quarta-feira, 18 de janeiro de 2017

A EXCELÊNCIA EDUCACIONAL, A FORÇA DAS ÁGUAS E AS MUDANÇAS CLIMÁTICAS NA SUSTENTABILIDADE

“Crise hídrica aflige o país
        Rico em recursos naturais, o Brasil desenvolveu a cultura do desperdício. A água serve de exemplo. Adultos e crianças sempre tiveram a sensação de que o líquido era infinito. Bastava abrir a torneira, e ele jorrava generosamente. Como nos edifícios a conta é coletiva, tinha-se a impressão de que, além de abundante, é gratuito. Pode ser desperdiçado em banhos longos, mangueiras fartas, lavagem de louça pródiga, escovação de dentes magnânima, descarga de cachoeira.
         A crise hídrica não se deve apenas ao esbanjamento irresponsável. Alia-se à imprevidência do Estado. O governo sempre fechou os olhos para o comprometimento das nascentes e a poluição dos rios, transformados em lixeiras urbanas. Ali, além do esgoto, são jogados móveis, brinquedos, eletrodomésticos, garrafas, sacos plásticos, copos e embalagens descartáveis. Mais: fechou os olhos para o fato que aumenta o consumo – o crescimento da população nas cidades.
         Apesar de contar com 13% da água potável disponível no planeta, o país se encontra em situação desconfortável. Além de urbes nordestinas, São Paulo amargou corte. Agora é a vez do Distrito Federal. Quinze regiões administrativas abastecidas pelo Rio Descoberto sofrerão inédito racionamento – nada menos de 65% do DF. Em Belo Horizonte, no início de 2015, a Copasa foi obrigada a fazer uma campanha para diminuir o consumo, pois os reservatórios que abastecem a região metropolitana estavam com o nível baixíssimo.
         A realidade não deixa dúvidas. Será necessário, em todo o país, rever a governança dos recursos hídricos disponíveis. A crise que se repete ano após ano apaga a ilusão de que o Brasil está à margem da tragédia que atinge 750 milhões de pessoas no mundo. Não está. Precisa, por isso, trilhar o caminho da racionalidade – único capaz de atenuar os riscos da escassez plena.
         Para que a gestão dos recursos hídricos tenha êxito, impõe-se, de um lado, mudar os hábitos do cidadão e, por outro, voltar a política ambiental para a preservação da flora e dos mananciais. Há que cumprir rigidamente a legislação. Punições brandas ou inexistentes estimulam a degradação do patrimônio natural, com impactos danosos às nascentes e à proteção dos ecossistemas.
         Campanhas educativas constantes devem figurar no planejamento governamental em todos os níveis. Setores organizados da sociedade devem se engajar com objetivo claro – reverter a preocupante situação enfrentada pelo país. Deve ficar claro que água não vem da torneira, assim como o leite não vem da geladeira nem a carne do freezer.”.

(EDITORIAL do jornal ESTADO DE MINAS, edição de 17 de janeiro de 2017, caderno OPINIÃO, página 6).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de artigo publicado no mesmo veículo, edição de 18 de janeiro de 2017, mesmo caderno, página 7, de autoria de THIAGO METZKER, biólogo, doutor em ecologia, conservação e manejo da vida silvestre, conselheiro do CRBio-04 e presidente do IBAM – Instituto Bem Ambiental, e que merece igualmente integral transcrição:

