“O
aquecimento global é a febre que denuncia a doença da Terra
Há negacionistas da
Shoah(eliminação de milhões de judeus nos campos nazistas de extermínio) e há
negacionistas das mudanças climáticas da Terra. Os primeiros recebem o desdém
de toda a humanidade. Os segundos veem, dia a dia, suas convicções sendo
refutadas por fatos inegáveis. Só se mantêm coagindo cientistas para não
dizerem tudo o que sabem, como foi denunciado por diferentes e sérios meios
alternativos de comunicação. É a razão ensandecida que busca a acumulação de
riqueza sem qualquer outra consideração. Em tempos recentes, temos conhecido
eventos extremos da maior gravidade: Katrina e Sandy nos Estados Unidos, tufões
terríveis no Paquistão e em Bangladesh, o tsunami no sudeste da Ásia, o tufão
no Japão que danificou as usinas nucleares em Fukushima e, ultimamente, o
avassalador tufão Haiyan, nas Filipinas, com milhares de vítimas.
Nos
últimos meses, quatro relatórios
oficiais de organismos ligados à ONU lançaram veemente alerta sobre as
graves consequências do crescente aquecimento global. Com 90% de certeza, esse
é comprovadamente provocado pela atividade irresponsável dos seres humanos e
dos países industrializados. Todos são unânimes em afirmar que não estamos indo
ao encontro do aquecimento global: já estamos dentro dele.
Poucas
semanas atrás, a secretária executiva da Convenção do Clima da ONU, Christina
Figueres, em plena entrevista coletiva, desatou em choro incontido ao denunciar
que os países quase nada fazem para a adaptação e a mitigação do aquecimento
global. Yeb Sano, das Filipinas, na 19ª
Convenção do Clima em Varsóvia, ocorrida entre 11 e 22 deste mês, chorou
também, diante de representantes de 190 países, quando contava o horror do
tufão que dizimou seu país, atingindo sua própria família.
Os
representantes desses países já trazem no bolso as instruções previamente
tomadas por seus governos, e os grandes dificultam por muitos modos qualquer consenso.
Lá estão também os donos do poder no mundo. Todos querem que as coisas
continuem como estão. É o que de pior nos pode acontecer, porque então o
caminho para o abismo se torna mais direto e fatal. Por que essa irracional
oposição?
Esse
caos ecológico é tributado ao nosso modo de produção, que devasta a natureza e
alimenta a cultura do consumismo ilimitado. Ou mudamos nosso paradigma de
relação para com a Terra e para com os bens e serviços naturais, ou vamos
irrefreavelmente ao encontro do pior. O paradigma vigente se rege por esta
lógica: quanto posso ganhar com o menor investimento possível, no mais curto
lapso de tempo, com inovação tecnológica e com maior potência competitiva? A
produção é para o puro e simples consumo, que gera acumulação; este, o objetivo
principal. A devastação da natureza e o empobrecimento dos ecossistemas aí
implicados são meras externalidades (não entram na contabilidade empresarial).
Como a economia neoliberal se rege estritamente pela competição e não pela
cooperação, estabelece-se uma guerra de mercados, de todos contra todos. Quem
paga a conta são os seres humanos (injustiça social) e a natureza (injustiça
ecológica). Ocorre que a Terra não aguenta mais esse tipo de guerra total
contra ela. O aquecimento global é a febre que denuncia a doença. O planeta
está gravemente doente.
Os
começamos a nos sentir parte da natureza, e então a respeitamos como a nós
mesmos, passando do paradigma da conquista e da dominação para aquele do
cuidado e da convivência, e produzimos respeitando os ritmos naturais e nos
limites de cada ecossistema, ou então preparemo-nos para as amargas lições que
a mãe-Terra nos dará. Não está excluída a possibilidade de que ela já não nos
queira mais sobre sua face e se liberte de nós como nos libertamos de uma
célula cancerígena. Ela continuará, coberta de cadáveres, mas sem nós. Que Deus
não permita semelhante e trágico destino.”
(LEONARDO
BOFF. Filósofo e teólogo, em artigo publicado no jornal O TEMPO Belo Horizonte, edição de 29 de
novembro de 2013, caderno O.PINIÃO, página
20).
