sexta-feira, 20 de dezembro de 2013

A CIDADANIA, O SERVIÇO À HUMANIDADE E AS ESTAÇÕES DA VIDA

“Um chamado à prática mais universal do serviço e da ação abnegada
        
         Se quisermos avançar no caminho evolutivo, espiritual, precisamos encontrar dentro de nós esse núcleo profundo que é a alma. É o contato com ela e a inspiração dos níveis espirituais que nos permitem servir livremente, doar-nos à vida universal.
         A prática de ações abnegadas e o serviço compreendido como doação de si à meta que a alma conhece trazem o fluir de energias sublimes para a Terra. Fortalecem os ideais elevados e o altruísmo.
         Se buscamos ou escolhemos o tipo de serviço a prestar, impedimos o fluxo da energia da alma sobre os nossos corpos e, portanto, sobre a nossa ação. Quando temos uma ideia preconcebida de como servir, a alma não pode agir com liberdade; e só ela conhece o tipo de energia espiritual que pode canalizar em dado momento, e a quem dirigir essa energia.
         Lembremo-nos que, ao assumirmos uma tarefa movidos pelo impulso da alma, temos ajudas especiais. A energia espiritual começa a fluir quando entramos em quietude e em sintonia com a alma.
         Com harmonia e tranquilidade, percebemos claramente que somos meros veículos para o trabalho da alma sobre a Terra. A ação que nos cabe é permanecer em sintonia com ela e retirar da mente qualquer conceito sobre o que seria uma ação útil. Devemos abandonar toda preocupação por resultados, pois estes são sempre imprevisíveis.
         A preparação para o serviço pode ser contínua, pois sempre há o que aprender e purificar em nós mesmos. Nunca ficaremos estagnados se nos mantivermos abertos para o que há de mais elevado em nós, e se cultivarmos o desapego.
         O desapego é essencial na preparação para o serviço: desapego pelo tipo de serviço a ser prestado, desapego pelo que sucede enquanto servimos, desapegos pelos resultados – quanto mais desapegados nos mantivermos, mais clareza teremos e mais abrangente será a obra realizada por nosso intermédio. O desapego abre canais, e assim o que vem do Alto pode fluir livremente na consciência e nos corpos.
         O serviço requer outros ajustes na personalidade: no corpo físico, no emocional e no mental. Para estar bem, o corpo físico precisa de vida ritmada e de organização no tempo e no espaço. Disciplina e horários a cumprir no dia a dia ajudam a harmonizá-lo e a torná-lo receptivo à energia da alma. Além de ampliar sua capacidade, essa energia é equilibradora. O corpo emocional é trabalhado pelo cultivo sadio da devoção e da fé. Sentimentos que nos predispõem a uma vida espiritualizada, qualitativa. Nossas reações emocionais não devem prejudicar os outros, por isso precisamos invocar as energias do amor e da sabedoria, que vêm da alma, para permeá-las. As energias do amor e da sabedoria são curadoras, e o nosso nível emocional foi criado para ser veículo delas, em benefício das pessoas e do mundo.
         Quanto à mente, é ajustada quando se ocupa com ideias superiores e segue impulsos vindos da alma. A obediência a esses impulsos traz ideias claras e pensamento reunido.
         Se formos devotos das nossas melhores qualidades e obedientes aos sinais que a vida nos apresenta, e se estivermos prontos para seguir os imprevisíveis ditames da alma, seremos um bom veículo para as energias espirituais permearem a vida material. Estaremos então de fato servindo à humanidade e colaborando para que se liberte dos seus atuais condicionamentos.”

(TRIGUEIRINHO, que é escritor, em artigo publicado no jornal O TEMPO Belo Horizonte, edição de 23 de junho de 2013, caderno O.PINIÃO, página 26).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Cidadania e Qualidade vem de artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 15 de dezembro de 2013, caderno MEGACLASSIFICADOSADMITE-SE, coluna MERCADO DE TRABALHO, página 2, de autoria de HOMERO REIS, que é coach, e que merece igualmente integral transcrição:

“As estações da vida
        
         Quando eu e minha esposa chegamos em North Vancouver, Canadá, em 31 de dezembro de 2009,  demos de cara com uma cidade submersa na neve. O motorista de táxi que nos levava do aeroporto para casa comentava que o inverno seria rigoroso. “Rigoroso” me chamou a atenção considerando que, poucas horas antes, embarcara no Galeão, Rio de Janeiro, com destino ao Canadá, a uma temperatura de quase quarenta graus, no típico verão carioca. O que poderia ser rigoroso?
         Chegamos. A rua ladeada por “muralhas” de neve escondia as casas, quando o taxista parou o carro e me informou que havíamos chegado. Não consegui ver nada além de neve. O que a fé não faz!? Resoluto e determinado, enfrentei a  montanha branca e achei a porta da casa. Esta foi minha primeira experiência canadense.
         Durante as primeiras semanas, tudo aquilo foi bem emocionante. Era muito bonito ver neve em abundância, perceber a natureza em variações de cinza e ter um bom sistema de calefação. Com o passar do tempo, comecei a pensar quando é que “aquilo” iria terminar. Com mais algum tempo comecei a ter certeza de que “aquilo” não terminaria jamais. Os dias e as noites haviam se tornado num branco-sobre-branco, envolto em frio-mais-frio.
         Até que um dia a temperatura começou a subir; vagarosamente, é claro. Aos poucos os verdes começaram a aparecer, os pássaros voltaram a cantar e, como um milagre, todo o branco começou a pigmentar-se de cores sem fim, revelando uma infinidade de nuances jamais imaginada. Chegara a primavera.
         Os jardins reflorescidos tornaram-se espaços para brincadeiras, passeios, namoros ou simplesmente contemplação. Pessoas saíram de casa, apareceram nos espaços abertos e aquela cidade “fantasma” ressurge linda e colorida. Mas, assim como a neve deu lugar à primavera, o verão apareceu trazendo consigo um calor inicialmente aceitável, mas que, em breve, se tornou insuportável. Os jardins sedentos e as pessoas abafadas foram regados como se o universo se liquefizessem e as chuvas torrenciais encharcavam tudo, o tempo todo. Quando tudo isso parecia novamente insuportável, eis que surge novamente um inverno que “iria ser rigoroso”. Esse é o ciclo.
         De repente, percebi, por trás de tudo isso, uma lição de vida que precisamos aprender para atuar na perspectiva da inteligência relacional. A vida tem suas estações. Às vezes, vivemos momentos que nos parecem um eterno inverno, frio, monocromático. As noites longas e os dias curtos trazem a sensação de que nada pode ser feito. Em outros momentos a vida torna-se colorida e julgamos que tudo será sempre assim; mas, logo chegam aqueles momentos da agitação desenfreada e do calor intenso, que acabam por se liquefazer, permitindo que, novamente, o frio se instale.
         De tudo isso fica a certeza de que tudo passa e esse momento também vai passar. Aquilo que hoje nos parece enfadonho, certamente será algo de que nos lembraremos no futuro com muita saudade. Aquela incerteza do futuro, de repente se desvanecerá e a vida estará realizada. Teremos passado por ela, deixado o nosso legado, construído possibilidades para outras gerações que também viverão suas próprias estações.
         Como coach, atendo pessoas de todas as idades e fases da vida. É interessante vê-las transitar por situações tidas como insolúveis, para soluções satisfatórias. É comum ver a desesperança sucumbir diante das possibilidades; mas, é alentador acolher agora algo que no passado parecia insuportável. Com isso, brinco com meus alunos dizendo-lhes que quando não suportarem mais a universidade, estará na época de se formarem. Depois de algum tempo, os escuto dizer que “aqueles tempos acadêmicos” foram muito divertidos. Quando me casei e minha esposa engravidou, julgava que não iria dar conta daquela tarefa. Hoje, quando vejo meus netos enchendo a casa de alegria, percebo que a tarefa não foi fácil, mas foi prazerosa.
         Quando comecei minha vida profissional como auxiliar administrativo e tinha pela frente chefes e situações difíceis, às vezes parecia que jamais haveria para mim “um lugar ao sol”. Hoje, olhando para a caminhada, vejo que as diversas estações da vida foram se sucedendo numa espiral ascendente. Certamente, não foi fácil como gostaria que fosse, mas não foi impossível como julgava que seria.
         A vida nos proporciona o que somos capazes de suportar, com o desafio de exigir de nós um pouco mais de foco, persistência e esforço para nos capacitarmos a voos mais altos. Perder de vista as estações da vida é perder a beleza da vida. Julgar que a dificuldade presente será sempre presente é desfalecer prematuramente; crer que nada mudará “os tempos paradisíacos” é uma infantilidade. O ciclo da vida requer viver suas estações. Fique firme em seus propósitos, esse inverno vai passar. Contemple sua primavera e desfrute dela, porque ela também vai passar. Viva intensamente o verão, mas saiba que o outono chegará, preparando tudo e todos para um novo ciclo.”

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, adequadas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, política, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, civilizadas, soberanas, democráticas e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:

     a)     a educação – universal e de qualidade, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas;

     b)    o combate, implacável e sem trégua, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero; II – a corrupção, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis prejuízos e comprometimentos de vária ordem; III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, inexoravelmente irreparáveis;

     c)     a dívida pública brasileira, com projeção para 2013, segundo o Orçamento Geral da União, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1 trilhão, a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (apenas com esta rubrica, previsão de R$ 610 bilhões), a exigir igualmente uma imediata, abrangente, qualificada e eficaz auditoria...

Isto posto, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais contundente ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa; meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade;  minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela cidadania e qualidade, visando à construção de uma Nação verdadeiramente justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, desenvolvida e solidária, que possa partilhar suas extraordinárias e abundantes riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros, especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos e que contemplam eventos como a Copa do Mundo de 2014; a Olimpíada de 2016; as obras do PAC e os projetos do pré-sal, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo da justiça, da liberdade, da paz, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!...


O BRASIL TEM JEITO!...   

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