Mostrando postagens com marcador Elma Bernardes Santiago. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Elma Bernardes Santiago. Mostrar todas as postagens

quarta-feira, 10 de janeiro de 2018

A EXCELÊNCIA EDUCACIONAL, A FORÇA DA ASSERTIVIDADE NO PLANEJAMENTO E A LUZ PARA UM ANO NOVO NA SUSTENTABILIDADE

“Planejar e fazer o certo
        A chegada de um ano novo vem sempre carregada de expectativas, mesmo para quem acredita que a construção de uma vida e de uma carreira exitosa demanda um posicionamento contínuo e ações efetivas que nada têm a ver com o encerramento de ciclos do calendário. No entanto, a solenização da entrada é um é um momento para renovarmos as esperanças, os objetivos, novas expectativas na vida pessoal e profissional. E também é um momento para fazermos um balanço sobre o que realizamos, o que conquistamos e o que deixamos de fazer. A correria do dia a dia, as atividades que definimos como prioridades, as tarefas extras cotidianas e até mesmo as questões políticas e econômicas podem levar ao adiamento dos nossos planos de vida. Nessa hora, bate aquela sensação de dever não cumprido e percebemos que muitos dos nossos objetivos traçados não foram concretizados. Mas por que isso acontece?
         Quando definimos nosso plano, muitas vezes propomos realizar algo que está além das nossas condições e, com isso, deixamos de verificar a viabilidade do que queremos alcançar. O planejamento exige de nós comprometimento em colocar em prática os objetivos e as metas propostas, para que nossos desejos possam, de fato, ser realizados. E um dos princípios motores para essa realização é a nossa motivação e nosso empenho em fazer acontecer.
         Para isso, a primeira dica é traçar um plano com metas realistas, estabelecer objetivos claros e colocar tudo no papel. Objetivo é tudo aquilo que você deseja alcançar. Já a meta é o tempo estipulado e os meios a serem utilizados para atingir esse objetivo. O segredo para a conquista dos objetivos é criar estratégias possíveis e prazerosas.
         Faça uma reflexão sobre o que pode ser diferente no próximo ano. O que podemos aproveitar para 2018 e o que devemos deixar para trás. Uma lista sobre as conquistas alcançadas durante o ano que passou, bem como dos erros ocorridos, é uma excelente estratégia de aprendizagem e pode ser fundamental para guiar nossas metas futuras.
         Tenha foco. As distrações são perversas e nos levam para o lado oposto da conquista. Defina bem o que fazer, como fazer, aonde está e para onde quer ir. O foco é um grande aliado para a conquista dos resultados.
         Estabeleça prioridades, avaliando cada área da vida, a importância de cada uma e determine suas ações para alcançar o resultado. Faça escolhas conscientes para orientar seus passos. Busque motivação para a realização dos seus desejos. A motivação é a mola propulsora para o sucesso da conquista.
         Desenvolva a autoconfiança. Confiança nas suas decisões, nas suas escolhas. Potencialize suas ações, comprometa-se com seu planejamento, transforme desafios e adversidades em aspectos positivos. Como dizia Chico Xavier, “embora ninguém possa voltar atrás e fazer um novo começo, qualquer pode começar agora e fazer um novo fim”.
         E, por fim, coloque a mão na massa. Não espere que os outros decidam ou escolham por você. O caminho é seu, só você pode fazer.”.

(ELMA BERNARDES SANTIAGO. Professora da Faculdade IBS/FGV, em artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 29 de dezembro de 2017, caderno OPINIÃO, página 7).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de artigo publicado no mesmo veículo, edição, caderno e página, de autoria de DOM WALMOR OLIVEIRA DE AZEVEDO, arcebispo metropolitano de Belo Horizonte, e que merece igualmente integral transcrição:

“O ‘novo’ para um ano novo
        O que deve acontecer para que novo ano seja realmente novo? Eis uma pergunta que deve tocar a consciência e o coração de cada pessoa, para renovar o compromisso de todos com a cidadania. Para construir um futuro diferente, o primeiro passo é fazer um balanço do último ano que passou. Uma avaliação que deve se nortear pelos parâmetros da ética e das práticas que se alicerçam na solidariedade. Imprescindível é constatar: a novidade almejada não depende somente do outro. A sociedade não avança se seus cidadãos buscam transformar apenas o que está fora da própria interioridade. Sem uma sincera avaliação pessoal é inviável reformular o que precisa ser mudado no mundo, pois se desconsidera a chama da consciência. Com isso, convive-se com a incoerência de querer uma sociedade melhor, mas, ao mesmo tempo, continuar a tratar a delinquência  de forma normal e a considerar que tudo se justifica quando o objetivo é o de alcançar benefícios pessoais, além de achar que as mudanças esperadas devem sempre partir dos outros.
         Quando cada pessoa não cuida da própria consciência, o prejuízo é enorme para a sociedade. Prevalece um generalizado descrédito que, se não for debelado, inviabilizará os processos institucionais que são necessários para uma vida civilizada. Triste exemplo dessa situação é o desânimo dos cidadãos em relação à política e aos políticos. Essa carência de credibilidade afeta não apenas as instâncias do poder, mas também os campos da educação, da cultura, da religiosidade e das organizações empresariais. Um grave problema alimentado pelo desrespeito aos direitos, pela incompetência na eleição de prioridades, por marasmos e entraves burocráticos de governos. E assim o povo brasileiro prossegue encurralado nos cenários de miséria e exclusão que se perpetuam.
         O ponto de partida para edificar uma nação é a consciência de cada um. Renovar a interioridade é compromisso pessoal, cada pessoa avaliando a própria conduta para desenvolver novos hábitos, conquistar perspectivas promissoras, ajudar a encontrar respostas para os problemas contemporâneos. Essa transformação no nível da consciência deve incidir no ambiente familiar, nos desempenhos profissionais e no desenvolvimento da competência solidária para mudar situações. Cada pessoa, na regência da própria vida, precisa refletir a respeito de sua participação na sociedade, se está orientada nos parâmetros da cidadania. Além do exame de consciência, todos precisam se organizar, com coragem, a partir do apoio de Igrejas, instâncias governamentais, segmentos da cultura e da educação, para recuperar o descrédito patológico que ameaça a participação política. Um sintoma grave desse momento crítico e difícil do Brasil.
         É a partir da participação de todos, sem medo, que se conquista uma força iluminadora capaz de modelar as reformas tão necessárias ao futuro, sem prejuízos para os mais pobres e com a erradicação de privilégios. O “novo” que se busca exige, pois, o cumprimento de duas etapas: inicialmente, um sério exame de consciência e, em seguida, corajosamente, participar da vida cidadã, construindo propostas capazes de ajudar na solução dos muitos problemas atuais. Trata-se de aceitar um verdadeiro recomeço para a sociedade brasileira, dando passagem ao surgimento de novos líderes, em diferentes âmbitos. O “novo” para o ano novo não pode dispensar uma ampla agenda de debates, corajosa, respeitosa e incidente.
         Não vale simplesmente críticas de longe. É preciso envolver-se, cotidianamente, na tarefa de erradicar as sujeiras da corrupção, muitas vezes camufladas nas instâncias do poder. Agir de modo cidadão, sem espetacularizações e favorecimento aos poucos privilegiados. A meta diária deve ser aperfeiçoar a Constituição Cidadã, sem artifícios para beneficiar quem já é muito rico. Nessa tarefa, questões urgentes devem ser consideradas, a exemplo da defesa do meio ambiente, a promoção do desenvolvimento sustentável e integral, com ações capazes de deter a idolatria e a hegemonia do mercado que alimenta uma economia excludente. Incontáveis pautas merecem e necessitam da reflexão e do envolvimento de todos. Importantes e crescentes participações qualificadas para gerar clarividências e permitir encontrar o “novo” para o ano novo.”.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, civilizadas, soberanas, democráticas e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:
a)     a excelência educacional – pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas, gerando o pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional (enfim, 125 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade...);
b)    o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em novembro/2017 a ainda estratosférica marca de 333,8% nos últimos  doze meses, e a taxa de juros do cheque especial se manteve em históricos 323,73%; e já o IPCA, também no acumulado dos últimos doze meses, em dezembro, chegou a 2,95%); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade  –  “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis e irreversíveis prejuízos, perdas e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 516 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, a falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;
c)     a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2018, apenas segundo o Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1,847 trilhão (52,4%), a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão de R$ 1,106 trilhão), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega:
- pagar, sim, até o último centavo;
- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente, competente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”).
Isto posto, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela excelência educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, solidária e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo do direito, da justiça, da verdade, do diálogo, da liberdade, da paz, da solidariedade, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”
55 anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2016)

- Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...
- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas ...
- Por uma Nova Política Brasileira ...
- Pela excelência na Gestão Pública ...  

Afinal, o Brasil é uma águia pequena que já ganhou asas e, para voar, precisa tão somente de visão olímpica e de coragem! ...      

