“A
sintonia espiritual correta
com nosso ser profundo
Quando nos dispomos a
seguir a vontade do nosso ser profundo, interior, essa decisão traz uma paz e
uma segurança que independem de circunstâncias externas. É como se víssemos
nossa vida como um todo, sem sermos excessivamente envolvidos pelo passado ou
com medo do futuro.
Essa
segurança não é comum nem material, mas decorre do fato de estarmos fazendo a
coisa certa para o momento. Além disso, percebemos que, nesse caso, todo o
nosso ser emite uma determinada nota, como se estivesse confirmando estar certa
a nossa ação. Isso nos é mostrado, porém, não por meio da euforia nem de
quaisquer reações da personalidade, mas por meio de uma profunda certeza de que
estamos em sintonia correta.
Não
temos, assim, dúvidas de que nossos próprios atos terão consequências
positivas. Se, ao contrário, agimos segundo o livre-arbítrio humano, não temos
a mesma segurança. Podemos até estar decididos, mas nunca totalmente seguros.
Enquanto a ação que se segue à aplicação da vontade pessoal parece-nos sempre
duvidosa, seguir o impulso interior nunca nos traz dúvidas. Agimos, nesse
último caso, como se as consequências não tivessem importância, como se tudo
estivesse decidido a priori e não pudesse ser de outra forma. Dentro dessa
percepção, mesmo quando nos são apresentadas outras possibilidade de escolha, é
como se nos fossem estranhas e nada tivessem a ver conosco.
Para
nos conectarmos na prática com o nível superior da nossa consciência,
precisamos, por meio da intenção de estabelecer essa conexão, fazer um “apelo”
e, assim, o canal vai começar a ser aberto. A resposta dos níveis superiores
completa a formação desse canal. Quem faz, na verdade, a conexão não é a
personalidade, pois a ela só cabe aspirar por isso; quem executa o processo é
algo que conhecemos como a “supraconsciência”, ou seja, a consciência superior
no nosso ser.
Há
personalidades que fazem muito barulho quando expressam sua necessidade de
unir-se com as dimensões superiores do ser, mas há outras que o fazem
silenciosamente. É suficiente que nos aquietemos, sabendo que, quando chegamos
a ter interesse pela busca dessa união, é porque há milhares de anos nosso eu
superior está tentando nos atrair para ele. Assim, sendo esse processo bem mais
amplo do que podemos supor, não há motivo algum para ansiedade nem para
exteriorizações emocionais.
A
mente por exemplo, deve ser colocada em motivos positivos, não egoístas. O
indivíduo deve deixar, aos poucos, de pensar no próprio bem e querer melhorar
para tornar-se cada vez mais apto a ajudar o próximo. Essas são atitudes
coerentes com a energia e com a vocação da alma.
Sobre
o eu superior e o eu profundo, podemos dizer que é uma consciência que se
manifesta em três direções ao mesmo tempo: consciência de vida, consciência de
grupo e autoconsciência. No nível do eu superior, não temos dúvida alguma de
que somos Vida e temos aí a certeza da imortalidade. Também sabemos que somos
um grupo e agimos em conexão com outras almas; quanto mais evoluído é o eu
superior, tanto mais esse aspecto da sua consciência se aperfeiçoa, e, se
estiver encarnado, ele então se reflete na experiência da personalidade.
Finalmente, como eu superior, não perdemos a consciência de que somos um
indivíduo. A fusão perfeita desses três estados – de ser vida, de ser grupo e
de ser indivíduo – caracteriza o que é chamado de “eu superior”.”
(TRIGUEIRINHO.
Escritor, em artigo publicado no jornal O TEMPO Belo Horizonte, edição de 15 de novembro de 2015, caderno O.PINIÃO, página 18).
Mais uma importante e oportuna contribuição para o
nosso trabalho de Mobilização para a
Cidadania e Qualidade vem de artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 23 de
novembro de 2015, caderno OPINIÃO, página
7, de autoria de CARLOS ALBERTO DI
FRANCO, jornalista, e que merece igualmente integral transcrição:
“Juventude
maltratada
O leitor é o melhor
termômetro para medir a temperatura do cidadão comum. Tomar o seu pulso
equivale a uma pesquisa qualitativa informal. Aos que há anos me honram com sua
leitura neste espaço opinativo, transmito uma experiência recorrente: família,
ética e valores aumentam o índice de leitura. Dão Ibope. Em recentes artigos,
tratei da crise da família. Recebi muitos e-mails, sem dúvida uma sugestiva
amostragem de opinião pública, sobretudo considerando o rico mosaico etário,
profissional e social dos remetentes. Neste Brasil, sacudido por uma brutal
crise ética, alimentada pelo cinismo dos homens públicos e pela mentira dos que
deveriam dar exemplo de integridade, há, felizmente, uma ampla classe média
sintonizada com valores e princípios que podem fazer a diferença. E nós,
jornalistas, devemos escrever para a classe média. Nela reside o alicerce da
estabilidade democrática. Escreva algo, sublinhavam alguns dos e-mails que
recebi, a respeito da desorientação da juventude. Meu artigo de hoje, caro
leitor, foi pautado por você. Tomarei como gancho um dado objetivo e
preocupante.
A
gravidez precoce é hoje no Brasil a maior causa da evasão escolar entre garotas
de 15 e 17 anos. Dados na Unesco mostram que, das jovens dessa faixa etária que
abandonaram os estudos, 25% alegaram a gravidez como motivo. Outros estudos
revelam que complicações decorrentes da gestação e do parto são a terceira
causa de morte entre as adolescentes, atrás apenas de acidentes de trânsito e
homicídios. A gravidez afeta até quem mal saiu da infância.
