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segunda-feira, 31 de julho de 2017

A EXCELÊNCIA EDUCACIONAL, OS FUNDAMENTOS DOS VALORES HUMANOS E OS DESAFIOS DA MATRIZ ENERGÉTICA NA SUSTENTABILIDADE

“Os valores para crescer
        Ao passar pelo pátio do colégio, quando algumas crianças lanchavam descontraídas no período do intervalo, fui pego de surpresa pela fala de um aluno. Ele veio em minha direção e disse: “Sérgio, sabe o que eu vou ser quando crescer?”. Antes que eu falasse algo, prosseguiu: “Um político honesto para acabar com a corrupção”. Não aguardando nenhuma aprovação ou reação, saiu em disparada voltando para o grupo de colegas que organizava uma brincadeira.
         Esta cena não me abandonou! Recordei que muitas vezes eu e alguns colegas éramos indagados sobre o que seríamos quando nos tornássemos adultos. Indagação que, para mim, sempre foi invasiva, quase uma intimação. Lembro-me de alguns respondendo que queriam ser advogados, outros, professores, médicos e até caixas de banco para ter muito dinheiro – coisas de crianças. Ideais que perpassam pela fantasia infantil e pelos desejos de autorrealização do pai ou mãe ou espelhados por alguém de referência. Só não me recordo se havia alguém que queria ser político, não nesses termos, muito menos para acabar com a corrupção. Talvez, naquele tempo, para a maioria das pessoas e, principalmente para as crianças, a política era algo distante e difícil de compreender e os políticos seres intocáveis, que conheciam tudo e sabiam o que fazer.
         Com o passar do tempo, evoluem-se os conceitos e com eles as atitudes. Nessa esteira, as experiências e vivências escolares devem privilegiar a descoberta de talentos e criar condições para o aluno construir seu próprio caminho. Os projetos de orientação profissional, desenvolvidos para os adolescentes em algumas instituições de ensino, contribuem para uma visão da dinâmica de mercado referente à oferta e demanda de mão de obra. Porém, importante lembrar que, há 20 anos, mais da metade das profissões e especialidades atuais não existiam, o que sugere que estamos educando sujeitos para exercerem também algumas profissões que existirão somente num futuro distante, preparando-os para solução de problemas dos quais não temos a mínima ideia. Dessa forma, o adjetivo “honesto” atrelado pelo aluno ao cargo de político é o grande sinalizador do trabalho a desenvolver e do cuidado que devemos ter com nossas crianças. Profissões, cargos e funções se modificam e se extinguem, apenas não nos podem escapar os valores humanos e éticos.
         Torna-se necessário, a cada dia, avançar na relação com os educandos. Muita coisa mudou nesses últimos anos e uma que merece atenção é o abandono da concepção que subestimava a capacidade intelectual das crianças, sendo substituída pela certeza de que elas são dotadas de conhecimento, de sabedoria, e que esse saber infantil precisa ser escutado e respeitado. Diferentemente dos discursos morais ou acadêmicos usados por nós adultos, a criança, por muito tempo tratada como uma tela em branco à espera de uma pintura por parte de quem educa, carrega consigo uma visão pura e fecunda do mundo.
         Por mais que tracemos caminhos, não temos plena governabilidade sobre nosso destino. Para todo objetivo almejado, é preciso levar em conta as variações dos percursos, os encontros e desencontros. Assim, acredito que a escolha precoce daquele aluno foi pautada na precariedade do cenário atual da política brasileira e no excesso de informações desoladoras divulgadas pela mídia e, paradoxalmente, pode fazer parte de uma fantasia. Porém, o desejo de honestidade manifestado sobressai à profissão eleita, não cabendo a nós o desserviço de eliminá-lo.”.

