“Cidades
cada vez mais inteligentes
Nas cidades
inteligentes, o cidadão e os serviços essenciais estão conectados; utilizam
energia limpa; reaproveitam a água; tratam o lixo; compartilham produtos,
serviços e espaços, se deslocam com facilidade e usufruem de serviços públicos
de qualidade. Além disso, a cidade inteligente cria laços culturais que unem
seus habitantes, propiciam desenvolvimento econômico e melhoria da qualidade de
vida.
Em
busca do status de Smart City,
cidades de todas as regiões do planeta irão investir entre US$ 930 bilhões e
US$ 1,7 trilhão ao ano até 2025. Porém, mais do que investimentos, a cidade
para ser inteligente necessita de iniciativas inteligentes dos poderes
Executivo e Legislativo.
A
iniciativa privada tem se reunido em fóruns mundiais, como o Smart Business America, para apontar
soluções e oportunidades de negócios no mercado das Smart Cities. Entre as adaptações, que seguem o desejo da
população, estão a adoção de conceitos e tecnologias sustentáveis; inclusão
urbana, ao contrário do isolamento das periferias; educação agregadora para
evitar a radicalização; foco total na educação presencial e inclusiva até os 18
anos; e planejamento urbano que contemple os espaços para ensino e educação,
que hoje não é apenas uma questão acadêmica.
Com
essas novas características, as cidades inteligentes terão um aumento da oferta
de emprego nos setores públicos, de hospitalidade e, principalmente, da
economia criativa, área que tem crescido exponencialmente, tendo como processo
principal o ato criativo e resultando, entre outros, na transformação da
cultura local em riqueza econômica.
Essa
evolução social e cultural promete gerar novos desejos, fazendo com que a
cidade seja utilizada cada vez mais por prazer e promovendo ideais como
inclusão, aproximação, conectividade, relacionamento e compartilhamento. O
conceito aborda, também, a verticalização das cidades, com práticas
sustentáveis e encurtando distâncias com soluções inteligentes de transporte,
com o carro deixando de ser sonho de consumo; e uma transformação legislativa,
que deverá possibilitar e encurtar caminhos para o desejo da maioria.
As
novas tecnologias vão permitir, ainda, que as pessoas possam trabalhar em casa,
além de não precisarem se deslocar para adquirir o básico ou resolver problemas
burocráticos. Não tem mais lógica as pessoas se dividirem, diariamente, entre
dois ambientes (residencial e comercial). Assim como não existe lógica no
horário comercial padrão. Por qual motivo a maioria das pessoas é obrigada a se
deslocar nos mesmos horários? Veremos, em breve, o fim dos prédios comerciais
como conhecemos. Já os prédios residenciais ganharão novos conceitos e
funcionalidades.
Fica
claro que os próximos anos serão de transformações intensas nos grandes centros
urbanos. O conceito das Smart Cities
tem ganhado força em todos os continentes e, em breve, seus benefícios estarão
presentes em nossas vidas. Em um ambiente cada vez mais degradado e com
dicotomias religiosas e políticas, as cidades inteligentes, apostando na
inclusão, em soluções compartilhadas e em serviços públicos eficazes, podem
representar a oportunidade de viver numa sociedade ideal.”
(CARLOS
SANDRINI. Arquiteto e urbanista, fundador e presidente do Centro Europeu,
em artigo publicado no jornal ESTADO DE
MINAS, edição de 8 de junho de 2016, caderno OPINIÃO, página 7).
Mais uma importante e oportuna contribuição para o
nosso trabalho de Mobilização para a
Cidadania e Qualidade vem de artigo publicado no mesmo veículo, edição,
caderno e página, de autoria de LINDOLFO
PAOLIELLO, jornalista, presidente da Associação Comercial e Empresarial de
Minas, e que merece igualmente integral transcrição:
“O
Brasil em travessia
Tenho em minha mesa de
trabalho uma estatueta da Vitória de Samotrácia. É a réplica que se encontra no
Museu do Louvre e chama a atenção por lhe faltarem a cabeça e os braços.
Perguntam-me por que a preservo e respondo: ‘Para que eu não me esqueça de que
a vitória nunca é completa’.
Muita
gente vive hoje no Brasil a sensação da vitória incompleta. O presidente Temer,
em seus primeiros atos, errou aqui; acertou ali. Nossa estatueta da vitória
terá perdido um ou dois dedos. Venhamos que tenha perdido uma das mãos. Mas
agora é de um Brasil sendo esculpido que falamos. Convém termos consciência da
encruzilhada em que estamos, no momento em que esta obra se inicia, para
entendermos que a prudência é atitude crucial nesta travessia. Cabe, bem aqui,
nos ancorarmos em um fato decisivo para a formação dos Estados Unidos: a
atitude de Benjamin Franklin, no momento da aprovação da Constituição
americana, em 1787. Ele não tinha menos incertezas sobre o momento do qual era
protagonista do que temos agora, nós que temos que nos entender como
protagonistas da reconstrução do Brasil: “Tenho que confessar que não estou
inteiramente de acordo com esta Constituição no momento e, senhores, não tenho
certeza de que eu a aprove inteiramente um dia”. Em seguida, o líder da criação
da nação americana toma sua decisão: “Tenho que concordar com esta Constituição
com todas as suas falhas porque acho que um governo geral é necessário para
nós, e não existe forma de governo, quando bem administrado, que não seja uma
bênção para o seu povo (...) Tentem junto comigo, nesta ocasião, duvidar de sua
própria infalibilidade e, para manifestar nossa unanimidade, coloquem seu nome
neste instrumento”.
