Mostrando postagens com marcador Copa do Mundo 2018. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Copa do Mundo 2018. Mostrar todas as postagens

quarta-feira, 25 de julho de 2018

A EXCELÊNCIA EDUCACIONAL, AS EXIGÊNCIAS DE LÍDERES GLOBAIS E A COPA DAS PROFUNDAS TRANSFORMAÇÕES NA SUSTENTABILIDADE


“Formar líderes globais
        A globalização atingiu tamanho estágio de complexidade e intensidade que hoje impõe particularmente às empresas atuantes em multimercados a necessidade de formar líderes em velocidades assombrosas. E não basta formar líderes efetivos que levem a cabo as realizações almejadas pela organização e pelos acionistas. É preciso também que eles sejam peças fundamentais na expressão da identidade da empresa, que cada vez mais se veem e se reconhecem como instituições internacionais, a despeito de suas origens.
         Nesse cenário, ganham espaço as tecnologias de base neurolinguística que, com a combinação de diferentes metodologias, permitem não só acelerar a formação de líderes para as necessidades da empresa, como também consolidar nessas organizações uma identidade interna mais favorável à atuação desse novo líder globalizado. E na esteira desse movimento, consultorias de RH de todo o mundo estão se movimentando para buscar referências e metodologias que sejam efetivas num ambiente de organização internacional.
         Logo depois de um projeto-piloto com resultados promissores, uma grande fabricante norte-americana de eletrodomésticos recentemente nos pediu auxílio para realizar um programa de formação de líderes nos moldes acima. A ideia era treinar 200 executivos seniores vindos de 20 países já selecionados no Nine Box da organização como pessoas de alto potencial. A expectativa era que futuramente esses líderes, com o máximo de suas competências desenvolvidas, assumissem desafios ainda maiores na organização.
         Ao iniciar o trabalho, no entanto, algumas precauções vieram à mente. Nossa metodologia que já é aplicada no Brasil há 15 anos por meio do programa Líder do Futuro, funcionaria num ambiente novo e com gente de todo o mundo? Nossas dinâmicas, que têm como referência o ambiente corporativo brasileiro e a nossa cultura, poderiam ser consideradas inapropriadas diante de outros referenciais culturais? Esses participantes comprariam a proposta e se engajariam da mesma forma que os daqui? A competição que integra nosso treinamento cumpriria seu propósito?
         Percebemos então que para ter credibilidade perante essa audiência diversa deveríamos também nos internacionalizar. Reforçamos nosso time com consultores dos Estados Unidos, da Austrália e da Inglaterra, dois deles com origens no mundo muçulmano e latino, decisão importante para passar confiança a respeito das nossas intenções. A essa altura, tínhamos o sinal verde para prosseguir. Mesmo diante das nossas preocupações, a empresa disse o seguinte: o confronto cultural vai ser parte dos desafios futuros desses líderes, então sigam.
         O primeiro passo sempre são as avaliações 360 dos participantes. Logo de cara, algumas competências nos chamaram a atenção. Os treinandos foram bem avaliados em relação à confiança com que atuam, à paixão com que exercem o trabalho e pelo gosto de sempre aprender. Sem dúvida, um ótimo ponto de partida, especialmente considerando que os resultados eram mais ou menos uniformes em todas as regiões do mundo. Mas nos interessavam mesmo as competências com as piores avaliações, pois são essas que deveriam ser trabalhadas.
         Notamos que as maiores dificuldades estão em dar feedbacks honestos e diretos, estabelecer uma visão clara e motivadora para o time e delegar, basicamente, os mesmos problemas que comumente se encontram no Brasil – e provavelmente em todo o mundo. A questão da dificuldade de dar feedbacks foi particularmente surpreendente porque apareceu com maior prevalência nos Estados Unidos, país que cultiva a imagem de ter uma cultura de comunicação sem delongas. Aparentemente, a realidade não é bem essa.
          Com as demandas claras, sabíamos como prosseguir. Nos cinco dias seguintes, os participantes foram submetidos a uma intensa rotina que simula a realidade corporativa que tinha o objetivo não só de pô-los à prova, mas de mudar modelos mentais particularmente no que se referem às crenças limitantes. Nesse processo, simularam a criação de empresas, criam jingles, fizeram exercícios logo cedo, meditaram, tudo em grupo, reforçando laços entre eles e a capacidade de atuar em conjunto, com coaching e feedback para se aprimorarem.
         Os resultados nos credenciaram a fazer duas novas rodadas de treinamento com o grupo. Na primeira turma, 41% dos participantes foram promovidos ou qualificados para um avanço próximo na carreira. Nada menos que 75% do total apresentaram evolução no programa interno de liderança e o retorno das equipes lideradas por essas pessoas foi extremamente positivo. É dessa forma que aceleramos a formação de líderes para organizações que não podem parar de evoluir.”.

