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sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

A CIDADANIA, UMA NOVA RELAÇÃO COM A TERRA E A QUARESMA COM ELIOT


“O legado da crise atual: rever e reinventar a nossa relação com a Terra

Nutro a convicção, partilhada por outros analistas, de que a crise sistêmica atual nos deixará como legado e desafio a urgência de repensar a nossa relação para com a Terra e os modos de produção e consumo, de reinventar uma forma de governança global e uma convivência que inclua a todos na única e mesma casa comum – o planeta. Para isso é forçoso rever conceitos que possam nos apontar um novo norte. Boa parte da crise atual deriva de premissas falsas.
O primeiro conceito a rever é o de desenvolvimento. Na prática, ele se identifica com o crescimento material expresso pelo PIB. Sua dinâmica é ser o maior possível, o que implica a exploração desapiedada da natureza e a geração de grandes desigualdades nacionais e mundiais. Importa abandonar essa compreensão quantitativa e assumir a qualitativa de desenvolvimento, bem definido pelo prêmio Nobel Amartya Sem como o “processo de expansão das liberdades substantivas”, vale dizer, a ampliação das oportunidades de modelar a própria vida e dar-lhe um sentido que valha a pena. O crescimento é imprescindível, pois é da lógica de todo ser vivo, mas só é bom a partir das interdependências das redes da vida que garantem a biodiversidade. Em vez de crescimento/desenvolvimento, deveríamos pensar numa redistribuição do que já foi acumulado.
O segundo é o manipulado conceito de sustentabilidade, que, no sistema vigente, é inalcançável. Em seu lugar, deveríamos introduzir a temática, aprovada pela ONU, dos direitos da Terra e da natureza. Se os respeitássemos, teríamos a garantia da sustentabilidade.
O terceiro é o caso de meio ambiente. Meio ambiente não existe, o que existe é o ambiente inteiro, no qual todos os seres convivem. Em vez de meio ambiente, melhor usar a expressão da Carta da Terra: comunidade de vida. Todos os seres vivos possuem o mesmo código genético de base, por isso todos são parentes. Esse olhar nos levaria a ter respeito por cada ser, pois ele tem valor em si mesmo, para além do uso humano.
O quarto conceito é o da Terra. Importa superar a visão da modernidade, que a vê apenas como realidade extensa e sem inteligência. A ciência mostrou que a Terra não só tem vida sobre ela, mas é via: é um superorganismo, Gaia, que articula o físico, o químico e as energias terrenas e cósmicas para produzir e reproduzir vida sempre. Em 2010, a ONU aprovou a denominação de Mãe Terra. Esse novo olhar nos levaria a redefinir nossa relação para com ela, não mais de exploração, mas de uso racional e de respeito.
O quinto conceito é o de ser humano. Este foi pensado na modernidade como fora e acima da natureza, “mestre e senhor” dela (Descartes). Mas o ser humano está inserido na natureza, no universo, como aquela porção da Terra que sente, pensa e ama. Essa perspectiva nos leva a assumir a responsabilidade pelo destino da Mãe Terra e de seus filhos e filhas.
O sexto conceito é o de espiritualidade. Esta foi acantonada nas religiões quando é a dimensão do profundo humano universal. A espiritualidade surge quando a consciência se percebe como parte do Todo e inclui cada ser e o inteiro universo penetrados por uma força poderosa: aquele abismo de energia, gerador de todo ser. É possível captar o elo misterioso que liga e religa todas as coisas, constituindo um cosmos e, não, um caos. A espiritualidade nos confere sentimento de veneração pela grandeza do universo e nos enche de autoestima.
Temos que mudar muito ainda para que tudo isso se torne um dado da consciência coletiva! Mas é o que deve ser. E o que deve ser tem força de realização.”
(LEONARDO BOFF. Filósofo e teólogo, em artigo publicado no jornal O TEMPO Belo Horizonte, edição de 8 de fevereiro de 2013, caderno O.PINIÃO, página 18).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Cidadania e Qualidade vem de artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 13 de fevereiro de 2013, caderno OPINIÃO, página 7, de autoria de FREI BETTO, que é escritor, autor de Um homem chamado Jesus (Rocco), entre outros livros, e que merece igualmente integral transcrição:

“Quaresma com Eliot

Faz um tempo longo. Noviço no alto da Serra, em Belo Horizonte, pedi ao mestre dispensar-me da liturgia de quarta-feira de cinzas. Não que a soberba me assaltasse e eu quisesse evitar o selo das cinzas em minha fronte. Do pó viemos, ao pó retornaremos, bem sei. Hoje, a astrofísica o confirma: somos todos feitos de pó das estrelas, fornos nos quais se cozinha, em diferentes consistências, toda a tabela periódica dos átomos que integram a matéria do universo.
Aos 20 anos o mundo me parecia infinito. E minha vida, infinda. Para mim, o passado não existia, o presente impregnava-se de fé, o futuro se abria no par de portas destrancadas por todo o idealismo que me consumia a subjetividade.
No jardim do convento, junto à horta, da qual me tocava cuidar, recolhi-me em companhia dos versos de T.S. Eliot em Quarta-feira de cinzas. Porque eu também não espero voltar (e isso vale ainda hoje). Sobretudo agora que pertenço ao grupo etário da eterna idade – todos nós que ultrapassamos seis décadas de existência e, portanto, estamos mais próximos do fim de todos os mistérios.
“Não mais me empenho no empenho de tais coisas”. O verso de Eliot me soou como interrogação. A vida me ensinou que renúncias exigem convicções arraigadas. O jejum da quarta-feira de cinzas é muito mais do que abster-se de carne. É esperar não conhecer “a vacilante glória da hora positiva”.
Como são desafiadoras as virtudes! !Ensinai-nos a estar postos em sossego”, rogava o poeta ecoando Teresa de Ávila, Não me atrevo à santidade. O jejum da quarta-feira de cinzas ou, como outrora, exigido durante toda a quaresma, é a coragem de dizer não a tudo isso que nos esgarça, retalha, fragmenta, como se múltiplos seres se atritassem no oco de nosso ser, confundindo-nos quanto ao rumo adequado a seguir.
“Alegro-me de serem as coisas o que são.” Ser do tamanho que se é. “E rogo a Deus porque desejo esquecer essas coisas que comigo  por demais discuto, por demais explico.” Não seria o racionalismo exacerbado o principal inimigo do amor?
Ignoro se Eliot, atraído pela fé cristã, alcançou tamanha graça. Eu não. As múltiplas vozes seguem ressoando dentro de mim. Apenas me socorro no enigma intranscendente da fé e na embriaguês mística das liturgias. Penso agora nos quase 250 jovens calcinados na boate Kiss, em Santa Maria. O que faziam ali tantos jovens? Buscavam o essencial: liturgia.
A vida é insuportavelmente atrelada ao reino da necessidade. E anseia pela gratuidade. Não se vai a uma danceteria apenas em busca de música, dança, bebida e paquera. Tudo isso pode ser mais confortavelmente desfrutado na intimidade.
O que move centenas de pessoas à festa – na danceteria e na roça, no baile a rigor e no carnaval – é a imprescindível liturgia que nos faz transcender do reino da necessidade à esfera lúdica, onírica, mistérica, da gratuidade. A celebração intensa, coletiva, comunitária, a alegre confraternização que permite o descanso da razão (“senhora dos silêncios”, escreveu Eliot) e o alvorecer da emoção: “Fala sem palavra e palavra sem fala”. Naquele jardim conventual, em companhia do poeta, intuí a importância de jejuar de tudo aquilo que não alimenta o espírito. E deixar que ele se liberte no ímpeto glutão de tudo isso que ressoa no esplendor do coração, como o sentimento de pertença à natureza, à família humana, a Deus – matérias-primas da oração.
Por que então pedi dispensa da liturgia comunitária na capela e me isolei no jardim com Eliot? Não recomendou Jesus evitarmos muliplicar palavras ao orar? “Se a palavra perdida se perdeu, se a palavra gasta se gastou, se a palavra inaudita e inexpressa inaudita e inexpressa permanece, então, inexpressa a palavra, ainda perdura o inaudito Verbo (...) o silente Verbo”. É o que convém buscar na quaresma e que as vítimas de Santa Maria já alcançaram: o silêncio no Verbo. Eis o paradoxo da fé e o sentido desse tempo litúrgico que precede a Páscoa.”

