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segunda-feira, 1 de junho de 2020

A EXCELÊNCIA EDUCACIONAL, AS EXIGÊNCIAS E LUZES DA QUALIFICAÇÃO DAS LIDERANÇAS E A CLARIVIDÊNCIA DA GRATUIDADE NA TRAVESSIA DAS PANDEMIAS NA SUSTENTABILIDADE (43/127)


(Junho = 43; faltam 127 meses para a Primavera Brasileira)

“Liderança em tempos de crise
        Atravessamos um momento profundamente difícil e ainda não temos a real dimensão da crise na qual o mundo mergulhou por conta da pandemia do novo coronavírus. Mas sabemos que, além do aspecto humanitário, com milhares de mortos e milhões de infectados, se a Covid-19 não for devidamente controlada no segundo semestre, poderá ser desencadeada a maior recessão mundial já experimentada desde a Grande Depressão de 1929, com efeitos ainda mais perversos sobre as economias em desenvolvimento.
         Neste ambiente extremamente desafiador, as lideranças desempenham um papel ainda mais fundamental. Seja no campo empresarial, político ou da sociedade civil, o líder é o responsável por formatar as equipes de gestão de crise, garantir a coesão das ações, dar velocidade ao que foi planejado e, em última instância, tomar as decisões mais difíceis e assumir a responsabilidade pelos resultados.
         Traçando um paralelo com o esporte, o líder é um técnico que precisa gerar confiança e senso de time, olhar adiante e fazer escolhas que aumentem as chances de vitória. Isso implica em manter a disciplina e o foco da equipe, ainda que em um cenário com alto nível de ansiedade e apreensão. Cabe ao líder engajar o time e torná-lo parte da solução do problema. Afinal, não se vence uma crise sozinho.
         Localmente, é hora de as lideranças empresariais agirem para proteger e amparar as comunidades que as cercam, com foco nos grupos mais vulneráveis. A boa notícia é que o conjunto de iniciativas voluntárias das empresas em todo o país já representa um pilar importante de reação à doença, em apoio aos poderes públicos e aos serviços de saúde.
         A turbulência desencadeada pela Covid-19 deixou o mundo em suspenso e perplexo. Apesar dos graves problemas que estamos enfrentando e ainda vamos enfrentar, surge a chance de repensarmos os nossos modelos de vida e de trabalho., as nossas relações interpessoais e como a sociedade está estruturada. A palavra da vez é “adaptação”. Toda crise gera oportunidades, e não podemos sair dessa iguais a como entramos.
         Nossos modelos de negócios e as conexões econômicas globais também não serão mais os mesmos. A pandemia criou novas necessidades, possibilidades e, consequentemente, desafios. O líder deve enxergar além, antecipando-se aos novos padrões que se estabelecerão pós-pandemia.
         Já enfrentamos outras crises no passado e estamos confiantes na superação de mais este desafio. Juntos, com espírito de equipe, construiremos a retomada do crescimento que o futuro espera.”.

(Jefferson de Paula. CEO da ArcelorMittal Aços Longos Latam, em artigo publicado no jornal O TEMPO Belo Horizonte, edição de 26 de maio de 2020, caderno OPINIÃO, página 17).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de artigo publicado no site www.domtotal.com, edição de 29 de maio de 2020, de autoria de DOM WALMOR OLIVEIRA DE AZEVEDO, arcebispo metropolitano de Belo Horizonte e presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), e que merece igualmente integral transcrição:

“Reaprender a gratuidade
        ‘De graça recebestes, de graça deveis dar’, eis a recomendação do Mestre Jesus, dirigindo-se a seus discípulos, pouco antes de enviá-los em missão. Uma exortação com força de interpelação, remetendo às lições do Sermão da Montanha, compartilhadas com maestria por Jesus Cristo. A gratuidade é, pois, virtude essencial. Mas muitos vão considerar atitude inusitada incluí-la nos protocolos de providências e recomendações para este momento pandêmico. Provocará questionamento dos que calculam valores e resultados a partir de dividendos a serem recebidos, de quem só quer ampliar, sempre mais, a própria lista de itens a serem consumidos. Reconhecer a importante da gratuidade parece também algo distante de ambientes do poder marcados pela dinâmica do “toma lá dá cá”. Pode, ainda, ser considerado tema secundário quando são exigidas urgentes soluções sanitárias e econômicas para enfrentar este momento de pandemia. Mas a ausência da gratuidade acirra violências, impede o surgimento de um novo ciclo para a humanidade.
         Contata-se o grave distanciamento da sociedade atual das atitudes orientadas pela gratuidade quando se verifica, por exemplo, a crescente disseminação de notícias falsas. Mentiras elaboradas e propagadas em larga escala para fragilizar instituições, desmoralizar pessoas e incitar o ódio e, assim, de modo imoral, gerar algum ganho pessoal aos seus disseminadores. Até discursos sobre o ciclo novo a ser vivido pela humanidade, capaz de livrá-la do caos, reservam espaço minúsculo ao tema da gratuidade. Mas essa virtude, de caráter espiritual e humanitário, é determinante. Contém as propriedades para recuperar o altruísmo que ilumina olhares e fecunda a inteligência possibilitando mais assertividade na tarefa de repensar os caminhos da humanidade.
         Embora importante, a dinâmica da gratuidade ausentou-se, velozmente, do cotidiano. Deixou de ser fermento no coração humano. Chegou-se ao extremo de até se pensar que gratuidade seja sinônimo de ingenuidade ou falta de esperteza. Equivocadamente, passou-se a considerar como “virtude” o que se opõe à gratuidade: conseguir manipular tudo em troca de algum ganho pessoal. Essa perspectiva egoísta é permissiva até com a distorção de fundamentos sociais, políticos, jurídicos, religiosos e culturais para se conquistar benesses, vantagens, dinheiro. A raiz dos venenos que corroem o sentido da gratuidade merece ser estudada e conhecida para, assim, ser devidamente combatida, pois essa virtude é indispensável à vida cotidiana – a gratuidade gera equilíbrio. Sua ausência alimenta patologias, a exemplo das mentes dominadas por processos sedutores e hegemônicos que levam ao consumo sem limites.
         Impressiona o domínio do egoísmo na configuração de hábitos da civilização contemporânea. As relações são orientadas e estabelecidas a partir de um jogo de interesses – circunstâncias, situações e pessoas são reduzidas a instrumentos para se alcançar o que se quer. Um sintoma dessa situação: filhos que não conseguem cuidar de seus pais idosos e dependentes porque querem permanecer em situação de conforto. Falta-se a virtude da gratuidade, imprescindível para que uma pessoa seja capaz de cuidar, sem nada receber. Não conseguem amparar até mesmo quem sempre lhes dedicou especial cuidado. Da mesma forma, falta gratuidade em muitas relações de pessoas que se dizem amigas. E a amizade sem gratuidade é incapaz de inspirar palavras certas, necessárias, com força para devolver alento, sustentar interioridades, no contexto relacional. Sem gratuidade, não se enxerga o essencial nos vínculos fraternos, pois as atitudes deixam de ser orientadas pelos princípios da fidelidade e da generosidade.
         A ausência da gratuidade configura-se em desafio também na relação do ser humano com o meio ambiente, o que se comprova nas atitudes que depredam a Casa Comum. Os resultados são esgotamentos da natureza, que reage agressivamente. A natureza é comprovadamente pródiga, compartilha seus bens, mas requer que a humanidade reconheça: tudo está interligado. Exemplo criminoso da falta desse reconhecimento é a mineração que se coloca no horizonte hermético das lógicas do lucro e da idolatria do dinheiro. Historicamente, esse tipo de empreendimento oferece uma lista menor de benefícios diante do muito que extrai da natureza, provocando tragédias, cenários desoladores, empobrecimentos.
         Uma conclusão precisa ser alcançada: sem reaprender o sentido da gratuidade a humanidade avançará nos seus adoecimentos pandêmicos gravíssimos, comprovando que não adiante os “bolsos cheios” de alguns enquanto a grande maioria vive na miséria. Esse cenário leva ao fracasso humanitário – é receita homicida. Gratuidade é exigência na pauta das aprendizagens necessárias à construção urgente de um novo tempo. Nesse horizonte educativo fundamental, torna-se importante recorrer à maestria de Jesus, de modo especial aos seus ensinamentos reunidos no Sermão da Montanha, narrado pelo evangelista Mateus, capítulos quinto ao sétimo. O Sermão da Montanha apresenta dinâmicas que podem levar mentes e corações a redescobrirem riquezas indispensáveis. Entre as preciosidades está o remédio eficaz no combate ao adoecimento da humanidade: reaprender a gratuidade.”.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, justas, educadas, qualificadas, civilizadas, soberanas, democráticas, republicanas, solidárias e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:
a)     a excelência educacional – pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas, gerando o pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional (enfim, 130 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade...);
b)    o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em março a estratosférica marca de 326,4% nos últimos  doze meses, e a taxa de juros do cheque especial chegou ainda em históricos 130,0%; e já o IPCA, em abril, também no acumulado dos últimos doze meses, chegou a 2,40%); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade    “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis e irreversíveis prejuízos, perdas e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 518 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, à falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;
c)     a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2020, apenas segundo o Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1,651 trilhão (44,79%), a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão de R$ 1,004 trilhão), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega, do direito e da justiça:
- pagar, sim, até o último centavo;
- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente, competente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”).