“O ano mais quente da história
        Pronto. 2016 foi registrado como o ano mais quente da nossa história, desde a Revolução Industrial. O aumento da temperatura foi de 0,2ºC maior que o recordista anterior, que era o ano de 2015. Na primeira análise global de 2016 publicada por um órgão da União Europeia, o Serviço Copernicus de Mudança Climática, a temperatura ficou 1,3ºC acima da média. Esse valor já está muito próximo do limite de 1,5ºC definido pelos signatários do Acordo de Paris, quando assumiram que com aumentos de temperatura superiores a esses valores entraremos em um campo de alterações significativas dos sistemas naturais e aumento considerável da frequência de eventos climáticos extremos. Tudo bem que tivemos uma influência significativa de um expressivo El Nino, entre 2015 e 2016, mas uma coisa é certa: a influência humana é a responsável pelas mudanças climáticas que vivemos atualmente.
         Reconhecendo que as mudanças climáticas representam uma ameaça urgente e potencialmente irreversível para as sociedades humanas, na 21ª Conferências das Partes (COP 21) foi proposto um pacto mundial para a diminuição das emissões de gases de efeito estufa (GEE). O chamado Acordo de Paris foi aprovado por 195 países com o compromisso de envidar todos os esforços para limitar o aumento da temperatura a 1,5ºC acima dos níveis pré-industriais. O fato é que isso foi em 2015 e, de acordo com as previsões, chegaríamos a um aumento médio dessa magnitude apenas daqui a uma década. Mas não é bem o que parece. No final do ano passado, fui o único brasileiro convidado para participar do encontro na Indonésia do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC, órgão da Organização das Nações Unidas – ONU – responsável pelo estabelecimento de políticas climáticas mundiais), cujo objetivo foi contribuir para o fortalecimento da base de dados do IPCC, especialmente  em relação à mata atlântica. Durante esse encontro, além da modelagem climática global, duas questões dominavam as discussões: a intensa velocidade com que estamos chegando ao limite de 1,5ºC definido no Acordo de Paris e a recente vitória de Donald Trump para a Presidência dos EUA, com aparente retrocesso de todas as políticas climáticas conquistadas até o momento. Esperamos que algumas reuniões com Al Gore e Leonardo de Caprio possam alterar significativamente as primeiras impressões desse novo presidente.
         Bom, mas o que um ano um pouco mais quente pode me afetar? (Perguntaria um mineiro desconfiado.) De muitas formas, uai! Basta ver que ainda estamos no início do verão e as temperaturas na capital mineira andam insuportáveis. Se for tentar se refrescar as praias, deve ficar atento, pois a sensação térmica no RJ chegou a 61º! Os surtos de mosquitos e pernilongos andam avassaladores. Isso sem falar das doenças tropicais, como a febre amarela, dengue, chikungunya, zika vírus, que geralmente estão associadas ao aumento do calor e da umidade. As chuvas também andam bem imprevisíveis, com períodos em que todos ficam em pânico com medo do racionamento e outros períodos com enchentes e inundações que deixam a cidade travada, desconectada e altamente vulnerável.
         O aumento da temperatura já é sentido e reconhecido. As mudanças climáticas também. O tempo agora é de ação. Mitigação e adaptação são palavras de ordem para as vulnerabilidades que já temos no nosso sistema. Precisamos despertar para as cidades inteligentes, resilientes, soluções para abastecimento, para esgotamento, planos rápidos a serem executados durante eventos extremos para que a cidade não pare. Precisamos de uma economia de baixo carbono, de uma cadeia de produção mais consciente, de novas tecnologias, de energias limpas de fontes renováveis. Precisamos de ações emergenciais para grupos mais vulneráveis.
         Vale lembrar que para um planeta com 4,5 bilhões de anos, pouco afeta aumentos e diminuições de temperaturas, chuvas torrenciais, tempestades ou secas prolongadas. Mas para a espécie humana, de aproximadamente 150 mil anos, isso muda tudo. Ultrapassar o limite de 1,5ºC não é uma opção segura para a humanidade. Esse é um recorde que não devemos quebrar!”.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, civilizadas, soberanas, democráticas e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:
a)     a excelência educacional – pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas, gerando o pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional (enfim, 125 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da civilidade, da democracia, da participação, da sustentabilidade...);
b)    o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em novembro a ainda estratosférica marca de 482,05% nos últimos  doze meses, e a taxa de juros do cheque especial registrou históricos 330,65%; e já em dezembro o IPCA acumulado nos últimos doze meses chegou a 6,29%); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade  –  “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis prejuízos e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 516 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, a falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;
c)     a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2017, apenas segundo o Orçamento Geral da União, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1,722 trilhão, a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão de R$ 946,4 bilhões), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega:
- pagar, sim, até o último centavo;
- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”);

Isto posto, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela excelência educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo da justiça, da liberdade, da paz, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”

- 55 anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2016) ...

- Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...
- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas...
- Por uma Nova Política Brasileira...  
        
 

         

