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quarta-feira, 5 de junho de 2019

A EXCELÊNCIA EDUCACIONAL, A LUZ E OS DESAFIOS DO ENSINO NA GERAÇÃO ALPHA E A URGÊNCIA E EXIGÊNCIAS DA QUALIFICAÇÃO DA ESCOLA NA SUSTENTABILIDADE


“Como ensinar uma geração hiperconectada?
        No mesmo ano em que a Sociedade Americana de Dialetos identificava “app” como a palavra mais usada em 2010, nasciam as crianças da Geração Alpha, primeiras nascidas inteiramente no século 21. Hiperconectividade é a palavra que define esse grupo, estimulado a interatividade e acostumado à presença de telas desde o primeiro dia de vida, com crianças chegando ao mundo com uma grande quantidade de estímulos e tendendo a se tornar independentes, adaptáveis, livres e questionadoras. Com isso, surge, também um questionamento importante: como ensinar uma geração inteiramente hiperconectada?
         A resposta não é simples e nem exata, como tudo o diz respeito a essa geração. Talvez para essas crianças, o método tradicional no ensino não tenha tanto sucesso, podendo contribuir para o desinteresse de um grupo que não está “programado” para passar horas olhando para uma lousa e ouvindo palestras sobre um mesmo assunto. Um estudo de 2018 da editora Person indicou que os alunos das gerações mais conectadas já evitavam livros e apontaram vídeos como a sua forma favorita de aprendizado. Dessa forma, a tecnologia pode ser o “pulo do gato” na hora de ensinar os Alphas.
Ensinar uma criança da Geração Alpha significa utilizar métodos mais dinâmicos, modernos, personalizados e, principalmente, interativos. Os Alphas funcionam com estímulos sensoriais a todo o momento, e eles aprendem com isso, seja por meio de animações, aplicativos ou jogos interativos. O importante é que eles interajam com o que estão aprendendo. Além disso, os recursos digitais despertam interesse e prendem muito mais a atenção, além de se aproximar da realidade da criança que aprende, tornando-a muito mais engajada. Mas, afinal, como trazer, na prática, a tecnologia para o aprendizado da criança?
Hoje, existem várias formas: realidade aumentada, jogos, livros digitais, vídeos, animações e até aplicativos reunindo todos esses conteúdos ao mesmo tempo são apenas algumas das ferramentas que podem ser usadas no processo ensino-aprendizagem, tanto em casa quanto na escola. Em algumas escolas nos EUA, os professores utilizam lembretes no Instagram para lembrar os alunos de suas tarefas. Alguns distritos já usam até uma plataforma específica para isso: o Google Classroom, que funciona como uma espécie de agenda escolar digital, e permite que pais e alunos monitorem suas notas e tarefas futuras.
É claro que nem sempre é possível ensinar com tecnologia, ainda mais em um país como o Brasil, em que nos falta estrutura e estímulo para isso. Ainda assim, é possível inserir pequenas iniciativas na rotina da criança e tornar o aprendizado misto, já que não é possível, e nem saudável, que esse se torne totalmente tecnológico.
Um bom exemplo é começar a inserir tecnologia em aulas específicas, como as de inglês, por exemplo. Por que não ensinar uma segunda língua de forma totalmente natural e interativa? Já existem aplicativos e plataformas que podem ensinar uma outra língua desde muito cedo, sem que os pais precisem expor seus filhos a ambientes que não são 100% seguros na internet, como o Youtube, por exemplo.
É importante lembrar que a Geração Alpha que está aprendendo hoje será a que estará no mercado de trabalho amanhã. Unir aprendizado e tecnologia pode gerar profissionais mais preparados para um mercado de trabalho também em transformação.”.

