quarta-feira, 29 de setembro de 2010

A CIDADANIA, A ÉTICA E A LIDERANÇA

“Ética no mundo corporativo

Falar de ética é falar de valores, de moral, de comportamento. O homem é um produto da natureza e da cultura, sujeito às leis naturais e da sociedade, que, por sua vez, são conflitantes. À medida que o homem organiza socialmente sua vida, a ética se estabelece na busca de orientações para “o agir” para tornar a convivência mais harmoniosa. Daí a necessidade ética estar entre as que despontam como mais prementes. A ética é moldada por valores e por princípios aceitos pela sociedade e pautada por comportamentos esperados dos indivíduos em determinadas situações. No mundo dos negócios, o estabelecimento de comportamentos e condutas, também apresentado nos códigos de ética e conduta corporativos com o propósito de uniformizar o entendimento dos princípios, normas e valores a serem seguidos pelos integrantes, é de fundamental importância para o desenvolvimento e o crescimento da organização. [...]”.
(ELMA BERNARDES SANTIAGO, Coordenadora pedagógica e professora da Faculdade IBS/Fundação Getúlio Vargas, em artigo publicado no Jornal ESTADO DE MINAS, edição de 26 de setembro de 2010, Caderno OPINIÃO, página 9).

Mais uma IMPORTANTE e OPORTUNA contribuição para o nosso trabalho de MOBILIZAÇÃO PARA A CIDADANIA E QUALIDADE vem de artigo publicado no mesmo veículo, edição de 28 de setembro de 2010, Caderno OPINIÃO, página 7, de autoria de SÉRGIO CAVALIERI, Presidente da Associação de Dirigentes Cristãos de Empresas (ADCE-MG), que merece INTEGRAL transcrição:

“Ética e liderança

Lucro não é pecado. Refiro-me, naturalmente, ao lucro sustentável, obtido de forma ética, limpa, por organizações que pautam sua gestão pelos valores e princípios da responsabilidade social empresarial. A explicação é necessária, pois na outra ponta encontra-se a segunda posição possível – a que preconiza o lucro predatório, desprezando as pessoas e o meio ambiente, transformando organizações diversas, inclusive as empresariais, em máquinas de produzir lucro, a qualquer preço, independentemente das leis, da ética e de valores. Da opção que fizermos agora dependerá o mundo que vamos construir neste século para nós mesmos e para legar às gerações que virão. Como a trajetória e as opções das organizações se condicionam ao modo de pensar e de agir de seus dirigentes se torna obrigatório refletir sobre os modelos de liderança compatíveis com a construção de um mundo melhor. Felizmente, este é um debate que avança com a mesma intensidade com vemos nas manchetes de jornais e no horário nobre da televisão exemplos chocantes de líderes negativos, de índole criminosa, tanto na esfera empresarial, com os escândalos corporativos, quanto na gestão pública, com a prisão de representantes dos três poderes, desde Brasília até os mais distantes municípios brasileiros.

O debate sobre os modelos de liderança é universal e atemporal – ao longo de décadas, a ciência da administração estuda o tema e produz, em abundância, livros, manuais e cursos sobre a arte da liderança. No entanto, no caso específico do Brasil, apesar do progresso econômico, do aumento do Produto Interno Bruto (PIB), da renda e da facilidade do crédito, que catapulta o consumo e produz uma aparente felicidade, falta o progresso moral. A União Internacional de Dirigentes Cristãos de Empresas (Uniapac), entidade que congrega as ADCEs de 26 países, em praticamente todos os continentes, tem insistido na mensagem de que o ser humano só será feliz e plenamente realizado se alcançar seu desenvolvimento integral – nos aspectos material, humano e espiritual.