(SÉRGIO PORFÍRIO. Diretor do Colégio Magnum Buritis, em artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 26 de julho de 2017, caderno OPINIÃO, página 7).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de artigo publicado no mesmo veículo, edição de 27 de julho de 2017, mesmo caderno e página, de autoria de SÉRGIO MALTA, presidente do Sindicato Interestadual das Indústrias de Energia Elétrica, e que merece igualmente integral transcrição:

“Desafios para a energia nuclear
        A demanda por energia elétrica aumenta de forma contínua para atender às necessidades do mundo moderno e garantir qualidade de vida a uma sociedade cada vez mais exigente. Este processo impõe às autoridades governamentais de todos os países o desafio de formular políticas e executar planejamento energético para assegurar a oferta de energia elétrica, uma busca contínua pelo equilíbrio entre a oferta e demanda deste insumo fundamental.
         Este desafio vem se tornando cada vez mais complexo e difícil em função das crescentes restrições ambientais impostas à construção de novas plantas de geração elétrica. Como não há condições econômicas e energéticas para atender à demanda de energia elétrica somente com renováveis, como eólica e solar, por serem fontes interruptíveis, destaca-se a necessidade de buscar fontes que garantam, simultaneamente, segurança no suprimento da demanda; redução de emissão de gases de efeito estufa; e competitividade econômica. Entre as que atendem aos três requisitos, a energia nuclear é uma alternativa que merece ser estudada.
         Apesar do desenvolvimento e avanço das energias renováveis, impulsionadas pelos incertezas do preço e da oferta do petróleo, a matriz elétrica mundial continua baseada em combustíveis fósseis. A térmica (carvão, gás e óleo) representa 68% da geração do total no mundo, seguida pela hídrica, com 15,8%; nuclear, com 11,7%; e outras fontes renováveis com 4,5%, dados relativos a 2012. Nas previsões da International Energy (IEA), a geração elétrica vai crescer mais do que todas as outras formas de energia, com um aumento estimado em 67% até 2035; Para atender a tal incremento, a geração térmica terá sua participação reduzida para 57%, a hidrelétrica deverá se manter estável em 16%, e as renováveis devem atingir 15,6% da geração total no período.
         Do ponto de vista ambiental, destacam-se dois problemas relacionados à geração de energia elétrica. O primeiro está vinculado às emissões de CO2 pela geração térmica, pois o setor elétrico foi responsável por 28% das emissões totais no mundo, em 2012. Não por acaso, as maiores nações do mundo assinaram o Acordo de Paris em 2015 que, apesar da desistência dos Estados Unidos em lhe aderir, foi reafirmado recentemente na reunião do G20 em Hamburgo. E reafirmado pela decisão do estado da Califórnia em respeitar seus termos e pelas grandes multinacionais, como ExxonMobil e Apple, para citar algumas, de manter seus projetos de adoção de fontes alternativas de energia elétrica. O segundo problema está relacionado à ampliação da geração de energia hidrelétrica por interferir em ecossistemas que abrigam imensa diversidade de formas de vida estreitamente ligadas ao livre pulsar dos rios.
         Para atender ao aumento da demanda por energia elétrica, sem comprometer ambientalmente o desenvolvimento econômico e social, a geração nuclear tende a se tornar uma alternativa. Este processo já está em curso, pois entre 1971 e 2012, a participação da energia nuclear na geração mundial de energia elétrica passou de 2% para 11,7%, apesar de o acidente de Fukushima, em março de 2011, voltar a colocar as centrais nucleares sob forte desconfiança e provocar a interrupção de programa de usinas nucleares e o adiamento nos investimentos em escala mundial.
         No mundo, existem atualmente cerca de 440 reatores nucleares em operação localizados em 30 países, com uma potência instalada total de cerca de 380GW. A IEA constata que estão em construção cerca de 70 usinas nucleares, concentrando-se principalmente na China. O insumo da energia nuclear é o urânio, que tem uma densidade energética muito superior aos recursos fósseis, e as reservas disponíveis permitem que sua exploração ocorra por um horizonte temporal mais amplo do que o óleo e o gás.
         Além disso, a geopolítica mundial das reservas de urânio é diferente e bem menos problemática do que a do petróleo, constituindo-se em um fator estratégico em termos de segurança energética. Outra vantagem: uma usina nuclear apresenta o menor impacto ambiental em termos de emissões de CO2. Levando-se em conta o ciclo de vida da energia nuclear, ela é, ao lado da eólica e da hidrelétrica, a de menor emissão. Cabe destacar que as centrais nucleares geram energia elétrica sem interrupção, operando 24 horas por dia, 11 meses por ano, tornando-se apta a dar segurança para a operação dos sistemas elétricos.
         As incertezas sobre a energia nuclear estão relacionadas à questão vital da segurança. Embora o reduzido número de acidentes nucleares possa ser interpretado como um indicador de segurança, os impactos sobre o meio ambiente e as populações permanecem como um problema a ser enfrentado. Esse conjunto de questões está exigindo muito esforço, recursos e pesquisas para o desenvolvimento de tecnologias que garantam mais segurança, dado que a energia nuclear terá, cada vez mais, um papel estratégico: garantir a oferta de energia elétrica para um mundo cada vez mais dependente desse insumo e que precisa reduzir dramaticamente o aquecimento global, como nos alerta o recente desprendimento de um iceberg de um trilhão de toneladas da plataforma de gelo na Antártida.”.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, civilizadas, soberanas, democráticas e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:
a)     a excelência educacional – pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas, gerando o pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional (enfim, 125 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade...);
b)    o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em junho/2017 a ainda estratosférica marca de 378,30% nos últimos  doze meses, e a taxa de juros do cheque especial registrou históricos 322,60%; e já o IPCA também no acumulado dos últimos doze meses chegou a 3,00%); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade  –  “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis e irreversíveis prejuízos, perdas e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 516 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, a falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;
c)     a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2017, apenas segundo o Orçamento Geral da União, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1,722 trilhão, a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão de R$ 946,4 bilhões), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega:
- pagar, sim, até o último centavo;
- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”).

