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quarta-feira, 25 de julho de 2018

A EXCELÊNCIA EDUCACIONAL, AS EXIGÊNCIAS DE LÍDERES GLOBAIS E A COPA DAS PROFUNDAS TRANSFORMAÇÕES NA SUSTENTABILIDADE


“Formar líderes globais
        A globalização atingiu tamanho estágio de complexidade e intensidade que hoje impõe particularmente às empresas atuantes em multimercados a necessidade de formar líderes em velocidades assombrosas. E não basta formar líderes efetivos que levem a cabo as realizações almejadas pela organização e pelos acionistas. É preciso também que eles sejam peças fundamentais na expressão da identidade da empresa, que cada vez mais se veem e se reconhecem como instituições internacionais, a despeito de suas origens.
         Nesse cenário, ganham espaço as tecnologias de base neurolinguística que, com a combinação de diferentes metodologias, permitem não só acelerar a formação de líderes para as necessidades da empresa, como também consolidar nessas organizações uma identidade interna mais favorável à atuação desse novo líder globalizado. E na esteira desse movimento, consultorias de RH de todo o mundo estão se movimentando para buscar referências e metodologias que sejam efetivas num ambiente de organização internacional.
         Logo depois de um projeto-piloto com resultados promissores, uma grande fabricante norte-americana de eletrodomésticos recentemente nos pediu auxílio para realizar um programa de formação de líderes nos moldes acima. A ideia era treinar 200 executivos seniores vindos de 20 países já selecionados no Nine Box da organização como pessoas de alto potencial. A expectativa era que futuramente esses líderes, com o máximo de suas competências desenvolvidas, assumissem desafios ainda maiores na organização.
         Ao iniciar o trabalho, no entanto, algumas precauções vieram à mente. Nossa metodologia que já é aplicada no Brasil há 15 anos por meio do programa Líder do Futuro, funcionaria num ambiente novo e com gente de todo o mundo? Nossas dinâmicas, que têm como referência o ambiente corporativo brasileiro e a nossa cultura, poderiam ser consideradas inapropriadas diante de outros referenciais culturais? Esses participantes comprariam a proposta e se engajariam da mesma forma que os daqui? A competição que integra nosso treinamento cumpriria seu propósito?
         Percebemos então que para ter credibilidade perante essa audiência diversa deveríamos também nos internacionalizar. Reforçamos nosso time com consultores dos Estados Unidos, da Austrália e da Inglaterra, dois deles com origens no mundo muçulmano e latino, decisão importante para passar confiança a respeito das nossas intenções. A essa altura, tínhamos o sinal verde para prosseguir. Mesmo diante das nossas preocupações, a empresa disse o seguinte: o confronto cultural vai ser parte dos desafios futuros desses líderes, então sigam.
         O primeiro passo sempre são as avaliações 360 dos participantes. Logo de cara, algumas competências nos chamaram a atenção. Os treinandos foram bem avaliados em relação à confiança com que atuam, à paixão com que exercem o trabalho e pelo gosto de sempre aprender. Sem dúvida, um ótimo ponto de partida, especialmente considerando que os resultados eram mais ou menos uniformes em todas as regiões do mundo. Mas nos interessavam mesmo as competências com as piores avaliações, pois são essas que deveriam ser trabalhadas.
         Notamos que as maiores dificuldades estão em dar feedbacks honestos e diretos, estabelecer uma visão clara e motivadora para o time e delegar, basicamente, os mesmos problemas que comumente se encontram no Brasil – e provavelmente em todo o mundo. A questão da dificuldade de dar feedbacks foi particularmente surpreendente porque apareceu com maior prevalência nos Estados Unidos, país que cultiva a imagem de ter uma cultura de comunicação sem delongas. Aparentemente, a realidade não é bem essa.
          Com as demandas claras, sabíamos como prosseguir. Nos cinco dias seguintes, os participantes foram submetidos a uma intensa rotina que simula a realidade corporativa que tinha o objetivo não só de pô-los à prova, mas de mudar modelos mentais particularmente no que se referem às crenças limitantes. Nesse processo, simularam a criação de empresas, criam jingles, fizeram exercícios logo cedo, meditaram, tudo em grupo, reforçando laços entre eles e a capacidade de atuar em conjunto, com coaching e feedback para se aprimorarem.
         Os resultados nos credenciaram a fazer duas novas rodadas de treinamento com o grupo. Na primeira turma, 41% dos participantes foram promovidos ou qualificados para um avanço próximo na carreira. Nada menos que 75% do total apresentaram evolução no programa interno de liderança e o retorno das equipes lideradas por essas pessoas foi extremamente positivo. É dessa forma que aceleramos a formação de líderes para organizações que não podem parar de evoluir.”.