(JOÃO CHEQUER. Administrador e pós-graduado em marketing pela FGV, em artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 14 de maio de 2019, caderno OPINIÃO, página 7).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de artigo publicado no mesmo veículo, edição de 29 de maio de 2019, mesmo caderno e página, de autoria de PATRICIA MOTA GUEDES, gerente de Pesquisa e Desenvolvimento do Itaú Social, e que merece igualmente integral transcrição:

“Educação para o desenvolvimento
        Por que a educação é fundamental para o desenvolvimento de um país? Para responder essa pergunta, é necessário primeiro definir o que consideramos desenvolvimento. Desde a Cúpula das Nações Unidas de setembro de 2015, os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) têm dado o tom a este debate, com uma agenda que, para além do discurso econômico, dá luz à erradicação da pobreza e redução das desigualdades, preservação do planeta, padrões sustentáveis de produção e consumo, garantia de direitos à saúde e educação, entre outros.
         Em 17 pontos elencados para serem atingidos até 2030, o Objtivo 4 determina que será preciso “garantir educação inclusiva para todos e promover oportunidades de aprendizagem equitativa e de qualidade ao longo da vida”. Portanto, para seu desenvolvimento pleno, um país tem que assegurar o direito à educação de qualidade para todas e todos.
         E como está o Brasil nesse caminho de concretizar o Objetivo 4 dos ODS? Embora o gasto em educação no Brasil em termos de porcentagem do Produto Interno Bruto (PIB) tenha se destacado como um dos mais altos entre os países membros e não membros da OCDE, nosso gasto por aluno ainda é um dos mais baixos, sobretudo na educação básica. A divulgação do último Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) mostrou onde temos conseguido avanços significativos, e ao mesmo tempo as grandes desigualdades que ainda nos marcam. Por exemplo, são evidentes as desigualdades de aprendizagem entre estudantes por nível socioeconômico das escolas, embora haja alguns estados que estejam conseguindo reduzir esse abismo com sucesso. De forma geral, as desigualdades regionais persistem.
         Por outro lado, considerando que o município acaba sendo o elo mais frágil do nosso sistema federativo – inclusive em termos de recursos disponíveis –, merece atenção o sucesso das redes municipais em alcançar suas metas educacionais onde justamente houve maior colaboração entre Estado e municípios, e/ou entre municípios de uma mesma região. São experiências importantes que precisam continuar inspirando iniciativas semelhantes nos próximos anos.
         Como desenvolvimento sustentável não se constrói sem redução das desigualdades, a qualidade da nossa educação pública precisa estar diretamente associada à sua capacidade de oferecer uma ótima escola para todos. Envolve a redução tanto das desigualdades entre redes e suas escolas, quanto as existentes dentro de cada escola; e em suas mais distintas manifestações, como por nível socioeconômico, raça, pessoas com deficiência, gênero e região geográfica. Trata-se de investir de forma sistêmica em áreas-chave como a valorização e formação de professores e gestores escolares, desenvolvimento de proposta curricular, recursos financeiros e capacidade gerencial, mobilização e liderança. Em termos de liderança, precisamos dela não apenas nos escalões do Executivo e no Legislativo. Tomada de decisão também acontece no dia-a-dia do fazer da escola, de quem está mais próximo do estudante. Nesse sentido, o engajamento de professores e demais membros da comunidade escolar é fundamental. Uma recente pesquisa nacional com docentes mostrou como querem ser bem mais escutados e envolvidos nas políticas e programas educacionais.
         Não pode haver qualidade na educação sem equidade, da mesma forma que não há desenvolvimento sustentável sem educação. As novas lideranças e equipes que assumiram o Executivo e o Legislativo precisam estar prontas para esse desafio, se inspirando nas experiências de sucesso, inovando sem descontinuar o que tem funcionado bem nas gestões anteriores. Enquanto sociedade civil, precisamos nos manter ativos na cobrança para que promessas se concretizem, mas também no nosso papel específico de colaborar nos esforços de melhoria da educação pública em nosso país. Mesmo tendo avançado, não podemos perder os ganhos obtidos, tampouco desacelerar o ritmo de transformação, tão urgente para os próximos anos.”.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, justas, educadas, qualificadas, civilizadas, soberanas, democráticas, republicanas, solidárias e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:
a)     a excelência educacional – pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas, gerando o pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional (enfim, 129 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade...);
b)    o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em abril a ainda estratosférica marca de 298,57% nos últimos  doze meses, e a taxa de juros do cheque especial chegou em históricos 323,31%; e já o IPCA, também no acumulado dos últimos doze meses, chegou a 4,94%); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade    “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis e irreversíveis prejuízos, perdas e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 518 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, à falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;
c)     a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2019, apenas segundo o Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1,422 trilhão (43,6%), a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão de R$ 758,672 bilhões), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega, do direito e da justiça:
- pagar, sim, até o último centavo;
- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente, competente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”).