Isto posto, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela excelência educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, solidária e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo do direito, da justiça, da verdade, do diálogo, da liberdade, da paz, da solidariedade, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”

- 55 anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2016) ...

- Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...
- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas...
- Por uma Nova Política Brasileira...  
        


  

sexta-feira, 2 de março de 2012

A CIDADANIA, A HORA DA REFLEXÃO E O ENSINO SUPERIOR DO FUTURO (33/27)

(Março = Mês 33; Faltam 27 meses para a COPA DO MUNDO de 2014)


“Ano eleitoral, hora de reflexão

Ano eleitoral, ano de muita reflexão. Exercício de cidadania consciente e crítica e não mais moeda de troca, o voto deve ser fruto de análise, de democracia, de merecimento. Nesse diapasão, a educação tem que ser colocada em primeiro lugar pelos governantes atuais e futuros, para que, daqui a alguns anos, realmente tenhamos “o governo que merecemos”, porque essa máxima popular dói quando sabemos das falcatruas que sofrem nossos bolsos, nosso país.

Falando em educação, veja que o ambiente acolhedor de nossa própria casa é exemplo de como cada cômodo pode ter mais de uma função além daquele que lhe designa. Funções específicas, mas não únicas, como o quarto, que pode ser de descanso, de intimidade, de prazer, de estudo; a cozinha, lugar de refeições, de reunir amigos, de bate-papo, de descobrimentos e de experiências. A biblioteca na escola também tem vários papéis que não somente armazenar livros. É o lugar onde podemos aprender a usar a informação, descobrir o prazer da leitura, ter acesso e fazer ligações entre vários tipos de texto, construir conhecimento, interagir com os pares, porque o estudante tem a necessidade de partilhar – isso é característica dessa nova sociedade da informação –, alunos munidos de competência informacional, construindo cidadania, utilizando novas tecnologias.