Eis, pois, mais páginas contendo importantes, adequadas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País  no concerto das potências mundiais livres, civilizadas, soberanas, democráticas e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:
     
     a)     a educação – universal e de qualidade, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até à pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas;
     b)    o combate, severo e sem trégua, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados; II – a corrupção, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis prejuízos e comprometimentos de variada ordem; III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, inexoravelmente irreparáveis;
     c)     a dívida pública brasileira, com projeção para 2013, segundo o Orçamento Geral da União, de astronômico e intolerável desembolso de cerca de R$ 1 trilhão, a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (apenas com esta rubrica, previsão de R$ 610 bilhões), a exigir igualmente uma imediata, abrangente, qualificada e eficaz auditoria...

Isto posto, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tanta sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a confiança em nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de extremas e sempre crescentes demandas, necessidades, carências e deficiências, o que aumento o colossal abismo das desigualdades sociais e regionais e nos afasta num crescendo do seleto grupo dos sustentavelmente desenvolvidos...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela cidadania e qualidade, visando à construção de uma Nação verdadeiramente justa, ética, educada, qualificada, civilizada, livre, soberana, democrática, desenvolvida e solidária, que permita a partilha de suas extraordinárias riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileira e com todos os brasileiros, especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos e que contemplam eventos como a 27ª Jornada Mundial da Juventude no Rio de Janeiro em julho; a Copa das Confederações em junho; a Copa do Mundo de 2014; a Olimpíada de 2016; as obras do PAC e os projetos do pré-sal, segundo as exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das empresas, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo da justiça, da liberdade, da paz, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!...

O BRASIL TEM JEITO!...

sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

A CIDADANIA, A SABEDORIA E A LUZ DO MUNDO

“O verdadeiro Natal

Da última vez que visitei Oslo, reuniam-se na capital noruoguesa ministros do turismo de países escandinavos e bálticos para decidir: qual é a terra de Papai Noel? Ministros da Noruega, Dinamarca, Suécia, Finlândia e Islândia quebravam a cabeça para decidir como evitar propaganda enganosa junto ao público infantil. A criançada queixava-se: alguém mentia. Papai Noel não pode ter nascido – como sugeria a concorrência entre agências de turismo – na Lapônia e na Groenlândia, lugares distintos e distantes um do outro.

Não conheço o resultado da conferência de Oslo. Espero que, se não chegaram a um acordo, pelo menos a guerra, se vier, seja apenas de travesseiros. Mas é a Finlândia que melhor explora a figura do velho presenteador transportado no trenó puxado por renas. Assinala inclusive a sua terra natal: Rovaniemi, onde o Santa Park é, todo ele, tematizado por Papai Noel, lá denominado Santa Claus.

Sabemos todos que Papei Noel nasce, de fato, na fantasia das crianças. Acreditei nele até o dia em que me perguntei por que o Paulo, filho da empregada, não recebera tantos presentes de Natal como eu. O velhinho barbudo discrimina os pobres?

Malgrado tais incongruências, Papai Noel é um figura lendária, reaviva a criança que trazemos em nós. E disputa a cena com o Menino Jesus, cujo aniversário é o motivo de festa e feriado de 25 de dezembro. Papai Noel enriquece os correios no período natalino, tantas as cartas que são remetidas a ele. Aliás, basta ir aos Correios e solicitar uma das cartas que crianças remetem ao velhinho barbudo. Com certeza o leitor fará a alegria de uma criança carente.

Não se sabe o dia exato em que Jesus nasceu. Supõem alguns estudiosos que em agosto, talvez no dia 7, entre os anos 6 ou 7 antes de Cristo. Sabe-se que morreu assassinado na cruz no ano 30. Portanto, com a idade de 36 ou 37 anos, e não 33, como se crê. Tudo porque o monge Dionísio, que no século 6 calculou a era cristã, errou na data do nascimento de Cristo.

Até o século 3, o nascimento de Jesus era celebrado a 6 de janeiro. No século seguinte mudou, em muitos países, para 25 de dezembro, dia do solstício de inverno no Hemisfério Norte, segundo o calendário Juliano. Evocavam-se as festas de épocas remotas em homenagem à ressurreição das divindades solares. Os cristãos apropriaram-se da data e rebatizaram a festa, para comemorar o nascimento daquele que é “a luz do mundo”. Para não ficar de fora da festa, os não cristãos paganizaram o evento por meio da figura de Papai Noel, mais adequado aos interesses comerciais que marcam a data.

