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sexta-feira, 19 de abril de 2019

A EXCELÊNCIA EDUCACIONAL, A URGÊNCIA DA QUALIFICAÇÃO DIGITAL E AS LUZES DA MISERICÓRDIA NA SUSTENTABILIDADE


“Segurança da informação e a informática básica
        A quantidade de dispositivos conectados à internet aumenta a cada dia. Segundo o último relatório apresentado pela Cisco, a expectativa é que, em 2022, o Brasil tenha 742,2 milhões de aparelhos ligados à rede. São computadores, notebooks, celulares, tablets, videogames e até mesmo televisores. Uma gama de dados gerados que nos deixa vulneráveis nas redes. E é aí que entra a segurança da informação.
         A maioria dos ciberataques contam com a ingenuidade dos usuários. Essa falta de conhecimento facilita a ação de hackers e a proliferação de vírus nas máquinas. Por exemplo, grandes informações consideradas patrimônio de organizações vivem em constante zona de perigo dentro do ambiente virtual. Os ataques, normalmente, são feitos por e-mails e redes sociais, induzindo os usuários a executarem uma ação que pode parecer comum ao seu dia a dia, mas resulta em perda de dados, tempo, dinheiro e até mesmo em difamação e exposição – seja para um usuário doméstico ou empresarial.
         Confiabilidade, integridade, disponibilidade e autenticidade são propriedades consideradas básicas da segurança de informação, segundo a ISO/IEC 17.799, instaurada em 2005.
         Hoje, com a internet das coisas, vivemos conectados e isso mostra o quão vulneráveis ficamos. Em uma análise sobre a importância da segurança da informação nos últimos anos, é possível simplificar a visão sobre esse tema, tratando-o como parta da informática básica. Não é mais apenas sobre bits e bytes, sobre como formatar textos e planilhas, ligar e desligar computadores.
         Devemos aprender desde os primeiros contatos com o ambiente tecnológico que a segurança da informação faz parte de qualquer ação. É preciso educar os usuários no momento de introdução à TI, seja na escola, em casa ou em qualquer outro ambiente de aprendizado. Ensinar sobre privacidade, boas práticas de utilização e licenciamento é importante para que, lá na frente, o usuário não passe por situações que prejudiquem sua atuação e utilização da rede.
         A segurança da informação não é mais responsabilidade apenas de especialistas, analistas e profissionais da área de TI. Cada usuário é responsável pelos seus atos nesse mundo conectado. Não podemos somente depositar toda a confiança em sistemas operacionais considerados seguros para que guardem nossas informações importantes. É importante saber agir e, principalmente, prevenir.”.

(THIAGO MURARO DE ARAÚJO. Supervisor de suporte técnico no Instituto das Cidades Inteligentes, em artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 12 de abril de 2019, caderno OPINIÃO, página 7).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de artigo publicado no mesmo veículo, edição, caderno e página, de autoria de DOM WALMOR OLIVEIRA DE AZEVEDO, arcebispo metropolitano de Belo Horizonte, e que merece igualmente integral transcrição:

“Via da misericórdia
        A humanidade precisa ser banhada por um novo bálsamo – o bálsamo da misericórdia, que é muito antigo, mas sempre atual. Antigo por ter suas raízes plantas na eternidade. Novo e necessário porque a humanidade depende dessa fonte inesgotável, que é o amor de Deus. O rosto desse amor misericordioso está próximo de cada pessoa – é Jesus Cristo. Nele, o Filho de Deus, a misericórdia divina, se torna visível, mostrando que o seu Pai é o Pai de todos, Deus amor. Eis, pois, a direção que deve ser seguida pela humanidade, para encontrar novo rumo após tantos descasos com a vida e o planeta, a casa comum: a vida da misericórdia.
         Esse caminho está na contramão da perversidade e da indiferença. Envolvendo corações e mentes, esses males marcam os tempos atuais com os frutos da insanidade e da ignorância, insensíveis às muitas possibilidades para os avanços humanitários, sociais e políticos. A misericórdia é, assim, remédio indispensável, lição inigualável.
         Quando um coração é forjado pela misericórdia, torna-se base para uma mente límpida, orientada para a fraternidade solidária, repleta de uma luz que inspira a inteligência e a sabedoria, qualidades indispensáveis em qualquer momento da história. Afinal, a desastrosa percepção dos mais diferentes processos é um tipo de cegueira que causa confusões, leva a decisões equivocadas, à falta de senso crítico sobre as próprias atitudes.
         Percorrer a via da misericórdia é necessário treinamento para se conquistar a competente compreensão a respeito de si e do outro. Permite reconhecer a vida de cada pessoa como dom. É, pois, atitude fundamental para se administrar, com equilíbrio, a própria vida. Caminho que consolida a justiça, pois conduz ao compromisso com a verdade, o bem comum, a honestidade. Quem se aproxima do amor misericordioso de Deus, revelado em Jesus Cristo, desenvolve o gosto pela honestidade, não alimenta qualquer tipo de orgulho ou ilusória concepção sobre si.
         Sem a via da misericórdia, tudo se enfraquece. A religiosidade deixa de contribuir para que a sociedade alcance nova etapa de seu desenvolvimento. As famílias, que deveriam ser ambiente para muitos aprendizados, ficam desfiguradas. Buscar a misericórdia não é, pois, um passeio sem propósito. É experiência renovadora, a partir do encontro com Jesus Cristo, o rosto misericordioso de Deus-Pai. Um acontecimento capaz de corrigir muitos descompassos, a exemplo do costume de se alegrar, perversamente, com o fracasso dos outros. As lições de Jesus Cristo salvam a humanidade também de males que afligem a alma, tornando-a suscetível a sofridas depressões. Quem segue o Mestre, rosto da misericórdia divina, não desiste de viver, pois passa a reconhecer a própria existência como dom. Cultiva especial apreço à vida de todos, acima de qualquer interesse egoísta que possa levar a disputas insanas.
         Nesse horizonte, compreende-se a oportunidade singular oferecida na semana santa: buscar a misericórdia seguindo os passos do Mestre, na sua paixão, morte e ressurreição, a partir das celebrações e da escuta da palavra de Deus. A semana santa condensa lições essenciais que, se aprendidas por todos, permitem o surgimento de uma humanidade nova, solidária. Jesus é  único e seus ensinamentos são a verdadeira sabedoria. Todos aproveitem a chance de fixar o olhar em Cristo, para percorrer com Ele a via da misericórdia. Assim, cada pessoa tem a oportunidade de unir-se a Deus, abrir o próprio coração para o amor, que transforma, produz sabedoria, permite discernimentos e escolhas acertadas.
         Os atos de Jesus são permeados de compaixão, que não pode ser confundida com fraqueza. Trata-se de corajosa fidelidade à verdade e ao bem de todos. Acolher suas palavras, silenciar ante seus sofrimentos e sua morte expiatória, refletindo sobre os preciosos ensinamentos reunidos na Bíblia, a exemplo dos que estão concentrados no sermão da montanha, é passo importante para percorrer a via da misericórdia junto com Cristo. A humanidade precisa, com urgência, trilhar esse caminho. Seja, pois, compromisso de todos percorrer a via da misericórdia para se aproximar de Deus e aprender com o seu amor.”.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, justas, educadas, qualificadas, civilizadas, soberanas, democráticas, republicanas, solidárias e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:
a)     a excelência educacional – pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas, gerando o pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional (enfim, 129 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade...);
b)    o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em fevereiro a ainda estratosférica marca de 295,53% nos últimos  doze meses, e a taxa de juros do cheque especial chegou em históricos 317,93%; e já o IPCA, em março, também no acumulado dos últimos doze meses, chegou a 4,58%); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade    “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis e irreversíveis prejuízos, perdas e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 518 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, à falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;
c)     a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2019, apenas segundo o Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1,422 trilhão (43,6%), a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão de R$ 758,672 bilhões), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega, do direito e da justiça:
- pagar, sim, até o último centavo;
- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente, competente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”).

Isto posto, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela excelência educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, solidária e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo do direito, da justiça, da verdade, do diálogo, da liberdade, da paz, da solidariedade, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”
58 anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2019)

- Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...
- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas ...
- Por uma Nova Política Brasileira ...
- Pela excelência na Gestão Pública ...
- Pelo fortalecimento da cultura da sustentabilidade, em suas três dimensões nucleares do desenvolvimento integral: econômico; social, com promoção humana, e, ambiental, com proteção e preservação dos nossos recursos naturais ...
- A alegria da vocação ...  