Isto posto, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela excelência educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, solidária e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo do direito, da justiça, da verdade, do diálogo, da liberdade, da paz, da solidariedade, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”
58 anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2019)

- Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...
- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas ...
- Por uma Nova Política Brasileira ...
- Pela excelência na Gestão Pública ...
- Pelo fortalecimento da cultura da sustentabilidade, em suas três dimensões nucleares do desenvolvimento integral: econômico; social, com promoção humana, e, ambiental, com proteção e preservação dos nossos recursos naturais ...
- A alegria da vocação ...  

Afinal, o Brasil é uma águia pequena que já ganhou asas e, para voar, precisa tão somente de visão olímpica e de coragem! ...        

E P Í L O G O

CLAMOR E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO

“Oh! Deus, Criador, Legislador e Libertador, fonte de infinita misericórdia!
Senhor, que não fique, e não está ficando, pedra sobre pedra
Dos impérios edificados com os ganhos espúrios, ilegais, injustos e
Frutos da corrupção, do saque, da rapina e da dilapidação do
Nosso patrimônio público.
Patrimônio esse construído com o
Sangue, suor e lágrima,
Trabalho, honra e dignidade do povo brasileiro!
Senhor, que seja assim! Eternamente!”.



   
   

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2019

A EXCELÊNCIA EDUCACIONAL, A PROFISSIONALIZAÇÃO E DESENVOLVIMENTO SEM FRONTEIRAS E A URGÊNCIA DA NOVA POLÍTICA NA SUSTENTABILIDADE


“Educação: a grama tão verde do vizinho
        A Alemanha está nos noticiários pro aprovar jornada de trabalho de 28 horas semanais, porém, ao lançar o olhar para este país outro lado me chama a atenção: o investimento em pesquisa e desenvolvimento. Dados de 2016 mostram que o governo federal e os setores econômico e científico alemães investiram 2,94% do Produto Interno Bruto (PIB) em pesquisa e desenvolvimento, contra 2,03% dos outros países da União Europeia, e gerando um abismo quando comparado ao Brasil, que, em 2015, investiu 0,63%, o equivalente a R$ 37,1 bilhões, contra os 92,2 bilhões de euros da Alemanha.
         Porém, mesmo sofrendo de um problema que nos é familiar – a mobilidade social (um aluno pertencente às classes sociais mais baixas terá poucas oportunidades para ascender socialmente em relação aos seus pais) –, o “pulo do gato” dos alemães, atualmente, está na atenção dada a transição do aluno ao mercado de trabalho.
         Segundo pesquisa da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE), o nível de desemprego entre adultos que se formaram no ensino secundário em um curso técnico chega a apenas 4,2%. Já para os jovens entre 15 e 19 anos que não estão estudando ou trabalhando, chega a 8,6%, um dos menores níveis entre os países-membros da organização. Além disso, eles têm uma classe média forte, com 58% da população ganhando entre 2.400 e 5.000 euros, e mesmo profissionais que se formam no ensino secundário têm um poder de compra considerado socialmente satisfatório, o que mantém a economia aquecida.
         Investimento em pesquisa e desenvolvimento, aliado a programas de aprendizagem que auxiliem na inserção dos jovens no mercado de trabalho, nos distancia ainda mais da realidade alemã. Mas como podemos diminuir essa distância, já que a projeção de investimento nessa área não nos é promissora? Devemos e podemos promover parcerias internacionais e incentivar o investimento da iniciativa privada para o preparo de nossos jovens para a profissionalização.
         Como professor e gestor de uma instituição de ensino, sou inquieto e procuro sempre trazer inovações para a sala de aula. Hoje, mais do que nunca, é fundamental buscar continuamente a troca de conhecimento entre players internacionais e com as iniciativas globais, como a Organização das Nações Unidas (ONU). A sala de aula mudou. Nela, temos que incentivar os alunos a serem sedentos por conteúdos extraclasse, cases de sucesso e, principalmente, experiências reais.  Quem não se desprender da teoria, ficará estagnado em um mercado profissional cada vez mais dinâmico.
         A dimensão global do Dia Internacional da Educação, celebrado no último dia 24, serve para refletirmos sobre seu real significado. Se não podemos investir, devemos não só abrir as fronteiras para a pesquisa científica como incentivar convites para parcerias em prol da sustentabilidade das nações em todas as suas nuances. Quem sabe um dia, com muita criatividade e inspiração, chegaremos no padrão alemão.”.

