“Aprendizagem
significativa
A educação ganhou um
novo viés com a transformação do perfil dos estudantes. A nova geração tem
amplo acesso à internet e, por isso, não pode ser tratada como se chegasse à
escola sem nenhuma vivência. A construção do conhecimento deve seguir sete
passos para que a aprendizagem aconteça de forma significativa, fazendo com que
a criança de fato compreenda o assunto e não apenas decore. A aprendizagem
significativa é aquela que ocorre a partir do surgimento de um sentido pessoal
por quem aprende, o que desencadeia uma atitude proativa para desvendar o novo
e reconstruir conceitos que ampliam a habilidade de aprender cada vez mais.
Todo conteúdo ensinado em sala de aula deve ser associado à história de vida do
aluno, para que faça sentido em sua educação.
Todo
sujeito tem um conhecimento prévio, saberes e conexões mentais que não devem
ser desprezados. Por isso, é necessário utilizar esse conhecimento, reforçá-lo
e auxiliá-lo a buscar um novo aprendizado, utilizando um modelo didático
dinâmico, uma vez que o aluno o aplica e o modifica constantemente. A
concretização dessa aprendizagem resulta da execução do que se entende como os
sete passos da construção do conhecimento: sentir, perceber, compreender,
definir, argumentar, discutir e transformar. De acordo com a didática aplicada
pelo professor, a sala de aula pode se transformar em um rico espaço
laboratorial, cuja criança passa todas as fases do processo de aprendizagem
(vivências do concreto e do manipulativo e registro das suas conclusões).
O
primeiro passo é o sentir, momento em que se trabalha com o concreto,
manipulativo. A vivência do aluno é levada à sala de aula e se torna parte de
um significado contextual e emocional. Após contextualizar o assunto, o
educando precisa ser levado a perceber as características específicas do que
está sendo estudado. É a etapa em que o aluno associa, relaciona, troca seu
conhecimento prévio. A terceira fase é o ato de “compreender”. É quando se dá a
construção do conceito para garantir a possibilidade de utilização do
conhecimento em diversos contextos. Ocorre quando o professor enriquece o
vocabulário do aluno com questões, jogos e situações-problema, relacionando as
experiências dos estudantes com o conteúdo pragmático.
O
próximo ponto é “definir”, o que significa esclarecer um conceito. O aluno deve
fazer isso com suas palavras para que o conceito seja claro. Ocorre quando o
professor faz um trabalho interdisciplinar de produções utilizando vários
gêneros textuais, como comparações das definições dos textos dos alunos e
criação de um texto coletivo. Depois disso, o aluno precisa relacionar
logicamente vários conceitos, o que ocorre por meio de texto falado, escrito,
verbal e não verbal. Aqui, o aluno começa a argumentar com todo o vocabulário
já pesquisado, desenvolvido por meio de teatro, trabalhos expositivos e ações.
Em seguida, deve formular uma cadeia de raciocínio por meio da argumentação,
ocorrendo a discussão, quando o professor volta às comparações, afunila a
fundamentação e avalia a coerência dos conceitos, buscando a síntese e a
solução.
O
último passo da construção do conhecimento é a transformação. É a intervenção
na realidade. Ocorre quando o aluno se torna proativo, pronto para responder,
resolver questões levantadas sobre a leitura feita. A partir desse momento, a
criança compreende o assunto e tem uma vasta experiência. Quando o processo de
aprendizagem valoriza as vivências do estudante, o aprendizado é muito mais
efetivo do que seria com uma didática tradicional.”
(PAULA MOURA.
Coordenadora do ensino fundamental I do Colégio ICJ, em artigo publicado no
jornal ESTADO DE MINAS, edição de 22
de abril de 2014, caderno OPINIÃO, página
7).