Vivemos hoje num mundo desencantado, porém ansioso de reencantamento. Carecemos de alegorias, mitos, lendas, paradigmas e crenças. O Natal é das raras ocasiões do ano em que nos damos o direito de trocar a razão pela fantasia, o trabalho pela festa, a avareza pela generosidade, centrados na comensalidade e no fervor religioso.

Pouco importa o lugar em que nasceu Papai Noel. Importa é que o Menino Jesus faça de novo o presépio em nosso coração, empregnando-o de alegria e amor. Caso contrário, corremos o risco de reduzir o Natal a efusiva mercantilização patrocinada por Papai Noel. Isso é particularmente danoso para a (de)formação religiosa das crianças filhas de famílias cristãs, educadas sem referências bíblicas e práticas espirituais.

Lojas não saciam a nossa sede do absoluto. Há que empreender uma viagem ao mais íntimo de si mesmo, para encontrar um outro que nos habita. Essa é, com certeza, uma aventura bem mais fascinante do que ir até a Lapônia. Contudo, as duas viagens custam caro. Uma, uns tantos dólares. Outra, a coragem de virar-se pelo avesso e despir-se de todo peso que nos impede de voar nas asas do espírito.”
(FREI BETTO, Escritor, autor do romance Um homem chamado Jesus (Rocco), entre outros livros, em artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 21 de dezembro de 2011, Caderno OPINIÃO, página 11).

Mais uma IMPORTANTE, ORIENTADORA e OPORTUNA contribuição para o nosso trabalho de MOBILIZAÇÃO PARA A CIDADANIA E QUALIDADE vem de artigo publicado no mesmo veículo, edição de 23 de dezembro de 2011, Caderno OPINIÃO, página 7, e que merece igualmente INTEGRAL transcrição:

“Dá-me sabedoria

É grande a movimentação do comércio neste tempo do Natal. São muitos os comentários a respeito da condição desnorteada de quem vende e de quem compra. Há quem até considere insuportável o vai e vem de multidões nas ruas, o barulho ensurdecedor nos shoppings e o aumento exagerado do desejo de comprar. No meio de tudo isso, é verdade, está o gesto nobre e fraterno de presentear. Dar um presente é manifestação de amor, uma linguagem do coração reunindo razões, valores e sentimentos que sustentam a vida e expressam agradecimento. É um gesto que transforma. Derruba a soberba e abranda o vento terrível do orgulho que cega os olhares para a compaixão e a solidariedade.

Contudo, ainda mais nesta época do ano, é grande o risco de ser arrastado pela avalanche de novidades, que instiga um desejo descontrolado de ter mais e provocar a patologia de só ganhar e guardar pra si. O impulso e o desejo sem limites desfiguram a nobreza do presentear no tempo em que a humanidade celebra a oferta do maior presente que ela já recebeu: o Natal de Cristo, o salvador do mundo.

Bem às vésperas do Natal, em meio a vozes, músicas, confraternizações e tantas coisas outras, vale o esforço de resgatar no fundo do coração o desejo de sabedoria. A celebração do Natal é oportunidade, na ação de graças e na alegria da festa, para conhecer mais.

É oportuno ler, meditar e assumir a súplica na prece de Salomão pela sabedoria, como narra o livro homônimo no novo capítulo: “Ó Deus de meus antepassados, Senhor de misericórdia, que tudo fizeste com a tua palavra e com tua sabedoria criaste o ser humano para dominar as criaturas que fizeste, para governar o mundo com santidade e justiça e exercer o julgamento com retidão de coração! Dá-me a sabedoria que se assenta contigo no teu trono e não me excluas do número de teus filhos. Pois sou teu servo, filho de tua serva, homem frágil e de vida breve, e incapaz de compreender a justiça e as leis. Por mais que alguém entre os mortais seja perfeito, se lhe falta a tua sabedoria, será considerado como nada. Contigo está a sabedoria que conhece as tuas obras e que estava presente quando fazias o mundo; ela sabe o que é agradável aos teus olhos e o que é correto, conforme os teus preceitos. Manda-a dos teus sagrados céus e faze com ela venha do teu Trono glorioso, para que me acompanhe e trabalhe comigo e eu saiba o que é agradável diante de ti. Pois ela tudo conhece e compreende, e me guiará com prudência em meus trabalhos, protegendo-me com a sua glória”.