Para que o Brasil se torne uma sociedade evoluída no seu caráter, honra e respeito, é indispensável que tenhamos líderes que transmitam bons exemplos, que pautem sua atuação por princípios, com coerência e consistência, que zelem pelo interesse coletivo, que garantam a relação equilibrada entre pessoas, entre pessoas e empresas, entre pessoas e o poder público, entre todos o tempo todo. O oposto é igualmente verdadeiro: quando falta compromisso com valores e princípios, os líderes – executivos e dirigentes de empresas – se ocupam exclusivamente do cumprimento de metas de rentabilidade financeira; gestores públicos cuidam apenas do interesse próprio, sem se preocupar com os impactos negativos que suas ações causam às comunidades. Os efeitos devastadores da última crise econômica ainda estão bem frescos, assim como os prejuízos causados a muitos, em todo o mundo, pela ganância de poucos.

Liderança deformada não se combate com novas regras e novas leis, afinal, regras e leis já existem e em profusão. A questão, evidentemente, tem o seu viés criminoso e policial, o que exige o cumprimento da legislação, com inquéritos da polícia e processos na Justiça. O tempo, no entanto, tem mostrado que isso não basta, até porque a Justiça é falha e vulnerável. É necessária uma radical mudança cultural dos líderes, que precisam alterar o seu modelo mental e atentar para os valores do mundo moderno. Assim como se pensava, há algumas décadas, que alta qualidade e custo baixo eram incompatíveis, hoje fazer bem para o mundo e ter lucro não são excludentes. Na verdade, somente alcançarão sucesso no campo empresarial e governamental aqueles líderes que forem capazes de produzir, simultaneamente, rentabilidade econômica e social. Trata-se de uma questão coletiva e inexorável, pois todos têm exatamente a noção do certo e do errado, e a sociedade está cada vez mais vigilante, consolidando e propagando os princípios e valores que defende, cobrando dos líderes a sua observância e o seu cumprimento.

Em essência, devemos lembrar e entender que tudo começa em casa, nos limites familiares, em que os valores e princípios precisam ser semeados e adubados para que germinem e, à frente, formem líderes verdadeiros, comprometidos com o que deles exige o mundo contemporâneo. É preciso formar pessoas e organizações que não façam do lucro um objetivo em si mesmo, que entendam que o crescimento da economia só tem sentido quando é capaz de induzir transformações e promover a justa e equânime distribuição dos seus frutos. A escola, em todos os níveis, incluindo aquelas que se dedicam a formar executivos e dirigentes, precisa compreender que, mais que atender a demanda dos clientes, muitas vezes equivocada, tem a missão de contribuir para a formação de líderes que se apóiem na ética, atuem com responsabilidade social e zelem pela democracia. Estes, certamente, serão os líderes verdadeiros e bem-sucedidos, capazes de construir empresas relevantes e uma sociedade regida por princípios.”

São, portanto, páginas recheadas de LÚCIDAS, CLARAS e PERTINENTES reflexões e ponderações que nos MOTIVAM e nos FORTALECEM nesta grande CRUZADA NACIONAL pela CIDADANIA E QUALIDADE, visando à construção de uma NAÇÃO verdadeiramente JUSTA, ÉTICA, EDUCADA, CIVILIZADA, LIVRE, DESENVOLVIDA e SOLIDÁRIA, que permita a PARTILHA de suas EXTRAORDINÁRIAS RIQUEZAS e POTENCIALIDADES com TODOS os BRASILEIROS e com TODAS as BRASILEIRAS, especialmente no horizonte de INVESTIMENTOS BILIONÁRIOS previstos para eventos como a COPA DO MUNDO DE 2014, a OLIMPÍADA DE 2016 e os projetos do PRÉ-SAL, segundo as exigências do SÉCULO XXI, da era da GLOBALIZAÇÃO, do CONHECIMENTO, da INFORMAÇÃO, das NOVAS TECNOLOGIAS, da SUSTENTABILIDADE e de um mundo da PAZ e FRATERNIDADE UNIVERSAL...

Este é o nosso SONHO, o nosso AMOR, a nossa LUTA, a nossa FÉ e a nossa ESPERANÇA!...

O BRASIL TEM JEITO!...