Afinal, o Brasil é uma águia pequena que já ganhou asas e, para voar, precisa tão somente de visão olímpica e de coragem! ...      

E P Í L O G O

CLAMOR E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO

“Oh! Deus, Criador, Legislador e Libertador, fonte de infinita misericórdia!
Senhor, que não fique, e não está ficando, pedra sobre pedra
Dos impérios edificados com os ganhos espúrios, ilegais, injustos e
Frutos da corrupção, do saque, da rapina e da dilapidação do
Nosso patrimônio público.
Patrimônio esse construído com o
Sangue, suor e lágrima,
Trabalho, honra e dignidade do povo brasileiro!
Senhor, que seja assim! Eternamente!”.





quarta-feira, 15 de agosto de 2018

A EXCELÊNCIA EDUCACIONAL, A FORÇA DA DEVOÇÃO NA ELEVAÇÃO DA HUMANIDADE E OS GRAVES DESAFIOS DA CYBERSEGURANÇA NA SUSTENTABILIDADE


“A devoção é fundamental na 
ampliação da consciência
        A vontade persistente de ampliar o próprio nível de consciência é indispensável para a evolução. Esse impulso que acompanha o ser, se perpetua e continuamente cresce, tornando-se cada vez mais direto e puro, é chamado de devoção. Na infância, em geral e bem pronunciado, mas vai sendo distorcido no decorrer do tempo, com a educação normal. Enquanto a devoção impede o indivíduo a buscar níveis mais altos, a educação o conduz a atividades em nível horizontal, de luta pela sobrevivência. Quando se tem um ideal, o mais importante não é concretizá-lo, mas convergir para ele a energia da devoção e, assim, atingir níveis superiores de consciência. Em certos casos, é bom para o progresso do ser interior que um ideal se realize; em outros, desiludir-se do objeto da devoção é o mais adequado, tendo em vista fases sucessivas da evolução.
         Sob o impulso da devoção, o indivíduo passa por distintas etapas: primeiro, tem veneração por alguma coisa ou pessoa; depois, a veneração é transferida para uma ideia ou ideal, e ele se esforça então para mantê-lo nítido em seu ser. Em seguida, a persistência na meta, efeitos da devoção, produz a crise que o leva a desapegar-se das formas e a abrir-se para a totalidade da vida. Essa energia fornece-lhe vasto campo de trabalho.
         Ser devoto e ao mesmo tempo desidentificar-se do objeto da devoção é algo a ser aprendido, e demanda superação de provas. Se o indivíduo compreende que o fato de ser levado por uma energia superior a se desligar compulsoriamente do objeto da devoção é positivo, sente-se liberto. Nada perde: ao afastar-se da forma, aproxima-se da essência, que é imperecível. Portanto, essa energia constrói e ao mesmo tempo destrói; os objetos de veneração são destruídos a fim de que o ser incorpore a essência de cada um deles. Mas, quando se instala na vida do indivíduo um estado de união mais profundo com a própria essência, a questão de para onde canalizar a devoção torna-se secundária; a partir dessa etapa, ele pode conhecer o que é verdadeiramente o serviço.
         A devoção, que tem início com o despertar interior, move o indivíduo a cumprir a lei espiritual e não a material. A devoção não é atitude passiva, entrega emocional nem pseudocontemplação, mas disponibilidade consciente acompanhada do autoesquecimento e da fé para o serviço e para a aplicação da lei evolutiva. Pela devoção podem-se atingir estados vibratórios mais sutis, sem o que a entrega genuína do ser ao centro da própria consciência não se realiza. Por isso os corpos materiais devem estar impregnados de reverência pela Vida Suprema, imanente a todo o Universo. São João da Cruz (1542-1591) associa a beleza e a claridade dos tons do crepúsculo à devoção, à chama que vai ao encontro de fogo mais potente. A devoção é o que leva o aspirante a prosseguir, ainda que os embates da vida externa tentem exaurir suas forças; é o que o faz avançar mesmo nos períodos de obscuridade, pois aumenta-lhe a fé.
         A devoção é a chama com a qual se eleva a humanidade. Está no impulso que conduz o ser às profundezas da consciência em busca da perfeição. Está nas luzes das naves que, silenciosas, cruzem o céu em glória Àquele que as envia em serviço. Está na adesão do homem que, embora sem compreender totalmente a realidade supramental, se entrega a ela: a devoção o ilumina, fazendo-o ver a grandiosidade do Espírito.”.