Entre presentes incontáveis, recebidos e ofertados, o mais precioso é o dom da sabedoria, única dádiva cuja luminosidade esclarece o enigma da condição humana. O Natal é a revelação plena do diálogo de amor entre o Pai, o Filho e o Espírito Santo. E cada pessoa é convidada a participar desse diálogo. É nele que está fonte da sabedoria.

Natal é mais do que tempo de alvoroço. É o momento de fixar os olhos no menino Deus e escutar a sua voz, que amorosamente fecunda no coração da humanidade o chamamento interior para fazer o bem, e, consequentemente, evitar o mal. Compreende-se que a celebração do Natal é festa para acolher de coração o mais importante e completo presente dado à humanidade: Jesus Cristo. N’Ele, unicamente, está a fonte de sabedoria. Suplicar a graça de recebê-la e, de fato, possuí-la, no tempo do Natal, deve ser o mais importante desejo de todo coração humano.

Se o governante pedir sabedoria, seguindo o exemplo de Salomão, poderá discernir prioridades, intuir empreendimentos novos e escolher o que mais conta no bem de todos. Se o parlamentar, de qualquer esfera, alcançar esse dom, não votará em causa própria. Ficará envergonhado de ganhar mais, no tempo do Natal, quando muitos ainda têm tão pouco. Com sabedoria, servirão com amor. Na família, os pais que buscarem a sabedoria conhecerão os caminhos que educam nos valores fundamentais. Essa sabedoria é remédio que cura a mesquinhez das disputas e o entender como natural tudo que é absurdo.

É Natal! Que todos almejem a sabedoria. No silêncio do coração, ou nas preces da comunidade, que se aproveite este tempo, fixando o olhar em Cristo, para suplicar-lhe o que é Ele mesmo: a sabedoria, caminho para refazer propósitos no sustento da vida cidadã.”

Eis, pois, mais páginas contendo RICAS, PROFUNDAS e OPORTUNAS abordagens e REFLEXÕES que acenam para a IMPERIOSA e URGENTE necessidade de um NOVO pensar e agir na condução das nossas INSTITUIÇÕES, estruturas e dinâmicas POLÍTICAS, SOCIAIS, AFETIVAS, ECONÔMICAS e CULTURAIS, de modo a inserir o PAÍS no concerto das POTÊNCIAS mundiais LIVRES, SOBERANAS, DEMOCRÁTICAS e DESENVOLVIDAS...

Buscando, ainda mais neste NATAL e na LUZ do mundo – JESUS CRISTO – a SABEDORIA para, entre outras dimensões, PROBLEMATIZARMOS questões CRUCIAIS como:

a) a EDUCAÇÃO – UNIVERSAL e de QUALIDADE, como PRIORIDADE ABSOLUTA de nossas POLÍTICAS PÚBLICAS;
b) a INFLAÇÃO, a exigir PERMANENTE e DIUTURNA vigilância, com vistas a consolidar a ESTABILIDADE – mas em patamar CIVILIZADO;
c) a CORRUPÇÃO, que campeia por TODAS as esferas da vida NACIONAL, solapando nosso ECONOMIA e minando nossa capacidade de INVESTIMENTO e POUPANÇA;
d) o DESPERDÍCIO, em TODAS as suas modalidades;
e) a DÍVIDA PÚBLICA BRASILEIRA, também a exigir uma IMEDIATA, ABRANGENTE e QUALIFICADA AUDITORIA, eis que já atinge níveis deveras INTOLERÁVEIS, com previsão para 2012, segundo o ORÇAMENTO da UNIÃO, de gastos da ordem de R$ 1 TRILHÃO, a título de JUROS e ENCARGOS e AMORTIZAÇÃO da DÍVIDA...

