sexta-feira, 20 de junho de 2014

A CIDADANIA, A FORÇA DA ESPIRITUALIDADE E A SINFONIA DE CORPOS


“No caminho da vida é preciso aprender a amar o laborioso
        
         Em nosso caminho ascendente é preciso aprender a amar o laborioso, amar o que exige adaptações e transformações. Não se trata apenas de aceitar o que destino traz, mas de verdadeiramente amar as provas da vida. Quando se chega a amar a dificuldade, recebe-se um toque do espírito. E isso é o que dá segurança para viver a vida tal qual é, sem jamais retroceder. O elevado toque do espírito cancela toda possibilidade de fuga e liberta a alma que decide não abandonar o labor.
         O prazer que se tem por coisas materiais obscurece o entendimento das coisas do espírito. Para que a personalidade possa colaborar com a alma, deve assumir um trabalho ativo de purificação dos sentidos materiais, da memória, da imaginação e da vontade.
         Para a purificação dos sentidos materiais precisamos:
1-Não se inclinar ao mais fácil nem fugir do trabalhoso. Não buscar o saboroso, mas reconhecer no insípido um campo de treinamento da adaptabilidade. 2-Não alimentar a inércia. Buscar o equilíbrio entre dar o necessário repouso ao corpo e não procurar sempre por descanso. 3-Não almejar consolo nem compensações, pois ajudas vêm por si, no momento certo, enviadas pelo espírito. 4-Nada acumular em quantidade, nem observar em tudo a qualidade – e nisso incluem-se as companhias.
Para a purificação da memória e da imaginação:
1-Saber em que momentos é necessário cuidar das coisas da vida externa e em que momentos se deve esquecer delas. Discernir que conhecimento deve ser absorvido pelo próprio ser, tendo em conta que assuntos alheios ocupam o lugar de coisas mais profundas.
Para a purificação da vontade:
1-Perder o interesse por tudo o que leva à desunião. Dirigir a vontade para o mundo espiritual. Se for dirigida erroneamente apenas para coisas externas, a pessoa pode tornar-se presunçosa e soberba, vulnerável a elogios e adulações o que é um descaminho. 2-Não se distrair com a mente nem permitir que criaturas a povoem, pois isso tira a atenção do essencial.
O espírito nos envia continuamente ajuda para essa purificação. Leva a nossa personalidade à incerteza pelo resultado dos trabalhos que realiza. Isso é saudável, pois a torna humilde e pronta a invocar a ajuda do mundo inteiro.
Todo verdadeiro instrutor espiritual indica a necessidade de não abandonarmos as provas da vida, de amá-las e de trabalharmos com empenho para permanecer neutros diante delas. Assim, essas ajudas chegam e transformam a nossa vida. Seguindo esse mesmo caminho ascendente, lembramos que, para conhecer a realidade interior, temos de nada pretender. Nesse caminho não podemos saltar etapas, pois cada uma tem sua nota característica e prova básica. Temos de atravessá-las uma a uma e ir adiante, com inabalável fé e perseverança.
É fundamental abrir mão de todas as expectativas. O caminho requer total despojamento interior. Devemos aprender a conviver unicamente com a Lei de Deus e segui-la em todos os passos. O valor da solidão será assim reconhecido, e o uso correto do tempo advirá do correto falar e do correto ouvir.
         O contato com a nossa realidade interior é um bálsamo supremo, eleva-nos às alturas. Cura nossas dores; traz-nos a certeza da impermanência; mostra-nos o verdadeiro valor de cada situação e, encontro após encontro, faz-nos descobrir a essência secreta de todas as coisas.”

(TRIGUEIRINHO. Escritor, em artigo publicado no jornal O TEMPO Belo Horizonte, edição de 15 de junho de 2014, caderno O.PINIÃO, página 18).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Cidadania e Qualidade vem de artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 18 de junho de 2014, caderno OPINIÃO, página 7, de autoria de FREI BETTO, escritor, autor, em parceria com Leonardo Boff, de Mística e espiritualidade (Vozes), entre outros livros, e que merece igualmente integral transcrição:

“Sinfonia de corpos
        
         Na festa do Corpo de Cristo, deixarei o meu flutuar em alturas abissais. Acariciarei uma por uma minhas rugas, desvelarei histórias em meus cabelos brancos, apreenderei, na ponta dos dedos, meu perfil interior. Não recorrerei ao bisturi das falsas impressões. Nem ao espectro da magreza anoréxica. O tempo prosseguirá massageando meus músculos até torná-los flácidos como as delicadezas do espírito.
         Suspenderei todas as flexões, exceto as que aprendo na academia dos místicos. Beberei do próprio poço e abrirei o coração para o anjo da faxina atirar, pela janela da compaixão, iras, invejas e amarguras. Pisarei sem sapatos o calor da terra viva. Bailarino ambiental, dançarei abraçado à Gaia ao som ardente de canções primevas. Dela receberei o pão; a ela darei a paz.
Acesas as estrelas, contemplarei na penumbra do mistério esse corpo glorioso que nos funde, eu e Gaia, em um único sacramento divino. Seu trigo brotará como alimento para todas as bocas, e suas uvas farão correr rios inebriantes de saciedade. Na mesa cósmica, ofertarei as primícias de meus sonhos. De mãos vazias, acolherei o corpo do Senhor no cálice de minhas carências.
Dobrarei os joelhos ao mistério da vida e contemplarei o rosto divino na face daqueles que nunca souberam que cosmo e cosmético são gregas palavras, e deitam raízes na mesma beleza. Despirei os meus olhos de todos os preconceitos e rogarei pela fé acima de todos os preceitos. Como Ezequiel, contemplarei o campo dos mortos até ver a poeira consolidar-se em ossos, os ossos se juntarem em esqueletos, os esqueletos se recobrirem de carne, e a carne inflar-se de vida no Espírito de Deus.
Proclamarei o silêncio como ato de profunda subversão. Desconectado do mundo, banirei da alma todos os ruídos que me inquietam e, vazio de mim mesmo, serei plenificado por Aquele que me envolve por dentro e por fora, por cima e por baixo. Suspenderei da mente a profusão de imagens e represarei no olvido o turbilhão de ideias. Privarei de sentido as palavras. Absorvido pelo silêncio, apurarei os ouvidos para escutar a brisa de Elias e, os olhos, para admirar o que tanto extasiou Simeão.
Não mais farei de meu corpo mero adereço estranho ao espírito. Serei uma só unidade, onda e partícula, verso e reverso, anima e animus. Recolherei pelas esquinas todos os corpos indesejados para lavá-los no sangue de Cristo, antes que se soltem de seus casulos para alçar o vôo salvífico das borboletas. Curarei da cegueira os que se miram no olhar alheio e besuntarei de cremes bíblicos o rosto de todos que se julgam feios, até que neles transpareça o esplendor da semelhança divina.
Arrancarei do chão de ferro os pés congelados da dessolidariedade e farei vir vento forte aos que temem o peso das próprias asas. Ao alçar o topo do mundo, verão que todos somos um só corpo e um só espírito. Farei do meu corpo hóstia viva; do sangue, vinho de alegria. Ébrio de efusões e graças, enlaçarei num amplexo cósmico todos os corpos e, no salão dourado da Via Láctea, valsaremos até que a música sideral tenha esgotado a sinfonia escatológica.
Na concretude da fé cristã, anunciarei aos quatro ventos a certeza de ressurreição da carne e de todo o universo redimido pelo corpo místico de Cristo. Então, quando a morte transvivenciar-me, o que é terno tornar-se-á eterno.”

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, adequadas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, civilizadas, soberanas, democráticas e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:

     a)     a educação – universal e de qualidade –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas;

     b)    o combate, implacável e sem trégua, aos três dos nossos maiores e mais avassaladores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero; II – a corrupção, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis prejuízos e comprometimentos de variada ordem; III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, inexoravelmente irreparáveis;

     c)     a dívida pública brasileira, com projeção para 2014, segundo o Orçamento Geral da União, de exorbitante e intolerável desembolso de cerca de R$ 1 trilhão, a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (apenas com esta rubrica, previsão de R$ 654 bilhões), a exigir permanente, abrangente, qualificada e eficaz auditoria...
Destarte, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais contundente ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela cidadania e qualidade, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, desenvolvida e solidária, que permita a partilha de suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos e que contemplam eventos como a Copa do Mundo; a Olimpíada de 2016; as obras do PAC e os projetos do pré-sal, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo da justiça, da liberdade, da paz, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!...