(NORMAN DE PAULA ARRUDA FILHO. Presidente do Isae Escola de Negócios, conveniado à Fundação Getúlio Vargas, professor de mestrado em governança e sustentabilidade do Isae/FGV e coordenador do Comitê de Sustentabilidade Empresarial da Associação Comercial do Paraná (ACP), em artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 28 de janeiro de 2019, caderno OPINIÃO, página 7).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de artigo publicado no mesmo veículo, edição de 2 de março de 2018, mesmo caderno e página, de autoria de DOM WALMOR OLIVEIRA DE AZEVEDO, arcebispo metropolitano de Belo Horizonte, e que merece igualmente integral transcrição:

“Reabilitação da política
        A reabilitação da política é condição primeira para a implementação de novos rumos na sociedade brasileira e, por isso, sua urgência se configura enorme necessidade. Inclui longo caminho de reconstituição e recomposição. Com ressalvas aos que merecem o reconhecimento na história política do Brasil por sua envergadura moral e patriótica, esse processo de reabilitação não dispensa ninguém de uma profunda mudança de hábitos. Rever práticas e procedimentos viciados de indivíduos e funcionamentos institucionais é conditio sine qua non para se alcançar a meta de reabilitar a política. E, aqui, reside um dos maiores obstáculos que se antepõem ao processamento dessa habilitação: os culpados pelos descompassos nunca reconhecem os próprios erros nem fazem mea-culpa.
         O que se vê é o uso oportunista das delações premiadas, no seu sentido e alcance jurídico próprios, provocado por interesses de caráter individual. Na maioria das vezes, tudo não passa de tentativas para amenizar penas, que logo caem no vazio. As revelações e acusações apresentadas são rebatidas por meio de discursos farisaicos, em que predomina o argumento da inexistência de culpa e de responsabilidades. Mesmo com indícios incontestes, a exemplo da derrocada na economia, nos serviços, nos funcionamentos, e dos enriquecimentos ilícitos, todos afirmam ser inocentes, ilibados e garantem só ter feito o bem.
         A reabilitação da política, desse modo, inclui urgente e profunda reabilitação moral da cidadania brasileira, particularmente naqueles que se oferecem para representar o povo e a ele servir, pois há um sério comprometimento da autoridade política – basta confrontar os resultados das pesquisas que apontam o descrédito em relação àqueles que exercem o poder.
         A sociedade brasileira padece das terríveis consequências da falta de coordenação e direção que deveriam partir dos representantes eleitos pelo povo, no sentido de orientar para uma ordem em que as relações, instituições e procedimentos estejam a serviço do crescimento humano e integral. Ao contrário, o que se vê é a prática do cartorialismo e a transformação das instâncias políticas em bancas de negócios. Aqui se revela a falta de arcabouço humanístico de quem se submete aos sufrágios eleitorais, seduzido pelos funcionamentos que enjaulam a dimensão partidária no corporativismo, com prejuízos para o conjunto da sociedade. Tudo pela força da ganância, materializada nas práticas de propinas, nas sacolas e malas de dinheiro, cujos donos reclamam e defendem a própria inocência. Triste realidade que comprova o alto grau de patologia que formata a cidadania brasileira.
         Desse modo, a reabilitação da política só será possível se tiver como ponto de partida e compromisso permanente a força moral própria da autoridade política, o que demanda uma radical mudança de comportamento por parte de cada cidadão – singularmente o representante político do povo –, no sentido de se deixar guiar pela lei moral, no âmbito privado e público.
         O gosto e o cultivo da autoridade moral terão, assim, por consequência, a abominação das práticas equivocadas dos representantes do povo – a exemplo do enriquecimento por meio de privilégios e benesses. Condutas viciadas que cegam e resultam na perda de rumos, na incapacitação de se encontrarem soluções e podem ser percebidas pelas péssimas condições dos setores da educação, da infraestrutura e da saúde.
         Por isso, o processo de reabilitação ético-moral-cidadã requer, com urgência, a realização da reforma política que, lamentavelmente, tem sido tratada com propostas de remodelação – paliativos que não alcançam o cerne dessa problemática, perpetuando procedimentos ineficazes para promover a mudança necessária.
         Os estreitamentos advindos da mentalidade alimentada por um partidarismo descomprometido com o sentido amplo de cidadania obscurecem a competência humanística, limitando os horizontes da espiritualidade. O resultado é este: gente sem qualidade para pensar, defender e promover o bem comum. Um grave comprometimento que se revela na dificuldade de pensar a realidade a partir dos pobres, na mediocridade de não saber valorizar e reconhecer a grandeza da própria história, da cultura e do patrimônio de que é depositário.
