“O
gradual despertar da humanidade
rumo ao caminho do espírito
O aspirante ao caminho
espiritual, ao despertar para a realidade interna e reconhecer a verdadeira situação
na qual a vida planetária se encontra, pode deixar-se envolver por ilusões e,
assim, tentar solucionar problemas que somente podem ser resolvidos por
intervenção de uma energia superior. Antes que a paz se instale no interior de
um ser, ele pouco pode contribuir para a paz do mundo que o cerca. Antes que
ele supere o egoísmo, não pode auxiliar na manifestação do amor e da união
entre os homens. Antes que possa penetrar os segredos da criação não pode
refletir fielmente o Propósito Divino.
Dois
mil anos atrás havia três cruzes no Calvário: numa estava um Ser que
corporificava a energia espiritual e divina, na segunda, um malfeitor que nesse
Ser reconhecia a Luz, a Verdade e a Vida; e na terceira, outro malfeitor, que
repudiava esse Ser.
Do
mesmo modo no homem atual existem três níveis de consciência que expressam
estados bem definidos: o espírito, que em essência é puro e que espelha a
origem divina do homem; a alma, que chega a reconhecer a verdade imanente do
espírito, mas, por estar se manifestando no nível da mente, ainda não se
encontra totalmente livre de enganos, do assédio de energias não positivas e
dos envolvidos com elas. E o ego, que exprime certas manifestações ainda
inerentes à matéria terrestre.
O
repúdio lançado ao indivíduo pelo mundo é uma das provas pelos quais os que
buscam a Luz devem passar. Nada pode alterar sua disposição para entregar-se à
vida interior. A esses Jesus dirigiu as palavras: “Se o mundo vos odeia, sabei
que me odiou a Mim antes de vós. Se fôsseis do mundo, o mundo vos amaria, mas
do mundo vos escolhi, por isso o mundo vos odeia.” (João, 15:18) “O mundo
odeia-me por que eu testemunho contra ele que as suas obras são más.” (João,
7:7)
Atualmente,
quando conjunturas internas propiciam o reaparecimento do Cristo no interior de
cada ser, novamente essa sublime energia de Amor encontra pouco acolhimento no
coração dos homens. Quantos, diante dos esforços que o ser interno, a alma,
realiza para coloca-los no caminho da Verdade, escolhem manter-se distantes
desse caminho? Quantos, mesmo sabendo que o que nutre a vida interior está
claramente expresso na afirmação de Cristo: “Meu mandamento é fazer a vontade
d’Aquele que me enviou e cumprir a sua obra.” (João, 4:34), querem penetrar
nessa vida levando todavia consigo os prazeres do mundo?
Atualmente,
vive-se tempos em que a essência interna de muitos indivíduos clama por
entregar-se a realidades mais profundas: “Saí do Pai e vim ao mundo. Agora,
deixo o mundo e volto ao Pai.” (João, 16:28) No entanto, a maior parte da humanidade
mantém-se afastada da luz da sabedoria, agravando assim, as disparidades
externas e contribuindo para que a vida material se degrade e exprima padrões
de conduta primitivos.
Aqueles
que verdadeiramente podem compreender o que hoje ocorre no mundo recolhem-se e
dedicam-se a um trabalho silencioso de reequilíbrio da vida planetária.
Os
puros e os inocentes, os que souberam manter acesa a sua luz, não temem a
aproximação da noite: mesmo em meio às trevas podem encontrar o Caminho. São
aqueles que compreenderam e seguiram a indicação de Cristo: “O que beber da
água que Eu lhe der, jamais terá sede; a água que Eu lhe der virá a ser nele
fonte de água, que jorrará até a vida eterna”. (João, 4:14)”.
(TRIGUEIRINHO.
Escritor, em artigo publicado no jornal O
TEMPO Belo Horizonte, edição de 5 de junho de 2016, caderno O.PINIÃO, página 18).
