quinta-feira, 19 de novembro de 2015

A CIDADANIA, A FORÇA DA HARMONIA E SERENIDADE E OS CAMINHOS DA SUSTENTABILIDADE

“Como alcançar a harmonia e 
a serenidade nos dias atuais
        No decorrer da vida podemos perceber que para estar sadios é importante cultivarmos a serenidade. Mas como conseguir isso? Como não nos deixarmos afetar pelo que sucede à nossa volta?
         Primeiro, temos de tomar consciência de que a serenidade é um estado que vem de dentro de nós, do nosso interior. Dessa forma, nada que esteja fora de nós deve ser empecilho para manifestarmos esse estado. Podemos desenvolvê-lo quando adquirimos neutralidade diante dos acontecimentos e seguimos nosso caminho sem dispersão ou desordem. Quem conquista essa atitude se torna como uma fortaleza e não se abala com circunstâncias.
         A serenidade não depende de fatores externos; por isso, é inútil busca-la em pessoas, em situações ou em ambientes. E, como já dissemos, poderá ser encontrada somente dentro de nós. Por outro lado, o mundo é o nosso campo de trabalho para exercitá-la. A vida atual, tão atribulada para a maioria, é uma prova para testar o grau de serenidade que podemos atingir e, ao mesmo tempo, um estímulo para robustecê-la.
         Desenvolvemos a serenidade ao estabelecermos um ritmo ordenado e harmonioso em nosso dia a dia.
         A maioria das pessoas não cuida disso espontaneamente e, para que possam desenvolver ordem e disciplina, quase sempre a vida lhes apresenta um ritmo compulsório, como por exemplo: horários rígidos a cumprir, dias certos de repouso. Mas quem voluntariamente distribui as atividades em horários regulares, de modo flexível e com atenção à ordem, tem como resultado um cotidiano que facilita a serenidade.
         Ao nos adestrarmos na disciplina de uma vida ritmada, deixamos de ficar ansiosos para que as coisas comecem ou terminem segundo nossas expectativas, quase sempre sem fundamento real. Assim, podemos canalizar a atenção, o pensamento e o sentimento para o momento presente, e não para um futuro que imaginamos. Assim, a rotina diária não mais nos incomodará e, finalmente, poderemos perceber que a vida jamais termina – nossa existência, então, liberta-se dos limites do tempo.
         Vivendo o ritmo diário com sabedoria, aprendemos a usar o tempo corretamente. Isso permite que, ao iniciarmos uma nova tarefa, nos sintamos restaurados. E, mesmo quando necessitamos de repouso, nosso estado físico já não será de desgaste ou inquietação, porque evitamos dispersões e permanecemos inteiros, atentos ao que estávamos fazendo. Desse modo, os períodos de renovação, tais como sono e repouso, têm efeitos mais abrangentes.
         Alcançamos a serenidade pelo alinhamento da nossa consciência humana, exterior, com níveis espirituais da alma. Isso pode ser conseguido mais facilmente depois de termos imprimido um ritmo harmonioso na vida diária.
         Importante seria reservarmos um momento durante o dia para estar em quietude. Nesse momento, com o cérebro descansado, assistimos ao que se passa na mente. O que faremos a partir daí vai depender do nosso temperamento e do tipo de pensamentos que emergirem. Podemos simplesmente vê-los passar ou procurar transformá-los. Com o tempo, os pensamentos vão-se acalmando e entramos então em outra fase: a de observar a respiração, sem interferir, entretanto, em seu ritmo natural.
         Esse aquietamento deve ser realizado sem preocupação com resultados. Podemos praticá-lo durante anos a fio, aparentemente sem resultado algum. Mas um dia nos damos conta de que nossa mente ficou mais calma, mais concentrada, e por fim nos encontramos serenos.”

(TRIGUEIRINHO. Escritor, em artigo publicado no jornal O TEMPO Belo Horizonte, edição de 1 de novembro de 2015, caderno O.PINIÃO, página 16).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Cidadania e Qualidade vem de artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 19 de novembro de 2015, caderno OPINIÃO, página 7, de autoria de OLAVO MACHADO, presidente da Federação das Indústrias de Minas Gerais (Sistema Fiemg), e que merece igualmente integral transcrição:

“Carta da Indústria
        O Brasil atravessa um dos momentos mais complexos de sua história. Nesta conjuntura, são fundamentais correção de rotas, sentido de3 urgência e enfrentamento de questões econômicas, políticas e institucionais, que são obstáculos ao desenvolvimento pleno do país. Essas questões estão explicitadas na Carta da Indústria, divulgada no 10º Encontro Nacional da Indústria (Enai)), que contou com a participação de uma delegação de 55 industriais mineiros coordenados pela Fiemg. O documento identifica os principais problemas e contém propostas para a superação da crise.
         A raiz dos problemas do Estado brasileiro está nas dificuldades de governança e de governabilidade. Entre os obstáculos, estão o aumento contínuo dos gastos públicos, as pressões pelo aumento da carga tributária, a insegurança jurídica e a ineficiência do Estado. Entendemos que tudo isso reduz a produtividade, a única forma de crescimento sustentável com aumento do bem-estar. A combinação dos problemas de governança com a complexidade regulatória gera uma percepção de paralisia, inércia e falta de evolução em temas centrais para a competitividade da economia.
         A Carta da Indústria aponta as ações indispensáveis para o país voltar a crescer. Na visão dos empresários, os compromissos fundamentais são:
         Ajuste macroeconômico. A estabilidade e a previsibilidade são fundamentais para o crescimento. É essencial garantir as condições para o equilíbrio das contas públicas e o controle da inflação. Mas esse ajuste tem de ser alcançado com uma agenda crível e com uma trajetória que gere confiança nos agentes sobre a sua sustentabilidade e eficácia.
         Sustar iniciativas fiscais desequilibradoras. É fundamental sustar iniciativas que agravam o quadro fiscal de longo prazo, aumentam os custos para as empresas, deterioram as condições de competitividade e geram incertezas sobre o futuro.
         Qualidade do ajuste fiscal. O problema fiscal brasileira deve ser enfrentado de forma estrutural. As fontes de pressão sobre o gasto público precisam ser combatidas na origem. Regras automáticas de expansão das despesas e falta de atenção às mudanças demográficas precisam ser revistas. Ao não enfrentar as fontes de pressão, criam-se as condições para ajustes provisórios e de baixa qualidade que penalizam investimentos e elevam a ineficiência do Estado. E mais grave: antecipam a necessidade de ajustes que amplificam a insegurança sobre o futuro.
         Carga tributária. É inaceitável o aumento da carga tributária, seja pela criação de novos tributos ou pela elevação das alíquotas dos existentes. O aumento de recursos precisa vir da racionalização das despesas e do crescimento da economia.
         Simplificação radical do ambiente de negócios e melhoria da qualidade regulatória. É preciso mudanças na percepção dos produtores e investidores sobre a qualidade do ambiente de negócios no Brasil – notadamente nas áreas tributária e de relações de trabalho – e que se destravem os obstáculos regulatórios que inibem as decisões de investimentos de vários setores da economia brasileira.
         Foco nas exportações. Garantir foco nas exportações por meio de iniciativas que promovam a desburocratização, facilitação do comércio, abertura de mercados e mudança de preços relativos que tornem atraente a atividade exportadora.
         Infraestrutura. É a grande oportunidade para a economia brasileira. As mudanças mais expressivas dos marcos regulatórios foram feitas. O fundamental é atuar para que as condições de atração de investimento sejam realistas, rentáveis e seguras. A qualificação e independência das agências reguladoras é uma condição importante para aumentar a segurança jurídica dos investidores.
         Produtividade e inovação. O desenho das políticas e as iniciativas  empresariais devem privilegiar a produtividade e a inovação. É importante que o ajuste macroeconômico não desative instrumentos e ativos que não podem sofrer interrupções, a exemplo das atividades de pesquisa & desenvolvimento.
         O presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Robson Braga de Andrade, afirmou que é preciso ação, construção de consensos e firme decisão política para fazer as reformas de que o pais necessita para crescer. Ele defendeu uma reforma da Previdência, avanços no sistema tributário, nas relações de trabalho e na regulação das concessões. E destacou a importância de os empresários se mobilizarem para viabilizar as reformas que vão elevar a competitividade.
         O momento exige transformações abrangentes. É preciso que o setor público se comprometa com uma profunda melhoria do ambiente de negócios no Brasil. A agenda passa pelo reequilíbrio macroeconômico, pois a estabilidade e a previsibilidade são condições fundamentais para o crescimento. Mas o ajuste precisa ser rápido e cirúrgico para minimizar os custos que o acompanham.
         O problema fiscal deve ser enfrentado de forma estrutural. Neste sentido, é necessário rever regras automáticas de expansão dos gastos, assim como se deve dar atenção às mudanças demográficas que afetam a Previdência Social.
         A CNI defende a aprovação de outros avanços, como na estrutura tributária, nas relações de trabalho, na regulação das concessões e na abertura de mercados para facilitar as trocas no comércio exterior. Em um momento como este, torna-se inoportuna a proposta do governo de elevar impostos. Fazemos coro às palavras do presidente Robson Andrade e rejeitamos, peremptoriamente, as constantes propostas de criação de impostos e de aumento dos já existentes. Não aceitamos a ressurreição da CPMF. Quem produz e cria empregos neste país não suporta mais tantos obstáculos e burocracia à produtividade e à competitividade. São desiguais os sacrifícios impostos aos empresários e empresas. O setor bancário precisa ser mais transparente, assim como o tratamento da dívida e seu serviço. A população não aguenta mais tanto imposto a receber serviços de péssima qualidade. Revisar de maneira independente nossa Constituição é fundamental para equalizar os muitos direitos e poucos deveres. A conta não fecha.”

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, civilizadas, soberanas, democráticas e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:

     a)      a educação – universal e de qualidade –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas (enfim, 125 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da civilidade, da democracia, da participação, da sustentabilidade...);

     b)      o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em setembro a estratosférica marca de 414,30% para um período de doze meses; e mais, também em setembro, o IPCA acumulado nos últimos doze meses chegou a 9,49%...); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade  –  “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis prejuízos e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 515 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, a falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;

     c)       a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com projeção para 2015, apenas segundo a proposta do Orçamento Geral da União, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1,356 trilhão, a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão de R$ 868 bilhões), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega:
- pagar, sim, até o último centavo;
- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”);

Isto posto, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela cidadania e qualidade, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos e que contemplam eventos como a   Olimpíada de 2016; as obras do PAC e os projetos do Pré-Sal, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo da justiça, da liberdade, da paz, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”  
  


 
     

        

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