O BRASIL TEM JEITO!...

quarta-feira, 18 de junho de 2014

A CIDADANIA, A PARTICIPAÇÃO POPULAR E A DEMOCRACIA


Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Cidadania e Qualidade vem de artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de14 de junho de 2014, caderno PENSAR, página 2, coluna OLHAR, de autoria de JOÃO PAULO, editor de Cultura, e que merece integral transcrição:

“Quem tem medo do povo?
        
         Todo mundo sabe o que é democracia. Mas nem todos sabem da mesma maneira. Conceito amplo, capaz de abranger desde o regime político até a forma como o poder é exercido, a democracia tem ainda muitas tensões internas. E é exatamente isso o que torna a palavra ainda mais rica e sua prática mais estimulante.
         Há a democracia substantiva e a democracia adjetiva; a primeira estabelece uma forma de governo, a segunda qualifica suas ações. Há, no interior da democracia, um polo que aponta para a ordem, com sua tradução em normas universais e republicanas; e outro que indica o conflito, com seu desejo por mais direitos e reforma permanente das instituições.
         No sentido talvez mais próximo do cidadão, existe a democracia representativa e a democracia direta. Enquanto a primeira estabelece que algumas pessoas, escolhidas pelo voto, farão valer suas vontades no âmbito dos negócios públicos (da criação de leis à fiscalização do exercício do poder), a segunda cria instâncias em que o próprio indivíduo ou grupos de interesses atuam diretamente nas questões referentes à vida pública.
         A representação é um princípio de realidade nas sociedades complexas (não se pode chamar todas as pessoas à praça pública para resolver as questões atinentes à vida social); a participação é a garantia de que o vínculo com a sociedade e as pessoas não se perca. Um lado alimenta o outro e o faz funcionar. Os dois, conjuntamente, respondem pelo princípio maior da democracia, como está escrito na Constituição Federal: “Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição”.
         A polêmica recente em torno do Decreto 8.243, que institui a Política Nacional de Participação Social (PNPS), se alimenta exatamente na incompreensão desse duplo vínculo definido na Carta Magna: somos uma democracia que mescla representação e participação. Se um dos lados falha, o outro se exacerba; sem a ação combinada dos dois o conjunto fica mais pobre.
         No entanto, o que se tem visto é um jogo duro contra o decreto, por um lado, e uma ausência de defesa por outro. Para certos setores, ele limita os poderes do Congresso, abre flanco para o corporativismo e aparelhamento do Estado. Por outro lado, quem sempre teve a participação popular como instrumento prioritário de exercício da política não parece ter se empolgado com o decreto, mesmo no que ele aponta de garantia legal para ações que vêm sendo constituídas ao longo dos anos, com a rica experiência dos conselhos, das conferências, das ouvidorias e dos orçamentos participativos.
         Dando nome aos bois, a oposição critica tudo na medida: da sua forma de instituição (o decreto, como se não fosse algo constitucional) ao conteúdo, atacando falsamente a PNPS como um avanço ilegítimo sobre o poder da representação. Do lado das próprias organizações populares há um silêncio que parece constrangido em razão de outras possíveis estratégias pensadas para o campo político, sobretudo o plebiscito sobre a Constituinte exclusiva para a reforma política.
         A chamada grande imprensa, de forma quase unânime e vazada pelos mesmos argumentos, detonou o decreto, dando a ele um caráter de oportunismo eleitoreiro. Outra linha de combate foi o deslizamento, recheado de má-fé, que enxerga num instrumento, que decorre diretamente da Constituição, o desvio em direção a outros realidades políticas. Assim, o PNPS foi traduzido como sendo a égide dos “conselhos populares”, quando não a ponta de lança do bolivarianismo venezuelano no país. Pura paranoia e ignorância sociológica.
         Parece que o decreto não foi lido. O que ele estabelece é, na verdade, um aprofundamento da democracia direta no Brasil, não a sua criação. Menos ainda o avanço sobre o terreno do Legislativo, que será parceiro imediato e necessário em sua regulamentação. A realidade da participação direta na democracia brasileira é histórica e legal, desde 1988, mas precisa ser impulsionada em razão da nova conjuntura política e, até mesmo, dos instrumentos de intervenção na agenda pública que não existiam na época da promulgação da Constituição Federal, como a rica e complexa agitação dos meios virtuais.
         Os conselhos municipais, estaduais e nacional e suas conferências, em diversos setores, vêm mostrando que há um rico tecido participativo organizado, que soube intervir na elaboração, deliberação e acompanhamento das políticas em vários setores, como saúde, assistência social e juventude, por exemplo. No entanto, mesmo regulamentos e ativos, esses instrumentos não dão conta de todo o potencial de participação exigido pela democracia contemporânea. O cenário, como todos sabem, é de crise de representação.

