segunda-feira, 13 de maio de 2013

A CIDADANIA, A EDUCAÇÃO, O EMPREENDEDORISMO E A NOBREZA DE SENTIMENTO


“Educar para melhor empreender
         
         A geração de emprego e renda no Brasil é estimulada por um conjunto de fatores. Um dos mais importantes, sem dúvida, refere-se à ampliação e à qualificação dos empreendedores. O conhecimento tem se revelado o grande diferencial para quem busca melhores oportunidades de vida. Dessa forma, ações de educação empreendedora merecem destaque nas estratégias de desenvolvimento de qualquer país – especialmente no nosso, em que o empreendedorismo representa um fenômeno de inclusão e de ascensão social. Uma realidade econômica competitiva como a atual, em que os contextos regional e mundial se interligam e se influenciam mutuamente com a globalização, exige muito mais do que boas ideias para que qualquer projeto prospere. Um bom empreendedor associa ousadia e inovação à capacitação e ao planejamento. A atitude empreendedora faz a diferença em qualquer ambiente.
         Há quem pense que o empreendedor já nasce pronto, como se o sucesso dependesse apenas de um talento nato. Não é verdade, essa competência pode ser desenvolvida. O fomento ao empreendorismo representa a base de atuação do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) desde sua criação, há mais de 40 anos. Para multiplicar os empreendedores no Brasil, atuamos em diversas frentes. Temos parcerias estratégicas com instituições como Senai, Junior Achievement e Endeavor. O Sebrae também vem discutindo com o Ministério da Educação a inserção do empreendedorismo no ensino técnico. E agora, com a criação da secretaria da Micro e Pequena Empresa no governo federal, temos mais motivos para somar esforços em torno de projetos que impulsionem a atividade empreendedora no Brasil.
         Incentivar o empreendedorismo é estimular o desenvolvimento. Os países de economia mais sólida possuem parcela expressiva de empreendedores. No Brasil, abrir um negócio próprio já foi um caminho mais buscado por quem precisava de uma fonte de renda emergencial. Atualmente, sete em cada 10 pessoas abrem uma empresa porque identificaram uma oportunidade de mercado – em especial nesse momento em que mais de 40 milhões de pessoas ingressaram na nova classe média e ampliaram seu poder do consumo. Mais da metade dos empreendedores brasileiros já possui ensino médio – um nível de escolaridade mais alto que a média da população do país. Trata-se de um bom sinal, pois quanto maior a escolaridade, maior a qualificação e também as chances de êxito nos negócios. Mas também é preciso ter continuidade na educação, não se acomodar com o conhecimento já adquirido. Ao contrário, um empreendedor que se comporta como um aluno, sempre disposto a aprender, certamente amplia a longevidade da sua empresa.
         A participação em projetos de educação empreendedora é essencial para quem já está no mercado. Prova disso são os resultados do Empretec, uma metodologia desenvolvida pela ONU para o desenvolvimento de competências empreendedoras e ministrada há 20 anos no Brasil com exclusividade pelo Sebrae. Um levantamento feito com participantes do seminário  mostrou que a maioria registrou aumento dos lucros, após a conclusão da formação devido à implantação de mudanças em seus produtos e serviços. Os estudantes são um público-alvo estratégico: até hoje, cerca de 2 milhões de pessoas já passaram por cursos de formação de empreendedores pelo Sebrae. Desses, 600 mil são alunos do ensino fundamental, médio e superior que cursaram empreendedorismo na escola, em projetos do Sebrae. Outro 1,1 milhão de estudantes participaram do Desafio Sebrae, que, por meio de um simulador via internet, oferece uma experiência prática do dia a dia de uma empresa a universitários do Brasil e de outros oito países da América Latina.
         Recentemente nacionalizamos uma experiência concebida pelo Sebrae em São Paulo, o projeto Jovens Empreendedores Primeiros Passos (Jeep). O foco é o ensino fundamental, que reúne alunos de 6 a 14 anos, em escolas públicas e privadas. Por meio de oficinas lúdicas, as crianças aprendem noções sobre planos de negócio, como a importância de controlar o dinheiro. Essa conscientização, ainda na infância, vai ajudar, no futuro, a valorizar práticas como o controle de fluxo de caixa. Voltados ao ensino médio, temos programas como o Crescendo e Aprendendo, Despertar e Formação de Jovens Empreendedores, que buscam estimular a visão empreendedora como uma das estratégias para a inclusão social e acesso ao mercado de trabalho. No ensino superior, contamos com a parceria de 19 instituições para pesquisa e difusão do empreendedorismo.
         A educação empreendedora deve seguir como instrumento estratégico de desenvolvimento e inclusão. Conhecimento não é bom apenas para quem o adquire: quanto maiores a escolaridade e a qualificação, maior a perspectiva de empreendimentos de qualidade, o que beneficia a sociedade como um todo. O caminho para que nosso país se torne cada vez mais justo e competitivo passa, necessariamente, pela valorização crescente da educação e da capacitação dos brasileiros.”
(LUIZ BARRETO. Presidente do Sebrae Nacional, em artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 9 de maio de 2013, caderno OPINIÃO, página 7).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Cidadania e Qualidade vem de artigo publicado no mesmo veículo, edição de 10 de maio de 2013, caderno OPINIÃO, página 7, de autoria de DOM WALMOR OLIVEIRA DE AZEVEDO, que é arcebispo metropolitano de Belo Horizonte, e que merece igualmente integral transcrição:

“Nobres sentimentos
        
         O Dia das Mães, celebração do segundo domingo de maio, mais do que tradicional comemoração, é oportunidade para resgatar nobres sentimentos. Há um magistério do coração materno com propriedades únicas e sustentadoras da vida, com autenticidade, singeleza e beleza. Mãe é sempre a pessoa que se torna um ciência de vida, emoldurada por seus gestos de nobreza. Uma altivez que se projeta no âmbito dos balizamentos divinos. Compreende-se por que a mão é expressão mais completa do amor misericordioso do Pai.
         Deus quis uma mãe para o seu filho: Maria, a mãe de Jesus, que ao participar da vida e mistério de seu filho, com admirável simplicidade, delicadeza completa e artística discrição, alcança a estatura da mais cativante nobreza. Atenta, escuta  e obedece à escolha de Deus dizendo seu sim. Alcança uma compreensão com medidas humanamente perfeitas para acolher o querer divino. Nela, Maria, realiza-se a mais completa expressão da obra da criação, quando coberta pela invisível presença amorosa do Espírito Santo se torna a mãe do Salvador do mundo. Caminha com Ele, acompanhando-o no seu crescimento, de modo exemplar no desempenho pedagógico de quem foi escolhida para ser a mãe do Mestre e Senhor.
         Nas circunstâncias de sua missão, mostra-se atenta às necessidades dos outros, expressão nobre dos mais importantes sentimentos. Vive angústias e obediência amorosa que geram alegrias e guarda tudo no coração, tornando-o um sacrário de sabedorias não encontradas nos livros, não ensinadas nas academias e não alcançadas pelas estratégias. O exemplo de Maria mostra que cada mãe é merecedora de toda a reverência. Nossa Senhora alcança o mais relevante patamar da condição de filha de Deus quando enxerga, pela fé, a certeza da vitória diante dos sofrimentos, como a crucifixão e morte de um filho. Não por acaso, o artista Aleijadinho, na imagem veneranda da Senhora da Piedade, aquela da Ermida da Padroeira de Minas, destaca o olhar que revela dor e, ao mesmo tempo, a luminosidade que só a fé pode dar à razão humana e ao coração da criatura.
         Dessa mãe, a mãe de Deus, cada mãe, na singularidade de sua história de vida cultural e familiar, e nas particularidades dos dons e de sua própria missão, tem o necessário para ser especial e no seu dia ser reverenciada. Toda mãe é mestra, sem ser professora. É sábia, sem ser intelectual ou estudada. Tem realeza, sem pertencer a dinastias monárquicas. Dona do que for, muito ou pouco, revela a capacidade inimitável de doação e de partilha. Assim, alivia os pesos da miséria, dos sofrimentos, consola nas tristezas e inspira, mesmo depois de ter partido deste mundo, audácia, coragem, sentimentos de gratidão. Alimenta por seus gestos jamais esquecidos o tesouro dos nobres sentimentos.
         Faço votos que este segundo domingo de maio, congregando famílias, reunindo filhos ao redor de suas  mães, também pela lembrança das que já partiram desta vida, emolduradas por uma saudade que não passa, seja uma oportunidade de festa. Além disso, que seja um momento singular para reavivar os nobres sentimentos, segundo medidas do amor de mãe, para que se concretize, com mais rapidez e perfeição, o que só o amor aprendido e vivido pode alcançar: um tempo novo para este novo tempo do terceiro milênio.
         Você, como filho ou filha, resgate no seu coração e na sua vida o que pode fazer dela o verdadeiro dom que é: as lições que as mães ensinam pelos nobres sentimentos. Parabéns, mães, com apreço, benção e a proteção da Nossa Senhora da Piedade, mãe padroeira de Minas Gerais.”

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, adequadas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, civilizadas, soberanas, democráticas e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:

     a)     a educação – universal e de qualidade, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas;

     b)    o combate, implacável e sem trégua, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados; II – a corrupção, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis prejuízos e comprometimentos de vária ordem; III – o desperdício, em  todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, irremediavelmente irreparáveis;
     
     c)     a dívida pública brasileira, com projeção para 2013, segundo o Orçamento Geral da União, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1 trilhão, a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (apenas com esta rubrica, previsão de R$ 610 bilhões), a exigir igualmente uma imediata, abrangente, qualificada e eficaz auditoria...

Isto posto, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tanta sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais contundente ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; saúde; saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; pesquisa e desenvolvimento; logística; ciência, tecnologia e inovação; sistema financeiro nacional; esporte, cultura e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela cidadania e qualidade, visando à construção de uma Nação verdadeiramente justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, desenvolvida e solidária, que possa partilhar suas extraordinárias e abundantes riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros, especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos e que contemplam eventos como a Copa das Confederações em junho; a 27ª Jornada Mundial da Juventude no Rio de Janeiro em julho; a Copa do Mundo de 2014; a Olimpíada de 2016; as obras do PAC e os projetos do pré-sal, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das empresas, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo da justiça, da liberdade, da paz, da igualdade – e com fraternidade –, e da fraternidade universal...

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!...

O BRASIL TEM JEITO!...

          

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