         Essa triste realidade se torna ainda mais preocupante quando se vislumbra o cenário neste ano eleitoral. Impressiona a falta de alternativas, tornando-se oportuna a decisão de não dar voto a quem não pode ser enquadrado nos critérios de verdadeira autoridade moral no mundo da política.
         Sabe-se que a reabilitação da política é uma tarefa muito difícil de ser cumprida com vistas às eleições deste ano, exigindo de todos ponderação, reflexão e adoção de critérios que signifiquem avanços. É preciso clareza e serenidade para evitar os extremismos que vêm de diferentes direções, mostrando o destempero de grupos movidos por radicalismos que desrespeitam a autoridade, os ambientes públicos e privados, alcançando facilmente o nível da patologia – complicador que merece análises e reflexões consistentes, pelo risco iminente de conduzir a sociedade ao caos social, político e cultural da mais alta gravidade.
         É hora, pois, de urgentes conversões e aposta no diálogo social como contribuição para a paz, a exemplo do que propõe o papa Francisco na exortação apostólica Alegria do evangelho. O pontífice destaca a necessidade de profunda humildade social de dirigentes no cuidado e promoção do bem comum, com o esforço de diálogo político e criação de consensos na busca do desenvolvimento integral de todos. Esse processo requer uma grande mudança de estratégias, de mentalidades e de critérios. Exige, sobretudo, sabedoria e devida velocidade, em razão do tempo perdido com os fracassos impostos pela corrupção e pelo jeito torto de se fazer político.
         A Igreja não tem as soluções para todas essas questões, mas, em cooperação e diálogo com as forças sociais, está aqui para apoiar as propostas que melhor correspondam à dignidade das pessoas e ao bem comum, na contramão das ideologias políticas e sociais que ferem os valores inegociáveis do evangelho de Jesus Cristo. Todos os segmentos da sociedade brasileira precisam agora, decisiva e explicitamente, contribuir para essa inadiável reabilitação da política. É hora de profunda conversão, por humildade social, para a reabilitação da política.”.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, civilizadas, soberanas, democráticas e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:
a)     a excelência educacional – pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas, gerando o pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional (enfim, 129 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade...);
b)    o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em dezembro a ainda estratosférica marca de 285,4% nos últimos  doze meses, e a taxa de juros do cheque especial chegou em históricos 312,6%; e já o IPCA, também no acumulado dos últimos doze meses, em janeiro, chegou a 3,78%); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade    “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis e irreversíveis prejuízos, perdas e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 518 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, à falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;
c)     a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2019, apenas segundo o Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1,422 trilhão (43,6%), a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão de R$ 758,672 bilhões), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega, do direito e da justiça:
- pagar, sim, até o último centavo;
- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente, competente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”).

Destarte, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela excelência educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, solidária e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo do direito, da justiça, da verdade, do diálogo, da liberdade, da paz, da solidariedade, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”
57 anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2018)

- Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...
- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas ...
- Por uma Nova Política Brasileira ...
- Pela excelência na Gestão Pública ...
- Pelo fortalecimento da cultura da sustentabilidade, em suas três dimensões nucleares do desenvolvimento integral: econômico; social, com promoção humana, e, ambiental, com proteção e preservação dos nossos recursos naturais ...
- A alegria da vocação ...  