E P Í L O G O

CLAMOR E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO

“Oh! Deus, Criador e Legislador, fonte de infinita misericórdia!
Senhor, que não fique, e não está ficando, pedra sobre pedra
Dos impérios edificados com os ganhos espúrios,
Frutos da corrupção, do saque, da rapina e da dilapidação do
Nosso patrimônio público.
Patrimônio esse construído com o
Sangue, suor e lágrima,
Trabalho, honra e dignidade do povo brasileiro!
Senhor, que seja assim!”.


  

segunda-feira, 20 de outubro de 2014

A CIDADANIA, A EDUCAÇÃO, A ÉTICA, A FAMÍLIA E A POLÍTICA

“Educação e ética
        A preocupação com a ética tem se tornado cada vez mais urgente na atualidade, despontando como uma das necessidades mais prementes do homem moderno.
         A tão almejada transformação social passa necessariamente por uma mudança no processo educacional, que deve formar seres capazes de construir um mundo novo, mediante o desenvolvimento de seus níveis intelectual, afetivo, emocional e espiritual, e de seu compromisso com a ética e a responsabilidade social numa visão integradora e formadora de caráter. É um compromisso institucional e individual profundo, que se manifesta no servir, nas percepção da unidade, na diversidade e na busca de orientação para agir de forma a tornar a convivência na sociedade mais harmoniosa.
         Atualmente, a educação vem sendo apontada como a mola propulsora no desenvolvimento de um trabalho sistematizado de análise de valores, aprendizagem de conceitos e desenvolvimento de atitudes, no qual o ato de educar jamais esteve à parte das várias expressões culturais e existenciais da pessoa. Sendo um tipo de vivência social, a escola não deixa de ser atingida pelos novos rumos demandados pela sociedade, embora esteja em descompasso com as inovações tecnológico-científicas.
         Nesse contexto, é importante que o professor tenha uma postura diferenciada na ação educativa, sendo um missionário no desenvolvimento da consciência de seus alunos, e estamos comprometido com o conhecimento na evolução do ser humano. O profissional precisa atuar como educador que pratica o ato de ensinar envolvendo o ser humano na dimensão holística, em todos os aspectos físicos, cognitivos e morais, enxergando seu aluno como um ser dotado de qualidades, potencialidades e saberes.
         Tal comportamento ético por parte dos professores é esperado e exigido pela sociedade. Contudo, sempre nos deparamos com esse questionamento: o que envolve tomar uma atitude ética dentro da instituição de trabalho? Antes de tentar encontrar uma resposta, devemos levar em conta que tomar uma decisão ética se assemelha à forma com que os sujeitos agem na família ou na vida pessoal. No entanto, isso se torna complexo e angustiante ao constatarmos que, no contexto educacional, a maioria dos profissionais sofre pressão da instituição na hora de decidir sobre o que é melhor fazer. É nesse momento que percebe claramente a postura do professor e do educador.
         Pensar criticamente e refletir sobre as consequências das escolhas individuais ou coletivas cria espaço para uma ética enraizada no tempo que seja capaz de acolher os desafios. É assim que as instituições pairam em todas as áreas do fazer e do saber humanos.
         Acredito que, para compreender esse processo, cumpre levar em conta a significação social de valores pelos professores, bem como detectar seus interesses, sentimentos e o sentido de ser educador e ser ético.”

(Elma Bernardes Santiago. Professora de ética e responsabilidade social (FGV/Faculdade IBS), em artigo publicado no jornal O TEMPO Belo Horizonte, edição de 16 de outubro de 2014, caderno O.PINIÃO, página 23).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Cidadania e Qualidade vem de artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 17 de outubro de 2014, caderno OPINIÃO, página 7, de autoria de DOM WALMOR OLIVEIRA DE AZEVEDO, arcebispo metropolitano de Belo Horizonte, e que merece igualmente integral transcrição:

“Família e políticas
        A partir de temas importantes da atualidade e da consideração de diferentes campos – político, acadêmico, econômico e religioso –, a Igreja Católica, por convocação do papa Francisco, debate e estuda a situação da família humana. A 3ª Assembleia Extraordinária do Sínodo dos Bispos, em Roma, sobre esse tema, congrega representantes de todo o mundo. Contribui para o avanço e compreensão de aspectos cruciais de tudo o que se refere à família na contemporaneidade. O Sínodo indica a preocupação central da Igreja sobre a vida familiar. Sua organização há muito tempo e, certamente, esse significativo processo de escuta e reflexão deve continuar até a sessão ordinária do Sínodo dos Bispos, a ser realizada em outubro de 2015.
         Família humana é tema central, emoldurado por grande complexidade, principalmente quando se consideram aspectos do presente e do futuro da sociedade. A atenção às famílias, sua compreensão e a definição de política emancipatórias em seu favor não podem se reduzir a aportes financeiros mínimos, de caráter compensatório. É preciso avançar na direção da justiça, além de compreender melhor o significado humanístico e o sentido ético-moral de família, uma insubstituível escola de humanidade. Trata-se de ambiente onde cada pessoa vive as experiências mais determinantes em sua trajetória. O sucesso de outras escolas tem íntima relação com as significativas experiências familiares. E as lacunas nessas experiências provocam  prejuízos, atrasam processos e inviabilizam avanços culturais.
         A família tem uma evangelho próprio, que é sua maior riqueza. Compreendê-la inclui, pois, não apenas as definições sobre sua dimensão funcional e de sua sustentabilidade. Assim, quando se pensa a família, explicita-se a exigência importante de não apenas tratá-la como adjetivação de programas sociais. Evidentemente, ao reconhecer o seu amplo papel, deve-se empenhar na criação de condições mínimas para sua sobrevivência. Mas, além disso, governantes e gestores são desafiados a construir, de modo criativo, estratégias capazes de configurar garantias mais amplas aos grupos familiares. Passou aquele tempo em que grande era o bombardeio contra a família, praticado por setores importantes da sociedade. Contudo, apesar de ter amainado a “guerra” contra essa instituição, continua desafiador o seu tratamento no atual contexto sociocultural, caracterizado por muitas nuances.
         Exigente pois, é a escuta e reflexão do evangelho da família, tesouro que guarda valores determinantes para a educação afetiva e humanística de cada pessoa, fonte de insubstituível  sentido moral que a consciência cidadã não pode dispensar. Abdicar-se dessa tarefa é contribuir para processos degradantes como a desumanização, que pode ser até irreversível. Sem dúvida, o ideal de família é um horizonte inspirador.
         A compreensão de família cristã, por exemplo, inclui o balizamento de um desígnio de Deus. Constitui um complexo de relações interpessoais, em referência à vida conjugal, paternidade, maternidade, fraternidade, filiação, configurando a “pertença” à família humana e à família de Deus. Essa compreensão tem o seu nascimento no sacramento do matrimônio. O contexto sociocultural, no entanto, desafia entendimentos e distinções que apontam no sentido de se considerarem muitas exigências e necessidades humanitárias. O certo é que a importância global da família não dispensa, visando seu bem maior e a fecundidade de sua insubstituível tarefa na vida da sociedade, a abordagem das dimensões espiritual, humanística, educativa e social. Nesse sentido, as igrejas têm, no seu serviço à família humana, uma tarefa própria. Também possuem atribuições nesse âmbito as diferentes instituições e instâncias da sociedade pluralista.
         É pertinente, por exemplo, que empresas, ao definirem suas políticas de responsabilidade social, considerem investir nas famílias que sofrem com a miséria, falta de moradia, educação e saúde. No campo político, por que não instituir uma legislação semelhante à que já existe, para incentivar projetos culturais, que estimulem as empresas a investirem no amparo às famílias mais pobres? Talvez fosse o caminho para superar a dependência de alguns grupos familiares das ajudas esporádicas, com alcance muito limitado. No calor dos debates e programas eleitorais, entre outros anseios, espera-se dos candidatos a apresentação de propostas mais ousadas, com força de comprometimento social e político, para as famílias, especialmente as que necessitam de moradia, educação, saúde, lazer e tudo que represente um direito de todos. Não basta apenas  dizer “que vai continuar” ou “dar uma melhorada” no que já é feito.
         O momento eleitoral decisivo de agora não requer propagandas e debates caracterizados pelos ataques pessoais e promessas sem a indicação dos caminhos para sua concretização. É hora de escolher quem, de fato, é propositivo, capaz de mostrar o caminho real das mudanças. Exige-se um perfil com a competência para articular, em rede, a educação, a saúde, a segurança, o respeito aos direitos fundamentais, indo além de questões meramente partidárias. Especialmente, almeja-se que inovadoras políticas voltadas para a família sejam construídas, reconhecendo sempre a centralidade da instituição familiar para a vida em sociedade.”

