“Excelências
escolares
O Programa
Internacional de Avaliação de Alunos (Pisa), da Organização para a Cooperação e
Desenvolvimento Econômico (OCDE) avaliou pela primeira vez a capacidade de
estudantes de 15 anos do mundo inteiro de resolver problemas de matemática
aplicados à vida real. O Brasil ficou em 38º lugar num total de 44 países. As
avaliações do Pisa acontecem a cada três anos e abrangem: leitura, matemática e
ciências. A cada edição ênfase é em uma dessas áreas. Em 2012, a ênfase foi em
matemática. O objetivo do Pisa é produzir indicadores para subsidiar políticas
de melhorias na educação, observar como as escolas estão preparando seus jovens
para exercerem o papel de cidadãos na sociedade contemporânea e coletar
informações básicas de indicadores contextuais relacionando o desempenho dos
alunos a variáveis demográficas, socioeconômicas e educacionais. Questionários
específicos para os alunos e para as escolas possibilitam uma análise apurada
desses indicadores para a melhoria de projetos educacionais.
Uma
das questões aos estudantes era se eles haviam repetido de ano uma ou mais
vezes em três etapas diferentes do ensino básico e/ou ao longo do ensino médio.
Os alunos que disseram não ter se atrasado nas duas semanas anteriores ao Pisa
tiveram melhor desempenho. Estudantes que “mataram” aula cinco ou mais vezes
nesse período tiveram pior desempenho. Dados mostram que presença e
pontualidade melhoram o aprendizado e que devem ser analisados no âmbito das
condições socioeconômicas como pobreza e desestruturação familiar. A boa
relação da escola com pais e comunidade é fundamental para competentes projetos
na educação.
Além
da inclusão do Brasil no Pisa existem programas para estimular a excelência
escolar desde a educação básica. O Prêmio Gestão Escolar, criado em 1998 e
aprimorado, valoriza escolas públicas que adotam gestão democrática e de
qualidade. Até hoje, 34.832 instituições já participaram. Em 2013 houve a
premiação das 27 escolas destaques estaduais, das 5 escolas destaques
nacionais, além da escola referência Brasil. Foram finalistas: Escola Estadual
Olinda Conceição – MS; Escola Estadual Luiza Bezerra – MT; Escola Estadual
Profª Terezinha Carolin – RN; Escola Estadual Mario Andreazza – RR e a Escola
Estadual Senador César Lacerda – SP. Importante notar que existem muitas
excelências escolares em regiões mais pobres fora do Sudeste, e isso demonstra
que a boa gestão escolar que une escola, família e comunidade é determinante. A
escola referência Brasil, considerada a melhor, recebe o prêmio de R$ 30 mil. A
premiação em dinheiro não é cumulativa, e os diretores das escolas selecionadas
de cada Estado são contemplados com viagens de intercâmbio para os Estados
Unidos.
Há
intercâmbios também para estudantes campeões?Ciência sem Fronteiras na educação básica? Recentemente,
o MEC anunciou a criação, em parceria com o Instituto Ayrton Senna, de cursos
de pós-graduação no Brasil e no exterior, para formar pesquisadores e
professores que estudam os impactos das competências socioemocionais (otimismo,
responsabilidade, determinação e curiosidade) no aprendizado dos alunos.
Habilidades muito valorizadas na
sociedade contemporânea.
Ainda
sobre licenciaturas, existe o Projeto de lei nº 284/2012, tramitando no Senado,
que valoriza licenciaturas competentes, inclusive com residência pedagógica e
com benefício de bolsa. São excelentes programas que valorizam escolas e
profissionais competentes e as licenciaturas com conteúdos atuais, críticos e
socialmente comprometidos com a qualidade da educação brasileira.
Com
certeza, esses caminhos são altamente promissores e devem melhorar e muito o
Brasil no ranking mundial da educação, proporcionando ao país grandes avanços
sociais e tecnológicos, além de melhor qualidade de vida para os brasileiros.”
(VIVINA DO C.
RIOS BALBINO. Psicóloga, mestre em educação, professora da Universidade
Federal do Ceará e autora do livro Psicologia
e psicologia escolar no Brasil, em artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 17 de abril
de 2014, caderno OPINIÃO, página 7).
Mais uma importante e oportuna contribuição para o
nosso trabalho de Mobilização para a
Cidadania e Qualidade vem de artigo publicado no mesmo veículo, edição de
14 de abril de 2014, caderno OPINIÃO, página
9, de autoria de CARLOS ALBERTO DI
FRANCO, diretor do Master em jornalismo, professor de ética e doutor em
comunicação pela Universidade de Navarra (Espanha), e que merece igualmente
integral transcrição:
“Juventude
roubada 66
O crescimento da Aids,
o aumento da violência e a escalada das drogas castigam a juventude. A
deterioração econômica exacerba o clima de desesperança. A percepção da
falência do Estado em áreas essenciais (educação, saúde, segurança, transporte)
gera muita frustração. Para muitos jovens, os anos da adolescência serão os
mais perigosos da vida.
Desemprego,
gravidez precoce, aborto, doenças sexualmente transmissíveis, Aids e drogas
compõem a trafica equação que ameaça destruir o sonho juvenil e escancarar as
portas para uma explosão de violência. Além disso, a juventude não foi
preparada para a adversidade. E a delinquência é, frequentemente, a
manifestação visível da depressão.
A
situação é reflexo de uma cachoeira de equívocos e de uma montanha de omissões.