É sabido que a forma lúdica, a oralidade, o exemplo, o prazer, a disponibilidade, a empatia devem fazer parte do clima da biblioteca escolar, não apenas para saber usá-la, não apenas para gostar de livros, nem para tornar-se mais culto, mas competência e habilidade para ser cidadão, ser autônomo, ser crítico, saber onde buscar conhecimento para a vida. Howard Gardner, o criador da teoria das inteligências múltiplas, complementa nosso pensamento quando diz em um de seus livros: “Quero que meus filhos entendam o mundo, mas não apenas porque o mundo é fascinante e a mente humana curiosa. Quero que eles compreendam o mundo para fazer dele um lugar melhor.”

Quando é que o homem vai parar de fazer guerra (greves, badernas, provocações) para atingir seus objetivos? Acredito que, quando seu foco estiver direcionado para a finalidade certa, quando suas estratégias não dependerão apenas da lei do mais forte, mas da adaptação, da flexibilidade, da busca por resultados. Faço essa afirmação com o mesmo entusiasmo que Ziraldo fala em O livro dos não do menino maluquinho, sobre o cigarro: “Não fume. Mesmo porque, quando crescer ninguém vai fumar mais”. Veja a legislação sobre os cigarros: o fumante hoje já não tem mais espaço de convivência.

A biblioteca escolar utilizada como centro cultural, estação do conhecimento, articuladora do processo de educação-cultura, avançará no processo ensino-aprendizagem. Ela pode ser a ponte entre esse ambiente de aprendizagem e o mundo externo. Na criança pequena isso é visível a todo momento, principalmente quando ela aprende/descobre de forma prazerosa e lúdica sobre os fatos da vida; parafraseia autores em suas falas, aplicando-os com sabedoria no seu cotidiano; quando escolhe um livro pensando em quem vai recebê-lo e como seu conteúdo será recebido; quando faz questão de ler pra alguém, de partilhar; quando deseja presentear com livros; quando escolhe um almanaque no lugar de um brinquedo para levar para a escola no “dia do brinquedo”; quando leva a revistinha em quadrinhos para festa de aniversário e quer ler para as outras crianças.

Imagine o resultado quando essa criança se tornar um adulto. Escolha profissional, equilíbrio na vida, no trabalho, o encontro do prazer em pequenas atitudes, a cidadania, a qualidade de vida, a escolha certa e o acompanhamento de quem mereceu o seu voto, a cobrança pelos resultados. Fruto da educação de qualidade exigida pela sociedade. Esse é o resultado que queremos e que está na hora de exigir!”
(ANA PAULA DE REZENDE, Bibliotecária, especialista em gestão estratégica da informação pela UFMG, em artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 21 de fevereiro de 2012, Caderno OPINIÃO, página 9).

Mais uma IMPORTANTE, PEDAGÓGICA e OPORTUNA contribuição para o nosso trabalho de MOBILIZAÇÃO PARA A CIDADANIA E QUALIDADE vem de artigo publicado na Revista VEJA, edição 2257 – ano 45 – nº 8, de 22 de fevereiro de 2012, páginas 78 e 79, de autoria de GUSTAVO IOSCHPE, que é economista, e que merece igualmente INTEGRAL transcrição:

“O ensino superior do futuro

Há uns anos, fui dar uma palestra em uma universidade privada. Perguntei ao diretor qual era o maior desafio deles. Imaginei que ele fosse me dizer que eram outras universidades semelhantes, ou a universidade pública, mas não: “O que nos atrapalha é esse pessoal que engana os alunos dizendo que curso de dois anos é ensino superior”. Eis um bom retrato do nosso ensino superior: não só pequeno como atrasado. Hoje, nosso primeiro problema é termos uma taxa de matrícula de 22%, entre um terço e um quarto da dos países desenvolvidos, metade da de países como Chile, Venezuela e Peru e abaixo da de todos os Brics, exceto a Índia.