(ARTHUR DINIZ. CEO da consultoria paulistana de talento e desenvolvimento Crescimentum, em artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 22 de julho de 2018, caderno ADMITE-SE CLASSIFICADOS, coluna MERCADO DE TRABALHO, página 7).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de artigo publicado no mesmo veículo, edição de 11 de julho de 2018, caderno OPINIÃO, página 7, de autoria de FERNANDO VALENTE PIMENTEL, presidente da Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit), e que merece igualmente integral transcrição:

“A Copa que o Brasil precisa vencer
        Passada a expectativa de conquistar o hexacampeonato na Copa do Mundo da Rússia, o Brasil vivencia um complexo dilema no contexto de outra e mais importante competição internacional: a ampliação do fluxo de comércio de bens, serviços e investimentos com outras nações. É praticamente consensual a necessidade de o país integrar-se de modo mais profundo à cadeia global de valor. Isso não se discute. Entretanto, é crucial estabelecer uma agenda realista e responsável para a concretização desse processo.
         Assim como a Seleção Brasileira precisa estar de fato preparada para disputar uma Copa do Mundo, com uma defesa sólida, meio campo equilibrado e ataque eficiente, nossa economia não pode concorrer de igual para igual no cenário internacional sem o encaminhamento prévio dos problemas que afetam sua competitividade. O risco de tomarmos outro Sete a um” é imenso no enfrentamento de peito aberto do comércio exterior, em especial no presente cenário de recrudescimento do protecionismo, protagonizado pelos Estados Unidos e a China.
         Porém, independentemente da conjuntura instável do comércio exterior, o Brasil precisa desenvolver fundamentos eficazes para ampliar a abertura de seus portos, sem o risco de tomar goleadas na balança comercial dos produtos manufaturados, da desindustrialização e do desemprego, inclusive sofrendo contra-ataques dos pretensos ganhos que, em tese, seriam decorrentes da abertura, caso esta seja abrupta e sem planejamento.
         Assim, é preciso estabelecer forma e timing adequados para a necessária maior integração do país ao mundo. Temos de construir nossa visão de futuro e ir realizando movimentos os mais concatenados possíveis entre ganhos de competitividade e produtividade sistêmica e aumento da abertura com redução de tarifas. Não fazem sentido, a nosso ver, aberturas unilaterais, como proposto por algumas correntes de pensamento e achar que um novo e melhor equilíbrio dar-se-á ao final do processo. Será muito mais produtivo para o país realizar o processo de maior integração global por meio de acordos, tal como estamos fazendo, neste momento, com a União Europeia, além de outras negociações em curso (Efta, Canadá e Japão).
         Não há dúvidas de que, se fizermos a abertura dentro de um cronograma adequado de ganhos de produtividade e competitividade, poderemos desfrutar com tranquilidade e crescimento econômico os benefícios advindos dessa liberalização, gerando, assim, mais bem-estar para a sociedade brasileira.
         Tudo isso porém, deve, necessariamente, ser precedido por uma grande lição de casa, no mínimo nas áreas tributária, de crédito, cambial, educacional e de infraestrutura. É lamentável constatar, mas a estrutura de nossa economia é um convite ao “ataque” e “artilharia” dos nossos concorrentes internacionais: carga tributária, inclusive sobre os investimentos, entre as mais elevadas do mundo; juros reais permanentemente entre os mais altos do planeta; câmbio invariavelmente desfavorável às exportações; educação básica precária e acesso restrito ao ensino superior de excelência, que conspiram contra a formação de profissionais de alta produtividade; e infraestrutura deficiente e onerosa para os custos da produção. Certamente, não será possível resolver todas as questões críticas que nos afligem para só então avançarmos mais na integração com o mundo. É preciso, porém, termos o caminho traçado e o veículo em movimento na direção do que almejamos.
         Infelizmente, a não realização de reformas estruturais, como a tributária e a previdenciária, a insistência com políticas econômicas que não primam pelo necessário equilíbrio fiscal, o crônico descaso com a educação, transportes muito caros e ineficientes e outros ônus do “custo Brasil”, como a burocracia e a insegurança jurídica, são fatores que não permitem abertura imediata mais ampla de nosso comércio. Uma redução repentina de nossa taxa média dos impostos de importação significaria um golpe duríssimo e quase letal em nossa indústria, que é bem-estruturada e tem uma história concreta de competitividade intramuros, apesar do muito que ainda teremos de fazer para estar pari passu com a 4ª revolução industrial em curso.
         Não é prudente queimar etapas no processo de desenvolvimento, adotando-se medidas fáceis para solucionar algo muito complexo. No tocante ao comércio exterior, temos, hoje, o grau de abertura que o nível de competitividade de nossa economia permite. Nesse caso, colocar a zaga na frente da linha atacante e convidar os adversários para o jogo é pedir, literalmente, para tomar um gol atrás do outro. Se a experiência já foi muito amarga na fatídica partida da Seleção contra a Alemanha, em 2014, além da desclassificação recente na Copa da Rússia, o que dizer de uma derrota na Copa do Mundo do comércio global, que ceifaria empresas, empregos e todas as nossas possibilidades de crescer de modo seguro, sustentável e em patamar suficiente para nos converter em país de renda alta?”.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, civilizadas, soberanas, democráticas e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:
a)     a excelência educacional – pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas, gerando o pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional (enfim, 128 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade...);
b)    o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em maio a ainda estratosférica marca de 303,62% nos últimos  doze meses, e a taxa de juros do cheque especial em históricos 311,89%; e já o IPCA, em junho, também no acumulado dos últimos doze meses, chegou a 4,39%); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade    “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis e irreversíveis prejuízos, perdas e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 518 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, à falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;
c)     a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2018, apenas segundo o Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1,847 trilhão (52,4%), a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão de R$ 1,106 trilhão), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega:
- pagar, sim, até o último centavo;
- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente, competente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”).