AVANÇO E POLÊMICA É sempre curioso o jogo finório que se estabelece quando se analisam as crises. Os movimentos de junho, que completam um ano, deixaram poucas unanimidades entre os intérpretes – já que todos quiseram se assenhorear de sua força e se afastar de seus aspectos mais polêmicos –, entre elas, com certeza, a ideia de que a política tradicional “não nos representa”. No entanto, bastou cogitar em reforma política para que a máquina do mundo, como no poema de Drummond, se fechasse ao engenho das mudanças.
         Crise de representação, um fenômeno mundial, tem muitas origens, desde o esgotamento das formas convencionais da política frente à globalização e aos efeitos da comunicação em rede até a nova ruptura psicológica do cidadão, que teve seu tempo político acelerado. Ninguém quer saber mais de esperar a próxima eleição, há um sentido real de urgência que cobra mudanças em ciclos menores, de acordo com as demandas apresentadas pelas pessoas e grupos em processo permanente de ampliação de direitos.
         Além disso, há um descompasso cada vez maior entre o que o cidadão deposita com seu voto e o resultado da atuação do político de seu representante. Mesmo supondo que há uma identidade ideológica madura em torno das grandes questões, há temas que fogem a esse padrão, exigindo respostas mais ágeis, que vão além da temporalidade do jogo político.
         Em algumas situações, a representatividade é colocada em segundo plano em razão de pressões mais diretas, que não estão previstas no jogo político. Um bom exemplo foi o afastamento do deputado Marcos Feliciano da presidência da Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados. A cidadania ativa não pode esperar o cronos tinhoso e manhoso dos arranjos partidários. Há valores igualmente democráticos e muito mais urgentes em jogo. A nova proposição é a seguinte: a sociedade deve pautar a agenda política, não ser pautada por ela.
         O que o decreto que institui a Política Nacional de Participação Social propõe é um diálogo respeitoso entre o Estado e as várias instâncias da sociedade organizada. É também bastante curioso que uma das linhas de oposição parta exatamente da negação de legitimidade da participação social. Assim, a mesma sociedade que se diz democrática, porque tem cidadãos participantes, discrimina o ativismo desde que não venha do momento eleitoral, que emite um cheque em branco resgatável em quatro anos.
         De uns tempos para cá, sociedade civil organizada passou a ser vista com desconfiança, longe do otimismo nela depositado no período de luta contra a ditadura e transição democrática. Duvida-se de sua honestidade, formas de financiamento, condução, presença ideológica dominante, capacidade de aparelhar interesses de minorias, corporativismo. Nada menos democrático. Desconhecer o potencial das organizações populares é fechar canais de negociação e ampliação dos interesses da sociedade.
         De acordo com o decreto, haverá um incentivo para que as instâncias de governo criem formas de diálogo e presença da sociedade na definição das ações que dizem respeito a cada setor. A forma como a atuação dos cidadãos, ONGs, conselhos, movimentos, coletivos e outras organizações vão ser incorporadas ao processo passa pela regulamentação legislativa. Não há subordinação ou substituição de funções, mas complementaridade. No âmbito da sociedade organizada, o desafio é exatamente ampliar seu potencial de representatividade e legitimidade. Todos vão precisar amadurecer e melhorar. Vai dar trabalho.
         Por fim, há que se reconhecer a incapacidade parlamentar em torno de certos temas, que representam interesses muito fortes do sistema hegemônico, e que capitalizam recursos para a eleição de parlamentares em todas as instâncias. Bancadas de ruralistas e de representantes de construtoras e mineradores, por exemplo, serão sempre impermeáveis a medidas que firam seus interesses de origem, como reforma agrária, controle de transgênicos e agrotóxicos, autorização para mineração em terras indígenas ou de preservação, apoio à mudança da matriz energética e de transporte no país, entre outras. Nesses casos, a intervenção terá que vir da sociedade, por meio de confronto ou de campos sistemáticos de negociação, como previstos no decreto.
         Para os acusadores da inspiração venezuelana, basta consultar o edifício político de países insuspeitadamente liberais, como Estados Unidos, Inglaterra e França, para identificar suas formas próprias de incorporação da participação popular na definição e acompanhamento de projetos de interesse público. São ideias bem diferentes das expressas no decreto brasileiro, mas que mostram a mesma preocupação com a proximidade do controle do cidadão, além das instâncias do Legislativo.
         Para quem acha que o decreto é perigosamente esquerdista, talvez fosse bom ir à fonte. Ao contrário do que muita gente pensa, Marx sempre desconfiou do Estado sem a seiva da sociedade. Para ele, havia uma falta de conexão entre as duas instâncias: as pessoas eram abstratamente iguais, mas viviam situações absolutamente desiguais no dia a dia. O grande objetivo do pensador era acabar com esse abismo entre política e vida. Para isso, era preciso que as pessoas, homens e mulheres, reivindicassem na prática o que o Estado lhes tirava a todo momento. O nome que ele deu a essa fusão de vida e política foi democracia. Não seria muito diferente do conceito de um liberal empedernido que, como Marx, assinaria embaixo da seguinte afirmação: a vida vem sempre em primeiro lugar.
         Para quem pensa que participação política é festa, da qual apenas a minoria de esquerda conhece a fórmula, aqui vai a má notícia. Democracia dá trabalho, cobra presença, disputa de ideias e projetos. Acima de tudo, honestidade de propósitos e organização. O limite do Decreto 8.243 não é seu objeto – a presença da sociedade nas ações de Estado –, mas sua eficácia. Só vai dar certo se a democracia passar a fazer parte do DNA do brasileiro. Pelas reações da direita e descaso da esquerda, a tarefa é árdua.”

