(Novembro
= mês 15; faltam 9 meses para a Olimpíada 2016)
“A
fé alimenta a ascensão da alma
porque é o caminho que a conduz
Nós passamos a perceber
que a força interior já está operando em nós quando leis terrestres não mais
nos satisfazem, quando ampliamos nosso anseio de servir, quando necessitamos
estar unidos às leis universais, leis que são mais próximas da realidade
cósmica do que as regentes da atual civilização. As leis terrestres precisam
ser cumpridas, mas quando sabemos que existem outras, mais amplas, a serem
conhecidas e vividas, cumpri-las torna-se um jogo que se leva adiante com
alegria e bom humor.
Antes
de chegar o momento cíclico de o homem ligar-se às leis universais, ele as vai
conhecendo teoricamente, por meio dos vários ensinamentos que as chamadas
escolas espirituais lhe vão proporcionando. Depois, terminado o ciclo de
absorver essas teorias, emerge de dentro de si a necessidade de cumpri-las, a
necessidade de realmente vivê-las, mesmo que as circunstâncias externas e as
condições subjetivas presentes não o ajudem.
Interiorizar-se,
no momento em que quase tudo o que há no mundo puxa o homem para o exterior, é
um trabalho considerável, mas imprescindível. Para fazer o supremo esforço de
não nos envolvermos com o supérfluo é que nos convocamos para estar neste
planeta, no plano físico, nos momentos críticos pelos quais está agora
passando.
Temos
todos, nesses momentos, muita ajuda. Encontramos circunstancias organizadas
pelo nosso ser interior, encontramos forças de cuja existência antes não
suspeitávamos. Durante esse período, podemos perceber a força do nosso
espírito. Esse regente, que somos nós mesmos no plano cósmico – cientes, porém,
da meta maior que nos cabe alcançar e das etapas que nos cabem cumprir –, esse
guia supremo do homem terrestre pode elevá-lo além dos conhecimentos até então
adquiridos. Com amor, inicia-se o conhecimento superior, estimulando-o a
repelir todo e qualquer obstáculo à evolução no caminho espiritual. Assim, a
consciência da presença do espírito significa para o homem o começo da
dissipação da ignorância.
O que
estará na essência dessa palavra “evolução”, tão cara aos terrestres que são
mentais? Nada é possível adiantar sobre isso, porque iniciar um homem nesses
mistérios é uma das tarefas de seu próprio espírito.
Como
já foi dito: nosso espírito espera o autêntico desejo de transformação que
devemos demonstrar. Começará, então, a operar em tudo o que for necessário. Assim
é o verdadeiro amor, puro e desinteressado, livre de controles especulativos e
egoístas. Ele aguarda que em nós aflorem as essências do ser, que é
participante dos novos acontecimentos, filho de um novo mundo a caminho. Nosso
espírito nos levará ao ponto que hoje desconhecemos, mas que, todavia, com amor
nos abraça, por sentir que está nos unindo dia a dia, cada vez mais, à nossa
verdadeiramente raiz de origem. Assim é o ser que desperta, sem poder explicar
a outros como nem por que, porém, guiado por uma força interior que não conhece
limites nem barreiras.
Vivemos,
então, a última etapa da parábola do filho pródigo: não mais as agruras do
livre-arbítrio, que nos levava a fazer tantas experiências caminhando às cegas,
mas sim o abraço final do Pai que recebe com festas o filho amado.
Os
caminhos pelos quais o ensinamento que vem do nosso interior, da alma, nos leva
parecem impossíveis; todavia, é a fé que conduz e alimenta essa ascensão.”
(TRIGUEIRINHO.
Escritor, em artigo publicado no jornal O TEMPO Belo Horizonte, edição de 4 de outubro de 2015, caderno O.PINIÃO, página 16).
Mais uma importante e oportuna contribuição para o
nosso trabalho de Mobilização para a
Cidadania e Qualidade vem de artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 3 novembro de
2015, caderno OPINIÃO, página 7, de
autoria de RENATO MEIRELLES,
presidente do instituto de pesquisa Data Popular, e que merece igualmente
integral transcrição:
“Corrupção
e economia
Na última década, tenho
acompanhado de perto, realizando e interpretando pesquisas de opinião, as
profundas transformações que o país vive. E o que tenho visto hoje em dia,
apesar do atual momento de instabilidade, é um cidadão mais empoderado e mais
exigente com os seus direitos. Vejo também um cidadão que chama para si a
responsabilidade sobre a própria vida, que acha que ela depende, sobretudo, do
seu suor e do seu trabalho. São inúmeras as estratégias, formais e informais,
que já estão sendo colocadas em prática pelas camadas populares para lidar com
a situação de aperto. É a sabedoria popular entrando em cena para se virar em
momentos de adversidade. Mas apesar de chamar para si esse protagonismo, eles
não ignoram que suas oportunidades são condicionadas pelo momento do país.
Há
pouco mais de um mês, do Data Popular, realizamos novo estudo para entender
como está a cabeça do brasileiro, como enxerga o momento atual e quais são suas
perspectivas em relação ao futuro. Infelizmente, encontramos um brasileiro
descrente na atual situação econômica e muito insatisfeito com os políticos,
percebidos como entidade abstrata que engloba tanto o governo quanto a
oposição. Essa insatisfação é verbalizada principalmente como crítica
generalizada à corrupção. Essa centralidade da corrupção é também percebida nas
manifestações de rua realizadas recentemente contra o governo.