Destarte, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela excelência educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, solidária e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo do direito, da justiça, da verdade, do diálogo, da liberdade, da paz, da solidariedade, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”
56 anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2017)

- Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...
- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas ...
- Por uma Nova Política Brasileira ...
- Pela excelência na Gestão Pública ...
- Pelo fortalecimento da cultura da sustentabilidade, em suas três dimensões nucleares do desenvolvimento integral: econômico; social, com promoção humana, e, ambiental, com proteção e preservação dos nossos recursos naturais ...  

Afinal, o Brasil é uma águia pequena que já ganhou asas e, para voar, precisa tão somente de visão olímpica e de coragem! ...      

E P Í L O G O

CLAMOR E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO

“Oh! Deus, Criador e Legislador, fonte de infinita misericórdia!
Senhor, que não fique, e não está ficando, pedra sobre pedra
Dos impérios edificados com os ganhos espúrios,
Frutos da corrupção, do saque, da rapina e da dilapidação do
Nosso patrimônio público.
Patrimônio esse construído com o
Sangue, suor e lágrima,
Trabalho, honra e dignidade do povo brasileiro!
Senhor, que seja assim! Eternamente!”.





  

sexta-feira, 7 de outubro de 2016

A EXCELÊNCIA EDUCACIONAL, O VALOR DA BOA GOVERNANÇA CORPORATIVA E A SUSTENTABILIDADE NA REFORMA DO ENSINO MÉDIO

“Boas práticas de gestão, valor para todos
         As discussões relativas à governança corporativa no Brasil, tanto no âmbito da regulação e autorregulação quando no da adoção de práticas voluntárias pelas organizações, são entremeadas por reflexões sobre em que medida a governança gera valor, quais seus impactos e beneficiados direta ou indiretamente. Sob a perspectiva integrada, a qualidade das práticas de governança e a dimensão ética e estratégica são relacionadas ao valor da companhia e ao envolvimento das partes interessadas. Os controles exercidos por conselhos fiscais, comitês de auditorias ou agentes externos e a transparência das informações são também observados.
         Os impactos, resultados das boas práticas, recebem atenção dos conselhos de administração e da gestão, contemplando o plano de geração de valor, as políticas de transações com partes relacionadas e a gestão de pessoas. Os efeitos observados ultrapassam as barreiras dos órgãos de governança e se estendem ao Estado, às empresas de diferentes tipos de controle, como estatais e familiares, bem como a todo cidadão.
         Esses benefícios se refletem das mais diversas formas: os bancos se beneficiam da melhor segurança dos negócios e da qualidade da informação; os empregados ganham com a profissionalização das empresas e redução do patrimonialismo e personalismo; os clientes se beneficiam com a maior preocupação com a imagem e longevidade da empresa, refletida na qualidade de seus produtos; os fornecedores ganham com o fortalecimento da ética e da transparência nas relações comerciais; o governo e a sociedade saem favorecidos de um melhor ambiente empresarial.
         Nas empresas, verificamos uma melhora no relacionamento entre investidores e gestores, melhor acesso e redução no custo do capital, fortalecimento da gestão profissional e orientação de processos sucessórios, crescimento e internacionalização e o aumento na transparência e qualidade dos processos de prestação de contas. Boas práticas de governança corporativa estão associados à sobrevivência das empresas no longo prazo porque convergem princípios em recomendações objetivas, alinhando interesses com a finalidade de preservar e otimizar o valor da organização, facilitando seu acesso ao capital e contribuindo para sua longevidade.
         Ao mesmo tempo em que a governança efetiva reforça ações de prestação de contas e transparência, as fragilidades dessa mesma governança depõem contra a imagem da empresa no mercado, afetando seu valor e a capacidade de atrair novos investimentos. Como exemplo, pode-se citar o comportamento dos torcedores japoneses nos jogos da Copa do Mundo 2014, que demonstraram para os brasileiros e para o mundo uma atitude no mínimo curiosa. Ao finalizarem os jogos, esses torcedores juntavam e recolhiam seu lixo para descarte, deixando limpo o local que ocuparam. No Japão, “o lixo é um problema de cada cidadão e se desfazer dele adequadamente é lei. O certo, portanto, é levá-lo para casa e separá-lo para a coleta”.
         Na sociedade japonesa, as regras e práticas para o despejo do lixo já foram internalizadas na cultura e naturalizadas, com todos se acostumando a elas, que se tornam o “normal” ou “natural”. Da mesma forma, deve ocorrer com as boas práticas de governança. Seu uso e difusão se tornam naturalizados, e estranho é não seguir as boas práticas. O custo de não saber o que está acontecendo será sempre muito alto do que qualquer custo desembolsado com o objetivo de monitorar o desempenho da empresa.”.