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas,políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, civilizadas, soberanas, democráticas e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:

     a)     a educação – universal e de qualidade –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas;

     b)    o combate, implacável e sem trégua, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados; II – a corrupção, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis prejuízos e comprometimentos de vária ordem (por exemplo, a construção de uma refinaria de petróleo, com previsão de custo inicial de R$ 5 bilhões, e disponibilidade de sofisticadas tecnologias,  caminhar para um custo final superior a R$ 40 bilhões; apenas a diferença, a grosso modo, equivaleria à construção de não apenas doze mas vinte e sete arenas...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, inexoravelmente irreparáveis;

     c)     a dívida pública brasileira, com projeção para 2014, segundo o Orçamento Geral da União, de astronômico e insuportável desembolso de cerca de R$ 1 trilhão, a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (apenas com esta rubrica, previsão de R$ 654 bilhões), a exigir igualmente uma imediata, abrangente, qualificada e eficaz auditoria...

Isto posto, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais contundente ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela cidadania e qualidade, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, desenvolvida e solidária, que possa partilhar suas extraordinárias e abundantes riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos e que contemplam eventos como a Copa do Mundo; a Olimpíada de 2016; as obras do PAC e os projetos do pré-sal, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo da justiça, da liberdade, da paz, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!...

O BRASIL TEM JEITO!...