A principal explicação para esse acanhamento no ensino superior é a falência da nossa educação básica. Mas, de algum dia consertarmos esse problema (crença que se aproxima cada vez mais do dito sobre o segundo casamento: é o triunfo da esperança sobre a experiência), nossos graduandos se defrontarão com um modelo de ensino superior defasado. Esse não é um problema só brasileiro. No começo do ano participei de um seminário sobre ensino superior em países em desenvolvimento na Universidade de Oxford, e o que se discutiu lá, mais aquilo que já vem sendo pensado aqui, nos permite ter uma ideia de como será o ensino superior da próxima geração. Eis os horizontes mais relevantes (agradeço a Jamil Salmi, até recentemente líder da área de ensino superior do Banco Mundial, por muitos dos exemplos abaixo).

FLEXIBILIDADE – Durante séculos, o ensino superior foi algo que acontecia em universidades, em cursos de quatro anos, preparando o aluno para uma carreira específica. No futuro, o ensino se dará em universidades, em escolas técnicas e em outros formatos que ainda não conhecemos que permitam o lifelong learning, o aprendizado ao longo da vida. Os cursos poderão ser presenciais ou on-line. Mais frequentemente, serão das duas formas. Terão dois, três ou quatro anos de duração. Tratarão de várias áreas do conhecimento, e estarão mais preocupados em ensinar a pensar do que em transmitir conhecimentos e habilidades específicos, pois a obsolescência do saber será ainda maior do que é hoje.

MENOR DURAÇÃO – O Brasil tem três tipos de formação: bacharelado, licenciatura e curso de tecnólogo. Esse último dura entre dois ou três anos, focado no desenvolvimento de uma competência profissional específica, normalmente para cargos de salário médio. No Brasil, só 10% das matrículas em cursos presenciais está nesse tipo de curso. Na China, é mais da metade. Nos países desenvolvidos (OCDE), é um terço (dados disponíveis em twitter.com/gioschpe). Em vez de ser percebido como a melhor alternativa para a pessoa que busca um diferencial rápido e eficaz no mercado de trabalho, o curso de tecnólogo ainda é erroneamente visto como um “primo pobre” do ensino “de verdade”.

LAÇOS COM O ENSINO BÁSICO – Nas últimas décadas, o ensino superior se massificou e deselitizou (o Brasil ainda chegará lá), e o ritmo de inovação no mercado de trabalho fez com que um diploma de uma boa universidade não fosse mais suficiente para uma carreira cada vez mais longa. Assim, a distinção entre educação básica e superior vai ter cada vez menos sentido. Ambas estarão dentro de um contínuo, que começa na pré-escola e só termina com a morte. Na Alemanha, as faculdades de engenharia e escolas politécnicas já estão em contato com jardins de infância para atrair futuros bons engenheiros. No Brasil, teremos um problema adicional a resolver: as áreas de licenciatura e pedagogia, hoje patinhos feios da academia, terão de ganhar em importância e prestígio. As universidades terão de entender que sem um aluno bem formado no ensino básico não conseguirão fazer o seu trabalho com qualidade.

TECNOLOGIA – No Brasil, só reconhecemos diplomas de instituições brasileiras, mas certamente em breve validaremos o ensino dado nas melhores universidades do mundo. Hoje já é possível assistir, on-line e sem custo, a aulas de instituições como o MIT e Stanford. Nos EUA, um sexto das matrículas do ensino superior já é feito em cursos on-line. O Brasil está chegando bem perto, com uma em cada sete, depois de uma explosão que levou o número de matriculados de 200 000, em 2006, para 930 000, em 2010. Stanford, Purdue e Duke são universidades que já gravam todos os seus cursos, para que os alunos possam baixá-los e rever as aulas quantas vezes quiserem. Há algumas semanas, a Apple lançou uma plataforma de venda de livros didáticos para o iPad. Além do texto, tem vídeos, animações, lugar para resumos. Em breve, serão compartilháveis.