(MARCELO LEAL. Advogado e consultor tributário, em artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 5 de outubro de 2016, caderno OPINIÃO, página 7).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de artigo publicado no mesmo veículo, edição, caderno e página, de autoria de SÉRGIO PORFÍRIO, especialista em educação e psicanálise da criança e do adolescente, e que merece igualmente integral transcrição:

“Educar a reforma, antes de tudo
        Do ponto de vista biológico, a célula e o corpo humano são os organismos, respectivamente, mais simples e completos que existem. Referindo-nos à complexidade de nosso corpo, podemos questionar: por que dependemos tanto uns dos outros, se a célula, com toda a sua simplicidade, sobrevive independente, autoalimentando-se, crescendo, reproduzindo-se e morrendo? Diferentemente de todos os outros seres vivos, temos a necessidade uns dos outros. Isso ocorre porque, ao desenvolver a fala, emitimos e recebemos mensagens repletas de símbolos e, com essa comunicação, criamos vínculos. Quando aprendemos a falar, entramos de vez no mundo da linguagem, nascemos subjetivamente.
         É como se nascêssemos duas vezes: uma, no parto biológico; a outra quando simbolizamos o mundo. Se a natureza explica o primeiro nascimento, é a relação que estabelecemos com o outro e com o mundo que explica o segundo – o subjetivo e político. A escola tem a função de formalizar o aprender, ocupando um lugar importante na constituição da nossa identidade, no exercício da convivência com o diferente e na manutenção do respeito às regras,
         Enquanto instituição social, a escola tenta cumprir o seu papel de ensinar reunindo em seu currículo conteúdos científicos de áreas diversas. Algumas, com filosofia diferenciada, ampliam a proposta pedagógica com conteúdo subjetivo, promovendo uma formação mais completa e humanizada. O que a escola deve ensinar? Essa indagação passou a ser pauta de debates no país, com o anúncio do governo de algumas mudanças no currículo do ensino médio. Nesses debates, há duas questões em evidência: a redução da diversificação e a flexibilização do currículo escolar.
         A diversificação curricular já proporcionou ganhos significativos aos alunos brasileiros! A inclusão de conteúdos como sociologia, música, história da arte e sexualidade, ocorrida nos últimos anos, mostra isso. Portanto, é imprescindível investir em diferentes dimensões do desenvolvimento humano, principalmente nos campos social, político, econômico e cultural. Retirar qualquer disciplina do currículo seria um passo na contramão. A flexibilização do currículo, por sua vez, realidade em escolas de muitos países desenvolvidos, tem como um dos objetivos dar ao estudante o direito de intervir na escolha do percurso curricular e em sua formação, caminho que precisamos trilhar, mas com cautela e com o acompanhamento de especialistas da educação.
         É fato que o currículo escolar no Brasil requer uma reavaliação. Sabemos que, hoje, o volume de conteúdo proposto é bastante extenso, principalmente nas séries finais da educação básica. Contudo, precisamos analisar o momento adequado para tal mudança e de que maneira deve ocorrer, de forma que sejam respeitadas as particularidades regionais do país e os setores da educação. Estariam as escolas e os educadores estruturados para a iniciar a transição? E os alunos, estão sendo preparados e terão a clareza e maturidade necessárias para optar por um ou outro agrupamento de disciplinas?
         Importante refletir que, ao contrário do que sinalizou o governo, diversificação e flexibilização de currículo devem andar na mesma direção. A importância de oferecer disciplinas de todas as áreas do conhecimento, principalmente aquelas que contribuem para a formação humana, precisa ser reforçada. Reduzir a oferta e permitir uma escolha precoce por parte dos estudantes, pelo menos no contexto atual, seria ignorar a subjetividade do ano e conduzi-lo apenas a uma escolha técnica.
         Precisa-se educar a reforma! Uma mudança na educação necessita visar e garantir a melhora da qualidade de vida do homem e do planeta. Se nascemos pela segunda vez, quando nos tornamos seres falantes e políticos, é por meio dos nossos sentimentos e afetos, da troca com o outro, da pluralidade de conhecimentos e da arte que nos mantemos vivos.”.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, civilizadas, soberanas, democráticas e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:
a)     a excelência educacional – pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas, gerando o pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional (enfim, 125 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da civilidade, da democracia, da participação, da sustentabilidade...);
b)    o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em agosto a ainda estratosférica marca de 475,20% para um período de doze meses; e, ainda em agosto, o IPCA acumulado nos doze meses chegou a 8,97% e a taxa de juros do cheque especial  registrou históricos 321,08%...); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade  –  “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis prejuízos e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 516 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, a falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;
c)     a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com projeção para 2016, apenas segundo a proposta do Orçamento Geral da União, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1,348 trilhão, a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão de R$ 1,044 trilhão), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega:
- pagar, sim, até o último centavo;
- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”);

Destarte, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela excelência educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo da justiça, da liberdade, da paz, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”

- 55 anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2016) ...

- Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...
- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas...
- Por uma Nova Política Brasileira...  
        


        


         

segunda-feira, 28 de julho de 2014

A CIDADANIA, O SENTIDO DAS FESTAS E A HORA DE PENSAR BEM

“As festas e o sentido que têm de nos ajudar a levar avante a vida
        
         O tema “festa” é um fenômeno que tem desafiado grandes nomes do pensamento. É que a festa revela o que ainda há de mítico em nós no meio da prevalência da fria racionalidade.
         Quando se realizou a Copa de futebol no Brasil, irromperam grandes festas em todas as classes sociais, verdadeiras celebrações. Mesmo depois da humilhante derrota do Brasil frente à Alemanha, as festas não esmoreceram. A Costa Rica, mesmo não sendo a campeã do mundo, mostrou excelente futebol. Não foi diferente na Colômbia. A festa faz esquecer os fracassos, suspende o terrível cotidiano e o tempo dos relógios. É como se, por um momento, participássemos da eternidade.
         A festa em si, está livre de interesses e finalidades. Todos estão juntos não para aprender ou ensinar algo uns aos outros, mas para se alegrar. A festa reconcilia todas as coisas e nos devolve a saudade do paraíso das delícias que nunca se perdeu totalmente.
         A festa parece um presente que já não depende de nós e que não podemos manipular. Pode-se preparar a festa. Mas a festividade, vale dizer, o espírito da festa, surge de graça.
         Pertence à festa mais social (bodas, aniversário) a roupa festiva, a ornamentação, a música e até a dança. Onde brota a alegria da festa? Talvez  Nietzsche encontrou sua melhor formulação: “para alegrar-se de alguma coisa, precisa-se dizer a todas as coisas: “sejam benvindas”. Portanto, para podermos festejar de verdade, precisamos afirmar positivamente a totalidade das coisas.
         A festa é o tempo forte no qual o sentido secreto da vida é vivido mesmo inconscientemente. Da festa saímos mais fortes para enfrentar as exigências da vida.
         Em grande parte, a grandeza de uma religião reside em sua capacidade de celebrar e de festejar seus santos e mestres, os tempos sagrados, as datas fundacionais. Na festa, cessam as interrogações do coração e o praticante celebra a alegria de sua fé em companhia de irmãos que com ele partilham das mesmas convicções e se sentem próximos de Deus.
         Vivendo dessa forma a festa religiosa, percebemos como é equivocado o discurso que sensacionalisticamente anuncia a morte de Deus. Trata-se de um trágico sintoma de uma sociedade saturada de bens materiais, que assiste lentamente não à morte de Deus, mas à morte do homem, que perdeu a capacidade de chorar e de se alegrar pelo bom da vida, pelo nascer do sol e pela carícia entre os namorados.
         Novamente voltamos a Nietzsche, que muito entendeu da verdade essencial do Deus vivo, sepultado sob tantos elementos envelhecidos de nossa cultura religiosa e da rigidez da ortodoxia das igrejas: a perda da jovialidade, isto é, da graça divina. É a consequência fundamental da morte de Deus (“Fröhliche Wissenchaft III, aforismo 343 e 125).
         Pelo fato de havermos perdido a jovialidade, grande parte de nossa cultura não sabe festejar. Conhece, sim, a frivolidade, os excessos, os palavrões grosseiros e as festas montadas como comércio.
         A festa tem que ser preparada e somente depois celebrada. Sem essa disposição interior, corre o risco de perder seu sentido alimentador da vida onerosa que levamos. Hoje em dia, vivemos em festas. Mas porque não sabemos nos preparar nem prepará-las, saímos delas vazios ou saturados, quando seu sentido era de encher-nos de um sentido maior para levar avante a vida, sempre desafiante e, para a maioria, trabalhosa.”