Destarte, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela excelência educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, solidária e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo do direito, da justiça, da verdade, do diálogo, da liberdade, da paz, da solidariedade, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”
58 anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2019)

- Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...
- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas ...
- Por uma Nova Política Brasileira ...
- Pela excelência na Gestão Pública ...
- Pelo fortalecimento da cultura da sustentabilidade, em suas três dimensões nucleares do desenvolvimento integral: econômico; social, com promoção humana, e, ambiental, com proteção e preservação dos nossos recursos naturais ...
- A alegria da vocação ...  

Afinal, o Brasil é uma águia pequena que já ganhou asas e, para voar, precisa tão somente de visão olímpica e de coragem! ...        

E P Í L O G O

CLAMOR E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO

“Oh! Deus, Criador, Legislador e Libertador, fonte de infinita misericórdia!
Senhor, que não fique, e não está ficando, pedra sobre pedra
Dos impérios edificados com os ganhos espúrios, ilegais, injustos e
Frutos da corrupção, do saque, da rapina e da dilapidação do
Nosso patrimônio público.
Patrimônio esse construído com o
Sangue, suor e lágrima,
Trabalho, honra e dignidade do povo brasileiro!
Senhor, que seja assim! Eternamente!”.




sábado, 22 de fevereiro de 2020

A EXCELÊNCIA EDUCACIONAL, AS URGÊNCIAS E EXIGÊNCIAS TRANSFORMADORAS DO ENSINO E O PODER DOS SONHOS E QUALIFICAÇÃO ÉTICA DA SOCIEDADE NA SUSTENTABILIDADE