Sabemos, e bem, que são GIGANTESCOS DESAFIOS mas que, de forma alguma, ABATEM o nosso ÂNIMO nem ARREFECEM nosso ENTUSIASMO e OTIMISMO nesta grande CRUZADA NACIONAL pela CIDADANIA E QUALIDADE, visando à construção de uma NAÇÃO verdadeiramente JUSTA, ÉTICA, EDUCADA, QUALIFICADA, LIVRE, SOBERANA, DEMOCRÁTICA, DESENVOLVIDA e SOLIDÁRIA, que possa PARTILHAR suas EXTRAORDINÁRIAS RIQUEZAS, OPORTUNIDADES e POTENCIALIDADES com TODOS os BRASILEIROS e com TODAS as BRASILEIRAS, especialmente no horizonte de INVESTIMENTOS BILIONÁRIOS previstos para EVENTOS como a CONFERÊNCIA DAS NAÇÕES UNIDAS SOBRE O DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL E MUDANÇAS CLIMÁTICAS (RIO + 20) em 2012; a 27ª JORNADA MUNDIAL DA JUVENTUDE no RIO DE JANEIRO em 2013; a COPA DAS CONFEDERAÇÕES de 2013; a COPA DO MUNDO de 2014; a OLIMPÍADA de 2016, as OBRAS do PAC e os projetos do PRÉ-SAL, segundo as exigências do SÉCULO 21, da era da GLOBALIZAÇÃO, da INTERNACIONALIZAÇÃO das EMPRESAS, da INFORMAÇÃO, do CONHECIMENTO, das NOVAS TECNOLOGIAS, da SUSTENTABILIDADE e de um NOVO mundo, da PAZ, da IGUALDADE – e com EQUIDADE –, e FRATERNIDADE UNIVERSAL...

Este é o nosso SONHO, o nosso AMOR, a nossa LUTA, a nossa FÉ e a nossa ESPERANÇA!...

O BRASIL TEM JEITO!...

sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

A CIDADANIA, A ESPIRITUALIDADE, A RELIGIÃO E A TOMADA DE DECISÃO

“Momento de decisão

Neste momento em que todos os esforços vêm se mobilizando e se mostram voltados para se encontrar o caminho certo que nos levará à estabilidade institucional, um fato lamentável, se verdadeiro, nos surpreende no noticiário de imprensa do País envolvendo a já tão desgastada classe política, que tem sido ultimamente alvo de repetidas e frequentes críticas comprometedoras de sua probidade e de sua austeridade perante a opinião pública.

Irresponsabilidade e atos levianos são atitudes incompatíveis com o decoro do homem público e não só contribuem para afetar sua credibilidade como também aprofundar cada vez mais a descrença e o desencanto do povo com o desesperado sonho de melhores dias. Neste sentido, a reprodução, nos dias de hoje, de comportamentos já consagradamente falhos, habitualmente usados todas as vezes que se aproximam eleições e caracterizados, entre outros, por pronunciamentos indevidos, perturbações e ameaças de toda sorte, teses eivadas de paixões partidárias obstinadas, com verdadeiras distorções do raciocínio, o interesse exagerado por um compreensível sentimento de solidariedade do político partidário, quanto as destino dos que o ajudaram, a nefasta influência do poder econômico utilizado como instrumento de corrupção, é simplesmente uma demonstração de incapacidade para o regime que todos consideramos o único compatível com os nossos foros de nação civilizada.

Ao mesmo tempo, vale dizer, num país como o nosso, em pleno processo de desenvolvimento, com sérios problemas ligados à economia inflacionada, com falta não só de meios adequados para sustentar uma população cujo crescimento começa a tornar-se alarmante, mas ainda os de proporcionar-lhe vida condigna, estes graves problemas econômicos e sociais, ao lado de desvios de natureza política, passaram a reclamar uma atenção que nunca lhes foi devidamente dada na proporção exigida por sua magnitude.

Possuíamos uma noção puramente política do País e de súbito caímos na realidade; sentimos aproximar-se a hora exata, a hora da opção, decidir qual rumo que tomar – se o que levaria de imediato à condição de grande País ou o moroso caminho de uma nação politicamente indisciplinada e de economia dependente.

Abrimos os olhos e verificamos que o que é necessário de sã consciência e sem hesitação é vermos a hora de se proclamar consolidado entre nós o regime democrático, conquistado com o primado da inteligência, livre das inconsequências, com uma estrutura política e social sólida e fecunda, com toda sua grandeza produzindo, em síntese, a substância de um pensamento universal e o vigor de uma mentalidade disciplinada e profunda.”
(PAULO EMÍLIO NELSON DE SENNA, em artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 19 de outubro de 1993, Caderno OPINIÃO, página 6).