(ARTHUR DINIZ. CEO da consultoria paulistana de talento e desenvolvimento Crescimentum, em artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 22 de julho de 2018, caderno ADMITE-SE CLASSIFICADOS, coluna MERCADO DE TRABALHO, página 7).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de artigo publicado no mesmo veículo, edição de 11 de julho de 2018, caderno OPINIÃO, página 7, de autoria de FERNANDO VALENTE PIMENTEL, presidente da Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit), e que merece igualmente integral transcrição:

“A Copa que o Brasil precisa vencer
        Passada a expectativa de conquistar o hexacampeonato na Copa do Mundo da Rússia, o Brasil vivencia um complexo dilema no contexto de outra e mais importante competição internacional: a ampliação do fluxo de comércio de bens, serviços e investimentos com outras nações. É praticamente consensual a necessidade de o país integrar-se de modo mais profundo à cadeia global de valor. Isso não se discute. Entretanto, é crucial estabelecer uma agenda realista e responsável para a concretização desse processo.
         Assim como a Seleção Brasileira precisa estar de fato preparada para disputar uma Copa do Mundo, com uma defesa sólida, meio campo equilibrado e ataque eficiente, nossa economia não pode concorrer de igual para igual no cenário internacional sem o encaminhamento prévio dos problemas que afetam sua competitividade. O risco de tomarmos outro Sete a um” é imenso no enfrentamento de peito aberto do comércio exterior, em especial no presente cenário de recrudescimento do protecionismo, protagonizado pelos Estados Unidos e a China.
         Porém, independentemente da conjuntura instável do comércio exterior, o Brasil precisa desenvolver fundamentos eficazes para ampliar a abertura de seus portos, sem o risco de tomar goleadas na balança comercial dos produtos manufaturados, da desindustrialização e do desemprego, inclusive sofrendo contra-ataques dos pretensos ganhos que, em tese, seriam decorrentes da abertura, caso esta seja abrupta e sem planejamento.
         Assim, é preciso estabelecer forma e timing adequados para a necessária maior integração do país ao mundo. Temos de construir nossa visão de futuro e ir realizando movimentos os mais concatenados possíveis entre ganhos de competitividade e produtividade sistêmica e aumento da abertura com redução de tarifas. Não fazem sentido, a nosso ver, aberturas unilaterais, como proposto por algumas correntes de pensamento e achar que um novo e melhor equilíbrio dar-se-á ao final do processo. Será muito mais produtivo para o país realizar o processo de maior integração global por meio de acordos, tal como estamos fazendo, neste momento, com a União Europeia, além de outras negociações em curso (Efta, Canadá e Japão).
         Não há dúvidas de que, se fizermos a abertura dentro de um cronograma adequado de ganhos de produtividade e competitividade, poderemos desfrutar com tranquilidade e crescimento econômico os benefícios advindos dessa liberalização, gerando, assim, mais bem-estar para a sociedade brasileira.
         Tudo isso porém, deve, necessariamente, ser precedido por uma grande lição de casa, no mínimo nas áreas tributária, de crédito, cambial, educacional e de infraestrutura. É lamentável constatar, mas a estrutura de nossa economia é um convite ao “ataque” e “artilharia” dos nossos concorrentes internacionais: carga tributária, inclusive sobre os investimentos, entre as mais elevadas do mundo; juros reais permanentemente entre os mais altos do planeta; câmbio invariavelmente desfavorável às exportações; educação básica precária e acesso restrito ao ensino superior de excelência, que conspiram contra a formação de profissionais de alta produtividade; e infraestrutura deficiente e onerosa para os custos da produção. Certamente, não será possível resolver todas as questões críticas que nos afligem para só então avançarmos mais na integração com o mundo. É preciso, porém, termos o caminho traçado e o veículo em movimento na direção do que almejamos.
         Infelizmente, a não realização de reformas estruturais, como a tributária e a previdenciária, a insistência com políticas econômicas que não primam pelo necessário equilíbrio fiscal, o crônico descaso com a educação, transportes muito caros e ineficientes e outros ônus do “custo Brasil”, como a burocracia e a insegurança jurídica, são fatores que não permitem abertura imediata mais ampla de nosso comércio. Uma redução repentina de nossa taxa média dos impostos de importação significaria um golpe duríssimo e quase letal em nossa indústria, que é bem-estruturada e tem uma história concreta de competitividade intramuros, apesar do muito que ainda teremos de fazer para estar pari passu com a 4ª revolução industrial em curso.
         Não é prudente queimar etapas no processo de desenvolvimento, adotando-se medidas fáceis para solucionar algo muito complexo. No tocante ao comércio exterior, temos, hoje, o grau de abertura que o nível de competitividade de nossa economia permite. Nesse caso, colocar a zaga na frente da linha atacante e convidar os adversários para o jogo é pedir, literalmente, para tomar um gol atrás do outro. Se a experiência já foi muito amarga na fatídica partida da Seleção contra a Alemanha, em 2014, além da desclassificação recente na Copa da Rússia, o que dizer de uma derrota na Copa do Mundo do comércio global, que ceifaria empresas, empregos e todas as nossas possibilidades de crescer de modo seguro, sustentável e em patamar suficiente para nos converter em país de renda alta?”.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, civilizadas, soberanas, democráticas e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:
a)     a excelência educacional – pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas, gerando o pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional (enfim, 128 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade...);
b)    o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em maio a ainda estratosférica marca de 303,62% nos últimos  doze meses, e a taxa de juros do cheque especial em históricos 311,89%; e já o IPCA, em junho, também no acumulado dos últimos doze meses, chegou a 4,39%); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade    “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis e irreversíveis prejuízos, perdas e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 518 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, à falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;
c)     a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2018, apenas segundo o Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1,847 trilhão (52,4%), a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão de R$ 1,106 trilhão), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega:
- pagar, sim, até o último centavo;
- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente, competente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”).