A
gravidez precoce realmente está se tornando um grande problema na educação. Se
25% das meninas de 15 a 17 anos grávidas deixam a escola, isso significa dizer
que mais de 200 mil para anualmente de estudar. Futuro triste. Cenário
complicado. Mas dramaticamente coerente com um país em que o ministro mais
importante não é o da Educação ou da Saúde, mas o da Fazenda.
É um
absurdo acreditar que uma criança vá ter maturidade para ter um filho com essa
idade. Pregar a abstinência sexual de meninas de 11 a 14 anos não significa ser
moralista ou careta, mas responsável. Não se trata de histeria conservadora,
mas de bom senso.
A
culpa não é só do entretenimento permissivo ou da TV, que, frequentemente,
apresenta bons programas. É de todos nós – governantes, formadores de opinião e
pais de família –, que, num exercício de anticidadania, aceitamos que o país
definido mundo afora como o paraíso do sexo fácil, barato, descartável. É
triste, para não ser trágico, ver o Brasil ser citado como um oásis excitante
para os turistas que querem satisfazer suas taras e fantasias sexuais com
crianças e adolescentes. Reportagens denunciando redes de prostituição
infantil, algumas promovidas com o conhecimento ou até mesmo com a participação
de autoridades públicas, crescem à sombra da impunidade.
O
governo assustado com o crescimento da gravidez precoce e com o crescente
descaso dos usuários da camisinha, investe pesadamente nas campanhas em defesa
do preservativo. A estratégia não funciona. Afinal, milhões de reais já foram
gastos num inglório combate aos efeitos. A raiz do problema, independentemente da
irritação que eu possa despertar em certas falanges politicamente corretas,
está na onda de baixaria e vulgaridade que tomou conta do ambiente nacional.
Hoje, diariamente, na televisão, nos outdoors, nas mensagens publicitárias, o
sexo foi guindado à condição de produto de primeira necessidade.
Se
quisermos um entretenimento de qualidade, precisamos separar o exercício da
liberdade de expressão da prática do entretenimento mundo-cão. Há uma liberdade
de mercado que produz um mercado da liberdade.
O Brasil,
não obstante suas dramáticas chagas sociais, políticas e econômicas, é uma
nação emergente. É, sem dúvida, bom de samba. Mas é muito mais que o país do
gingado e do carnaval.”.
Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e
oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança
de nossa história – que é de ética, de
moral, de princípios, de valores –, para
a imperiosa e urgente necessidade de profundas
mudanças em nossas estruturas educacionais,
governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas,
financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no
concerto das potências mundiais livres, civilizadas, soberanas, democráticas e
sustentavelmente desenvolvidas...
Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras
cruciais como:
a)
a educação
– universal e de qualidade –, desde a educação
infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em
pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas
crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –,
até a pós-graduação (especialização,
mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade
absoluta de nossas políticas públicas (enfim, 125 anos depois, a República
proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução
educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do
país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da
justiça, da civilidade, da democracia, da participação, da
sustentabilidade...);
b)
o combate
implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e
mais devastadores inimigos que são: I – a inflação,
a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se
em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco
Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em setembro a
estratosférica marca de 414,30% para um período de doze meses; e mais, também
em setembro, o IPCA acumulado nos últimos doze meses chegou a 9,49%...); II – a
corrupção, há séculos, na mais
perversa promiscuidade – “dinheiro público versus interesses privados”
–, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando
incalculáveis prejuízos e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a
lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato,
Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso
específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e
que vem mostrando também o seu caráter transnacional; eis, portanto, que todos os valores que vão
sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 515
anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios,
malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a
corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar
inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo,
segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a
“... Desconfiança das empresas e das famílias é
grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase
nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses
recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à
ineficiência do Estado e do setor privado, a falhas de logística e de
infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de
planejamento...”;
c)
a dívida
pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e
municipal) –, com projeção para 2015, apenas segundo a proposta do
Orçamento Geral da União, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1,356 trilhão, a título de juros,
encargos, amortização e refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão
de R$ 868 bilhões), a exigir alguns
fundamentos da sabedoria grega:
-
pagar,
sim, até o último centavo;
-
rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
-
realizar uma IMEDIATA, abrangente,
qualificada, independente e eficaz auditoria...
(ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e
ainda a propósito, no artigo Melancolia,
Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente
degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das
contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”);
Destarte, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta
de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já
combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de
poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições,
negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à
pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas
e sempre crescentes necessidades de ampliação
e modernização de setores como: a gestão
pública; a infraestrutura (rodovias,
ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada,
esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística
reversa); meio ambiente; habitação;
mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda;
agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência
social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança
pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e
desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer;
turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e
operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade
– “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade,
competitividade); entre outros...
São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira
alguma, abatem o nosso ânimo e nem
arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta
grande cruzada nacional pela cidadania e
qualidade, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada,
civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática e desenvolvida, que
possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e
potencialidades com todas as
brasileiras e com todos os
brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários
previstos e que contemplam eventos como a
Olimpíada de 2016; as obras do PAC e os projetos do Pré-Sal, à luz das
exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das
organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas
tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo da justiça, da liberdade, da paz, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...
Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a
nossa esperança... e perseverança!
“VI,
OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”
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