segunda-feira, 16 de janeiro de 2017

A EXCELÊNCIA EDUCACIONAL, A GERAÇÃO MULTI-IDADE , O PROGRESSO DA CIÊNCIA E A HUMANIDADE NA SUSTENTABILIDADE

“A geração MI e o progresso da ciência
        Nesta segunda década do século 21, o ambiente do trabalho, em todos os ramos de atividade, vive uma situação privilegiada: a convivência de profissionais de todas as gerações responsáveis pelas maiores transformações da tecnologia, processos e avanços culturais e sociológicos, desde os baby boomers, filhos da Segunda Guerra Mundial, até os millennials (1991), que começam a ingressar no mercado, passando pelos X (1964/1977) e Y (1990).
         Mais do que rotular cada uma dessas faixas etárias, como se costuma corriqueira e didaticamente proceder, é importante observar e tirar proveito de tudo o que a sua interação no cotidiano das empresas, universidades e organizações de toda ordem pode produzir de útil para cada país e a civilização global. Vivemos, na verdade, o tempo do que poderíamos chamar de Geração MI (multi-Idade), cuja miscigenação intelectual tem sido extremamente fértil em ideias, novas tecnologias, gestão inovadora, capacidade de pesquisa e compliance.
         As organizações contemporâneas somam em suas estruturas de recursos humanos a experiência e o espírito desbravador dos baby boomers, o caráter mais tolerante, humanitário e político da geração X, a cultura da internet, o ímpeto tecnológico, objetividade e imediatismo da Y, e a ansiedade construtiva dos millennials. Quando mais esses elementos foram sinérgicos e houver o compartilhamento de conhecimentos e informações, mais eficaz será o resultado de cada célula de trabalho e das organizações como um todo.
         Assim também é na ciência e na academia. Esta área tão decisiva para o desenvolvimento humano é um exemplo de como as heranças de cada geração vão se agregando aos novos elementos, mesclando-se e contribuindo para os avanços. Ainda na era dos baby boomers, as pesquisas eram integralmente feitas por um único cientista ou grupo de determinada universidade. Hoje, no embalo da geração Y, mais focada em especializações, cada inovação, tecnologia e trabalho em distintas áreas resulta de uma diversidade de estudos, pesquisadores e instituições.
         O novo modelo, contudo, não foi instantâneo. Moldou-se paulatinamente, à medida que se mesclaram culturas das sucessivas gerações. Tempos exemplos muito elucidativos desse processo de transição no Prêmio Péter Murányi, que reconhece trabalhos acadêmicos capazes de transformar a vida de comunidades nos países em desenvolvimento.
         Na edição de 2002, o vencedor foi um estudo desenvolvido na Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, em Ribeirão Preto, realizado pelo professor e doutor Sérgio Henrique Ferreira. Ao identificar, no veneno da serpente jararaca, agentes capazes de potencializar o efeito da bradicinina, substância vital no controle da pressão arterial, ele possibilitou  que cientistas dos Estados Unidos dessem andamento à sua pesquisa e criassem o captopril, medicamento para o tratamento da hipertensão. No prêmio de 2012, o vencedor foi trabalho da doutora Teresa Losada Valle, do Instituto Agronômico de Campinas (IAC), sobre o melhoramento das variedades de mandioca. O estudo é uma sequência de pesquisas do IAC, iniciadas em 1935, sobre tubérculos e raízes mais resistentes a pragas e doenças. Nos dois casos, observa-se o viés da diversidade de fontes, tão presente hoje no chamado universo dos Y.
         Ao sugerir a ideia da geração MI, que reflete melhor a realidade da estrutura do trabalho, na qual se mesclam profissionais de distintas idades, busco alertar para a importância, em especial no caso de P&D, de se somarem todas as competências, conhecimentos e experiências, para se eliminar equívocos e se agregar novas práticas. A ciência só tem a ganhar com essa sinergia, em especial se, no embalo dos jovens pesquisadores, empresários e executivos, a produção acadêmica brasileira passar a ter aplicação prática mais ampla nos setores produtivos, registro de patentes e ganhos de competitividade. Nesse processo, a sociedade será a grande vencedora!”.

(PÉTER MURÁNYI, formado em engenharia pela Faap, é vice-presidente da Fundação Péter Murányi, em artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 13 de janeiro de 2017, caderno OPINIÃO, página 7).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de artigo publicado no mesmo veículo, edição, caderno e página, de autoria de DOM WALMOR OLIVEIRA DE AZEVEDO, arcebispo metropolitano de Belo Horizonte, e que merece igualmente integral transcrição:

“Frear as banalizações
        A progressiva banalização do mal revela uma exigência: o confronto dos processos que deterioram o núcleo humanístico essencial de cada pessoa, recôndito sacrossanto da consciência que conduz atitudes e escolhas nos trilhos do bem e da justiça. Sem a superação do sentimento de que o mal é algo natural, não se conquistará a paz. Essas banalizações são uma sucursal do inferno, aprisionando a humanidade. Gradativamente, perde-se a sensibilidade fundamental que capacita, motiva e impulsiona o coração para o perdão e a reconciliação. Consequentemente, prevalece a incapacidade para a convivência fraterna e pacífica. Multiplicam-se os cenários aterrorizantes dos atentados, das chacinas e de outras diversas violências que, além dos prejuízos nefastos e das perdas irreversíveis, vão adoecendo consciências, deturpando entendimentos e formatando – com vícios – as escolhas. Ficam comprometidas as condutas, pois é banido o sentido que se conquista na experiência convincente de que é bom ser bom.
         A reação contrária às banalizações do mal deve nascer de uma articulada e contemporânea retomada do compromisso de se investir na formação moral. Obviamente, isso não pode ser um posicionamento  reacionário marcado por rigidez e intolerâncias. Em vez disso, é um enfrentamento dos descompassos que inviabilizam a convivência solidária, aumentam a indiferença, levando-a um patamar que produz brutalidades, estampadas em chacinas como as ocorridas em presídios, nos homicídios registrados nas cidades, atentados contra a vida em muitos outros lugares. Esses crimes ocorrem de modo fragmentado, disperso, mas, se somados, evidenciam números de uma sociedade em guerra.
         A moralidade tem força pra frear as banalizações agravadas ainda mais pela influência das tecnologias sobre o comportamento humano. De um lado, são verificados avanços fantásticos no universo tecnológico, mas, por outro, surgem verdadeiras “armas de destruição”, quando as relações presenciais são substituídas por “contatos virtuais”. Um contexto preocupante em que, muitas vezes, as interações renunciam ao mais elementar sentido de respeito pelo outro e pelas singularidades. Eis um dos nascedouros da banalização do mal que, nessas situações, se revela na ausência do sentido de igualdade, do apreço pelo outro. As consequências são a perversão do deboche e da manipulação das pessoas, desconsiderando a sacralidade de todos. Trata-se o outro como descartável, compreendendo-o como simples instrumento para se alcançarem certos objetivos pessoais. Por isso, não há alianças e vínculos duradouros, necessários alicerces para uma vida qualificada e verdadeiramente humana.
         Os instrumentos na ordem moral devem incidir na esfera individual, com o balizamento do núcleo familiar, célula da sociedade, e com o empenho das mais diferentes instituições e segmentos, todos comprometidos com um funcionamento eticamente exemplar. Há um terrível dilaceramento do tecido moral que precisa ser recuperado. Isso só é possível a partir da redescoberta dos valores que promovem o altruísmo. Assim, as escolhas não serão somente orientadas pelos critérios do lucro, das vantagens e das comodidades, mas regidas pelo compromisso de se fazer o bem.
         Essa reação exige que todos reconheçam um preocupante fenômeno, consequência da banalização do mal: a perda do sentido da gratidão e da competência para a generosidade. As portas, assim, escancaram-se, cada vez mais, para todo tipo de violência. Nada tem sentido de sagrado, tudo é vulnerável e descartável. O ser humano passa a se habituar a tudo que deveria ser condenado. Banalizam-se as chamadas “pequenas mentiras”, os enganos que sordidamente são produzidos para manipular pessoas e esconder esquemas de corrupção.
         Importante é reconhecer que as violências alimentam essas situações, que, por sua vez, fomentam as violências. Para superar essa perversa dinâmica, é preciso acolher a orientação de Jesus, que também viveu tempos de violência. O Mestre ensinou que o verdadeiro campo de batalha, onde se defrontam a violência e a paz, é o coração humano. Nesse sentido, o papa Francisco pede a cada pessoa, em sua mensagem para o Dia Mundial da Paz: comprometamo-nos, por meio da oração e da ação, a nos tornar pessoas que baniram dos seus corações palavras e gestos a violência, e a construir comunidades não violentas, que cuidem da “casa comum”. O estilo adotado de se viver pautado pela não violência depende de que cada pessoa seja um “coração da paz”. Nobre e pertinente, interpelante e indicativa é também a palavra do papa emérito Bento XVI, ao dizer que a não violência para os cristãos não é mero comportamento tático mas um modo de ser da pessoa, uma atitude de quem está tão convicto do amor de Deus e de seu poder que não tem medo de enfrentar o mal com as armas do amor e da verdade. Assumir esse modo de ser: aí está o caminho único para a moralização capaz de frear as banalizações do mal que deterioram a humanidade.”.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, civilizadas, soberanas, democráticas e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:
a)     a excelência educacional – pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas, gerando o pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional (enfim, 125 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da civilidade, da democracia, da participação, da sustentabilidade...);
b)    o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em novembro a ainda estratosférica marca de 482,05% nos últimos  doze meses, e a taxa de juros do cheque especial registrou históricos 330,65%; e já em dezembro o IPCA acumulado nos últimos doze meses chegou a 6,29%); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade  –  “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis prejuízos e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 516 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, a falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;
c)     a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2017, apenas segundo o Orçamento Geral da União, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1,722 trilhão, a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão de R$ 946,4 bilhões), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega:
- pagar, sim, até o último centavo;
- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”);

Destarte, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela excelência educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo da justiça, da liberdade, da paz, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”

- 55 anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2016) ...

- Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...
- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas...
- Por uma Nova Política Brasileira...  
        
 
 





          


         

sexta-feira, 13 de janeiro de 2017

A EXCELÊNCIA EDUCACIONAL E O PODER DA COMUNICAÇÃO EFICAZ E DO CAPITAL HUMANO NA SUSTENTABILIDADE

“Se fazer entender
        Nos comunicamos o tempo todo, seja com palavras, gestos, feições ou mesmo com movimentos corporais. A comunicação, verbal ou não-verbal, é ferramenta fundamental para interagirmos no mundo e, por isso, quando não atingimos este objetivo de forma satisfatória logo pensamos: “O que eu disse de errado?”.
         A linguagem dirige nossos pensamentos para direções bem específicas e ajudam a criar a realidade, potencializando ou limitando nossas possibilidades. Não é que dizemos, mas como dizemos que faz a diferença. Albert Marabian, pioneiro da pesquisa da linguagem corporal na década de 1950, em seu livro Silent massages, afirma que o poder das palavras é de 7% em uma comunicação, e que a forma como as palavras são ditas e a fisiologia do interlocutor representam, respectivamente, 38% e 55% desse poder.
         Pressuposições da neurossemântica afirma que, para se ter uma comunicação efetiva, é preciso transformar uma ideia em ação, de modo a concretizá-la. Ou seja, fazer acontecer as ideias, se expressar bem para se fazer entender.
         Quando a habilidade de comunicação não está bem desenvolvida, seja qual for o motivo, podemos dizer algo que será interpretado de forma totalmente diferente daquilo que realmente tivemos intenção de transmitir. Isso pode gerar transtornos que poderiam ser evitados com a palavra certa, na entonação de voz adequada para o ouvinte e situação.
         O corpo é programado por meio da linguagem e dos significados que damos. Falar com clareza e sem timidez, de forma concisa, é uma dificuldade de muitas pessoas, mas com exercícios adequados, pensar e verbalizar bem torna-se uma ação fácil e descomplicada.
         Por exemplo, a palavra “não” existe apenas na linguagem e não na experiência, então a frase que contém “não” traz à mente todo conteúdo para que o receptor da mensagem possa compreendê-la. Se eu lhe pedir “não pense na cor verde”, você irá pensar e minha comunicação terá o efeito oposto ao pretendido. Por isso, é importante falar utilizando tom positivo o que se quer e não o que você não quer.
         Ao falar de problemas ou descrições negativas de si mesmo, é imprescindível utilizar o tempo do verbo no passado ou diga “ainda”, pois isto libera o presente. Por exemplo, troque a frase “eu tenho dificuldade de fazer isso”, por “ainda não consegui fazer isso”. O ainda pressupõe que vai conseguir.
         Outra dica é falar das mudanças desejadas para o futuro utilizando o tempo do verbo no presente. Por exemplo, em vez de dizer “vou conseguir”, diga “estou conseguindo”. Substitua o “se” por “quando” e em vez de falar “se eu conseguir”, fale “quando eu conseguir”. O “quando” pressupõe que o locutor está decidido. Outra dica é substituir o condicional pelo presente, desta forma em vez de falar “eu gostaria de agradecer”, diga “eu agradeço”. O verbo no presente fica mais concreto e mais forte.
         Não saber se comunicar de forma correta e coerente pode prejudicar a mente e as relações sociais de um indivíduo. Afinal, quem consegue ficar perto de alguém que não sabe se comunicar? A habilidade de usar a linguagem com precisão é essencial para sermos compreendidos e nos comunicarmos melhor. É preciso ter muito cuidado com a forma com que usamos algumas palavras.
         A linguagem pode potencializar ou limitar nossas possibilidades. Uma afirmação é verdadeira: tudo na vida se resolve com uma boa conversa.”.