Destarte, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela excelência educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, solidária e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo do direito, da justiça, da verdade, do diálogo, da liberdade, da paz, da solidariedade, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”
56 anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2017)

- Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...
- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas ...
- Por uma Nova Política Brasileira ...
- Pela excelência na Gestão Pública ...
- Pelo fortalecimento da cultura da sustentabilidade, em suas três dimensões nucleares do desenvolvimento integral: econômico; social, com promoção humana, e, ambiental, com proteção e preservação dos nossos recursos naturais ...  

Afinal, o Brasil é uma águia pequena que já ganhou asas e, para voar, precisa tão somente de visão olímpica e de coragem! ...      

E P Í L O G O

CLAMOR E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO

“Oh! Deus, Criador e Legislador, fonte de infinita misericórdia!
Senhor, que não fique, e não está ficando, pedra sobre pedra
Dos impérios edificados com os ganhos espúrios,
Frutos da corrupção, do saque, da rapina e da dilapidação do
Nosso patrimônio público.
Patrimônio esse construído com o
Sangue, suor e lágrima,
Trabalho, honra e dignidade do povo brasileiro!
Senhor, que seja assim! Eternamente!”.





  

quinta-feira, 19 de julho de 2018

A EXCELÊNCIA EDUCACIONAL, A URGÊNCIA DA QUALIFICAÇÃO DAS ESCOLAS E A SELEÇÃO DOS GRAVES DESAFIOS NOS CAMINHOS DA SUSTENTABILIDADE