Mais uma importante e oportuna contribuição para o
nosso trabalho de Mobilização para a
Cidadania e Qualidade vem de artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 30 de
novembro de 2013, caderno PENSAR, página
2, de autoria de JOÃO PAULO, que é
editor de Cultura, e que merece igualmente integral transcrição:
“Que
educação
QUEREMOS?
Na quarta-feira, a
manchete deste jornal gritava: “Colégios mineiros no topo do Enem”. Tudo
indicava, inclusive a foto festiva que enfeitava o alto da capa, que se tratava
de uma boa notícia. Bastou ler a reportagem, sobretudo os depoimentos de
diretores de escolas que não mantiveram lugares de destaque registrados no ano
passado, para ver que estamos atravessando um absurdo deserto de valores. Na
verdade, a educação foi a grande perdedora nesse evento lamentável, já que a
relação fornecida pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais
Anísio Teixeira (Inep), ligado ao Ministério da Educação (MEC), nada mais
significou que instrumento de marketing para as escolas bem posicionadas na
relação, ou alimento de reclamação e choro para as que foram preteridas ou
perderam posição no ranking.
A
situação não é nova. Há muito a educação no Brasil se tornou um negócio. Até
aí, nada de mais, é o solo em que nos firmamos numa sociedade de mercado. No
entanto, mesmo na mais estrita ética de qualquer negócio, o mais importante é a
qualidade de seu produto. No caso das escolas, na intangível materialidade da
educação, o “produto” pode ser traduzido de muitas formas: civilidade,
consciência crítica, conhecimento, capacidade de ação social, solidariedade e
humanismo. Ou seja, essas são as habilidades e valores que desejamos ver em
nossos filhos ao fim do processo educacional.
No
entanto, a lista do Inep e sua exploração pelas escolas particulares mostra que
o cenário é outro. Tanto a direção das instituições de ensino como os
professores e alunos se sentem participantes de uma grande gincana, cujo prêmio
é a distinção, a diferenciação, o destaque. Estar à frente de outros é mais
importante que estar ao lado de todos. Se um colégio, ou para usar nome mais
antigo e expressivo, um educandário, vale o nome que tem, deveria buscar a
solidariedade, não a competição. Esse clima de disputa, no entanto, não
prejudica apenas o aspecto moral, mas também o pedagógico.
Como
dizia Freud, a educação é uma tarefa impossível, seja pela perenidade do
processo (por isso medir seria sempre um equívoco e comparar um erro ainda mais
grave), seja pela singela realidade de que ninguém ensina ninguém: as pessoas
aprendem no contato social, sempre em mão dupla. E é bom lembrar o criador da
psicanálise, já que o comportamento dos diretores de escolas que perderam
posições no pódio armado pelo Inep demonstra um inequívoco traço persecutório.
Eles garantem que vão entrar com recurso no MEC para rever a relação. Se
sentiram traídos pelos deuses aos quais fizeram suas libações.
As
declarações dos diretores e supervisores estampadas na reportagem de
quarta-feira, neste sentido, não precisam de comentários em sua explícita
entrega da frustração em que se encontram por não mais ocupar lugares de
destaque. Eles lamentam não poder comemorar os resultados e, o que mais grave,
o fato de não poder dar aos alunos o atestado do sucesso do processo
pedagógico, como se a chancela do Inep fosse mais importante que outros
indicadores qualitativos, aos quais deveriam estar atentos. Como a cidadania e
o saber, por exemplo.
Tudo
parece indicar que a pontuação tem um peso forte na valorização dos colégios no
mercado da educação privada. Estar em boa posição é argumento para cobrar mais
caro. Nisso, a divulgação dos resultados do Enem se mostra equivocado. Ora, ou
o resultado serve para identificação de problemas, e com isso deveria
contribuir para direcionar ações de apoio e investimento aos estabelecimentos,
ou é apenas instrumento de propaganda para majorar preços, que parece ser o
caso. E, o que mais grave, há um efeito Pigmalião às avessas: quanto pior o
índice, mais isolada ficará a escola. O parâmetro comparativo de realidades
distintas incentiva o preconceito. O que incide ainda mais na escola pública em
seu descaso com carreira dos professores, traduzindo em salários indignos e
abaixo do patamar previsto em lei. Sem que faltem sequer as chicanas que
transformam salários em subsídios para burlar a regra constitucional.
SEM
AMOR Mas há três outros problemas graves nessa história.