(RAQUEL COUTO. Psicóloga organizacional e diretora da TAO Coaching e Treinamentos, em artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 10 de janeiro de 2017, caderno OPINIÃO, página 7).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de artigo publicado no mesmo veículo, edição, caderno e página, de autoria de RAFAELA LÔBO, professora do Centro Universitário Una e mestre em análise do discurso, e que merece igualmente integral transcrição:

“Capital humano é substituível?
        Há algumas décadas o maior objetivo de qualquer empresa érea diminuir o número de funcionários e a forma de conseguir isso era a substituição de pessoas por máquinas. A área bancária é um grande exemplo disso. Inicialmente, as funções de retaguarda foram substituídas (contadores e escriturários) por um computador central. Posteriormente, funções como a de caixa também foram substituídas, nesse caso por caixas eletrônicos e internet banking. Na indústria não foi diferente: a produção aumentou muito, especialmente com o desenvolvimento da robótica. Na década de 90, o maior objetivo de todo e qualquer dirigente era não depender de funcionários que adoecem, faltam e dão trabalho.
         O tempo passou e muitos empresários perceberam algumas questões em relação às máquinas: o investimento é alto; a evolução tecnológica é rápida e logo os equipamentos comprados ficam obsoletos; pessoas podem adoecer, mas máquinas podem queimar ou entrar em pane; por fim, esses aparatos não percebem situações adversas e não resolvem novos problemas, mas apenas aqueles para os quais foram programados para resolver.
         Voltamos a investir no capital humano. O ser humano é complicado, mas evolui, pode perceber e resolver problemas inesperados, pode ser deslocado de função e, quando veste a camisa da empresa, gera altos lucros. É incrível, mas há empresas que ainda não perceberam que as pessoas, quando ligam para as empresas, por exemplo, detestam ser atendidas por máquinas. Afinal, precisamos ter alguém para nos ouvir e compreender. As máquinas não podem prever facilmente o crescimento das redes sociais, testá-las, vivenciá-las e saber se pode ser interessante investir, no entanto, o ser humano pode.
         O humano vivencia situações extremas e se adapta, capaz de ser treinado, reciclado, melhorado constantemente, por isso, passível de gerar lucros. Quer rentabilidade? Escolhas pessoas competentes para cargos de destaque no seu organograma e será possível traçar o perfil de cliente e e que a empresa tem, melhorar o marketing, a publicidade, a comunicação logo as vendas crescerão e o lucro também.
         Percebam, máquinas não convencem ninguém a comprar um produto ou serviço, não são capazes de avaliar a melhor publicidade, não conseguem diferenciar o atendimento de acordo com o cliente, não criam ou revisam uma proposta a ser enviada a um cliente. Aliás, àqueles que amam os corretores automáticos, é importante relatar que nossos computadores não sabem a diferença entre “crítica” ou “critica”; já pessoas podem substituir a palavra crítica por “análise”, “apreciação” ou “censura”, se as considerarem melhores para o sentido que se deseja passar ao cliente. Ao escrever ou ler um e-mail, pessoas percebem ou produzem tons irônicos que um computador não é capaz nem de imitar. A relação entre empresa e cliente tem de ser pensada, muitas vezes caso a caso, mas computadores não pensam.
         Não se pretende afirmar que as máquinas não auxiliam, ao contrário, serão mantidas e aumentadas em áreas de produção, por exemplo, mas elas não substituem os homens que estão por trás delas. Indubitavelmente, pensado como essencial, bem escolhido e bem treinado. Essa equação é lógica somar conhecimento em uma empresa e multiplicar lucratividade.”.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, civilizadas, soberanas, democráticas e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:
a)     a excelência educacional – pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas, gerando o pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional (enfim, 125 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da civilidade, da democracia, da participação, da sustentabilidade...);
b)    o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em novembro a ainda estratosférica marca de 482,05% nos últimos  doze meses, e a taxa de juros do cheque especial registrou históricos 330,65%; e já em dezembro o IPCA acumulado nos últimos doze meses chegou a 6,29%); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade  –  “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis prejuízos e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 516 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, a falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;
c)     a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2017, apenas segundo o Orçamento Geral da União, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1,722 trilhão, a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão de R$ 946,4 bilhões), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega:
- pagar, sim, até o último centavo;
- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”);

Isto posto, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela excelência educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo da justiça, da liberdade, da paz, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”

- 55 anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2016) ...

- Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...
- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas...
- Por uma Nova Política Brasileira...  
        