Afinal, o Brasil é uma águia pequena que já ganhou asas e, para voar, precisa tão somente de visão olímpica e de coragem! ...      

E P Í L O G O

CLAMOR E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO

“Oh! Deus, Criador e Legislador, fonte de infinita misericórdia!
Senhor, que não fique, e não está ficando, pedra sobre pedra
Dos impérios edificados com os ganhos espúrios, injustos e
Frutos da corrupção, do saque, da rapina e da dilapidação do
Nosso patrimônio público.
Patrimônio esse construído com o
Sangue, suor e lágrima,
Trabalho, honra e dignidade do povo brasileiro!
Senhor, que seja assim! Eternamente!”.


sexta-feira, 1 de fevereiro de 2019

A EXCELÊNCIA EDUCACIONAL, A LUZ DA APRENDIZAGEM SEM FRONTEIRAS E OS DESAFIOS DO COMÉRCIO EXTERIOR NA SUSTENTABILIDADE (28/142)


(Fevereiro = mês 28; faltam 142 meses para a Primavera Brasileira)

“Educação a distância: sim ou não?
        A educação a distância (EAD) cresce a passos largos no Brasil. Em 2004, havia 60 mil estudantes matriculados nessa modalidade de ensino. Em 2016, disparou, atingindo um total de 1.5 milhão de matriculados. Mesmo com a crise política e econômica dos últimos anos, dados da Associação Brasileira de Educação a Distância (Abed) mostram que a modalidade a distância foi a única que apresentou crescimento de matrículas no Brasil e, hoje, são 1,8 milhão de alunos. O número de polos cresceu ainda mais: do final de 2017 para cá, passou de seis mil para mais de 15 mil em todo o Brasil.
         A expansão não só possibilita uma modernização e flexibilização do ensino, como levar a educação a um maior número de pessoas em diversas regiões do país. Esse crescimento no número de alunos de EAD no ensino superior tem forte poder de transformação social, pois envolve pessoas que, dificilmente, poderiam cursar o ensino superior presencial. Além disso, por alcançar com mais facilidade diferentes regiões do país, oferece a oportunidade de qualificação para uma população que vive em cidades menores, o que por se só é muito importante, pois favorece um desenvolvimento mais homogêneo do país.
         Porém, analisar apenas o crescimento dos números do EAD não é suficiente. Inúmeros estudos mostram que a educação superior a distância, apesar de ter grande potencial de oferta, só é benéfica se tiver qualidade. A maioria dos países tem procedimentos de acreditação acoplados a indicadores de qualidade, de maneira geral controlados pelos ministérios da Educação ou agências ligadas ao poder público, tais como o Chea dos Estados Unidos, o Acode da Austrália, o esforço do Instituto Latinoamericano y del Caribe de Calidad em Educación Superior a Distancia (Caled), e a European Association of Distance Teaching Universities (Eatu). Porém, enquanto as inovações educacionais viajam a jato, os procedimentos regulatórios do EAD andam a pé.
         Direito, enfermagem, odontologia e psicologia a distância, inclusive em instituições credenciadas, dependem da manifestação do Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (CFOAB) ou do Conselho Nacional de Saúde (CNS), e eles são contrários. Ora, não é possível ser habilitado a exercer profissões tão exigentes sem a prática e a troca de experiências em salas de aula.
         Para isso existe o ensino híbrido, que reúne o melhor dos dois mundos: a praticidade, capilaridade e economia de tempo e dinheiro do EAD, com a interatividade, convivência e experiência do presencial. Assim, ações de aprendizagem mais básicas, realizadas por meio de transmissão de conhecimentos pelo professor, como lembrar e entender, podem ser realizadas individualmente pelos alunos por meio dos conteúdos didáticos disponibilizados no ambiente virtual de aprendizagem. Já as ações de aprendizagem tidas como intermediárias, como aplicar e analisar, podem ocorrer em situações praticas com atividades ativas, análise de cenários e situações, fóruns de discussões e interação, que podem ser presencial ou virtual.
         Por outro lado, ações de aprendizagem mais complexas e elaboradas, como avaliar e criar, devem ser desenvolvidas em aulas presenciais, em que professores propõem atividades que demandam níveis mais elevados de ações cognitivas. Essas aulas são fundamentais para que os alunos desenvolvam a capacidade de analisar, criticar, planejar e produzir.
         Em suma, a educação híbrida – ou semipresencial, como chamamos no Brasil – precisa não apenas de tecnologia, mas de recursos pedagógicos eficazes e projetos de aula bem-estruturados para que o estudante aproveite 100% do aprendizado. No Brasil, o híbrido já é realidade – e o crescimento não deve parar nos próximos anos. Por isso, a fiscalização da qualidade desses cursos deve ser feita não apenas pelos órgãos de classe, mas por todos nós, se quisermos evoluir.”.