DESABOU A TORRE DE MARFIM – À medida que o ensino superior se massifica, desaparece a noção da academia como instituição alheia (e superior) ao mundo “real”. Haverá cada vez mais forte competição entre instituições pelo aluno, o que faz com que as universidades precisem se desdobrar para atender às demandas dos alunos e de seus futuros empregadores. A Universidade do Sul da Flórida dá uma garantia a seus alunos de engenharia: se, durante seus cinco primeiros anos no mercado de emprego, eles sentirem a necessidade de competências que não aprenderam na faculdade, podem voltar a aprendê-las de graça.

CURRÍCULO – Oscar Wilde (1854-1900) escreveu que nada vale que vale a pena saber pode ser ensinado. O desafio das universidades do futuro será ensinar apenas aquilo que vale a pena saber, o que demandará novos currículos e nova didática. Um exemplo é o Olin College of Engineering, nos EUA. O ensino é centrado na resolução de problemas, sempre em equipes. Não há departamentos acadêmicos e os professores não recebem cátedra. O currículo é baseado em um triângulo entre engenharia (o projeto é exeqüível?), empreendedorismo (é viável?) e humanas (é desejável?).

INTERDISCIPLINARIDADE – Os problemas do mundo real são complexos e não respeitam fronteiras departamentais. A universidade do futuro terá de respeitar essa realidade. Todo aluno de graduação nos EUA passa por todas as grandes áreas do saber. Só no início do terceiro ano é que ele precisará decidir qual será a sua “major”, a área em que vai se diplomar. Antes disso, o futuro cientista estuda sociologia e o historiador estuda matemática. A especialização virá mesmo só na pós-graduação. Algumas universidades federais no Brasil tomaram a iniciativa de criar um “bacharelado interdisciplinar”. É um bom começo, ainda que a iniciativa seja limitada pelo fato de que o aluno estuda apenas umas de quatro grandes áreas (artes, humanidades, saúde e ciência e tecnologia).

NADA É DE GRAÇA – Um sistema educacional que matricule perto de 100% dos jovens (EUA, Finlândia e Coreia do Sul já estão chegando perto disso) é caro. Não é possível estender esse benefício a número tão grande de alunos e esperar que os contribuintes paguem a conta. Com exceção do México, República Checa e países escandinavos, todos os países da OCDE cobram mensalidades de seus alunos em universidades públicas. Passaremos por mais algumas invasões de reitorias, mas chegaremos lá.

P.S. – O artigo do mês passado, sobre o fechamento de vagas em universidades de “má qualidade”, suscitou algumas respostas curiosas. Uma delas, de um médico que concordava que não se deviam fechar vagas em nenhum curso – exceto medicina. Pois haveria médicos suficientes para atender à população. Infelizmente, não é verdade. Há 1,87 médico por grupo de 1 000 habitantes no Brasil. Nos países da OCDE, esse número é de 3,32 – 78% mais, portanto. No Uruguai, é de 4,18. Para chegarmos a média da OCDE, precisaríamos de 643 000 médicos, ou 277 000 mais do que temos hoje em atividade no país.”

Eis, portanto, mais páginas contendo IMPORTANTES, PEDAGÓGICAS e OPORTUNAS abordagens e REFLEXÕES que acenam, em meio à MAIOR crise de LIDERANÇA – que é de moral, de caráter –, para a IMPERIOSA e URGENTE necessidade de PROFUNDAS TRANSFORMAÇÕES em nossas estruturas EDUCACIONAIS, GOVERNAMENTAIS, POLÍTICAS, SOCIAIS, CULTURAIS, ECONÔMICAS, FINANCEIRAS e AMBIENTAIS, de modo a promovermos a inserção do PAÍS no concerto das POTÊNCIAS mundiais LIVRES, SOBERANAS, DEMOCRÁTICAS, DESENVOLVIDAS e SUSTENTAVELMENTE DESENVOLVIDAS...