Por
trás desses discursos, vimo que a corrupção virou a grande fonte explicativa
para todos males do país, e passou a ser acionada como responsável por quase
todas as dificuldades econômicas na vida cotidiana. Na cabeça dos brasileiros,
a gasolina aumentou, por exemplo, como consequência da existência de corrupção
na Petrobras. O que explica o aumento da conta de luz? Corrupção. O que causa
os problemas percebidos na saúde pública, como a longa espera por atendimento
ou a falta de remédios? Os desvios de recursos por conta da corrupção. O que
motivou a necessidade do ajuste fiscal, com corte de verbas para ministérios e
investimentos do governo? A necessidade de “compensar o prejuízo” trazido pela
– sempre ela – corrupção. Outros fatores decisivos para a compreensão dos
resultados de políticas públicas, como a qualidade e a inovação administrativas
ou as prioridades estabelecidas politicamente, quase nunca aparecem
espontaneamente como relevantes.
Não
deixa de ser curioso notar que na cultura política brasileira sempre houve
espaço para a tolerância com a corrupção. As fórmulas do tipo “rouba, mas faz”
foram largamente utilizadas por eleitores para justificar sua simpatia por
alguns candidatos em diversos estados do país. É a tolerância com o que
poderíamos chamar de “corrupção de resultados”, sendo a corrupção entendida
nesse sentido quase como condição necessária para fazer “a máquina girar, as
coisas acontecerem”. No discurso que temos encontrado atualmente, o enunciado
se inverte: os políticos “não fazem porque roubam”. Não é por acaso que essa
nova centralidade a respeito do tema corrupção ocorra em um momento de crise
econômica, em que as expectativas e projeções para o país e para a vida pessoal
estejam sendo frustradas. Nesse contexto, em vez de “viabilizar” (o
funcionamento de uma máquina estatal viciada), ela passou a ser entendida como
fenômeno que “inviabiliza” (a entrega de serviços públicos adequados, em um
momento de restrição de recursos).
Se
duradoura, essa nova interpretação poderia ser positiva. O problema é que,
atualmente, a população não encontra saídas para esse tema entre os atores políticos
em cena, salvo em outsiders que – e exatamente por isso – não são considerados
“políticos”. O brasileiro não enxerga a alternância de poder uma solução para a
corrupção. Fica muito evidente que, nesse e em outros aspectos, das diversas
crises que assolam o país a maior crise é a falta de perspectiva. O que os
eleitores demonstram é uma demanda urgente por um discurso que ofereça uma nova
perspectiva para o Brasil. O brasileiro quer mudanças, sim, mas não a qualquer
custo. Ele quer saber para onde vai.”
Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e
oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança
de nossa história – que é de ética, de
moral, de princípios, de valores –, para
a imperiosa e urgente necessidade de profundas
mudanças em nossas estruturas educacionais,
governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas,
financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no
concerto das potências mundiais livres, civilizadas, soberanas, democráticas e
sustentavelmente desenvolvidas...
Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras
cruciais como:
a)
a educação
– universal e de qualidade –, desde a educação
infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em
pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas
crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –,
até a pós-graduação (especialização,
mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade
absoluta de nossas políticas públicas (enfim, 125 anos depois, a República
proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução
educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do
país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da
justiça, da civilidade, da democracia, da participação, da
sustentabilidade...);
b)
o combate
implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e
mais devastadores inimigos que são: I – a inflação,
a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se
em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco
Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em setembro a
estratosférica marca de 414,30% para um período de doze meses; e mais, também
em setembro, o IPCA acumulado nos últimos doze meses chegou a 9,49%...); II – a
corrupção, há séculos, na mais
perversa promiscuidade – “dinheiro público versus interesses privados”
–, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando
incalculáveis prejuízos e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a
lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato,
Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico
de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem
mostrando também o seu caráter transnacional;
eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos
borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 515 anos já se formou um
verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque,
rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim,
é crime...); III – o desperdício, em
todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos,
indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O
Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança
das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é
desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de
problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos,
quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, a falhas
de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à
corrupção e à falta de planejamento...”;
c)
a dívida
pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e
municipal) –, com projeção para 2015, apenas segundo a proposta do
Orçamento Geral da União, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1,356 trilhão, a título de juros,
encargos, amortização e refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão
de R$ 868 bilhões), a exigir alguns
fundamentos da sabedoria grega:
-
pagar,
sim, até o último centavo;
-
rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
-
realizar uma IMEDIATA, abrangente,
qualificada, independente e eficaz auditoria...
(ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e
ainda a propósito, no artigo Melancolia,
Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente
degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das
contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”);
Isto posto, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta
de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já
combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de
poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições,
negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à
pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas
e sempre crescentes necessidades de ampliação
e modernização de setores como: a gestão
pública; a infraestrutura (rodovias,
ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada,
esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística
reversa); meio ambiente; habitação;
mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda;
agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência
social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança
pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e
desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer;
turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e
operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade
– “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade,
competitividade); entre outros...
São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira
alguma, abatem o nosso ânimo e nem
arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta
grande cruzada nacional pela cidadania e
qualidade, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada,
civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática e desenvolvida, que
possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e
potencialidades com todas as
brasileiras e com todos os
brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários
previstos e que contemplam eventos como a
Olimpíada de 2016; as obras do PAC e os projetos do Pré-Sal, à luz das
exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das
organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas
tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo da justiça, da liberdade, da paz, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...
Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a
nossa esperança... e perseverança!
“VI,
OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”
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