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes,  fecundas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, civilizadas, soberanas, democráticas e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:

     a)     a educação – universal e de qualidade –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas;

     b)    o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero; II – a corrupção, há séculos a se espalhar por todas as esferas da vida nacional – pública e privada,  naturalmente promíscua – gerando incalculáveis prejuízos e comprometimentos de variada ordem (a propósito, noticia a Folha de São Paulo de 14/12/1994: “... É preciso que se crie uma política anticorrupção no país, pois o esquema empregado atualmente é sofisticadíssimo”, – disse o presidente da CEI  (Comissão Especial de Investigação), o ministro Romildo Canhim...”; III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, inexoravelmente irreparáveis;

     c)     a dívida pública brasileira, com projeção para 2014, segundo o Orçamento Geral da União, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1 trilhão, a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (apenas com esta rubrica, previsão de R$ 654 bilhões), a exigir igualmente uma imediata, abrangente, qualificada e eficaz auditoria...

Destarte, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público; mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais contundente, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela cidadania e qualidade, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, desenvolvida e solidária, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos e que contemplam eventos como a Olimpíada de 2016; as obras do PAC e os projetos do pré-sal, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo da justiça, da liberdade, da paz, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!...


O BRASIL TEM JEITO!...   

quarta-feira, 29 de setembro de 2010

A CIDADANIA, A ÉTICA E A LIDERANÇA

“Ética no mundo corporativo

Falar de ética é falar de valores, de moral, de comportamento. O homem é um produto da natureza e da cultura, sujeito às leis naturais e da sociedade, que, por sua vez, são conflitantes. À medida que o homem organiza socialmente sua vida, a ética se estabelece na busca de orientações para “o agir” para tornar a convivência mais harmoniosa. Daí a necessidade ética estar entre as que despontam como mais prementes. A ética é moldada por valores e por princípios aceitos pela sociedade e pautada por comportamentos esperados dos indivíduos em determinadas situações. No mundo dos negócios, o estabelecimento de comportamentos e condutas, também apresentado nos códigos de ética e conduta corporativos com o propósito de uniformizar o entendimento dos princípios, normas e valores a serem seguidos pelos integrantes, é de fundamental importância para o desenvolvimento e o crescimento da organização. [...]”.
(ELMA BERNARDES SANTIAGO, Coordenadora pedagógica e professora da Faculdade IBS/Fundação Getúlio Vargas, em artigo publicado no Jornal ESTADO DE MINAS, edição de 26 de setembro de 2010, Caderno OPINIÃO, página 9).

Mais uma IMPORTANTE e OPORTUNA contribuição para o nosso trabalho de MOBILIZAÇÃO PARA A CIDADANIA E QUALIDADE vem de artigo publicado no mesmo veículo, edição de 28 de setembro de 2010, Caderno OPINIÃO, página 7, de autoria de SÉRGIO CAVALIERI, Presidente da Associação de Dirigentes Cristãos de Empresas (ADCE-MG), que merece INTEGRAL transcrição:

“Ética e liderança

Lucro não é pecado. Refiro-me, naturalmente, ao lucro sustentável, obtido de forma ética, limpa, por organizações que pautam sua gestão pelos valores e princípios da responsabilidade social empresarial. A explicação é necessária, pois na outra ponta encontra-se a segunda posição possível – a que preconiza o lucro predatório, desprezando as pessoas e o meio ambiente, transformando organizações diversas, inclusive as empresariais, em máquinas de produzir lucro, a qualquer preço, independentemente das leis, da ética e de valores. Da opção que fizermos agora dependerá o mundo que vamos construir neste século para nós mesmos e para legar às gerações que virão. Como a trajetória e as opções das organizações se condicionam ao modo de pensar e de agir de seus dirigentes se torna obrigatório refletir sobre os modelos de liderança compatíveis com a construção de um mundo melhor. Felizmente, este é um debate que avança com a mesma intensidade com vemos nas manchetes de jornais e no horário nobre da televisão exemplos chocantes de líderes negativos, de índole criminosa, tanto na esfera empresarial, com os escândalos corporativos, quanto na gestão pública, com a prisão de representantes dos três poderes, desde Brasília até os mais distantes municípios brasileiros.

O debate sobre os modelos de liderança é universal e atemporal – ao longo de décadas, a ciência da administração estuda o tema e produz, em abundância, livros, manuais e cursos sobre a arte da liderança. No entanto, no caso específico do Brasil, apesar do progresso econômico, do aumento do Produto Interno Bruto (PIB), da renda e da facilidade do crédito, que catapulta o consumo e produz uma aparente felicidade, falta o progresso moral. A União Internacional de Dirigentes Cristãos de Empresas (Uniapac), entidade que congrega as ADCEs de 26 países, em praticamente todos os continentes, tem insistido na mensagem de que o ser humano só será feliz e plenamente realizado se alcançar seu desenvolvimento integral – nos aspectos material, humano e espiritual.