O primeiro é a tendência das escolas em criar uma atmosfera interna de cobrança
e competitividade, que em nada atende a propósitos pedagógicos e éticos, mas
apenas à conquista de degraus mais altos no pódio. Assim, os alunos que estão
lá para aprender, e que eventualmente tenham problemas de aprendizagem, são
convidados a se retirar do recinto com a pecha de fracassados. Em nome da
disputa, vão sendo afastados os sujeitos do processo educacional exatamente
pelo fato de precisarem da educação. A melhor escola não é de melhores alunos,
mas a que trata melhor diferentes tipos de alunos, sobretudo os com maior
dificuldade em aprender.
O
outro desvio grave está ligado muitas vezes à própria ideologia religiosa de
algumas escolas da capital, com o Santo Antônio e o Loyola, que reclamaram da
exclusão da lista dos “top ten”. Em vez de reafirmarem seus propósitos
educativos, evidenciam sua filiação ao ethos da competitividade com a decisão
de questionar o Inep. Colégios fundados por congregações de jesuítas (como o
papa Francisco) e franciscana (com sua humildade de origem) não ficam bem na
missa rezada em nome da disputa e da exclusão da diferença de ritmos e estilos
de inteligência. Prestam um desserviço à educação, à religião e à ética e ainda
desestimulam seus alunos na senda nobre da solidariedade.
A
teologia católica é fundada em diversos valores, mas a base é a caridade. Uma
distorção histórica fez da caridade em nosso país uma espécie de desvio
compensador das más intenções. Os caridosos tratam sempre do resto, dividem o
que têm de bom e doam o que não presta, acham que os pobres só precisam de
comida e que tudo mais é luxo. Essa postura chauvinista, felizmente abandonada
por teologias mais humanistas, que recuperaram o sentido de amor presente na
palavra caritas, está na base da
ligação do Estado brasileiro com a Igreja Católica, em conúbio que gerou uma
série de vantagens para as escolas ditas religiosas, da doação de terrenos à
isenção de impostos por décadas. Quando os educandários religiosos passam a ser
guiados por intentos capitalistas de forma tão desabrida, talvez tenha chegado
a hora de cobrar a conta. Quem sabe na forma de cota de bolsas para estudantes
sem condições de pagar mensalidades. Não como “caridade”, mas como direito
legítimo de usufruir da riqueza gerada socialmente pelo trabalho de várias
gerações.
Por
fim, a opção entre a consciência crítica e o adestramento diz muito dos valores
do nosso tempo. Uma educação voltada para aprovação em concursos e para a
seleção de profissões por classes sociais (que podem pagar colégios mais
eficientes) é reprodutora, no sentido indicado por Bourdieu e Passeron: não
serve para ler e criticar o mundo, mas para reconstituir a cada geração os
mesmos privilégios das anteriores. Uma educação voltada para o mercado é puro
treinamento, alienante e alienador, focalizado em avaliações produtivistas. Não
ensina a questionar o mundo, mas a como se dar bem nele. Trata-se do
cumprimento de uma agenda vinculada à produção e que vê no homem e na mulher
apenas a força de trabalho. Não é um acaso que se fale tanto em educação
profissionalizante para os pobres (a classe média não quer seus filhos nesses
bancos escolares desprestigiados) e se critique tanto o acesso dos pobres ao
ensino superior (como se eles conspurcassem a diferenciação de classes e,
muitas vezes, de raça, teimando em combater políticas de cotas e outros
instrumentos de inclusão).
OUTRO
LADO Se o clima de competição conspícua e anti-humanista absorve
os colégios ditos de ponta, os bons exemplos não param de vir da ação dos
professores realmente comprometidos com a educação. Que são seguramente a
maioria. O chororô das escolas da Zona Sul católica de BH não impediu, na mesma
semana da divulgação da lista do Enem, que dois exemplos também ganhassem
divulgação fora do difícil dia a dia do ensino público. Na Escola Municipal
Gracy Vianna Lage, localizada na Rua 63, 23, no Bairro Jardim dos Comerciários,
em Venda Nova, os alunos e professores se uniram para produzir um vídeo sobre o
preconceito racial que mostra o verdadeiro sentido da palavra educação.