(LEONARDO BOFF. Teólogo, em artigo publicado no jornal O TEMPO Belo Horizonte, edição de 25 de julho de 2014, caderno O.PINIÃO, página 22).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Cidadania e Qualidade vem de artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 25 de julho de 2014, caderno OPINIÃO, página 7, de autoria de DOM WALMOR OLIVEIRA DE AZEVEDO, arcebispo metropolitano de Belo Horizonte, e que merece igualmente integral transcrição:

“Hora de pensar bem
        
         Não é recomendável alimentar ilusões diante do jogo pesado que comanda o processo eleitoral. Entre outras perplexidades, sabe-se dos grupos, inclusive religiosos (ou supostamente religiosos), que negociam interesses. A partir de interesses nebulosos, alavancam candidaturas com o objetivo de constituir banca própria. Essa postura, assim como as habituais negociatas que ocorrem após as eleições, com a distribuição de cargos segundo interesses partidários, incontestavelmente, está na contramão da envergadura moral que os cidadãos merecem. Obviamente, são posturas que prejudicam a governabilidade e comprometem a própria democracia. É hora de pensar bem sobre a importância do nobre exercício do direito de votar. Também é preciso refletir a respeito da presença dos cristãos na política.
         Essa participação é autêntica e balizada pela moralidade quando, efetivamente, busca a escolha de representantes à altura dos postos de responsabilidade do Legislativo e Executivo. Não é submissa às trocas de favores ou negociações. Quando uma experiência de fé é madura, tem força para enfrentar a realidade e lutar por sua transformação. Nunca se coloca a serviço de um propósito egoísta, reduzido ao território dos interesses de poucos. Lembra-nos o papa Francisco que “devemos envolver-nos na política, porque a política é uma das formas mais altas da caridade, porque busca o bem comum”. À luz dos valores do Evangelho de Jesus e em diálogo com todos os segmentos da sociedade pluralista, o cristão precisa participar das eleições deste ano. Não por interesse seu, nem mesmo por objetivos específicos de determinado grupo ou instituição, mas orientado pela nobre tarefa de ajudar a construir uma sociedade melhor.
         É hora de pensar bem a respeito do que precisa mudar. E não é pouca coisa. Os cenários políticos e a atuação de lideranças não podem ser avaliados de modo ingênuo. Também é preciso refletir sobre benefícios que não possuem caráter emancipatório para avançar o quanto se pode na economia, na cultura, na educação e nos serviços que são direito do povo. Por isso mesmo,  é hora de “passar um pente fino” nos nomes daqueles que disputarão as eleições, mesmo diante do atual jogo eleitoral, que precisa mudar a partir de uma profunda reforma política. Os eleitores devem avaliar seriamente todos os candidatos. É importante votar em quem pauta sua vida e suas ações nos valores cristãos, embora não seja a única condição de adequada participação cidadã.
         Os que submetem seus nomes ao sufrágio dos votos devem determinantemente ter o gosto pelo diálogo. Não se pode governar adequadamente quando não se tem competência e abertura para ouvir., condição indispensável para promover as mudanças necessárias a partir da participação dos diversos setores da sociedade. É hora de pensar bem na lista de candidatos. Apresentar-se como “salvador da pátria”, adotar a tática dos ataques para afirmar-se pela destruição dos outros ou, simplesmente, exaltar as próprias qualidades  não podem constituir estratégia para fortalecer nomes. A crise de liderança na sociedade brasileira, em diferentes âmbitos, políticos e institucionais, não dispensa o despertar de uma grande rede de instituições, inclusive as religiosas, para cultivar o exercício cidadão de votar e escolher bem.
         Seguir no caminho oposto inviabiliza a superação dos gargalos que prejudicam o crescimento e contribui para o fortalecimento da política imoral, que permite apropriação das instâncias governamentais, a perpetuação no poder. Consequentemente, compromete-se o contexto cultural e educativo. Convive-se com os riscos de retrocessos políticos, principalmente quando são exaltados modelos que não se ajustam à realidade brasileira, com sua história e conquistas. É hora de pensar sobre quem tem condições de ser eleito, de representar o povo. A partir do voto, é possível demonstrar a insatisfação com os políticos que exercerem seus mandatos distanciados das necessidades da população, que fazem da política um “balcão de negócios”. É hora de pensar bem!”

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, civilizadas,  soberanas, democráticas e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:

     a)     Educação – universal e de qualidade –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas;

     b)    o combate, implacável e sem trégua, aos três dos nossos maiores e mais avassaladores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero; II – a corrupção, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis prejuízos e comprometimentos de vária ordem (...e que não poupa nem a Cruz Vermelha...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, inexoravelmente inestimáveis (a propósito, segundo o Relatório Justiça em Números 2013, do Conselho Nacional de Justiça, há no Brasil 92,2 milhões de processos em andamento; ... haja produtividade...);

    c)     a dívida pública brasileira, com projeção para 2014, segundo o Orçamento Geral da União, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1 trilhão, a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (apenas com esta rubrica, previsão de R$ 654 bilhões), a exigir igualmente uma imediata, abrangente, qualificada e eficaz auditoria...

Isto posto, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais contundente ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação;cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela cidadania e qualidade, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, desenvolvida e solidária, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos e que contemplam eventos como a Olimpíada de 2016; as obras do PAC e os projetos do pré-sal, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo da justiça, da liberdade, da paz, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!...