(TRIGUEIRINHO. Escritor, em artigo publicado no jornal O TEMPO Belo Horizonte, edição de 12 de agosto de 2018, caderno O.PINIÃO, página 16).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 14 de junho de 2018, caderno OPINIÃO, página 7, de autoria de MATEUS BUENO, gestor de Ofertas e Produtos de Segurança da Oi, e que merece igualmente integral transcrição:

“Cybersecurity: cadeado ou escudo?
        As barreiras que os profissionais de segurança da informação têm que transpor para emplacar investimentos e proteger suas organizações tornaram-se tema relevante em 2018. O tema foi tratado recentemente na RSA Conference, o mais importante evento de cybersecurity do mundo, que abordou segurança cibernética afetando a segurança física, privacidade, IoT, big data, falhas em hardware, entre outros. A urgência da questão pode ser resumida com o próprio tema do evento: Now matters (O agora importa, em português).
         A presença da secretária do Departamento de Segurança Interna dos EUA (DHS USA – Departament of Homeland Security) no evento, Kirstjen Nielsen, também é uma amostra da importância do tema em escala global. Criado após os ataques de 11 de setembro, o DHS é o terceiro maior departamento dos EUA, com 240 mil funcionários, e tem a função de proteger o solo americano contra ameaças, principalmente terroristas.
         Na palestra de Nielsen, o insight de que a segurança da informação já se misturou com a segurança física surgiu imediatamente. Manipulação do processo eleitoral democrático e roubo de informações são alguns dos itens de uma vasta lista de males causados em ofensivas de hackers. Ela comunicou ainda que o DHS vai divulgar, em breve, sua estratégia para segurança cibernética, além de fazer menção à necessidade de “regras mais firmes”, em conjunto com a “consciência do consumidor”, como pilares de sustentação da mesma.
         O assunto remete à publicação da norma europeia GDPR (General Data Protection Regulation ou Regulamento Geral de Proteção de Dados, em português), que chega para regulamentar as responsabilidades das empresas com relação aos dados armazenados de usuários, bem como garantir direitos desses mesmos usuários no que tange ao uso de suas informações pessoais. Em comparação com um caso no Brasil, quando vazamento de dados de usuários entre 2013 e 2014 só ficou conhecido após dois anos, pela norma GDPR essa empresa teria a obrigação de comunicar o ocorrido em até 72 horas após o incidente.
         A discussão é complexa. Ao mesmo tempo em que controles e regulamentações parecem ser necessários para responsabilizar empresas e pessoas pela segurança, usuários querem o direito à privacidade de seus dados e de sua navegação pela web. Empresas que vêm agregando cada vez mais soluções de segurança ao portfólio recomendam que a estratégia de proteção comece pela instalação de um endpoint security de nova geração, ou EDR (endpoint detection and response – detecção e resposta de endpoint), na rede, que vão além dos antivírus tradicionais.
         Craig Williams, diretor do Talos, time de inteligência em cybersegurança da Cisco, reforçou na RSA Conference que os adversários buscam sistemas desatualizados com uma quantidade massiva de usuários utilizando para explorar. Muitas estratégias de ataques, hoje, começam por uma análise que varre todos os sistemas que estão instalados na empresa, suas versões e alcance. Justamente para garantir maior chance de sucesso na empreitada maléfica. Logo, o desafio passa a ser encontrar o equilíbrio entre controle e privacidade, de uma forma que nos permita continuar colhendo os benefícios de um mundo interconectado e em que a tecnologia tem viabilizado avanços incríveis para a sociedade.
         O desenvolvimento parte da segurança. Na analogia, o elevador foi o ponto-chave para a proliferação dos arranha-céus das grandes cidades. O motivo? Segurança. As primeiras versões de elevadores não eram projetadas para subir tanto, justamente por questões de segurança. Qualquer problema, a fatalidade era inevitável. Porém, em 1852, Elisha Graves Otis inventou o sistema que revolucionou a indústria. A solução de Otis garante que a cabine trave em dentes laterais caso o cabo seja rompido. Hoje, ao entrar em um elevador não se pergunta se ele é seguro ou não. Confia-se. A associação com a segurança cibernética é imediata. Quantas empresas seguram estratégias em tecnologia por causa dos riscos existentes?
         Com as regulamentações, as obrigações ficarão mais pesadas, levando as empresas a ponderar em e até adiar suas empreitadas tecnológicas. Então, segurança pode ser um facilitador para o desenvolvimento dos negócios. Trabalhar a “segurança por design”, ou seja, desde a concepção dos produtos, da arquitetura e da cultura dos usuários, é fundamental para garantir a confiança necessária para entrar nesse elevador e apertar o último andar, sem medo.
         Monitorar usuários, observar comportamentos, acompanhar as evoluções dos ataques para reduzir ao máximo os danos significa proteger e viabilizar a evolução dos negócios através da tecnologia. Portanto, nada de representar cybersecurity como um cadeado fechado. Melhor optar por um belo escudo que nos protege e permite avançar sem medo.”.                 