Mais uma importante e oportuna contribuição para o
nosso trabalho de Mobilização para a
Cidadania e Qualidade vem de artigo publicado no mesmo veículo, edição,
caderno e página, de autoria de ARISTIDES
JOSÉ VIEIRA CARVALHO, médico, mestre em medicina, especialista em clínica
médica e medicina de família e comunidade, e que merece igualmente integral
transcrição:
“Doença
e calor humano
Na música Noites com sol, o compositor e cantor
Flávio Venturini afirma que as “noites com sol são mais belas”. Tomamos por
empréstimo essa frase para comentar sobre o impacto das doenças na vida das
pessoas e seus familiares. Uso como analogia o lado sombrio da noite, que tem
como companheiros o medo, a insegurança e as fantasias. A doença é como a
noite, sobretudo nos casos graves, muitas vezes, incuráveis e/ou terminais. Uma
atmosfera de insegurança toma conta dos doentes e de seus familiares. As
reações das partes são diferentes; o que parece ser comum é a dificuldade em
lidar com o novo ciclo da vida familiar.
Com o
surgimento dos casos graves ou crônicos das doenças, a pessoa pode encontrar
dificuldade para aceitar e lidar de forma tranquila com a sua nova situação,
ficando ora carente, ora sensível, ora hostil e frustrada com os resultados,
muitas vezes, insatisfatórios. Os familiares se sentem perdidos, sem rumo,
sozinhos, precisando de atenção e apoio para conduzir e/ou compartilhar a
situação. Algumas vezes, a impressão para os doentes e familiares é de que a
“noite” será interminável. Assim, os amigos, os profissionais da área da saúde,
entre outros, fazem toda a diferença, e são luzes que podem transformar as
noites escuras em noites com sol. Ter e poder contar com os amigos nos momentos
delicados da vida é muito importante. Quando ocorre a doença, a amizade funciona
como um sol. É impressionante o bem que faz a presença e a solidariedade dos
amigos. São conhecidas as pesquisas realizadas pela Universidade de Harvard
sobre os benefícios da amizade na saúde das pessoas.
Os
profissionais de saúde, quando sensíveis ao sofrimento da pessoa e dos
familiares, são raios de luz na escuridão. Com a abordagem regada pela técnica
e pelo humanismo, podem contribuir para que a convivência com a doença seja
mais tranquila. No serviço privado de profissionais da área médica e de outras
categorias profissionais, muitas pessoas construíram fortes e duradouros
vínculos com os pacientes e seus familiares. No Sistema Único de Saúde (SUS), a
estratégia de saúde da família (ESF) avançou na vinculação da equipe de saúde
com os familiares dos doentes, com experiências muito ricas, humanas e
vitoriosas.
Imaginar
os amigos e os profissionais como sol na noite nos remete ao lado belo da vida,
em que a solidariedade abraça a existência e a valoriza. Entretanto, não é
sempre assim. Em relação aos amigos, quando a doença chega, alguns se
distanciam e, por diferentes razões – respeito aos familiares, indiferença ou
descuido –, não se prontificam a conversar, não ligam, não dão notícia, não se
envolvem. A vida corrida, o individualismo e a falta de solidariedade, muitas
vezes, motivam o distanciamento das pessoas amigas dos doentes e familiares.
Nas instituições para idosos, em suas diferentes modalidades, temos exemplos de
abandono e de solidão. Analogamente, isso ocorre nos domicílios com os portadores
de doenças crônicas em estágio mais avançado, que precisam se ausentar do
trabalho ou do convívio social para obter tratamento e são esquecidos pelos
amigos. Sem o calor da amizade, lidar com a doença é bem mais complicado.
Quanto aos profissionais de saúde, um dos pontos fundamentais é o
fortalecimento do vínculo com os pacientes e familiares. Não se cria vínculo em
uma semana ou em um mês. Ele evoca identificação, empatia, partilha e confiança
e, por isso, é construído por anos a fio.