Mais uma IMPORTANTE, PEDAGÓGICA e OPORTUNA contribuição para o nosso trabalho de MOBILIZAÇÃO PARA A CIDADANIA E QUALIDADE vem de artigo publicado no mesmo veículo, edição de 7 de dezembro de 2011, Caderno OPINIÃO, página 9, de autoria de FREI BETTO, Escritor, autor de Um homem chamado Jesus (Rocco), entre outros livros, e que merece igualmente INTEGRAL transcrição:

“Espiritualidade e religião

Espiritualidade e religião se complementam mas não se confundem. A espiritualidade existe desde que o ser humano irrompeu na natureza, há mais de 200 mil anos. As religiões são recentes, não ultrapassam 8 mil anos de existência. A religião é a institucionalização da espiritualidade, assim como a família é do amor. Há relações amorosas sem se constituírem em família. Do mesmo modo, há quem cultive sua espiritualidade sem se identificar com uma religião. Há inclusive espiritualidade institucionalizada sem ser religião, como é o caso do budismo, uma filosofia de vida.

As religiões, em princípio, deveriam ser fontes e expressões de espiritualidades. Nem sempre isso ocorre. Em geral, a religião se apresenta como um catálogo de regras, crenças e proibições, enquanto a espiritualidade é livre e criativa. Na religião, predomina a voz exterior, da autoridade religiosa. Na espiritualidade, a voz interior, o “toque” divino.

A religião culpabiliza; a espiritualidade induz a aprender com o erro. A religião ameaça; a espiritualidade encoraja. A religião reforça o medo; a espiritiualidade suscita perguntas. As religiões são causas de divisões e guerras; as espiritualidades, de aproximação e respeito. Na religião se crê; na espiritualidade se vivencia. A religião nutre o ego, pois uma se considera melhor que a outra. A espiritualidade transcende o ego e valoriza todas as religiões que promovem a vida e o bem.

A religião provoca devoção; a espiritualidade, meditação. A religião promete a vida eterna; a espiritualidade a antecipa. Na religião, Deus, por vezes, é apenas um conceito; na espiritualidade, uma experiência inefável.

Há fiéis que fazem de sua religião um fim e se dedicam de corpo e alma a ela. Ora, toda religião, como sugere a etimologia da palavra (religar), é um meio para amar o próximo, a natureza e a Deus. Uma religião que não suscita amorosidade, compaixão, cuidado do meio ambiente e alegria, serve para ser lançada ao fogo. É como flor de plástico, linda, mas sem vida.

Há que tomar cuidado para não jogar fora a criança com a água da bacia. O desafio é reduzir a distância entre religião e espiritualidade, e precaver-se para não abraçar uma religião vazia de espiritualidade nem uma espiritualidade solipsista, indiferente à religião.

Há que fazer das religiões fontes de espiritualidade, de prática do amor e da justiça, de compaixão e serviço. Jesus é o exemplo de quem rompe com a religião esclerosada de seu tempo, e vivencia e anuncia uma nova espiritualidade, alimentada na vida comunitária, centrada na atitude amorosa, na intimidade com Deus, na justiça aos pobres, no perdão. Dessa espiritualidade resultou o cristianismo.

Há teólogos que defendem que o cristianismo deveria ser um movimento de seguidores de Jesus, e não uma religião tão hierarquizada e cuja estrutura de poder suga parte considerável de sua energia espiritual.

O fiel que pratica todos os ritos de sua religião, acata os mandamentos e paga o dízimo, e, no entanto, é intolerante com quem não pensa ou crê como ele, pode ser um ótimo religioso, mas carece de espiritualidade. É como uma família desprovida de amor. O apóstolo Paulo descreve magistralmente o que é espiritualidade no capítulo 13 da Primeira carta aos coríntios. E Jesus a exemplifica na parábola do bom samaritano (Lucas 10, 25-37), e faz uma crítica mordaz à religião em Mateus 23.”