sexta-feira, 13 de junho de 2014

A CIDADANIA, A INFINITA FONTE DA GRAÇA E A FOME DE PÃO E JUSTIÇA


“A fonte da graça é infinita, mas nem sempre ela é bem recebida
         A graça (do latim “gratia”), como a palavra já diz, é o que adquirimos gratuitamente de Deus. Paulo defendeu-a. E ela significa também ação de agradecimentos a Deus. Daí as preces e missas em ação de graças dos católicos.
         A graça procedente de Deus é infinita. E entre os teólogos, ela é inseparável da fé. Mas elas não devem ser entendidas, como acontece muito, com a ideia de se ficar na preguiça, não tendo as pessoas que fazer nada para a sua salvação ou libertação. Se fosse assim, Jesus teria vindo ao nosso mundo para perder seu tempo para nos trazer a boa nova! É que a salvação ou libertação não se consegue de modo fácil. Pelo contrário, a porta estreita do evangelho, a qual simboliza a salvação, é uma porta em que a passagem por ela é difícil. O Mestre dos mestres até disse que muitos querem passar por ela, mas não conseguem. E nós a isso acrescentamos que muitos, por enquanto, nem querem passar por ela. Porém, ainda vai chegar o dia em que eles vão querer também passar por ela, mas será que, de imediato, vão conseguir ultrapassá-la?
         São Paulo ensina que, onde abundou o pecado, superanbundou a graça (Romanos 5:20). O que quer dizer que a graça não falta nunca para ninguém. Porém, de um modo geral, nós não nos predispomos a recebê-la. Isso porque, geralmente, somos mais voltados para as coisas materiais de nosso ego. Jesus, já sabendo disso, nos aconselha a buscarmos, primeiramente, as coisas do reino dos céus. Santo Agostinho, depois de Paulo, foi quem difundiu muito as doutrinas da graça e da fé, com o que não concordava o grande teólogo Pelágio, seu contemporâneo. E a Igreja, durante séculos, seguiu mais Pelágio.
         Lutero, mil anos depois da polêmica agostiniano-pelágica, abraçou totalmente essa doutrina Paulo-agostiniana. Por isso, os protestantes e evangélicos adotaram-na. Ultimamente, a Igreja a tem aceitado discretamente.
         Ainda Paulo nos ensina que somos salvos pela graça mediante a fé, e que elas não vêm de nós, pois são dons de Deus. Ele ensinou também que a salvação não vem de obras, para que ninguém se envaideça disso (Efésios 2:8-9). Mas é errada a interpretação tradicional que, geralmente, se dá a esse texto. Tudo bem que as ganhemos sem as merecermos. Mas nem tudo que nos vem gratuitamente é bem recebido por nós.
         Ademais, as obras a que Paulo se refere são as das leis mosaicas (no total de 613), e não as de Deus (do Decálogo). Já as inseridas pelo evangelho salvam-nos, sim.
         Vejamos o que diz o próprio Paulo: “Eu posso ter uma fé que remove montanhas, posso falar a língua dos homens e dos anjos, mas se eu não tiver amor, eu nada seria” (1 Coríntios: 1 e 2).
         E as palavras “pistis” e “fides”, grega e latina, significam também fidelidade. Conforme o caso, o sentido delas é mesmo fidelidade e não de fé ou crença. Por exemplo: Quem tem fé em Jesus Cristo se salva. Nessa fase, o significado das citadas palavras é mesmo fidelidade. E poderemos até construir a frase assim: Quem é fiel a Jesus se salva.
         A graça é como o sol. Nós podemos recebê-lo em abundância e totalmente de graça, mas muitos só querem sombra e água fresca!”.

(JOSÉ REIS CHAVES. Teósofo e biblista, em artigo publicado no jornal O TEMPO Belo Horizonte, edição de 9 de junho de 2014, caderno O.PINIÃO, página 14).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Cidadania e Qualidade vem de artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 11 de junho de 2014, caderno OPINIÃO, página 7, de autoria de FREI BETTO, escritor, autor do romance Minas do Ouro (Rocco), entre outros livros, e que merece igualmente integral transcrição:

“Fome de pão e justiça
         
         Olivier De Schutter, belga, 45 anos, encerrou neste semestre seu mandato de seis anos como relator da ONU para o direito à alimentação. Declarou que, se dependesse de uma única decisão para erradicar a fome no mundo, optaria pela “generalização da proteção social” que, nos países pobres, representaria menos de 7% do PIB.
         Segundo a Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) há 842 milhões de pessoas (12% da população mundial em situação de desnutrição crônica. De Schutter acredita que o dado da FAO está subestimado, pois considera apenas quem passa fome 12 meses por ano, e não a carência sazonal. Ele avalia em 1 bilhão o número de famintos crônicos. E admite que “cometemos o erro de apostar demasiado nos ganhos de produtividade e não investimos o suficiente na proteção e no apoio aos pequenos produtores.”
         Acrescenta que faliu a “solução” apontada pela Organização Mundial do Comércio (OMC): os países com mais poder de produção agrícola exportarem para os países com menos. A prática demonstrou que isso é mero neocolonialismo, para reforçar a dependência dos pobres em relação aos ricos e eliminar a agricultura familiar dos países importadores. Nos últimos 50 anos, a produção de alimentos aumentou anualmente 2,1%, enquanto as vítimas da fome diminuíram pouco. Dados da FAO indicam que em 1990 elas eram 900 milhões.
         Está provado que não basta ampliar a produção nem promover a desaceleração demográfica para resolver o problema. Se não há carência de alimentos nem excesso de bocas, é óbvio que a causa reside na falta de justiça social.
         De Schutter propõe um novo paradigma na produção alimentar favorável à agricultura familiar e à agroecologia: “Não nos colocamos a questão de saber se a industrialização da agricultura era compatível com o respeito pelos ecossistemas e negligenciamos a questão da saúde, da diversidade alimentar. São três dimensões: justiça social, sustentabilidade ambiental e saúde”.
         O ex-relator da ONU aponta como uma das dificuldades o descompasso entre o governo e a iniciativa privada. Das empresas surgem as decisões estratégicas. Elas vinculam o produtor ao consumidor. O grave, segundo ele, é que “tomam decisões em função do lucro esperado, e as questões de sustentabilidade, desenvolvimento rural e igualdade na compensação dos atores não as preocupam muito”.
         Acelera-se, hoje, a mercantilização dos produtos alimentares e também de suas fontes, como a terra e a água: “Os consumidores do Norte (do mundo), que querem carne e biocombustíveis, fazem concorrência aos do Sul, que querem a mesma terra e água para as suas necessidades essenciais. É um problema ético e jurídico”.
         O Brasil se gaba de ser um dos pioneiros em matéria de biocombustíveis. Eis o que destaca De Schutter: “A corrida à produção de biocombustíveis produz três tipos de impactos: primeiro, vincula o mercado alimentar ao da energia. Quanto mais sobe o preço do petróleo, mais rentável se torna a produção de biocombustíveis e mais aumenta a produção sobre o mercado agrícola. Segundo, os biocombustíveis fazem pressão sobre a terra arável do Sul. Terceiro, o mercado de biocombustíveis encoraja a especulação financeira, pois quando a União Europeia e os EUA anunciam metas de produção e consumo de biocombustíveis até 2020, eles dão um recado aos investidores : ‘Independentemente de variações, os preços vão continuar a subir. Especulem!’”.
         De Schutter elogia a preocupação de José Graziano da Silva, atual diretor-geral da FAO, quanto ao desperdício no mundo, que atinge, hoje, a cifra de 1/3 dos alimentos produzidos! Ao todo, 1,3 bilhão de toneladas por ano. Isso equivale a mais da metade dos cereais cultivados anualmente.
         Agora entendo por que minha mãe dizia quando, na infância, eu mirava inapetente o prato de comida: “Come, menino. Há muita gente passando fome”. Por uma questão de justiça.”

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, civilizadas, soberanas, democráticas e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:

     a)     a educação – universal e de qualidade, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, na pré-escola) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas;

     b)    o combate, severo e sem trégua, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero; II – a corrupção, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis prejuízos e comprometimentos de vária ordem; III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, inexoravelmente irreparáveis (a propósito, buscamos no texto acima: “... quanto ao desperdício no mundo, que atinge, hoje, a cifra de 1/3 dos alimentos produzidos! Ao todo, 1,3 bilhão de toneladas por ano...”);

     c)     a dívida pública brasileira, com projeção para 2014, segundo o Orçamento Geral da União, de estratosférico e insuportável desembolso de cerca de R$ 1 trilhão, a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (apenas com esta rubrica, previsão de R$ 654 bilhões), a exigir igualmente uma imediata, abrangente, qualificada e eficaz auditoria...

Isto posto, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais contundente ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela cidadania e qualidade, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, desenvolvida e solidária, que possa partilhar suas extraordinárias e abundantes riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiros e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos e que contemplam eventos como a Copa do Mundo; a Olimpíada de 2016; as obras do PAC e os projetos do pré-sal, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo da justiça, da liberdade, da paz, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!...

O BRASIL TEM JEITO!...