“Por uma educação pública de qualidade
        Os desafios da educação brasileira são muitos, e a desigualdade social nesse setor é cada vez maior. Promessas de melhorias de qualidade encabeçam as propostas de candidatos a governos, mas nada de concreto ocorre até hoje.
         De acordo com Priscila Cruz, presidente do movimento “Todos pela Educação”, não existe a menor possibilidade de o Brasil crescer e se desenvolver se não resolver a questão da educação pública.
         Outros especialistas em educação, como o professor Cláudio Moura e Castro, têm abordado exaustivamente o tema, alertando os governos do baixo nível da educação pública.
         Por outro lado, a Constituição Federal e a Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB) estabelecem as responsabilidades dos governos federal, estaduais e municipais quanto ao papel de cada ente público.
         A Constituição Federal, em seu artigo 206, item VI, garante o ensino de qualidade para todos. Como oferecer e garantir a qualidade na educação? Essa questão não fica clara e vem gerando muitas dúvidas entre os envolvidos.
         No Estado de Minas Gerais, por exemplo, segundo consta, a Secretaria da Educação é responsável pelo ensino médio, cabendo à Secretaria de Ciências e Tecnologia cuidar da educação superior, do ensino técnico e do profissionalizante.
         Mas o que ocorre na realidade é que muitos municípios, que teriam que direcionar seus recursos para a educação básica, são levados a atender o ensino médio, sob pena de terem seus jovens alijados das escolas, já que faltam vagas no sistema.
         E se o município tivesse sob sua responsabilidade a gestão administrativa, financeira e pedagógica das escolas, assim como já ocorre em maior escala com o ensino infantil?
         Acredito que, no médio e longo prazos, a qualidade da educação possa apresentar uma melhoria, uma vez que esses recursos, com uma fiscalização competente, seriam canalizados para atender a demanda e os anseios da população local.
         O governo não consegue atender a demanda crescente da população por uma educação de qualidade, e faltam vagas principalmente naquelas escolas tidas como de excelência.
         Neste ano, por exemplo, vimos longas filas de pais para conseguir matricular seus filhos.
         Assim como nos tornamos intolerantes com relação à inflação alta e à corrupção, temos de ser intolerantes também com a baixa qualidade da educação no Brasil. Existem algumas ilhas, como escolas particulares e algumas universidades públicas, que oferecem um ensino de qualidade, mas grande maioria fica alijada desse processo.
         Haverá eleições municipais neste ano e, daqui a dois anos, eleições para presidente da República, governadores, senadores e deputados federais e estaduais.
         Por isso, esse é o momento de cobrarmos compromissos de mudanças, fazendo pressão sobre os atuais e futuros governantes e parlamentares.
         Com empenho de todos, considero plausível reverter o quadro caótico do ensino público de hoje. A educação neste país não pode e nem merece ser tratada como um investimento supérfluo e sem retorno.”.

(Sebastião Alvino Colomarte. Diretor-presidente do Centro de Integração Empresa-Escola de Minas Gerais (CIEE/MG), em artigo publicado no jornal O TEMPO Belo Horizonte, edição de 22 de fevereiro de 2020, caderno OPINIÃO, página 18).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de artigo publicado no site www.domtotal.com, edição de 21 de fevereiro de 2020, de autoria de DOM WALMOR OLIVEIRA DE AZEVEDO, arcebispo metropolitano de Belo Horizonte e presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), e que merece igualmente integral transcrição:

“Sonhos e resistências
        O papa Francisco, ao compartilhar seus quatro sonhos – social, cultural, ecológico e eclesial –, convida todos – Igreja e sociedade – a sonharem juntos, embora haja quem permaneça entrincheirado nas resistências. Alguns fazem parte da Igreja, sem se dar conta da viragem civilizatória que está ocorrendo em todo o mundo. Dentro dessas transformações em curso uma situação é preocupante: o fenômeno de um cristianismo torto, que se expande e se mistura com projetos políticos de poder, numa perigosa simbiose de interesses político-partidários, que envolve discursos e práticas mais ligados às manipulações do que à espiritualidade capaz de gerar mudanças a partir dos valores do evangelho. Todo esse fenômeno religioso-cultural, no Brasil, é emoldurado e alimentado pela condição viciada da política, suas instituições enfraquecidas, suas lideranças incapazes de sinalizar e encontrar novos rumos. Nesse descompasso se inscreve a pouca maturidade político-civilizatória da sociedade brasileira que, facilmente, trata líderes políticos como se fossem ídolos do mundo do esporte.
         O convite aos quatro sonhos do papa Francisco é um remédio – jamais uma alienação e menos ainda uma iconoclastia, na contramão de princípios irrenunciáveis da rica tradição da Igreja Católica que tem marcado mundo afora, de modo positivo, há mais de dois mil anos, diferentes culturas, a partir de um diálogo que merece reverências e reconhecimentos. São incontestáveis a força e a riqueza da tradição cristã-católica na confecção do tecido cultual brasileiro. Tecido que sofre, na contemporaneidade, com a perda de suas raízes e, consequentemente, corre o risco de um colapso, provocado por efervescências religiosas que parecem portar a bandeira do cristianismo, mas se misturam com projeto de poder político. Uma realidade que requer posicionamentos assertivos, incidentes. E o convite a sonhar, feito pelo papa Francisco, na sua exortação depois do Sínodo da Amazônia, “Querida Amazônia”, é indicação sábia e luminosa desse caminho que precisa ser percorrido. Sem trilhá-lo, poderá se chegar a uma situação irreversível de prejuízos, manipulações e tortuosidade religiosa.
         As resistências que atingem as instâncias da Igreja, particular e injustamente ao papa Francisco, é “fogo amigo”, uma condição kamikaze dos que se dedicam aos ataques, por não perceberem que caminham na direção da derrota. Com os balizamentos preciosos dos quatro sonhos do papa Francisco, a sociedade brasileira precisa de uma contrarreação profética, qualificada e com força para reverter suas muitas situações preocupantes. O momento exige o cultivo do sentido de pertença para que, internamente, se corrija o que precisa ser reparado, livrando-se de estreitamentos próprios dos que se dedicam a agir como inimigos. Assim a sociedade brasileira pode ser salva das garras de um cristianismo tomado como prática religiosa obscurantista, atentado contra o patrimônio cultural, alinhado a interesses que buscam se disfarçar com a linguagem de milagre e de aceitação da pessoa de Jesus Cristo. A distância dos mais pobres, a falta de garra na luta pela transformação social e política, a carência de autenticidade no exercício de desempenhos comprova que esses interesses se apropriam da fé apenas para se camuflar.
         Não é, absolutamente, hora de praticar resistências demolidoras internas figadais, injustas e comprovadamente por interpretações de fatos e atos a partir de critérios distanciados do evangelho. Da Igreja Católica, requer-se uma contrarreação cristã, não por se impressionar com porcentagens estatísticas, mas em razão da fidelidade à vivência autêntica do evangelho de Jesus Cristo, para promover a vida – dom frequentemente negociado por quem desconsidera o seu real valor – e pela consciente tarefa de não deixar a nação sucumbir-se na mistura entre religiosidade e política, interesses de poder em contraposição ao bem comum.
         A sociedade brasileira está enterrada numa intrincada complexidade, agravada pelas colisões, pelo esvaziamento de uma diplomacia assentada em valores humanísticos. Isso atrasa e inviabiliza o encontro de respostas para os problemas atuais. Assiste-se a uma ameaçadora adesão aos interesses que colidem com o sonho social do papa Francisco, o que retarda mais o surgimento de uma economia capaz de combater exclusões sociais perversas, eliminar dinâmicas consumistas e imediatistas que esfacelam as raízes da ecologia integral é o único caminho para se conquistar a justiça.
         O sonho eclesial do papa Francisco não pode se tornar razão de resistências, poucos inteligentes. Urgente é encontrar caminhos novos, partir das indicações do papa e do comprometido empenho de todos os cristãos católicos, com a força da palavra de Deus, com a rica tradição da Igreja e suas práticas milenares, convincentes, dedicadas à caridade, incluindo o investimento na sua rede de comunidades. De maneira profética, é possível contribuir para livrar a sociedade brasileira de maiores e deletérios fracassos políticos, para conduzir o país rumo à novidade que todos almejam, com a luminosidade do que é antigo, mas, ao mesmo tempo, sempre novo: a fé cristã católica. Em lugar de resistências, desdobradas em ataques, todos devem sonhar, remédio para curar, transformar e edificar uma sociedade justa e solidária – buscar um genuíno compromisso com o anúncio do reino de Deus.”.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, justas, educadas, qualificadas, civilizadas, soberanas, democráticas, republicanas, solidárias e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:
a)     a excelência educacional – pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas, gerando o pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional (enfim, 130 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade...);
b)    o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em dezembro a ainda estratosférica marca de 318,85% nos últimos  doze meses, e a taxa de juros do cheque especial chegou em históricos 302,48%; e já o IPCA, em janeiro, também no acumulado dos últimos doze meses, chegou a 4,19%); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade    “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis e irreversíveis prejuízos, perdas e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 518 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, à falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;
c)     a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2020, apenas segundo o Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1,651 trilhão (44,79%), a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão de R$ 1,004 trilhão), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega, do direito e da justiça:
- pagar, sim, até o último centavo;
- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente, competente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”).