Mais uma importante e oportuna contribuição para o
nosso trabalho de Mobilização para a
Cidadania e Qualidade vem de artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 10 de junho
de 2016, caderno OPINIÃO, página 7,
de autoria de DOM WALMOR OLIVEIRA DE
AZEVEDO, arcebispo metropolitano de Belo Horizonte, e que merece igualmente
integral transcrição:
“Grito
nas instituições
As instituições nos
diferentes segmentos gritam por líderes com estatura para suprir suas
necessidades. E essas demandas são muitas. Relacionam-se a metas,
funcionamentos e procedimentos. À enorme lista de exigências, acrescentam-se
ainda certas características das instituições: o custo, o peso e a incidência
sobre a realidade. Todas essas variáveis indicam, de um modo geral, que é
complexo o desafio de mudar as instituições. Elas são, como define o dito
popular, “um pesado piano” que, por vezes, é empurrado com grande força, mas
não sai do lugar. Consequentemente, experimenta-se um sentimento de frustração,
desgaste e desânimo que empurra na direção da desistência ou do habituar-se à
mediocridade. Uma situação que leva a sucateamentos e promove a perda de
oportunidades que poderiam gerar importantes transformações.
Diante
das dificuldades, urgente e desafiador é verificar processos para aperfeiçoar a
utilização de recursos, particularmente investir na gestão de pessoas. Torna-se
fundamental também acabar com certas “cargas pesadas” que estão fora do território
da identidade do povo, da cultura e que apenas estreitam horizontes, atrapalham
funcionamentos e mantêm loteamentos. Esses pesos ajudam a configurar um pensar
pequeno que serve apenas para confirmar hegemonias do passado, com narrativas
sobre fatos, momentos da história e reverências a líderes autoritários,
responsáveis inclusive pelos atrasos. Pessoas que, um dia, favoreceram alguém
somente para manter sob seu domínio os favorecidos.
É
fácil detectar essa realidade quando se observa aqueles que não evoluem,
apegam-se ao passado e não são capazes de perceber que se vive outro tempo. Até
as conversas e a linguagem, além das posturas e a manutenção de afazeres que já
são ultrapassados, revelam a mediocridade que impede o surgimento de novos
líderes. As instituições pesadas hibernam com pessoas que não evoluem e,
gradativamente, morrem por não conseguir se renovar. Esse peso torna-se ainda
mais grave no contexto da dinâmica cultural contemporânea, marcada pela
multiplicidade, velocidade e exigência de leveza. E a mudança das instituições
depende, fundamentalmente, de seus líderes. Formá-los é exigência prioritária.
Para
isso, deve-se cultivar a competência para o diálogo, pré-requisito primordial
para ser bom gestor. Não lidera quem não dialoga. Em vez disso, arruína o que
dirige e não consegue encontrar soluções. Dialogar como exercício primordial
dos líderes não é artimanha espúria para negociatas. Trata-se de sabedoria que
ampara a competência de discernir, de se fazer presente e próximo das muitas discussões
que definem a agenda global da sociedade. É ser capaz de agregar, com
paciência, muitas pessoas, inclusive as com opiniões divergentes para gerar
consensos e, assim, oxigenar instituições. Desse modo, o líder estimula a
inclusão participativa, a adesão a projetos que promovem melhorias no âmbito
institucional e na sociedade.
Dialogar
com pessoas próximas e com diferentes segmentos é competência indispensável,
ainda mais para quem busca exercer liderança. Além disso, importa muito a
realização de diagnósticos que considerem a complexidade social, a intuição
inteligente na criação de iniciativas indispensáveis para alcançar os objetivos
próprios das instituições, que são desafiadas a colaborar e a cumprir suas
responsabilidades sociais, culturais ou religiosas. Assim é possível contribuir
para melhorar a realidade. O grito das instituições é sintoma da falta de
líderes, evidencia a presença de pessoas que ocupam cargos sem a competência
necessária, seja técnica, humana ou espiritual. Indica também a necessidade de
se tornar novas direções para promover mudanças e alcançar respostas capazes de
evitar colapsos. Para suprir a carência social de bons líderes, é preciso
também romper com a forte cultural do loteamento. Isso se conquista a partir do
cultivo, particularmente no ambiente familiar e educativo, do gosto pela
transparência, da coragem audaciosa no enfrentamento dos problemas, da
habilidade para adotar um discurso direto e para agir nos parâmetros do
altruísmo.