“Educação é a base        
O baixo nível da educação no Brasil impacta, negativamente, em vários aspectos da vida social. Tal fato contribui para a proliferação da violência urbana, gera desrespeito às normas mínimas de civilidade e compromete a competitividade da produção nacional.
         A educação está intrinsecamente ligada ao desenvolvimento econômico. Os países com os melhores indicadores de bem-estar social são que os registram os maiores níveis educacionais. Na Nova Zelândia, Estados Unidos e Alemanha, por exemplo, a média de escolaridade da população supera12 anos. No Brasil, esse indicador é ligeiramente superior a sete anos, inferior ao observado em nações como o Chile, Argentina, Jamaica e Peru, todos com mais de nove anos de escolaridade.
         Em termos qualitativos, a situação brasileira também é ruim. O Programme for International Student Assessment (Pisa), programa de avaliação coordenado pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), mostra que, em 2015, dos 70 países analisados, o Brasil se posicionou em 63º em ciências (Cingapura, Japão e Estônia foram os três primeiros), 59º em leitura (Cingapura, Hong Kong e Canadá ficaram nas três primeiras posições) e 66º em matemática (Cingapura, Hong Kong e Macau foram os primeiros).
         O Brasil é um dos países que menos gastam com alunos dos ensinos fundamental e médio, mas na área universitária o desembolso se aproxima do observado em nações de renda elevada. No primeiro ciclo do ensino fundamental (até a quinta série) o gasto brasileiro por ano chega a US$3,8 mil por aluno. A média dos países da OCDE é de US$ 8,7 mil. Nos anos finais do ensino fundamental e no ensino médio, a situação não é muito diferente. Para cada aluno brasileiro são gastos em média, por ano, US$ 3,8 mil, enquanto a média da OCDE é de US$ 10,5 mil. A situação brasileira se aproxima daquela dos países mais ricos no ensino universitário, em que a média nacional é de US$ 11,7 mil, ligeiramente superior aos US$ 11,5 mil da Itália, não fica muito distante da média de US$ 16,1 das economias que compõem a OCDE.
         De um modo geral, a situação educacional brasileira é vexatória. O país investe relativamente pouco no ensino básico e o pouco e o pouco que é investido se traduz em educação de má qualidade, como se apura no resultado do Pisa. Considerando a população totalmente analfabeta e o analfabetismo funcional, o Brasil conta com apenas um em cada quatro cidadãos plenamente alfabetizados. Esse quadro dramático é um dos sustentáculos da desigualdade social no país e um fator determinante para o baixo nível de renda de uma grande massa de assalariados e um entrave para a elevação da produtividade nacional.
         No âmbito universitário, cabe destacar que, apesar do valor que se investe por aluno, há fatores que impedem maior retorno social dos recursos aplicados. Por exemplo, há limitações no tocante à celebração de acordos entre universidades e o setor privado e isso se traduz em ineficiência para a produção doméstica.
         Há muito a ser feito na esfera educacional do país, principalmente no âmbito público. Grande parte dos governantes brasileiros não aprendeu com o sucesso de países como, por exemplo, o Japão e a Coreia do Sul, que investiram muito em educação e hoje colhem os bons frutos dessa iniciativa. No Brasil, continuamos negligenciando seu papel como fator de transformação social.”.

(MARCOS CINTRA. Doutor em economia pela Universidade Havard (EUA) e professor titular da Fundação Getúlio Vargas (FGV), em artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 13 de julho de 2018, caderno OPINIÃO, página 7).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de artigo publicado no mesmo veículo, edição, caderno e página, de autoria de DOM WALMOR OLIVEIRA DE AZEVEDO, arcebispo metropolitano de Belo Horizonte, e que merece igualmente transcrição:

“E agora, qual é o hexa?
        A onda apaixonante do esporte, particularmente do futebol, permite metáforas interessantes para inspirar o país a trilhar novo caminho e a alcançar o almejado patamar de nação campeã. A luta pelo título mundial ocorreu em campo e os resultados obtidos pouco mudaram o cotidiano abastado de uma minoria, que inclui os atletas. Mas a frustração da derrota mexe com os brios e as emoções de uma avalanche de cidadãos. É preciso assimilar a perda na competição esportiva e valorizar mais o que realmente impacta vida de muitos. Obviamente, há lugar para a paixão esportiva, sempre. Mas o sentimento que o futebol desperta não deve ocupar o lugar de todas as razões e emoções que são necessárias para promover transformações profundas na realidade. Perdido o título, fica a pergunta: e agora, qual é o “hexa” a ser conquistado?
         Parece que, nesta Copa do Mundo, a paixão esportiva foi vivida de modo mais saudável. Reflexo disso é que a derrota da Seleção Brasileira não gerou um clima de “fim de mundo”. E a esperança é que a perda dentro de campo seja oportunidade para o aprendizado de lições que, se bem assimiladas, podem levar a vitórias importantes, inclusive no âmbito esportivo. Ao observar o que não deu certo, é possível construir novos projetos, a serem regidos por pessoas comprometidas com o qualificado exercício da cidadania. E o primeiro passo é ter consciência da realidade.
         Há sinais de que o povo começa a desenvolver essa consciência. Um dos exemplos: a forma reduzida com que as pessoas manifestaram seu entusiasmo com a Copa deste ano e a timidez da decoração nas ruas e praças. Afinal, diante das fragilidades do contexto social, não há espaço para euforia. A esperança é que cada vez mais pessoas cultivem uma certeza: o que mais conta agora é vencer os desafios e processos que estão correndo a nação brasileira, e avançar em direções que permitam reconstruir o país. Isso significa superar os cenários vergonhosos das misérias, corrupção, agressão irracional do meio ambiente e tantos outros males que refletem certo descompromisso com o exercício da cidadania.
         Ganhar a Copa do Mundo é um sonho, motivo de festa, mas esse objetivo está longe de ser o mais importante na vida de uma nação. Inclusive porque, equivocadamente, o futebol torna-se, gradativamente, apenas um negócio, fonte de lucro para pequenos grupos que acumulam muito dinheiro e privilégios. O esporte, em vez disso, deveria ser promovido a partir de sua força educativa, capaz de reconfigurar o tecido cultural da sociedade, qualificando as pessoas para construírem um futuro melhor. Assim, em vez de almejar o “hexa” na Copa, o povo poderia eleger novas prioridades a partir do respeito ao bem comum.
         As prioridades que precisam ser assumidas são muitas, incontáveis, percebidas a partir das diversas carências do país. Para reconhecer o “hexa” a ser conquistado é preciso se questionar a respeito do Brasil que se quer construir. No centro da resposta, certamente, não estará a celebração de uma festa passageira. Em vez disso, as prioridades são a recomposição indispensável dos parâmetros éticos que devem nortear a conduta de cada pessoa, a promoção da solidariedade e da honestidade, forças capazes de impulsionar um recomeço para o Brasil.
         Esse reinício é o verdadeiro caminho rumo às vitórias capazes de superar a violência, a exclusão social e a ganância sem limites que passa por cima de tudo, destruindo o planeta, a casa comum. Cada brasileiro é convocado a sonhar com um país melhor e, a partir disso, agir. Afinal, muitas situações precisam ser reconfiguradas. É urgente, por exemplo, construir um novo modo de se fazer política, livre de interesses egoístas, e zelar para que as ações no Poder Judiciário sejam, de fato, orientadas pelos parâmetros da verdade e da justiça.
         A lista de prioridades para que seja possível construir uma nação campeã é grande e demanda especial empenho de todos. Para efetivar o sonho de construir um país renovado, vale investir todas as emoções e razões, “correr” velozmente. Em vez de se apegar às paixões passageiras, que todos assumam a tarefa cidadã de responder ao seguinte questionamento: e agora, qual é o “hexa”?”.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, civilizadas, soberanas, democráticas e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:
a)     a excelência educacional – pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas, gerando o pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional (enfim, 128 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade...);
b)    o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em maio a ainda estratosférica marca de 303,62% nos últimos  doze meses, e a taxa de juros do cheque especial em históricos 311,89%; e já o IPCA, em junho, também no acumulado dos últimos doze meses, chegou a 4,39%); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade    “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis e irreversíveis prejuízos, perdas e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 518 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, à falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;
c)     a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2018, apenas segundo o Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1,847 trilhão (52,4%), a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão de R$ 1,106 trilhão), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega:
- pagar, sim, até o último centavo;
- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente, competente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”).

Destarte, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela excelência educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, solidária e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo do direito, da justiça, da verdade, do diálogo, da liberdade, da paz, da solidariedade, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”
56 anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2017)

- Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...
- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas ...
- Por uma Nova Política Brasileira ...
- Pela excelência na Gestão Pública ...
- Pelo fortalecimento da cultura da sustentabilidade, em suas três dimensões nucleares do desenvolvimento integral: econômico; social, com promoção humana, e, ambiental, com proteção e preservação dos nossos recursos naturais ...  

Afinal, o Brasil é uma águia pequena que já ganhou asas e, para voar, precisa tão somente de visão olímpica e de coragem! ...      

E P Í L O G O

CLAMOR E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO

“Oh! Deus, Criador e Legislador, fonte de infinita misericórdia!
Senhor, que não fique, e não está ficando, pedra sobre pedra
Dos impérios edificados com os ganhos espúrios,
Frutos da corrupção, do saque, da rapina e da dilapidação do
Nosso patrimônio público.
Patrimônio esse construído com o
Sangue, suor e lágrima,
Trabalho, honra e dignidade do povo brasileiro!
Senhor, que seja assim! Eternamente!”.