Destarte, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela excelência educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, solidária e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo do direito, da justiça, da verdade, do diálogo, da liberdade, da paz, da solidariedade, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...
Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”
58 anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2019)

- Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...
- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas ...
- Por uma Nova Política Brasileira ...
- Pela excelência na Gestão Pública ...
- Pelo fortalecimento da cultura da sustentabilidade, em suas três dimensões nucleares do desenvolvimento integral: econômico; social, com promoção humana, e, ambiental, com proteção e preservação dos nossos recursos naturais ...
- A alegria da vocação ...  

Afinal, o Brasil é uma águia pequena que já ganhou asas e, para voar, precisa tão somente de visão olímpica e de coragem! ...        

E P Í L O G O

CLAMOR E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO

“Oh! Deus, Criador, Legislador e Libertador, fonte de infinita misericórdia!
Senhor, que não fique, e não está ficando, pedra sobre pedra
Dos impérios edificados com os ganhos espúrios, ilegais, injustos e
Frutos da corrupção, do saque, da rapina e da dilapidação do
Nosso patrimônio público.
Patrimônio esse construído com o
Sangue, suor e lágrima,
Trabalho, honra e dignidade do povo brasileiro!
Senhor, que seja assim! Eternamente!”.

                         

          


sexta-feira, 31 de janeiro de 2020

A EXCELÊNCIA EDUCACIONAL, AS LUZES DA CULTURA ORGANIZACIONAL NAS EMPRESAS E AS GRAVES EXIGÊNCIAS DA MODERNIDADE DAS ESCOLAS NA SUSTENTABILIDADE


