quarta-feira, 16 de dezembro de 2015

A CIDADANIA, A LUZ DO UNIVERSO E O HORIZONTE DA VERDADE

“Como multiplicarmos em luz 
o que o universo nos entregou
        É o destino de todos os homens despertarem para a vida interior consciente.
         Em sua existência formal, o Cosmos irradia ordem e manifesta leis superiores, divinas. Observando isso, o homem poderia obter todo o ensinamento de que necessitasse. Não há uma partícula sequer dentro de tal imensidão que, seguindo essas Leis, não tenha sua posição definida. Nem mesmo um pequeno raio de luz é emitido que não seja para cumprir determinada tarefa. Nada se move ou vive fora da Grande Presença.
         Assim, se uma pessoa é encarregada de uma tarefa que faça parte do Plano de Deus, seus corpos mental, emocional e físico vão sendo preparados para desempenhá-la. É fato que o homem terrestre trilhou caminhos fora da Lei Universal e traz gravadas nas células de seus corpos as marcas dessa trajetória.
         Vivendo neste planeta, ao indivíduo cabe lidar com seus corpos mental, emocional e físico procurando elevar-lhes a vibração. Todos os cuidados nesse sentido devem ser tomados desapegadamente (inclusive a alimentação, a higiene e a postura), sabendo que o verdadeiro processo é o desenvolvimento da consciência. Cabe à pessoa contatar o propósito interior e cumpri-lo em todos os níveis. Esses cuidados, no entanto, não precisam ser excessivos.
         É necessário apenas que ela esteja desperta e que possa cumprir em pura e sincera entrega aquilo que lhe foi designado pelo Alto.
         A parábola dos talentos, mencionada na Bíblia, ensina o valor que há em multiplicarmos o que o Senhor nos entregou; mas multiplicar em Luz, e não materialmente, como é de uso comum compreender essa instrução.
         Energias especiais, sutis, incidem sobre aquele cujo contato com a vida espiritual esteja mais aberto. Se estiver em inteira disponibilidade para o serviço, poderá adequar-se prontamente às rápidas transformações que se façam necessárias no cumprimento de sua tarefa.
         É importante que se esteja desidentificado das suas emoções, da sua própria mente, dos seus condicionamentos, de respostas mecânicas, que se esteja pronto para renascer a cada momento – preparado, portanto, para a todo instante morrer para o que se é em aparência. Na presente situação planetária, na qual profundas transformações estão ocorrendo, é hora de entregar mais profundamente a própria vida – vida que ilusoriamente  pensamos ser nossa, quando na verdade é do Único.
         Pela percepção da mente bem pouco se pode saber sobre os movimentos da energia sutil espiritual. Para que nossa consciência participe desses processos é preciso colocarmos de lado as expectativas, os sonhos e até mesmo o desejo de servir; enfim, é preciso calarmos. O silêncio é o melhor instrumento de serviço e também a única e verdadeira oferta que se pode fazer aos trabalhos internos.
         Se o impulso da devoção permear o nosso ser, devemos deixar que ela arda e incendeie cada passo que dermos; se por momentos ou dias estiver sobre nós presente de maneira especial a energia da ordem, devemos manifestá-la, permitindo que ajuste e conduza às exatas posições aquilo que nos cerca. E, diante de tudo isso, se nos dispusermos a nada querer e a não impor obstáculos, participaremos de um movimento cósmico que, como um bailado, move universos, levando-os a realizarem o trabalho do Plano de Deus em completa harmonia.”

(TRIGUEIRINHO. Escritor, em artigo publicado no jornal O TEMPO Belo Horizonte, edição de 13 de dezembro de 2015, caderno O.PINIÃO, página 18).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Cidadania e Qualidade vem de artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 15 de dezembro de 2015, caderno OPINIÃO, página 7, de autoria de LINDOLFO PAOLIELLO, jornalista, presidente da Associação Comercial e Empresarial de Minas (ACMinas), e que merece igualmente integral transcrição:

“O Brasil diante da verdade
        O Brasil precisa se conscientizar de que o presente em que vive já é passado e afastar o passado da frente do futuro. Vivemos o cotejo entre um modelo exaurido, e que insiste em se manter, e um novo modelo de nação em franca gestação, mas que não queremos perceber que nasce, porque precisa de nós para ganhar vida. A árdua abertura do impeachment da presidente Dilma Rousseff coroa o confronto de um país consigo mesmo.
         Mas, afinal de contas, quem somos nós? As raízes do Brasil foram estudadas a fundo por Sérgio Buarque, que sintetiza assim o espírito brasileiro: “Desejamos ser o povo mais brando e o mais comportado do mundo. (...) Tudo isso são feições bem características do nosso aparelhamento político, que se empenha em desarmar todas as expressões menos harmônicas de nossa sociedade, em negar toda a espontaneidade nacional”. No entanto, é dele este alerta: “Com a cordialidade (somente) não se criam bons princípios”.
         Domenico De Masi, sociólogo italiano que comentou a obra de seu colega brasileiro, parte desse ponto para destacar: “Não basta ser cordial para ser democrático. Uma verdadeira democracia exige um sólido elemento normativo, regras capazes de assegurar oportunidades iguais para todos, uma superação dos personalismos através de uma disciplina social e uma série de regras baseadas no consenso. Exige o primado das instituições e a soberania popular”. E De Masi prossegue em sua visão crítica em relação ao “brasileiro meigo”. Cita Stefan Zweig que escreveu: “Essa delicadeza do sentimento, essa ausência de toda forma de veemência, me parece qualidade mais característica do povo brasileiro (...). Todos os estágios do bem-estar e da felicidade estão misturados nessa pacífica indolência”. De Masi cai em cima, quase cruelmente: “É exatamente a propensão para a tranquilidade que permitiu a Portugal dominar o Brasil por quase quatro séculos com um número exíguo de soldados”.
         Para fundamentar as razões do temor e postergação quando o Brasil se vê frente a frente consigo mesmo, como hoje acontece, vale a pena conhecer o que escreveu Darcy Ribeiro, outro estudioso da sociologia e antropologia do Brasil. Em uma das coletâneas sobre sua obra, intitulada O Brasil como problema, ele comenta que o atraso do Brasil e a pobreza de seu povo foram, de tempos em tempos, atribuídos a falsas causas naturais e históricas: ao clima tropical, à mistura racial entre brancos, negros e índios, ao papel desempenhado pela religião católica, à péssima colonização lusitana contraposta à colonização holandesa, mitificada como esplêndida, e a uma suposta infantilidade do povo brasileiro. É quando procura mostrar como fator do atraso o caráter daqueles que detiveram, durante séculos, o poder político e econômico: “Não há como negar que a culpa do atraso nos cabe a nós, os ricos, os brancos, os educados, que impusemos, desde sempre, ao Brasil, a hegemonia de uma elite retrógrada, que só atua em seu próprio benefício”.
         Entendida essa elite, efetivamente retrógrada, como “direita”, o drama brasileiro tomou jeito de tragédia quando a “esquerda”, fomentada por forte contingente dos intelectuais brasileiros e – convém lembrar – por uma parcela dos empresários, pôs em prática uma plano de governo coletivista. Convém definir: um projeto que, em nome dos ideais de justiça e igualdade social, exercita o aumento da concentração do poder do Estado e se propõe a conduzir a sociedade a caminhar em determinada direção, para a prometida realização do suprassumo dos milagres: proporcionar a todos a felicidade, por um “gesto de mágica” do Estado. Gesto movido pelo dinheiro da poupança das famílias, supostas beneficiárias de uma eterna boa vida, e dos tributos extorquidos da produção empresarial.
         Os resultados são esses que destruíram um país que havia conquistado a estabilidade política, monetária e que estava assim preparado para conquista a inclusão social pela realização do sonho empreendedor de cada indivíduo, pelo trabalho e pelo fomento de uma política pública sustentável. Para as famílias que comemoravam a supressão da miséria e a integração da Classe C a uma nova classe média, resultou uma triste “civilização do retorno”, com a marcha de cerca de 3 milhões de família de volta às classes D e E. Para as empresas, a falência, o fechamento e, o pior: a prisão daqueles que se agregaram a um projeto de poder e corrupção. Para o país, a recessão, que, depois de arrasar tudo e todos, destrói a autoestima e a capacidade de pensar e agir.
         É desse quadro – que o Brasil não pode resumir em uma só edição por representar a consumação de um comportamento e de fatos seculares – que nascem as manchetes diárias que soam como gritos de um país que se debate em suas contradições. É a partir desse quadro que precisamos definir o projeto do Brasil que queremos ser.”

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, civilizadas, soberanas, democráticas e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:
a
      a)      a educação – universal e de qualidade –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas (enfim, 125 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da civilidade, da democracia, da participação, da sustentabilidade...);

     b)      o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em novembro a também estratosférica marca de 378,76% para um período de doze meses; e mais, ainda em novembro, o IPCA acumulado nos últimos doze meses chegou a 10,48%...); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade  –  “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis prejuízos e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 515 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, a falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;

     c)       a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com projeção para 2015, apenas segundo a proposta do Orçamento Geral da União, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1,356 trilhão, a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão de R$ 868 bilhões), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega:
- pagar, sim, até o último centavo;
- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”);

Isto posto, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela cidadania e qualidade, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos e que contemplam eventos como a   Olimpíada de 2016; as obras do PAC e os projetos do Pré-Sal, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo da justiça, da liberdade, da paz, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”  

 
        

     

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