Assim, URGE a efetiva PROBLEMATIZAÇÃO de questões deveras CRUCIAIS como:

a) a EDUCAÇÃO – UNIVERSAL e de QUALIDADE, desde a EDUCAÇÃO INFANTIL (0 a 3 anos, em creches; 4 e 5 anos, em pré-escolas) até a PÓS-GRADUAÇÃO (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como PRIORIDADE ABSOLUTA de nossas POLÍTICAS PÚBLICAS;

b) o COMBATE, implacável e sem TRÉGUA aos três dos nossos MAIORES e mais DEVASTADORES inimigos que são: I – a INFLAÇÃO, a exigir PERMANENTE e DIUTURNA vigilância, de forma a manter-se em patamares CIVILIZADOS; II – a CORRUPÇÃO, câncer que se espalha por TODAS as esferas da vida NACIONAL, gerando INCALCULÁVEIS prejuízos e comprometimentos de variada ordem; III – o DESPERDÍCIO, em TODAS as suas MODALIDADES, também a ocasionar INESTIMÁVEIS perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis;

c) a DÍVIDA PÚBLICA BRASILEIRA, com projeção para 2012, segundo o ORÇAMENTO GERAL DA UNIÃO, de ASTRONÔMICO e INTOLERÁVEL desembolso da ordem de R$ 1 TRILHÃO, a título de JUROS, ENCARGOS, AMORTIZAÇÃO e REFINANCIAMENTO, a exigir igualmente uma IMEDIATA, ABRANGENTE, QUALIFICADA e eficaz AUDITORIA...

Isto posto, torna-se absolutamente INÚTIL lamentarmos a FALTA de RECURSOS diante de tanta SANGRIA, que MINA a nossa ECONOMIA e a nossa capacidade de INVESTIMENTO e de POUPANÇA e, mais GRAVE ainda, afeta a CONFIANÇA em nossas INSTITUIÇÕES, embaçando o AMOR à PÁTRIA, ao lado de extremas NECESSIDADES, CARÊNCIAS e DEFICIÊNCIAS. A Campanha da FRATERNIDADE de 2012 torna visível e CLAMA pelas CHAGAS da SAÚDE PÚBLICA...

Sabemos, e bem, que são GIGANTESCOS DESAFIOS mas que, de forma alguma, ABATEM o nosso ÂNIMO nem ARREFECEM o nosso ENTUSIASMO e OTIMISMO nesta grande CRUZADA NACIONAL pela CIDADANIA e QUALIDADE, visando à construção de uma NAÇÃO verdadeiramente JUSTA, ÉTICA, EDUCADA, SAUDÁVEL, QUALIFICADA, LIVRE, SOBERANA, DEMOCRÁTICA, DESENVOLVIDA e SOLIDÁRIA, que permita a PARTILHA de suas EXTRAORDINÁRIAS RIQUEZAS, OPORTUNIDADES e POTENCIALIDADES com TODOS os BRASILEIROS e com TODAS as BRASILEIRAS, especialmente no horizonte de INVESTIMENTOS BILIONÁRIOS previstos e que contemplam EVENTOS como: a CONFERÊNCIA DAS NAÇÕES UNIDAS SOBRE O DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL E MUDANÇAS CLIMÁTICAS (RIO+20) em junho; a 27ª JORNADA MUNDIAL DA JUVENTUDE no RIO DE JANEIRO em 2013; a COPA DAS CONFEDERAÇÕES de 2013; a COPA DO MUNDO de 2014; a OLIMPÍADA de 2016; as OBRAS do PAC e os projetos do PRÉ-SAL, segundo as exigências do SÉCULO 21, da era da GLOBALIZAÇÃO, da INTERNACIONALIZAÇÃO das EMPRESAS, da INFORMAÇÃO, do CONHECIMENTO, da INOVAÇÃO, das NOVAS TECNOLOGIAS, da SUSTENTABILIDADE e de um POSSÍVEL e NOVO mundo da JUSTIÇA, da PAZ, da IGUALDADE – e com EQUIDADE –, e da FRATERNIDADE UNIVERSAL...

Este é o nosso SONHO, o nosso AMOR, a nossa LUTA, a nossa FÉ e a nossa ESPERANÇA!...

O BRASIL TEM JEITO!...