Desde
que o ensino sobre história e cultura afrobrasileiras passou a ser obrigatório,
tem sido um esforço da comunidade escolar encontrar formas de debater o
conteúdo que permeia a vida social, mas que ainda não ganhou tradução em
instrumentos pedagógicos. Com atuação de meninas de 8 e 9 anos, a E. M. Gracy
Vianna Lage realizou o curta-metragem Bom
pra quê?, uma brincadeira sobre a diferença dos cabelos das crianças, que
vai participar de mostra em Brasília, em 2 de dezembro. Mais que ensinar sobre
relações étnico-raciais, trata-se de uma atitude construtiva, integradora e
geradora de solidariedade social. Além de desmanchar, com as armas da
inteligência e sinceridade, toda a burrice que há por trás da discriminação.
Outro
bom exemplo foi dado pela professora Joana D’Arc Camargo, que, com seu empenho
pessoal, levou toda a turma de escola do Morro das Pedras para conhecer de
perto os painéis Guerra e Paz, de
Portinari, que estiveram expostos no antigo Cine Brasil, no Centro de BH. Para
levar adiante seu projeto, ela foi nada menos que 23 vezes à mostra, levando as
crianças em seu carro e arcando com toda a despesa do passeio. Com sua
sensibilidade e conhecimento da história da arte, ela sabia que as crianças se
identificariam com os personagens infantis criados pelo artista brasileiro.
João Portinari, filho do pintor, ficou emocionado com a história.
A
alegria dos jovens de Belo Horizonte pode ter origem numa competição que exclui
ou numa sensibilidade que agrega. Podemos ser alegres pela distinção ou pelo
pertencimento. Quando você ouvir alguém defendendo o investimento em educação,
talvez seja um bom momento de perguntar: que mundo queremos construir? A escola
que temos não é apenas uma antevisão do que seremos, mas um alerta para o que
podemos estar nos tornando.”
Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas
e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de
liderança de nossa história – que é de ética,
de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas transformações em nossas
estruturas educacionais, governamentais,
jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais,
de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais
livres, civilizadas, soberanas, democráticas e sustentavelmente desenvolvidas...
Assim, urge ainda a efetiva problematização de
questões deveras cruciais como:
a) a
educação – universal e de qualidade, desde
a educação infantil (0 a 3 anos de
idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo
da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira
série do ensino fundamental, independentemente
do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação
(especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade
absoluta de nossas políticas públicas;
b) o
combate, severo e sem trégua, aos
três dos nossos maiores e mais avassaladores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente,
competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares
civilizados, ou seja, próximos de zero; II – a corrupção, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da
vida nacional, gerando incalculáveis prejuízos e comprometimentos de variada
ordem;III – o desperdício, em todas
as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos,
inexoravelmente irreparáveis;
c) a
dívida pública brasileira, com
projeção para 2013, segundo o Orçamento Geral da União, de exorbitante e
insuportável desembolso de cerca de R$ 1
trilhão, a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos
(apenas com esta rubrica, previsão de R$ 610 bilhões), a exigir igualmente uma
imediata, abrangente, qualificada e eficaz auditoria...
Isto posto, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão
descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a
nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais contundente ainda, afeta
a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e
regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores
como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias,
hidrovias, portos, aeroportos); a educação;
a saúde; o saneamento ambiental (água tratata, esgoto tratado, resíduos
sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana
(trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às
commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência
social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas;
polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência,
tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações;
qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –,
transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade, criatividade,
produtividade, competitividade); entre outros...
São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que,
de maneira alguma, abatem o nosso ânimo nem
arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta
grande cruzada nacional pela cidadania e
qualidade, visando à construção de uma Nação verdadeiramente justa, ética, educada, civilizada,
qualificada, livre, soberana, democrática, desenvolvida e solidária, que
possa partilhar suas extraordinárias e abundantes riquezas, oportunidades e
potencialidades com todas as
brasileiras e com todos os
brasileiros, especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos
e que contemplam eventos como a Copa do Mundo de 2014; a Olimpíada de 2016; as
obras do PAC e os projetos do pré-sal, à luz das exigências do século 21, da
era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do
conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um
possível e novo mundo da justiça, da
liberdade, da paz, da igualdade – e com
equidade –, e da fraternidade
universal...
Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a
nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!...
O
BRASIL TEM JEITO!...
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