(CARLOS LONGO. Diretor da Associação Brasileira de Ensino a Distância e pró-reitor acadêmico da Universidade Positivo, em artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 20 de janeiro de 2019, caderno OPINIÃO, página 7).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de artigo publicado no mesmo veículo, edição de 21 de janeiro de 2019, mesmo caderno e página, de autoria de KAIO CEZAR DE MELO, Chief executive officer da Braver, empresa especializada em comércio exterior estratégico e relações internacionais, e que merece igualmente integral transcrição:

“Desafios para o comércio exterior
        A despeito de uma política externa que, pelo que tudo indica, será pouco convencional, a comunidade empresarial tem boas expectativas com o novo governo. O momento econômico do Brasil levou empreendedores a pensar a venda de seus produtos no exterior. Historicamente, os índices de exportação registram crescimento durante as crises, sobretudo em países emergentes. Para 2019, a aposta é pela continuidade do foco nas exportações como estratégia de negócio e não mais como alternativa emergencial.
         Ao que parece, a palavra de ordem será abertura. E, desde que acompanhada das reformas domésticas que tanto impactam nosso desenvolvimento, será muito bem-vinda. Hoje, a presença do Brasil no comércio exterior é inexpressiva, algo em torno de 1%. Somos um gigante tímido. Timidez, essa, também fruto da burocracia, da infraestrutura deficitária e da mão de obra, em geral, improdutiva.
         No quesito macroeconômico internacional, precisamos para além da América Latina e assumir um papel mais relevante entre os Brics (grupo de países de economias emergentes formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) – enquanto houver contexto para isso – e avançar rumo à OCDE (Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico).
         Quando a pauta é o Brics, a instabilidade política pela qual o Brasil passou nos últimos anos nos deixou em pé de desigualdade em relação aos demais países do grupo. A China, por exemplo, está a um passo de se tornar a maior economia do mundo. Fora isso, deveria haver facilitação no trânsito de pessoas entre essas potências. Nesse sentido, o único movimento que registramos, ainda insuficiente, foi entre Brasil e Índia, com o e-Visa. Precisamos simplificar o trânsito de capital intelectual entre esses países e não perder de vista nações como Canadá, Estados Unidos, Israel, Japão e Reino Unido, que tanto nos agregariam em ciência, tecnologia e inovação.
         Sobre a OCDE, México e Chile podem ser bons exemplos. Desde a entrada para esse seleto grupo, ambos têm registrado crescimentos expressivos no produto interno bruto, ano após ano. Nossos vizinhos Argentina, que conta com o apoio declarado dos Estados Unidos, e Peru já se movimentaram nessa direção, assim como a Croácia, Bulgária e Romênia. A chancela da organização favorece, entre outros aspectos, a atração de investimentos ao país, já que seus membros têm alto padrão de transparência nas relações e na gestão pública. A longo prazo, fazer parte do grupo pode corroborar a competitividade das empresas brasileiras e posicionar o país em um patamar internacional relevante, mais digno de nossa grandeza.
         No cenário doméstico, são necessários mais bons exemplos como o da Camex (Câmara de Comércio Exterior), que acabou de lançar um guia de boas práticas regulatórias que culminou na eliminação de 249 burocracias no comércio exterior, estabelecendo um marco regulatório consistente e transparente, bastante alinhado aos padrões internacionais.
Outro ponto importante são os obstáculos para empreender no Brasil. Hoje, ainda perde-se boa parte do tempo preenchendo papéis, indo a cartórios e/ou reclamando da telefonia, da internet, dos bancos. O empreendedor deveria concentrar seus esforços, exclusivamente, no desenvolvimento do seu negócio, e o governo, de fato, precisaria ser parceiro das empresas, papel que o Sebrae tem desempenhado muito bem para as micro e pequenas.
Quando o assunto é importação e exportação, precisa haver simplificação cambial nos financiamentos, no recolhimento de tributos, nas adequações jurídicas. Não faz muito sentido que o empreendedor domine, tecnicamente, as equações tributárias ou tenha despesas administrativas em função delas. Uma alternativa, já aplicada em Hong Kong, seria a tributação de empresas com menos de dois anos de operação, exclusivamente sobre o lucro auferido e/ou a criação de um imposto único e mais barato, espécie de VAT, amplamente difundido no exterior, sendo a União a responsável pelo repasse aos estados e municípios.