O
governo Temer, com as suas falhas, é o que temos. Nós o constituímos, por meio
de nossos representantes, para realizar aquilo que tantos gritaram e sobre o
que tantos escreveram: “Mudar o Brasil”. Falamos tanto que o instrumento que
defendíamos para mudar o Brasil não era um golpe e não vamos cometer o erro de
querer que esta mudança seja feita como se faz um golpe: na pancada. Ao
anunciarmos o posicionamento da ACMinas a favor do impeachment salientamos que
apoiávamos o impeachment como ato saneador (portanto, urgente) cuja ação
subsequente (de médio e longo prazo) deveria ser eficaz o suficiente para
causar uma mudança salutar no organismo da nação. A prudência, à qual me referi
acima, se expressa nessa etapa como a percepção do agora. O que precisa e o que
pode ser feito já. Nesse sentido, o presidente Temer transmite uma atitude
animadora: revela ter consciência de que, literalmente, precisa lançar mãos à
obra. Agindo, assim, revela-se o “presidente do agora”. Essa atitude salta à
vista em sua obstinação com o ganho do poder de articulação que irá lhe trazer
governabilidade. Agilidade, articulação e governabilidade formam a trilogia que
deve comandar essa travessia. A primeira ação a ser empreendida com a força
dessa trilogia é a retomada de confiança na economia. Façanha que para ser
realizada vai exigir um passo à frente por parte dos dois atores que até há
pouco não se entendiam: o Legislativo e o Executivo. A Proposta de Emenda à
Constituição (PEC) anunciada pelo ministro Meirelles, da Fazenda, estabelecendo
um teto para as despesas públicas, pode abrir a temporada de medidas eficazes
para uma travessia bem feita.
Aonde
vai levar essa travessia que o Brasil empreende? Eu diria: ao novo,
naturalmente. Uma comoção nacional do porte daquela verificada entre março e
junho de 2016, seguida da concertação que já reanima as decisões empresariais, não
pode conduzir ao mesmo lugar. Fala-se tanto nas manifestações das ruas. Será
imperdoável se for esquecido que a voz das ruas pede o novo. Novo modelo de
país, novas e boas práticas de gestão, novo estilo de homens públicos. Seria
muito esperar isso de temer. O respeitado doutor e professor de direito
constitucional, político experiente e conciliador não tem como atuar fora do
contexto em que se criou e se desenvolveu. Assim como não se espere, do
governo, o novo. O próprio arcabouço do governo estabelece limites ao novo. A
erradicação do atraso virá de propostas da sociedade e do associativismo,
intervindo na criação de políticas públicas e monitorando sua implementação.”.
Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e
oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança
de nossa história – que é de ética, de
moral, de princípios, de valores –, para
a imperiosa e urgente necessidade de profundas
mudanças em nossas estruturas educacionais,
governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas,
financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no
concerto das potências mundiais livres, civilizadas, soberanas, democráticas e
sustentavelmente desenvolvidas...
Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras
cruciais como:
a)
a educação
– universal e de qualidade –, desde a educação
infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em
pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas
crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –,
até a pós-graduação (especialização,
mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade
absoluta de nossas políticas públicas (enfim, 125 anos depois, a República
proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução
educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do
país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da
justiça, da civilidade, da democracia, da participação, da
sustentabilidade...);
b)
o combate
implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e
mais devastadores inimigos que são: I – a inflação,
a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se
em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco
Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em abril a ainda
estratosférica marca de 435,6% para um período de doze meses; e mais ainda em
abril, o IPCA acumulado nos doze meses chegou a 9,28%, e a taxa de juros do
cheque especial em históricos 308,7%...); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade –
“dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se
espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis prejuízos
e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do
procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A
Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o
problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu
caráter transnacional; eis, portanto,
que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas
simbólicos, pois em nossos 515 anos já se formou um verdadeiro oceano de
suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do
nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas
modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente
irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na
Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das
empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado
no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem
levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25
somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, a falhas de
logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à
corrupção e à falta de planejamento...”;
c)
a dívida
pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e
municipal) –, com projeção para 2016, apenas segundo a proposta do
Orçamento Geral da União, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1,348 trilhão, a título de juros,
encargos, amortização e refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão
de R$ 1,044 trilhão), a exigir
alguns fundamentos da sabedoria grega:
- pagar,
sim, até o último centavo;
-
rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
-
realizar uma IMEDIATA, abrangente,
qualificada, independente e eficaz auditoria...
(ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda
a propósito, no artigo Melancolia,
Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente
degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das
contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”);
Isto posto, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta
de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já
combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de
poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições,
negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à
pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas
e sempre crescentes necessidades de ampliação
e modernização de setores como: a gestão
pública; a infraestrutura (rodovias,
ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada,
esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística
reversa); meio ambiente; habitação;
mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda;
agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência
social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança
pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e
desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer;
turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e
operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade
– “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade,
competitividade); entre outros...
São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira
alguma, abatem o nosso ânimo e nem
arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta
grande cruzada nacional pela cidadania e
qualidade, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada,
civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática e desenvolvida, que
possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e
potencialidades com todas as
brasileiras e com todos os
brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários
previstos e que contemplam eventos como a
Olimpíada de 2016; as obras do PAC e os projetos do Pré-Sal, à luz das
exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das
organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas
tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo da justiça, da liberdade, da paz, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...
Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a
nossa esperança... e perseverança!
“VI,
OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”
- 55
anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2016) ...
-
Estamos nos descobrindo através da Cidadania e Qualidade...
-
ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas...
- Por
uma Nova Política Brasileira...
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