Temos
acompanhado a ruptura de vínculos em vários serviços: profissionais que
atendiam em um determinado plano de saúde e não o fazem mais (por atraso nos
pagamentos, baixa remuneração, entre outros motivos); pessoas que migram de um
plano de saúde porque estão descontentes com os serviços oferecidos; planos que
são fechados e/ou vendidos; falta de fixação de profissionais em alguns
serviços, sobretudo no setor público; valores muito altos de consultas e
procedimentos, além de fatores ligados a pessoas (pacientes e familiares) e a
profissionais, que, por suas características, não se abrem a novos vínculos,
entre outros fatores. Em situações críticas (sintomas ou sinais preocupantes
que sugerem doenças muito graves ou terminais), muitos familiares e pacientes
sentem a falta de profissionais de referência, com os quais possam partilhar a
dor e o sofrimento. Certamente, fatores socioculturais ligados ao
individualismo e ao consumismo, além de modelos assistenciais fragmentados, interferem
e contribuem nas relações superficiais, na falta e/ou fragilidade dos vínculos.
No
atendimento profissional, percebe-se que os melhores resultados surgem quando
há apoio e atenção àquele que está doente e a seus familiares. Se as famílias
tivessem profissionais e amigos com quem pudessem compartilhar suas dúvidas,
preocupações e expectativas, o fardo seria mais leve. A presença dos amigos e
dos profissionais torna as “noites escuras” em “noites com sol”. E “as noites
com sol são mais belas”. Penso que precisamos considerar esses aspectos para
que a vida seja mais suave e cheia de sentido.”
Eis, pois, mais páginas contendo importantes,
pedagógicas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise
de liderança de nossa história – que é de ética,
de moral, de princípios e de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas transformações em nossas
estruturas educacionais, governamentais,
jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais,
de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais
livres, civilizadas, soberanas, democráticas e sustentavelmente
desenvolvidas...
Assim, urge ainda a efetiva problematização de
questões deveras cruciais como:
a) a
educação – universal e de qualidade, desde
a educação infantil (0 a 3 anos de
idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo
da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira
série do ensino fundamental, independentemente
do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação
(especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade
absoluta de nossas políticas públicas;
b) o
combate, implacável e sem trégua,
aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente,
competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares
civilizados, ou seja, próximos de zero; II – a corrupção, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da
vida nacional, gerando incalculáveis prejuízos e comprometimentos de vária
ordem (a propósito, já se lançando também com raízes no mar, abaixo do mar...); III – o desperdício, em todas
as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos,
inexoravelmente irreparáveis (por exemplo, mesmo ameaças à reputação de empresas - públicas ou privadas - já significam perdas de energia, de valor, de mercado...) ;
c) a
dívida pública brasileira, com
projeção para 2014, segundo o Orçamento Geral da União, de astronômico e
insuportável desembolso de cerca de R$ 1
trilhão, a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos
(apenas com esta rubrica, previsão de R$ 654 bilhões), a exigir igualmente uma
imediata, abrangente, qualificada e eficaz auditoria...
Isto posto, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão
descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a
nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais contundente ainda, afeta
a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e
regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores
como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias,
hidrovias, portos, aeroportos); a educação;
a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos
sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana
(trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às
commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência
social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia
federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência,
tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações;
qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência,
eficiência, eficácia, efetividade, economicidade, criatividade, produtividade,
competitividade); entre outros...
São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que,
de maneira alguma, abatem o nosso ânimo nem
arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta
grande cruzada nacional pela cidadania e
qualidade, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre,
soberana, democrática, desenvolvida e solidária, que possa partilhar suas
extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais
especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos e que
contemplam eventos como a Copa do Mundo; a Olimpíada de 2016; as obras do PAC e
os projetos do pré-sal, à luz das exigências do século 21, da era da globalização,
da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da
inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo
mundo da justiça, da liberdade, da paz, da igualdade – e com
equidade –, e da fraternidade universal...
Este é nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a
nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!...
O
BRASIL TEM JEITO!...
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