 
 






           

quarta-feira, 11 de janeiro de 2017

A EXCELÊNCIA EDUCACIONAL, A FORÇA DA VISÃO ESTRATÉGICA E A BUSCA DA PAZ NA SUSTENTABILIDADE

“A economia nas cidades mineradoras
        A economia da maioria das cidades mineradoras de Minas Gerais se mostra frágil e dependente da atividade de extração do minério e, em momentos de crise, com queda na arrecadação ou diante de problemas ambientais que impactam na interrupção da extração do recurso mineral, é que fica mais evidente como essa dependência é nociva, pois afeta drasticamente a manutenção dos serviços e a oferta de empregos dessas cidades. Diante disso, o ideal é que os administradores públicos fujam do lugar-comum e invistam no empreendedorismo e na inovação como forma de fomentar e, principalmente, diversificar as economias das cidades.
         Outro fator preocupante que reforça a necessidade da diversificação é que, devido à trajetória histórica de exploração e a continuidade intensa da atividade, muitas jazidas localizadas em Minas Gerais já estão próximas da sua escassez. Por isso, é necessário preparar as cidades mineradoras e criar alternativas econômicas e de desenvolvimento regional, inclusive com a criação de leis que fomentem a diversificação econômica nessas cidades, a fim de fortalecer a administração local por meio do apoio ao planejamento e do incentivo ao desenvolvimento urbanístico das cidades. Um importante passo nesse sentido foi dado em busca de soluções para este impasse em agosto do ano passado, com a aprovação do Projeto de Lei 616/15, que dispõe sobre a política estadual de diversificação produtiva dos municípios mineradores.
         Hoje, 474 municípios de Minas são considerados mineradores e alguns deles sobrevivem quase que somente com os recursos oriundos da mineração. A exploração de recursos não renováveis nesses territórios traz impacto direto nas comunidades produtoras, tanto nos momentos de abundância quanto nos períodos de crise. Contudo, não é admissível que o ciclo da economia de uma cidade fique dependente de um único segmento produtivo. Por isso, o estímulo ao planejamento de novas formas de produção é essencial para que, no futuro, esses municípios tenham outras fontes de geração de emprego e renda. Atualmente, Minas Gerais continua sendo uma das principais fontes de produção de minério do país, representando ainda mais de 50% da produção de todo o território nacional. Isso, no entanto, traz preocupações quanto à sustentabilidade ambiental e à diversificação das economias locais, tendo em vista que o minério é um recurso natural não renovável.
         Um exemplo de cidade mineradora que tem buscado a diversificação da economia é Nova Lima, localizada na Região Metropolitana de Belo Horizonte. Os recursos do município são majoritariamente dependentes da atividade e o Tribunal de Contas do Estado solicitou recentemente, ao município, que ele apresente planos que reduzam os impactos ambientais gerados pela mineração e que diversifiquem as atividades econômicas na cidade. Uma experiência que tem mostrado resultados é a implantação de novos empreendimentos nas áreas de prestação de serviço, comércio e outras atividades industriais. Nesse sentido, a cidade receberá um grande projeto de desenvolvimento urbanístico que será implantado pela CSul Desenvolvimento Urbano. Ele deverá transformar-se numa fundamental alternativa para a solução da diversificação das atividades econômicas da cidade e da região (Itabirito, Moeda, Brumadinho e Belo Vale), cidades que ainda têm forte dependência da atividade de mineração. O projeto prevê um extenso leque de possibilidades de habitações e negócios para os próximos 50 anos.
         Com isso, a região reunirá núcleos com uso misto dos espaços públicos, fomentando o desenvolvimento econômico, ambiental, social, cultural e urbanístico, atraindo novos empreendimentos e gerando alternativas de moradia, trabalho e lazer de alta qualidade para todas as classes sociais. Esta é uma solução que deve ser vista como exemplo para as cidades mineradoras.”.

(WALDIR SALVADOR. Superintendente da CSul Desenvolvimento Urbano, em artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 8 de janeiro de 2017, caderno OPINIÃO, página 7).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de artigo publicado no mesmo veículo, edição de 6 de janeiro de 2017, mesmo caderno e página, de autoria de DOM WALMOR OLIVEIRA DE AZEVEDO, arcebispo metropolitano de Belo Horizonte, e que merece igualmente integral transcrição:

“Uma política para a paz
        O papa Francisco, na mensagem para o Dia Mundial da Paz 2017, convoca todos à adoção de uma política para a paz: a não violência. Esse estilo precisa ser adotado por todos os cidadãos, um compromisso especial a ser assumido principalmente pelos responsáveis por comunidades religiosas, segmentos diversos da sociedade civil, chefes de governos e parlamentares, que têm o dever de ser não violentos. Isso significa não manipular parlamentos e outras instâncias do poder para aprovar medidas que, aparentemente, são avanços, mas na verdade representam mais peso nos ombros dos pobres e indefesos. Assim, uma política para a paz é a contramão do que se verifica no âmbito das disputas partidárias, das oligarquias e na egoísta busca pela manutenção de privilégios, dos “foros especiais” que facilitam as contravenções.
         Não podem ser permitidas as “violências do colarinho branco” que buscam atender, por exemplo, às hegemonias pretendidas pelo capital financeiro. Isso inclui condenar e combater qualquer negociação tácita de soberanias, a perda de controle sobre riquezas que deveriam ser administradas para o bem do povo. Se essa direção não for seguida, prevalecem as estratégias pra acobertar privilégios, que se desdobram no crescimento da exclusão, na “vista grossa” para processos de corrupção que corroem o erário e os direitos sociais da população. Uma política para a paz, diz o papa Francisco, é um estilo de viver que se assenta no princípio ético moral da intocável sacralidade da pessoa humana, imagem e semelhança de Deus. Quando não se respeita a dignidade mais profunda de toda pessoa, desconsidera-se o princípio da não violência. E as consequências são sempre nefastas: o caos social e político que emoldura nações, gera a predisposição para confrontos, guerras, roubos, autoritarismos, déficit moral que compromete governos.
         Por isso, faz a diferença quando o povo se reveste do tecido de uma cidadania que se alicerça no estilo da política pela paz. Essa conduta deve se manifestar, particularmente, nos diferentes modos de reivindicar e, especialmente, na hora do voto – caminho democrático para se evitarem transtornos políticos que conduzem a sociedade às muitas formas de violência. Não se pode, portanto, comprometer a paz com imposições políticas, com a perda do sentido da ética, com soluções que ignoram uma série de aspectos intocáveis nos procedimentos e nas decisões. Principalmente, não se combate a violência quando governos ou a participação cidadã na política ignora a urgente necessidade de enfrentar os cenários de degradação humana que revelam uma situação de guerra no país. Afinal, as estatísticas de degradação e de mortes no Brasil superam os números de muitas guerras mundo afora.
         A paz é a única e verdadeira linha do progresso humano, diz o papa Francisco, e não as tensões de racionalismos ambiciosos, nem as conquistas violentas, nem as repressões geradoras de uma falsa ordem civil. A não violência exige valores humanísticos e religiosos do amor, da verdade, da justiça e da razão. Quando se percebe a carência desses valores, não identificadas as causas dos graves problemas sociais – desmandos, ganâncias, mesquinhez e a inteligência totalmente investida para se alcançar simplesmente vantagens pessoais.
         O papa Francisco deseja que sejam a caridade e a não violência a nortear o tratamento recíproco – nas relações pessoais, sociais e internacionais. É hora de debelar todo tipo de vingança para frear a escalada de descalabros, que incluem guerras devastadoras, os muito conflitos que vão se prolongando neste terceiro milênio. O papa Francisco chama a atenção a respeito da violência que se revela de modo diverso, em diferentes contextos – nos presídios, terrorismos, criminalidade, ataques armados, abusos sobre migrantes, devastação ambiental e tráfico humano. É urgente uma compreensão lúcida sobre o conjunto desses cenários. E as mudanças necessárias não serão alcançadas com revides e vinganças, mas a partir dos entendimentos e do altruísmo. Os líderes mundiais, governamentais, religiosos e políticos estão desafiados a mensurar, sabiamente, suas propostas, o sentido de suas posturas e atitudes, emoldurados pelo mais qualificado sentido humanístico e dialogal. Assim, evita-se a crueldade no sistema prisional, o recrudescimento do ódio, das revoltas e das vinganças. Devem ser prioridades: a seriedade no cumprimento das responsabilidades, a transparência no desempenho de funções e a obediência ao princípio fraterno-solidário de considerar a importância do “outro”. Mais poderosa que a violência é a não violência, estilo efetivo e revolucionário de uma política para a paz.”.
Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, civilizadas, soberanas, democráticas e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:
a)     a excelência educacional – pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas, gerando o pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional (enfim, 125 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da civilidade, da democracia, da participação, da sustentabilidade...);
b)    o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em novembro a ainda estratosférica marca de 482,05% nos últimos  doze meses, e a taxa de juros do cheque especial registrou históricos 330,65%; e também em novembro o IPCA acumulado nos últimos doze meses chegou a 6,99%); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade  –  “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis prejuízos e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 516 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, a falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;
c)     a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2017, apenas segundo o Orçamento Geral da União, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1,722 trilhão, a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão de R$ 946,4 bilhões), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega:
- pagar, sim, até o último centavo;
- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”);

Isto posto, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela excelência educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo da justiça, da liberdade, da paz, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”

- 55 anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2016) ...

- Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...
- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas...
- Por uma Nova Política Brasileira...