Na infraestrutura, é sabido que o fluxo de cargas no Brasil se dá, majoritariamente, pelas rodovias, da quais apenas 13% são pavimentadas. A ampliação da malha ferroviária, que representa apenas 15% do mapa logístico do país, facilitaria o transporte agrícola, carro-chefe do Brasil neste momento, e geraria uma economia de mais de R$ 15 bilhões ao ano, além de melhorar o trânsito nos grandes centros urbanos, ser menos poluente e mais seguro. A situação dos 37 portos em operação no Brasil também não é fácil. Em 2017, foi registrado o menor repasse portuário em 14 anos. Mas, além de recursos incipientes, falta gestão. Não há governança corporativa, o que abre precedente para a corrupção e diminui o interesse do investidor estrangeiro. Nesse contexto, a licitação dos portos seria uma alternativa.
Que seja bem-vindo o pragmatismo, a presença de profissionais técnicos em áreas-chave, e a disposição para negociação com grandes nações. E que venham, também, as reformas estruturais que nos permitirão crescer para além da subjetividade das expectativas e que tenhamos um projeto de país consistente a longo prazo, com uma pauta de exportação de alto valor agregado – não escorada no agro – e com pequenos e médios empreendedores que, mais do que ouvir falar, saibam da importância da internacionalização para a perpetuidade dos negócios.”.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, civilizadas, soberanas, democráticas e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:
a)     a excelência educacional – pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas, gerando o pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional (enfim, 129 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade...);
b)    o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em dezembro a ainda estratosférica marca de 285,4% nos últimos  doze meses, e a taxa de juros do cheque especial chegou em históricos 312,6%; e já o IPCA, também no acumulado dos últimos doze meses, chegou a 3,75%); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade    “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis e irreversíveis prejuízos, perdas e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 518 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, à falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;
c)     a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2019, apenas segundo o Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1,422 trilhão (43,6%), a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão de R$ 758,672 bilhões), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega, do direito e da justiça:
- pagar, sim, até o último centavo;
- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente, competente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”).

Isto posto, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela excelência educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, solidária e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo do direito, da justiça, da verdade, do diálogo, da liberdade, da paz, da solidariedade, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”
57 anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2018)

- Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...
- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas ...
- Por uma Nova Política Brasileira ...
- Pela excelência na Gestão Pública ...
- Pelo fortalecimento da cultura da sustentabilidade, em suas três dimensões nucleares do desenvolvimento integral: econômico; social, com promoção humana, e, ambiental, com proteção e preservação dos nossos recursos naturais ...
- A alegria da vocação ...  

Afinal, o Brasil é uma águia pequena que já ganhou asas e, para voar, precisa tão somente de visão olímpica e de coragem! ...      

E P Í L O G O

CLAMOR E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO

“Oh! Deus, Criador e Legislador, fonte de infinita misericórdia!
Senhor, que não fique, e não está ficando, pedra sobre pedra
Dos impérios edificados com os ganhos espúrios, injustos e
Frutos da corrupção, do saque, da rapina e da dilapidação do
Nosso patrimônio público.
Patrimônio esse construído com o
Sangue, suor e lágrima,
Trabalho, honra e dignidade do povo brasileiro!
Senhor, que seja assim! Eternamente!”.