O novo perfil da delinquência é o
resultado acabado da crise da família, da educação permissiva e do bombardeio
de setores do mundo do entretenimento que se empenham em apagar qualquer
vestígio de valores. Tudo isso, obviamente, agravado e exacerbado pela falência
das política públicas e a ausência de expectativas.
Se a
crescente falange de adolescentes criminosos deixa algo claro, é o fato de que
cada vez mais pais não conhecem os próprios filhos. Não é difícil imaginar em
que ambiente afetivo se desenvolvem os integrantes das gangues juvenis. As
análises dos especialistas em políticas públicas esgrimem inúmeros argumentos
politicamente corretos. Fala-se de tudo. Menos da crise da família. Mas o nó
está aí. Se não tivermos a firmeza de desatá-lo, assistiremos, acovardados e
paralisados, a uma espiral de violência sem precedentes.
Certas
teorias no campo da educação, cultivadas em escolas que fizeram uma opção
preferencial pela permissividade, também estão apresentando um amargo
resultado. Uma legião de desajustados, que cresceu à sombra do dogma da
educação não traumatizante, está mostrando a sua face criminosa.
Ao
traçar o perfil de alguns desvios da sociedade norte-americana, o sociólogo
Christopher Lach – autor do livro A
rebelião das elites – sublinha as dramáticas consequências que estão
ocultas sob a aparência da tolerância: “Gastamos a maior parte da nossa energia
no combate à vergonha e à culpa, pretendendo que as pessoas se sentissem bem
consigo mesmas”.
O
saldo é uma geração desorientada e vazia. A despersonalização da culpa e a
certeza da impunidade têm gerado uma onda de superpredadores. O inchaço do ego
e o emagrecimento da solidariedade estão na origem de inúmeras patologias. A
forja do caráter, compatível com o clima de verdadeira liberdade, começa a
ganhar contornos de solução válida. A pena é que tenhamos de pagar um preço tão
alto para redescobrir o óbvio.
O
pragmatismo e a irresponsabilidade de alguns setores do mundo do entretenimento
estão na outra ponta do problema. A era do mundo do espetáculo, rigorosamente
medida pelas oscilações do Ibope, tem na violência uma de suas alavancas. A
transgressão passou a ser a diversão mais rotineira de todas. A valorização do
sucesso sem limites éticos, a apresentação de desvios comportamentais num clima
de normalidade e a consagração da impunidade têm colaborado para o aparecimento
de mauricinhos do crime.
A
transformação da internet num descontrolado espaço para a manifestação de
atividades criminosas (a pedofilia, o racismo e a oferta de drogas,
frequentemente presentes na clandestinidade de alguns sites, desconhecem
fronteiras, ironizam legislações e ameaçam o Estado democrático de direito)
estão na origem de inúmeros comportamentos patológicos.
É
preciso ir às causas profundas da delinquência. Ou encaramos tudo isso com
coragem ou serenidade tragados por uma onde violência jamais vista. O resultado
da pedagogia da concessão, da desestruturação familiar e da crise da autoridade
está apresentada consequências dramáticas. Chegou para todos a hora de falar
claro. É preciso pôr o dedo na chaga e identificar a relação que existe entre o
medo de punir e os seus efeitos antissociais.”
Eis, portanto, mais páginas contendo importantes,
pedagógicas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior
crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores – para a imperiosa e urgente necessidade de profundas transformações em nossas
estruturas educacionais, governamentais,
jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais,
de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais
livres, civilizadas, soberanas, democráticas e sustentavelmente
desenvolvidas...
Assim, urge ainda a efetiva problematização de
questões deveras cruciais como:
a) a
educação – universal e de qualidade, desde
a educação infantil (0 a 3 anos de
idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo
da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira
série do ensino fundamental, independentemente
do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação
(especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas
públicas;
b) o
combate, implacável e sem trégua,
aos três dos nossos maiores e mais avassaladores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente,
competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares
civilizados, ou seja, próximos de zero; II – a corrupção, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da
vida nacional, gerando incalculáveis prejuízos e comprometimentos de vária
ordem; III – o desperdício, em todas
as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, inequivocamente
irreparáveis;
c) a
dívida pública brasileira, com
projeção para 2014, segundo o Orçamento Geral da União, de astronômico e
insuportável desembolso de cerca de R$ 1
trilhão, a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos
(apenas com esta rubrica, previsão de R$ 654 bilhões), a exigir igualmente uma
imediata, abrangente, qualificada e eficaz auditoria...
Destarte, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão
descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a
nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais contundente ainda, afeta
a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e
regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores
como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias,
hidrovias, portos, aeroportos); a educação;
a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos
sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana
(trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às
commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência
social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas;
polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência,
tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações;
qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –,
transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade, criatividade,
produtividade, competitividade); entre outros...
São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que,
de maneira alguma, abatem o nosso ânimo nem
arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta
grande cruzada nacional pela cidadania e
qualidade, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada,
civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, desenvolvida e
solidária, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas,
oportunidades e potencialidades com todas
as brasileiras e com todos os
brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários
previstos e que contemplam eventos como a Copa do Mundo; a Olimpíada de 2016;
as obras do PAC e os projetos do pré-sal, à luz das exigências do século 21, da
era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do
conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um
possível e novo mundo da justiça, da
liberdade, da paz, da igualdade – e com
equidade –, e da fraternidade
universal...
Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a
nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!...
O
BRASIL TEM JEITO!...
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