda especulativa, a ausência de ética no jogo político, a lei do mais forte nas relações internacionais, a insustentabilidade do planeta.

Se não há futuro a se construir, vale a regra do prisioneiro confinado à sua cela: aproveitar ao máximo o aqui e agora. Já não interessam os princípios, importam os resultados.O sexo se dissocia do amor como os negócios da atividade produtiva.

A cultura do consumismo desencadeia duas reações contraditórias: a pulsão pela aquisição do novo e a frustração de não ter tido tempo suficiente para usufruir do “velho” adquirido ontem... A competitividade rege as relações entre as pessoas e instituições. Nada preenche o coração. E o que poderia fazê-lo já não faz parte de nosso universo teleológico: o sentido da vida como fenômeno, não apenas biológico, mas sobretudo biográfico, histórico.

Agora a voracidade consumista proclama a fé que identifica o infinito nos bens finitos. O princípio do limite é encarado como anacrônico. Azar nosso, porque todo sistema tem seu limite. Mas, em se tratando de finanças, não se acreditava nisso. A riqueza dos donos do mundo parecia brotar de um poço sem fundo.

Duas dimensões da modernidade foram perdidas nesse processo: a dignidade do cidadão e o contrato social. Marx sabia que a burguesia, nos seus primórdios, era uma classe revolucionária. O que ignorava é que ela de tal modo revolucionaria o mundo, a ponto de exterminar a própria cultura burguesa. Os valores da modernidade evaporaram por força do mercantilização de tudo: sentimentos, ideias, produtos e sonhos.

Para o neoliberalismo, a sociedade não existe, existem os indivíduos. E eles, cada vez mais, trocam a liberdade pela segurança. O que abastece este exemplo singular de mercantilização pós-moderna: a acirrada disputa pelo controle do mercado das almas. Agora, no bazar das crendices, a religião não promete o céu, e sim a prosperidade; não promete salvação, e sim segurança; não promete o amor de Deus, e sim o fim da dor; não suscita compromisso, e sim consolo.

Assim, o amor e o idealismo ficam relegados ao reino das palavras inócuas. Lucro e proveito pessoal são o que importa.”
(FREI BETTO, é escritor, autor de Cartas da prisão (Agir), entre outros livros, em artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 07 de julho de 2011, Caderno CULTURA, página 10).

Mais uma IMPORTANTE e OPORTUNA contribuição para o nosso trabalho de MOBILIZAÇÃO PARA A CIDADANIA E QUALIDADE vem de artigo publicado no mesmo veículo e edição, Caderno OPINIÃO, página 7, de autoria de OLAVO MACHADO, presidente da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Sistema Fiemg), que igualmente merece INTEGRAL transcrição:

“Brasil eficiente

A indústria brasileira tem repetido exaustivamente, quase como um mantra, que o grande desafio que o país tem diante de si neste momento é a conquista da competitividade, pré-requisito fundamental em uma economia globalizada e de concorrência cada vez mais intensa. A crise de 2008, ainda não totalmente superada, como nos mostra o exemplo da Grécia e de outros países da comunidade do euro, só potencializa esse cenário. É nesse contexto que está nascendo o Movimento Brasil Eficiente (MBE), que, com muito entusiasmo, lançamos na Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), há menos de uma semana. De abrangência nacional, o movimento é uma iniciativa do setor produtivo brasileiro, com o objetivo de estimular e cobrar eficiência da gestão pública, a simplificação do sistema tributário e a racionalização da carga de impostos a que estão submetidas as empresas e a sociedade brasileira em geral.

Embora recente, o movimento já mobiliza mais de 100 entidades representativas da indústria, comércio, serviços e está aberto à ampla participação da sociedade em torno de uma proposta de reformulação fiscal que assegure ao país um crescimento econômico consistente. É, portanto, uma iniciativa oportuna e estratégica, ao abordar de forma efetiva questões cruciais para a definição do país que queremos construir – forte em sua economia e socialmente justo na distribuição dos frutos do crescimento econômico. A grande meta é fazer do Brasil um país eficiente e competitivo, que assuma integralmente espaço que lhe cabe no contexto da economia mundial. Eficiência e competitividade são, de fato, palavras-chave para viabilizar o desenvolvimento que almejamos: somente alcançando padrões de eficiência em nível de excelência o Brasil conquistará o grau de competitividade que lhe permita – e permita ao setor produtivo – concorrer em condições isonômicas com outras nações desenvolvidas e mesmo as emergentes, como nós. É importante deixar claro que o MBE não é um movimento de empresários em busca de benefícios para suas empresas. Trata-se de uma iniciativa sem qualquer tipo de vínculo político-partidário, que cumpre missão de traçar para a sociedade um roteiro de ação capaz de induzir o crescimento do país a uma taxa média de 6% ao ano, durante 10 anos, dobrando a renda média per capita até 2020. Para isso, é necessário que a carga tributária, hoje em torno de 37% do Produto Interno Bruto (PIB), seja reduzida para 30%.