“Importância da cultura organizacional nas empresas
        As transformações do século XXI, cada vez mais aceleradas e impactantes, têm pressionado as empresas a se adaptarem a novos cenários para se manterem competitivas e relevantes. Em busca de alcançar esses objetivos, novos modelos de organização interna, voltados para o crescimento da mentalidade de que o trabalho deve ser um local prazeroso e coeso, são colocados em prática.
         A principal forma de trabalhar os costumes é por meio da cultura organizacional, que consiste no conjunto de hábitos e valores que regem as ações do cotidiano. Ela funciona como uma diretriz para guiar o comportamento e a mentalidade dos colaboradores de uma empresa. Por se tratar de um conceito bastante abrangente, é preciso defini-lo. Para isso, é necessário reunir um sistema de valores compartilhados que orientem a rotina de todas as equipes, contendo normas, princípios e expectativas. O material criado precisa estar bem estabelecido e coerente com as atividades do dia a dia.
         Esses aspectos definidos são capazes de consolidar a instituição. Dessa forma, uma cultura organizacional forte e bem precisa consegue influenciar a forma como os profissionais se relacionam entre si e com os clientes, proporcionando um entendimento da personalidade da empresa, que qualifica uma identidade e o compartilhamento de seus valores. Isso fortalecerá a produtividade, o ambiente de trabalho e, por consequência, os resultados.
         O grande caso de sucesso de uma cultura corporativa bem trabalhada é da multinacional norte-americana Google. Uma das principais marcas do mundo atribui grande parte do seu sucesso ao desenvolvimento da gestão de seus colaboradores. Conhecida por ter uma atmosfera casual e democrática, o ambiente é aberto e propício para que os funcionários possam expressar suas opiniões e ideias, de forma a amenizar as relações de poder entre as hierarquias.
         A empresa aplica suas crenças e condutas desde o processo de contratação, no qual busca pessoas alinhadas com o discurso da companhia. Guiados pela inovação, os valores e as missões são claros e de conhecimento de todos, o que impulsiona a criação e a dá propósito ao trabalho. O jeito Google de ser criou uma identidade, que é exportada para seus clientes e induz a percepção que eles têm sobre a marca e reflete nos rendimentos.
         A criação e a implementação da cultura organizacional são essenciais para a construção de uma marca e de diretrizes para a rotina de trabalho. Para que esses valores funcionem, é importante que esteja bem difundido entre todos os colaboradores e que o discurso e a prática sejam coerentes. A cultura forte e bem-definida é capaz de estruturar a companhia, traçando o rumo e os objetivos que deseja alcançar, o que vai influenciar diretamente nos resultados.”.

(Matheus Vieira Campos. Coordenador regional da Câmara Americana de Comércio de Belo Horizonte (Amcham_BH), em artigo publicado no jornal O TEMPO Belo Horizonte, edição de 25 de janeiro de 2020, caderno OPINIÃO, página 13).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 18 de setembro de 2018, mesmo caderno, página 9, de autoria de EUDÁSIO CAVALCANTE MELO, professor, graduado em filosofia, pós-graduado em história, psicopedagogia, gestão educacional e mídias na educação, e que merece igualmente integral transcrição:

“Política, educação e modernidade
        Ao acompanharmos o desfecho de recentes acontecimentos na política nacional, fica evidente a pouca consciência política dos nossos representantes quanto à gestão pública, ou seja, uma política cristalizada em velhas ações e conceitos ultrapassados com relação às novas demandas da sociedade moderna.
         Pode parecer desalentador às pessoas que têm postura ética. Não é por acaso que a sociedade moderna está desnorteada, diante desse volume incontrolável de mudanças que a obriga a pensar e a construir novos paradigmas. E que a força a rever alguns conceitos e valores construídos ao longo desses últimos séculos, que deram sustentação a um modelo sóciopolítico e econômico que tem sofrido sérias rachaduras na sua estrutura vital.
         Quando falamos de mudanças na história, vêm logo à mente fatos importantes que deram rumos novos e significativos à vida das pessoas que compõem as diferentes culturas mundo afora. Mudanças provocadas em função das exigências circunstanciais de cada povo, ocorridas ora de forma pacífica, ora de forma violenta. O que nos leva a afirmar que as mudanças são necessidades inerentes à própria condição humana.
         Se retomarmos a história, na Grécia antiga, encontramos uma ideia de participação coletiva onde o homem era considerado como ser essencialmente político. Todas suas ações giravam em torno de um único interesse: o bem-estar e felicidade de um coletivo calcada numa prática sustentada por ações virtuosas, qual seja, a prática do bem. A democracia, neste modelo político grego, tinha como fundamento a ética.
         Transpondo esta ideia de democracia para nossa realidade moderna e contemporânea, não será difícil admitir e entender que vivemos numa sociedade bem mais complexa na sua constituição cultural. Mas, afinal, o que caracteriza a política, hoje? Nossa prática política é egocêntrica – uma política do eu para mim mesmo.
         Não podemos, porém, perder a esperança de sermos representados por pessoas dignamente políticas. Se isso se tornar realidade, poderemos, quem sabe, pensar num país cuja democracia seja diluída em possíveis promessas de oportunidade para todos, em que a qualidade de vida não se restrinja a uns poucos, mas que tenhamos uma população orgulhosa de viver neste Brasil. E que esse reflexo de bem-estar comece nas famílias, passe pelas escolas e se estenda a todos, em nome no interesse comum.
         Esse sonho se tornará realidade se construirmos uma consciência do nosso compromisso como cidadãos e cidadãs comprometidos com nossas escolhas vitais. Essa esperança e esse sonho passam pela educação. Assim podemos afirmar, porque uma das características do mundo contemporâneo é o dinamismo exigido na forma de interatividade. Estamos vivendo experiências novas a todo momento. E quando nos referimos ao novo como resultado da evolução e explosão tecnológica não podemos deixar de lado a escola como espaço que exige, de forma constante, práticas que atendam às necessidades, desafios e demandas que o mundo moderno contemporâneo nos impõe. Tudo em vista da formação do cidadão e da cidadã que carrega em si, potencialmente, o desejo de mudar e de ser diferente dentro de um universo escolar que insiste em não querer enxergar, muito menos construir perspectivas nesse sentido.
         Trazer a modernidade para as escolas não tem sido uma tarefa tão fácil, pois as mudanças que precisam ocorrer dentro das instituições escolares devem passar pelo crivo particular de cada pessoa que faz parte da comunidade escolar. Ou seja, a escola não muda se as pessoas que fazem parte dela não estiverem dispostas a mudar. Portanto, educar dentro desse novo olhar moderno e contemporâneo é, simplesmente, criar possibilidades, oferecendo, assim, condições aos alunos de se tornarem atores protagonistas da sua própria aprendizagem, com olhares atentos para um futuro calcado em bases sólidas e consistentes em experiências mais humanas.”.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, justas, educadas, qualificadas, civilizadas, soberanas, democráticas, republicanas, solidárias e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:
a)     a excelência educacional – pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas, gerando o pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional (enfim, 130 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade...);
b)    o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em dezembro a ainda estratosférica marca de 318,85% nos últimos  doze meses, e a taxa de juros do cheque especial chegou em históricos 302,48%; e já o IPCA, também no acumulado dos últimos doze meses, chegou a 4,31%); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade    “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis e irreversíveis prejuízos, perdas e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 518 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, à falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;
c)     a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2020, apenas segundo o Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1,651 trilhão (44,79%), a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão de R$ 1,004 trilhão), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega, do direito e da justiça:
- pagar, sim, até o último centavo;
- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente, competente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”).

Destarte, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela excelência educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, solidária e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo do direito, da justiça, da verdade, do diálogo, da liberdade, da paz, da solidariedade, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”
58 anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2019)

- Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...
- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas ...
- Por uma Nova Política Brasileira ...
- Pela excelência na Gestão Pública ...
- Pelo fortalecimento da cultura da sustentabilidade, em suas três dimensões nucleares do desenvolvimento integral: econômico; social, com promoção humana, e, ambiental, com proteção e preservação dos nossos recursos naturais ...
- A alegria da vocação ...  

Afinal, o Brasil é uma águia pequena que já ganhou asas e, para voar, precisa tão somente de visão olímpica e de coragem! ...        

E P Í L O G O

CLAMOR E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO

“Oh! Deus, Criador, Legislador e Libertador, fonte de infinita misericórdia!
Senhor, que não fique, e não está ficando, pedra sobre pedra
Dos impérios edificados com os ganhos espúrios, ilegais, injustos e
Frutos da corrupção, do saque, da rapina e da dilapidação do
Nosso patrimônio público.
Patrimônio esse construído com o
Sangue, suor e lágrima,
Trabalho, honra e dignidade do povo brasileiro!
Senhor, que seja assim! Eternamente!”.