O BRASIL TEM JEITO!...  


           

segunda-feira, 21 de julho de 2014

A CIDADANIA, A EDUCAÇÃO, A PRODUTIVIDADE E UM NOVO JOGO CULTURAL

“Educação e produtividade
        
         Para que possamos levar metade da população ainda vulnerável a um padrão aceitável de qualidade de vida, o Brasil precisará de um crescimento médio anual de 4,2% do PIB até 2030, segundo especialistas. Uma meta factível se triplicarmos o crescimento da produtividade de uma forma sistêmica e generalizada. Mas, para aumentarmos a produtividade, precisamos produzir novos conhecimentos, desenvolver e empregar muita tecnologia. E, para isso, é necessário ter educação e pesquisa de qualidade. Os países que se desenvolveram mais rapidamente nas últimas décadas foram os que mais qualificaram sua força de trabalho.
         O Brasil é perfeitamente capaz disso. Desenvolvemos dois setores bem distintos: o agrícola e o aeroespacial, que hoje são altamente competitivos, principalmente devido à ênfase dada a pesquisa e desenvolvimento no passado, que continuam com muito investimento ainda hoje. Neste mundo globalizado e altamente conectado, precisamos atrair mais os talentos estrangeiros. Pasmem! O Brasil tinha, no início de 1900, 5% da força de trabalho de estrangeiros. Hoje, um século depois, temos somente 0,5%. Devemos não só atrair os estrangeiros, mas principalmente oferecer condições para que os brasileiros que estão no exterior tenham um vínculo maior com as instituições brasileiras, elevando, assim, o nível de qualificação de nossos profissionais e, consequentemente, de nossa produtividade.
         Para o país tornar-se competitivo, é necessário que suas empresas e organizações sejam competitivas, e, para isso, é necessário que seus colaboradores sejam profissionais competitivos, que, por sua vez, só o serão se forem qualificados e produtivos. O Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) mostrou que a produtividade do trabalhador na indústria brasileira caiu de 30% para 20% se comparado ao trabalhador da indústria norte-americana nos anos de 1973 a 2004. Hoje, um trabalhador norte-americano produz o equivalente à produção de cinco brasileiros, por um mesmo período. E somente com educação poderemos reverter esses números. Educação e pesquisa de qualidade geram novas tecnologias, processos, negócios e produtos.
         O Plano Nacional de Educação, aprovado recentemente no Congresso Nacional, deu ênfase ao aumento progressivo no investimento do setor público. O objetivo é chegar a 10% do PIB em 2024. Outra meta importante e ambiciosa é a de formar 60 mil mestres e 25 mil doutores por ano.
         A pesquisa de inovação tecnológica (Pintec), realizada pelo IBGE e divulgada no final de 2012, mostrou que, entre as 128,68 mil empresas pesquisadas, somente 35,6% haviam sido inovadoras. Essas empresas empregavam nas atividades internas de pesquisa e desenvolvimento somente 11 mil profissionais pós-graduados. Mostrou também que a falta de pessoal qualificado era um gargalo para o avanço da inovação em 72,5% das empresas.
         O Ietec, referência em educação no setor de engenharia há 27 anos, irá contribuir com essa meta na formação dos mestres, com o mestrado em engenharia e gestão de sistemas e processos. A união da engenharia com a gestão vem colaborar significativamente para o desenvolvimento do país. O Brasil tem cerca de 668 mil engenheiros registrados nos conselhos de engenharia e agronomia, e, segundo o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), desses, somente 28% exerciam efetivamente a função típica de engenheiro. Onde estão os outros? Grande parte exercendo cargos de gestão, e outros estão na área de pesquisa e desenvolvimento.
         Precisamos proporcionar a união da teoria acadêmica avançada dos pesquisadores com a prática profissional dos engenheiros, administradores e outros profissionais de ciências sociais e da terra, formando, assim, profissionais com base conceitual sólida associada à necessidade empresarial. A formação ideal do profissional é a combinação de uma base ampla de conhecimento matemático teórico com know-how prático. Educação e produtividade, com mais mestres, para um Brasil mais próspero e justo.”

(RONALDO GUSMÃO. Presidente do Instituto de Educação Tecnológica (Ietec), em artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 17 de julho de 2014, caderno OPINIÃO, página 7).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Cidadania e Qualidade vem de artigo publicado no mesmo veículo, edição de 18 de julho, mesmo caderno e página, de autoria de DOM WALMOR OLIVEIRA DE AZEVEDO, arcebispo metropolitano de Belo Horizonte, e que merece igualmente transcrição:

“Novo jogo cultural
        
   Jogadas as partidas da Copa do Mundo, concluído o evento, com os saldos positivos, a sociedade brasileira, incontestavelmente, está emoldurada pela exigência de investir em um novo jogo cultural. É pobre o discurso que considera apenas a avaliação exitosa do Mundial, como vitorioso contraponto às vozes dos que “torciam contra”, apostando no caos em aeroportos, trânsito e outros serviços. Não foi assim, felizmente. Contudo, poderia ter sido bem melhor se governantes agissem com mais lucidez, as burocracias não atrasassem processos e os interesses espúrios não fossem tão determinantes. Avanços mais expressivos seriam alcançados se prevalecesse um sentido cidadão por parte daqueles que têm tarefas determinantes na condução da sociedade plural.
         Não menos ingênuo, depois de sinalizações e posturas populares, nos estádios e nas ruas, é apontar aspectos negativos do evento para construir o discurso político da corrida eleitoral em processo. É inteligente saber que o sentimento popular resiste a essas estratégias utilizadas na confecção de linguagens políticas que buscam captar a benevolência de eleitores. O Mundial, junto das manifestações populares que ocorreram em meados de 2013, desenhou no horizonte da sociedade brasileira que é indispensável investir num novo jogo cultural, sob pena de atrasos e de vergonhosas goleadas em muitos campos, não só do futebol.
         Essa intuição não é de um político iluminado, de uma estrela do futebol e nem mesmo de reverenciados intelectuais de diferentes campos das ciências. O povo fez essa indicação não por um programa formal escrito, divulgado em redes sociais ou outros meios de comunicação. A postura popular, desde a presença nos estádios, suas manifestações de apoio ou descontentamento, a interação com diferentes culturas representadas por turistas e delegações esportivas, com as marcas da proximidade, do respeito e da alegria, sacramentou a grande necessidade de um novo jogo cultural na sociedade brasileira. Discursos repetitivos, consequentemente estéreis, e dificuldade de ouvir e dialogar, especialmente com os pobres e excluídos, tenderão a processual desmoronamento. Sem a necessária alma de caráter antropológico, capaz de compreender o conjunto da existência humana com suas demandas sociais, culturais, religiosas e políticas, perpetuarão os políticos com campanhas eleitorais de tempos passados, com discursos de recíprocos ataques. Predominará a superficial busca de construção de uma imagem de candidato perfeito e salvador da pátria, uma entediante comunicação que ninguém mais consegue ver e, sem alternativa, desliga a TV, o rádio. Prevalece a desilusão.
         A reivindicação desse novo jogo cultural torna-se mais intensa, particularmente, quando se avalia o percurso do grupo campeão da Copa – sua cultura, suas escolhas de planejamento, sua aptidão de cultivar uma autoestima que sustenta a capacidade de lutar, conjuntamente, por metas e ideais. Olhar para essa realidade mostra que a sociedade brasileira precisa analisar e desmontar os esquemas de elitização, que pouco ajudam nos avanços possíveis na atualidade. Incontestavelmente, é hora de aproveitar melhor a oportunidade para a instauração de processos em níveis diferentes da sociedade e nos seus funcionamentos, investindo numa grande obra educativa e cultural. Não se pode perder a chance de aprofundar análises para amadurecer intuições e alcançar indicadores novos, diante da necessidade de novas respostas. Torna-se inoportuno, simplesmente, contentar-se com as conquistas obtidas, pois ficaram abaixo do que era possível, por entraves ideológicos, incompetências de gestão e aprisionamento da cidadania em defesa dos interesses grupais.
         A condição continental do Brasil não pode dispensar a peculiaridade das diferentes regiões nos estados da Federação, com seus valores, tradições e patrimônios próprios. Será sempre inoperante tratar uma realidade grande e complexa sem considerar aquilo que a constitui: suas tradições e valores regionais. Esse raciocínio vale também para os campos da política, economia e religião. Não existe pessoa, ou instância, que, de modo solitário, possa reger um processo de dimensões continentais. Buscar uma nova realidade a partir do diálogo – com a competência de programas governamentais menos genéricos e teóricos, cultivo da autoestima e o investimento de base, iluminado por um horizonte marcado por valores humanísticos – poderá conduzir a sociedade brasileira no caminho indicado pelo povo. É hora de investir num novo jogo cultural.”

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas transformações em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, civilizadas, soberanas, democráticas e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:

     a)     a educação – universal e de qualidade –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas;

     b)    o combate, implacável e sem trégua, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero; II – a corrupção, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis prejuízos e comprometimentos de vária ordem; III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, inexoravelmente irreparáveis;

     c)     a dívida pública brasileira, com projeção para 2014, segundo o Orçamento Geral da União, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1 trilhão, a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (apenas com esta rubrica, previsão de R$ 654 bilhões), a exigir igualmente uma imediata, abrangente, competente e eficaz auditoria...

Isto posto, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais contundente ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela cidadania e qualidade, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, desenvolvida e solidária, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos e que contemplam eventos como a Olimpíada de 2016; as obras do PAC e os projetos do pré-sal, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo da justiça, da liberdade, da paz, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!...


O BRASIL TEM JEITO!...