Para que o Brasil se torne uma sociedade evoluída no seu caráter, honra e respeito, é indispensável que tenhamos líderes que transmitam bons exemplos, que pautem sua atuação por princípios, com coerência e consistência, que zelem pelo interesse coletivo, que garantam a relação equilibrada entre pessoas, entre pessoas e empresas, entre pessoas e o poder público, entre todos o tempo todo. O oposto é igualmente verdadeiro: quando falta compromisso com valores e princípios, os líderes – executivos e dirigentes de empresas – se ocupam exclusivamente do cumprimento de metas de rentabilidade financeira; gestores públicos cuidam apenas do interesse próprio, sem se preocupar com os impactos negativos que suas ações causam às comunidades. Os efeitos devastadores da última crise econômica ainda estão bem frescos, assim como os prejuízos causados a muitos, em todo o mundo, pela ganância de poucos.

Liderança deformada não se combate com novas regras e novas leis, afinal, regras e leis já existem e em profusão. A questão, evidentemente, tem o seu viés criminoso e policial, o que exige o cumprimento da legislação, com inquéritos da polícia e processos na Justiça. O tempo, no entanto, tem mostrado que isso não basta, até porque a Justiça é falha e vulnerável. É necessária uma radical mudança cultural dos líderes, que precisam alterar o seu modelo mental e atentar para os valores do mundo moderno. Assim como se pensava, há algumas décadas, que alta qualidade e custo baixo eram incompatíveis, hoje fazer bem para o mundo e ter lucro não são excludentes. Na verdade, somente alcançarão sucesso no campo empresarial e governamental aqueles líderes que forem capazes de produzir, simultaneamente, rentabilidade econômica e social. Trata-se de uma questão coletiva e inexorável, pois todos têm exatamente a noção do certo e do errado, e a sociedade está cada vez mais vigilante, consolidando e propagando os princípios e valores que defende, cobrando dos líderes a sua observância e o seu cumprimento.

Em essência, devemos lembrar e entender que tudo começa em casa, nos limites familiares, em que os valores e princípios precisam ser semeados e adubados para que germinem e, à frente, formem líderes verdadeiros, comprometidos com o que deles exige o mundo contemporâneo. É preciso formar pessoas e organizações que não façam do lucro um objetivo em si mesmo, que entendam que o crescimento da economia só tem sentido quando é capaz de induzir transformações e promover a justa e equânime distribuição dos seus frutos. A escola, em todos os níveis, incluindo aquelas que se dedicam a formar executivos e dirigentes, precisa compreender que, mais que atender a demanda dos clientes, muitas vezes equivocada, tem a missão de contribuir para a formação de líderes que se apóiem na ética, atuem com responsabilidade social e zelem pela democracia. Estes, certamente, serão os líderes verdadeiros e bem-sucedidos, capazes de construir empresas relevantes e uma sociedade regida por princípios.”

São, portanto, páginas recheadas de LÚCIDAS, CLARAS e PERTINENTES reflexões e ponderações que nos MOTIVAM e nos FORTALECEM nesta grande CRUZADA NACIONAL pela CIDADANIA E QUALIDADE, visando à construção de uma NAÇÃO verdadeiramente JUSTA, ÉTICA, EDUCADA, CIVILIZADA, LIVRE, DESENVOLVIDA e SOLIDÁRIA, que permita a PARTILHA de suas EXTRAORDINÁRIAS RIQUEZAS e POTENCIALIDADES com TODOS os BRASILEIROS e com TODAS as BRASILEIRAS, especialmente no horizonte de INVESTIMENTOS BILIONÁRIOS previstos para eventos como a COPA DO MUNDO DE 2014, a OLIMPÍADA DE 2016 e os projetos do PRÉ-SAL, segundo as exigências do SÉCULO XXI, da era da GLOBALIZAÇÃO, do CONHECIMENTO, da INFORMAÇÃO, das NOVAS TECNOLOGIAS, da SUSTENTABILIDADE e de um mundo da PAZ e FRATERNIDADE UNIVERSAL...

Este é o nosso SONHO, o nosso AMOR, a nossa LUTA, a nossa FÉ e a nossa ESPERANÇA!...

O BRASIL TEM JEITO!...