Os
líderes e as instituições estão desafiados a considerar o contexto do mundo
contemporâneo para romper com a ideia de que ainda há espaço para permanecerem
estáticos. Tudo hoje funciona com outra velocidade. O que antes era menos
complexo, mais controlável, lento e previsível, hoje é rápido, instável,
imprevisível, altamente complexo e, com frequência, fora de controle. Por isso,
deve-se respeitar e cultivar valores que alimentam discernimentos necessários
para escolhas adequadas. A proximidade das situações, das pessoas e dos
problemas, sem medo e sem pretensão de manipular, é caminho que gera a
oportunidade para o intercâmbio na chamada sociedade do conhecimento. Um
exercício importante, que promove mais adesão, participação e,
consequentemente, contribuições significativas. Essa proximidade alimenta
sistemas e processos com informações e inventividades, respeito a autonomias e
interdependências que enriquecem ações transformadoras. É tempo de investir
para se encontrar novas formas de liderar, substituindo posturas arcaicas pelas
que, verdadeiramente, ajudem a construir novo momento. Isso começa a partir de
diálogo sincero e direto, considerando a interpelação que vem do grito das
instituições.”.
Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e
oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança
de nossa história – que é de ética, de
moral, de princípios, de valores –, para
a imperiosa e urgente necessidade de profundas
mudanças em nossas estruturas educacionais,
governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas,
financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no
concerto das potências mundiais livres, civilizadas, soberanas, democráticas e
sustentavelmente desenvolvidas...
Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras
cruciais como:
a)
a educação
– universal e de qualidade –, desde a educação
infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em
pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas
crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –,
até a pós-graduação (especialização,
mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade
absoluta de nossas políticas públicas (enfim, 125 anos depois, a República
proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução
educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do
país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da
justiça, da civilidade, da democracia, da participação, da
sustentabilidade...);
b)
o combate
implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e
mais devastadores inimigos que são: I – a inflação,
a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se
em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco
Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em abril a ainda
estratosférica marca de 435,6% para um período de doze meses; e mais ainda em
abril, o IPCA acumulado nos doze meses chegou a 9,28%, e a taxa de juros do
cheque especial em históricos 308,7%...); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade –
“dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se
espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis prejuízos
e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do
procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A
Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o
problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu
caráter transnacional; eis, portanto,
que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos,
pois em nossos 516 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina,
fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso
patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas
modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente
irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na
Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das
empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é
desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de
problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos,
quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, a falhas
de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à
corrupção e à falta de planejamento...”;
c)
a dívida
pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e
municipal) –, com projeção para 2016, apenas segundo a proposta do
Orçamento Geral da União, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1,348 trilhão, a título de juros,
encargos, amortização e refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão
de R$ 1,044 trilhão), a exigir
alguns fundamentos da sabedoria grega:
- pagar,
sim, até o último centavo;
-
rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
-
realizar uma IMEDIATA, abrangente,
qualificada, independente e eficaz auditoria...
(ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda
a propósito, no artigo Melancolia,
Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente
degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das
contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”);
Destarte, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta
de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já
combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de
poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições,
negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à
pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas
e sempre crescentes necessidades de ampliação
e modernização de setores como: a gestão
pública; a infraestrutura (rodovias,
ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada,
esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística
reversa); meio ambiente; habitação;
mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda;
agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência
social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança
pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e
desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer;
turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e
operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade
– “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade,
competitividade); entre outros...
São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira
alguma, abatem o nosso ânimo e nem
arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta
grande cruzada nacional pela cidadania e
qualidade, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada,
civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática e desenvolvida, que
possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e
potencialidades com todas as
brasileiras e com todos os
brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários
previstos e que contemplam eventos como a
Olimpíada de 2016; as obras do PAC e os projetos do Pré-Sal, à luz das
exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das
organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas
tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo da justiça, da liberdade, da paz, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...
Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a
nossa esperança... e perseverança!
“VI,
OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”
- 55
anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2016) ...
-
Estamos nos descobrindo através da Cidadania e Qualidade...
-
ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas...
- Por
uma Nova Política Brasileira...
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