Como se pode perceber os objetivos do MBE são também os objetivos do setor produtivo, da empresa nacional e da sociedade brasileira. Precisamos, sim, nos unirmos em torno de uma proposta de reformulação fiscal e tributária que garanta ao país um crescimento econômico sustentável e acelerado. Para isso, é necessária a sensibilização, a mobilização e o engajamento da população, da classe política e, principalmente, dos governantes eleitos, na missão de diminuir o peso da carga tributária sobre o setor produtivo – para simplificar e racionalizar a complicada estrutura tributária, melhorando a gestão dos recursos públicos.

Que não se tome o Movimento Brasil Eficiente como uma iniciativa promovida por empresários com o fim exclusivo de induzir a redução de impostos. Na verdade, ao propor a redução da carga tributária nacional, o MBE mira em alvos fundamentais para o Brasil e para a sociedade brasileira: a redução dos gastos públicos, o aumento da taxa de investimentos no país, uma profunda reflexão sobre a questão previdenciária e, fundamental, chamar a atenção para o sistema educacional brasileiro, de forma a assegurar avanços comparáveis aos registrados em outros países e que os tornam mais eficientes e competitivos.

É, em essência, um movimento democrático, aberto a todos aqueles que acreditam e possam dividir o sonho e contribuir para a construção de um Brasil eficiente. Para isso, o MBE trabalha para mobilizar o maior número possível de brasileiros, de forma a legitimá-lo, torná-lo respeitado como uma iniciativa de toda a sociedade brasileira. Aglutinar o maior número possível de brasileiros em torno da causa de um Brasil eficiente equivale à conquista do poder de influenciar nas decisões políticas nacionais. As entidades empresariais estão fazendo a sua parte, mas é fundamental a presença da sociedade por todos os seus segmentos representativos. Para participar, visite o site www.brasileficiente.org.br, no qual estão disponíveis as informações sobre o Movimento Brasil Eficiente. Juntos, vamos, com certeza, construir um Brasil melhor e competitivo.”

Eis, portanto, mais OPORTUNAS, RICAS e ADEQUADAS abordagens e REFLEXÕES que acenam para os GIGANTESCOS DESAFIOS que se PONTIFICAM e INDICAM o caminho INDESVIÁVEL do acesso ao mundo DESENVOLVIDO, exigindo, acima de TUDO, a ÉTICA em TODAS as nossas RELAÇÕES e, do lado das POLÍTICAS PÚBLICAS, o INTEGRAL comprometimento com a PRIORIDADE ABSOLUTA do PAÍS: a EDUCAÇÃO, e é CLARO, de QUALIDADE...

Mas, NADA, NADA mesmo, ARREFECE e ABATE o nosso ÂNIMO e o nosso ENTUSIASMO nesta grande CRUZADA NACIONAL pela CIDADANIA E QUALIDADE, visando à construção de uma NAÇÃO verdadeiramente JUSTA, ÉTICA, EDUCADA, QUALIFICADA, DESENVOLVIDA e SOLIDÁRIA, que permita a PARTILHA de suas EXTRAORDINÁRIAS RIQUEZAS, OPORTUNIDADES e POTENCIALIDADES com TODOS os BRASILEIROS e com TODAS as BRASILEIRAS, especialmente no horizonte de INVESTIMENTOS BILIONÁRIOS previstos para eventos como a CONFERÊNCIA DAS NAÇÕES UNIDADES SOBRE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL (RIO + 20) em 2012, a COPA DAS CONFEDERAÇÕES de 2013, a COPA DO MUNDO de 2014, a OLIMPÍADA de 2016, as OBRAS do PAC e os projetos do PRÉ-SAL, segundo as exigências do SÉCULO 21, da era da GLOBALIZAÇÃO, da INFORMAÇÃO, do CONHECIMENTO, das NOVAS TECNOLOGIAS, da SUSTENTABILIDADE e de um NOVO mundo, da PAZ e FRATERNIDADE UNIVERSAL...

Este é o nosso SONHO, o nosso AMOR, a nossa LUTA, a nossa FÉ e a nossa ESPERANÇA!...

O BRASIL TEM JEITO!...

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