Eis, pois, mais páginas contendo RICAS, ADEQUADAS, ENCORAJADORAS e OPORTUNAS abordagens e REFLEXÕES que acenam para a IMPERIOSA necessidade de PROFUNDAS TRANSFORMAÇÕES no nosso modo de PENSAR e AGIR, e reunirmos o melhor de nossa ENERGIA CÍVICA objetivando a inserção do PAÍS no concerto das POTÊNCIAS mundiais DESENVOLVIDAS, CIVILIZADAS, SOBERANAS e DEMOCRÁTICAS...

Para tanto, URGE a PROBLEMATIZAÇÃO de questões CRUCIAIS como:

a) a EDUCAÇÃO – UNIVERSAL e de QUALIDADE, como PRIORIDADE ABSOLUTA de nossas POLÍTICAS PÚBLICAS;
b) a INFLAÇÃO, a exigir PERMANENTE e DIUTURNA vigilância;
c) a CORRUPÇÃO, que campeia por TODAS as esferas da vida NACIONAL e gera comprometimentos INESTIMÁVEIS à nossa ECONOMIA e, mais grave ainda, à CONFIANÇA em nossas INSTITUIÇÕES e ameaçando mesmo nossos VALORES e PRINCÍPIOS;
d) o DESPERDÍCIO, em TODAS as suas MODALIDADES;
e) a DÍVIDA PÚBLICA BRASILEIRA, já ultrapassando o montante ASTRONÔMICO de R$ 2 TRILHÕES e a exigir, também, uma qualificada, competente e transparente AUDITORIA...

Ao lado de TANTA sangria, as crescentes e VULTOSAS quantias necessárias à AMPLIAÇÃO e MODERNIZAÇÃO de nossa INFRATESTRUTURA (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos e aeroportos; de setores como EDUCAÇÃO, SAÚDE, ASSISTÊNCIA SOCIAL, SEGURANÇA PÚBLICA, SEGURANÇA ALIMENTAR e NUTRICIONAL; EMPREGO, TRABALHO e RENDA; CULTURA, ESPORTE e LAZER; MOBILIDADE URBANA (transporte, trânsito e acessibilidade); SANEAMENTO AMBIENTAL (água TRATADA, esgoto TRATADO, resíduos sólidos TRATADOS e MACRODRENAGEM pluvial); MEIO AMBIENTE; MORADIA, COMUNICAÇÃO, ENERGIA, CIÊNCIA e TECNOLOGIA; PESQUISA e DESENVOLVIMENTO; INFORMAÇÃO, LOGÍSTICA; QUALIDADE (economicidade, produtividade e competitividade), entre outros...

São GIGANTESCOS DESAFIOS, e bem o sabemos, mas NADA, NADA mesmo ABATE nosso ÂNIMO e nem ARREFECE o nosso ENTUSIASMO e OTIMISMO nesta grande CRUZADA NACIONAL pela CIDADANIA E QUALIDADE, visando à construção de uma NAÇÃO verdadeiramente JUSTA, ÉTICA, EDUCADA, QUALIFICADA, LIVRE, SOBERANA, DEMOCRÁTICA, DESEN VOLVIDA e SOLIDÁRIA, que permita a PARTILHA de suas EXTRAORDINÁRIAS RIQUEZAS, OPORTUNIDADES e POTENCIALIDADES com TODOS os BRASILEIROS e com TODAS as BRASILEIRAS, especialmente no horizonte de INVESTIMENOS BILIONÁRIOS previstos para EVENTOS como a CONFERÊNCIA DAS NAÇÕES UNIDAS SOBRE O DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL (RIO + 20) em 2012; a 27ª JORNADA MUNDIAL DA JUVENTUDE no RIO DE JANEIRO em 2013: a COPA DAS CONFEDERAÇÕES de 2013; a COPA DO MUNDO de 2014, a OLIMPÍADA de 2016, as OBRAS do PAC e os projetos do PRÉ-SAL, segundo as exigências do SÉCULO 21, da era da GLOBALIZAÇÃO, da INTERNACIONALIZAÇÃO das EMPRESAS, da INFORMAÇÃO, do CONHECIMENTO, das NOVAS TECNOLOGIAS, da SUSTENTABILIDADE e de um NOVO mundo, da PAZ, da IGUALDADE – e com EQUIDADE –, e FRATERNIDADE UNIVERSAL...

Este é o nosso SONHO, o nosso AMOR, a nossa LUTA, a nossa FÉ e a nossa ESPERANÇA!...

O BRASIL TEM JEITO!...