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, civilizadas, soberanas, democráticas e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:
a)     a excelência educacional – pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas, gerando o pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional (enfim, 128 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade...);
b)    o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em junho a ainda estratosférica marca de 291,88% nos últimos  doze meses, e a taxa de juros do cheque especial em históricos 304,94%; e já o IPCA, em julho, também no acumulado dos últimos doze meses, chegou a 4,48%); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade    “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis e irreversíveis prejuízos, perdas e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 518 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, à falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;
c)     a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2018, apenas segundo o Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1,847 trilhão (52,4%), a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão de R$ 1,106 trilhão), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega, do direito e da justiça:
- pagar, sim, até o último centavo;
- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente, competente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”).

Destarte, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela excelência educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, solidária e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo do direito, da justiça, da verdade, do diálogo, da liberdade, da paz, da solidariedade, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”
56 anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2017)

- Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...
- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas ...
- Por uma Nova Política Brasileira ...
- Pela excelência na Gestão Pública ...
- Pelo fortalecimento da cultura da sustentabilidade, em suas três dimensões nucleares do desenvolvimento integral: econômico; social, com promoção humana, e, ambiental, com proteção e preservação dos nossos recursos naturais ...  

Afinal, o Brasil é uma águia pequena que já ganhou asas e, para voar, precisa tão somente de visão olímpica e de coragem! ...      

E P Í L O G O

CLAMOR E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO

“Oh! Deus, Criador e Legislador, fonte de infinita misericórdia!
Senhor, que não fique, e não está ficando, pedra sobre pedra
Dos impérios edificados com os ganhos espúrios,
Frutos da corrupção, do saque, da rapina e da dilapidação do
Nosso patrimônio público.
Patrimônio esse construído com o
Sangue, suor e lágrima,
Trabalho, honra e dignidade do povo brasileiro!
Senhor, que seja assim! Eternamente!”.






   

quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

A CIDADANIA, A BOA ESCOLA E A NOVA GESTÃO DAS CIDADES


“A boa escola
        
         Meu brilhante colega Gustavo Ioschpe, uma das mais lúcidas vozes no que diz respeito à educação, escreveu o que e um bom professor. Eu já começava este artigo sobre o que acho que deva ser uma boa escola, então aqui vai.
         Primeiro, a escola tem de existir. No Brasil há incrivelmente poucas escolas em relação à necessidade real. Têm de existir escolas para todas as crianças, em todas as comunidades, as mais remotas, com qualidades básicas: não ultrapassar o número de alunos bem acomodados, e que eles não tenham de se locomover para muito longe; instalações dignas, que vão das mesas às paredes, telhado, pátio para diversão e recreio, lugar para exercício físico e esportes; instalações sanitárias decentes, cozinha para alimentar os que não comem suficientemente em casa; alguém com experiência médica ou de enfermagem para atender os que precisarem. Em cada sala de aula, naturalmente, uma boa prateleira com livros sem dúvida doados pelos governos federal, estadual, municipal. E que ali se ensine bem o essencial: aritmética, bom uso da linguagem, noções de história e geografia para que saibam quem são e onde no mundo se situam. Falei até aqui apenas de ensino elementar em escolas menos privilegiadas economicamente. Em comunidades mais resolvidas nesse sentido, tudo isso não será apenas bom, mas excelente, desde a parte material até professores muito bem preparados que sejam bem exigidos e bem pagos.
         No chamado 2º grau, além de livros, quem sabe computadores, mas – ainda que escandalizando alguns – creio que esses objetos maravilhosos, que eu mesma uso constantemente, não substituem um bom professor. E que, nesse degrau da vida, todos sejam preparados para a universidade, desde que queiram e possam. Pois nem todos querem uma carreira universitária, nem todos têm capacidade para isso: para eles, excelentes escolas técnicas, depois das quais podem ter mais ganho do que a maioria dos profissionais liberais. Professores com mestrado e se possível doutorado, diretores que conheçam administração, psicólogos que conheçam  psicologia, todos com saber e postura que os alunos respeitem a fim de que possam aprender.
         Finalmente a universidade, que enganosamente se julga ser o único destino digno de todo mundo (já mencionei acima os cursos técnicos cada dia melhores e mais especializados). Universidade precisa existir, mas não na abundância das escolas elementares. É incompreensível e desastrosa a multiplicação de faculdades de medicina, por exemplo, cujas falhas terão efeitos dramáticos sobre vidas humanas. Tempos pelo país muitas onde alunos não estudam anatomia, pois não há biotério, não têm aulas práticas, pois não há hospital-escola. Essa é uma realidade assustadora, mas bastante comum, que, parece, se tenta corrigir. Dessas pseudofaculdades sairão alunos reprovados nas essenciais provas do CRM, mas que eventualmente vão trabalhar sem condição de atender pacientes. Faculdades de direito pululam pelo país, sem professores habilitados, sem boas bibliotecas, formando advogados que nem escrever razoavelmente conseguem, além de desconhecer as leis – e reprovados aos magotes nas importantíssimas provas da OAB. Coisa semelhante aconteceria com faculdades de engenharia mal preparadas, se existirem, de onde precisam sair profissionais que garantam segurança em obras diversas, de edifícios, casas, estradas, pontes. Vejam que aqui comentei apenas alguns dos inúmeros cursos existentes, muitos com excelente nível, mas não se ignorem os que não têm condições de funcionar, e mesmo assim... existem. Em todas essas fases, segundo cada nível, incluam-se professores bem preparados, muito dedicados, e decentemente pagos – professor não e sacerdote nem faquir.
         O que escrevo aqui é mero, simples, bom-senso. Todos têm direito de receber a educação que os coloque no mundo sabendo ler, escrever, pensar, calcular, tendo ideia do que são e onde se encontram, e podendo aspirar a crescer mais. Isso é dever de todos os governos. E é nosso dever esperar isso deles.”
(LYA LUFT, que é escritora, em artigo publicado na revista VEJA, edição 2310 – ano 46 – nº 9, de 27 de fevereiro de 2013, página 22).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Cidadania e Qualidade vem de artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 21 de fevereiro de 2013, caderno OPINIÃO, página 7, de autoria de EDUARDO ATHAYDE, que é diretor do Worldwatch Institute no Brasil (WWI), e que merece igualmente integral transcrição:

“Nova gestão das cidades
        
         O Fórum Econômico Mundial realizado em Davos, na Suíça, de 23 a 27 de janeiro deste ano, mostrou que o conceito de gestão verde está deixando de ser símbolo do ambientalismo e passando a significar eficiência na gestão pública e privada. Reunindo mais de 50 chefes de Estado, 1,5 mil líderes empresariais, além de políticos e acadêmicos para discutir agendas locais, regionais e globais, mais de 2,5 mil participantes de diversos países formavam uma espécie de aldeia tecnológica global, usando tablets e celulares (tecnologias de informação e comunicação – TICs) para ajudar nos agendamentos e deslocamentos internos, no acesso virtual a palestras e, ao mesmo tempo, para gestão remota dos seus países, estados, cidades e empresas.
         Confundir sustentabilidade apenas com preservação ambiental é o mais comum entre os mitos que precisa ser desfeito – sustentabilidade é sinônimo de equilíbrio. Globalmente, as oportunidades de mercado para as “Cidades verdes e inteligentes”, que investem na melhoria da qualidade dos serviços para a população, estão estimadas em US$ 34 bilhões/ano. Com o aumento da renda e da qualidade de vida, a classe média mundial, que hoje é de 2,5 bilhões de pessoas, será de 5 bilhões de habitantes/consumidores em 2030.
         A internet expandiu de 0,1% da população global em 2002, para 33% em 2012 (é estimada para 55% da população em 2020. Nas últimas décadas, cidades no mundo foram conectadas por uma poderosa rede invisível de TICs, mudando a dinâmica do poder urbano, ajudando cidadãos a exercer legitimamente a sua parcela do poder. Como todos usam celulares, as operadoras têm condições de identificar, em tempo real, os fluxos das pessoas nas cidades, as tendências de estrangulamentos no tráfego, a concentração em eventos, os deslocamentos de massas e ajudar no planejamento e nas intervenções pontuais.
         O Brasil, com 194 milhões de habitantes, 84% urbanos, já tem mais de 260 milhões de celulares, dos quais 60 milhões são terminais com acesso à internet via banda larga. A tecnologia que salva vidas e emociona pessoas encurta distâncias e abranda saudades, também ajuda a sociedade a ser cada vez mais sustentável.
         Enquanto nos EUA os engarrafamentos de trânsito geram – por ano – um desperdício de 10,6 bilhões de litros de combustíveis, prejuízo de 4,2 bilhões de horas de trabalho e uma perda econômica de US$ 87,2 bilhões, o sistema de bicicletas comunitárias de Paris tornou-se possível por meio de uma parceria público-privada (PPP) com a gigante da publicidade JCDecaux, que, via TICs, fornece e mantém o sistema em troca de uma parcela do espaço publicitário da cidade.
         Usando TICs, várias cidades do Canadá não fazem mais coleta do lixo. Uma máquina separa automaticamente os recicláveis colocando em sacolas biodegradáveis para virar adubo vendido pelo preço de mercado. Os caminhões de lixo são movidos a gás produzido pelo próprio lixo que retiram das ruas. Empresas como a Smart + Connected Communities, da Cisco, Cities, da GE, e Sustainable Cities, da Siemens, por exemplo, têm usado suas avançadas tecnologias para ajudar cidades ao redor do mundo.
         As TICs ajudam a inovar na gestão e dão suporte aos princípios estabelecidos pela Política Nacional de Mobilidade Urbana – Lei 12.587/12. Diante da falência dos modelos de gestão pública e a elevada burocracia, as TICs facilitam a gestão, o acompanhamento das parcerias público-privadas, a auditoria e o controle social, impondo transparência nas ações de infraestrutura, transporte, educação, saúde, entretenimento, áreas públicas de lazer, ajudando a promover sustentabilidade na vida urbana.”

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, adequadas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de  valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, civilizadas, soberanas, democráticas e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:    
a   
           a) a educação – universal e de qualidade, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas;
     b)    o combate, implacável e sem trégua, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados; II – a corrupção, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis prejuízos e comprometimentos de variada ordem; III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, inexoravelmente irreparáveis (por exemplo, o contundente caso dos engarrafamentos de trânsito nos EUA, que geram, por ano, prejuízos e perdas econômicas da ordem de US$ 87,2 bilhões);
     c)      a dívida pública brasileira, com projeção para 2013, segundo o Orçamento Geral da União, de astronômico e intolerável desembolso de cerca de R$ 1 trilhão, a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (apenas com esta rubrica, previsão de R$ 610 bilhões), a exigir igualmente uma imediata, abrangente, qualificada e eficaz auditoria...

Isto posto, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tanta sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); educação;saúde; saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados; macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); habitação; emprego, trabalho e renda; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; agregação de valor às commodities; minas e energia; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; turismo; esporte, cultura e lazer; comunicações; qualidade (planejamento, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade, criatividade, produtividade, competitividade), entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo nem arrefecem nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela cidadania e qualidade, visando à construção de uma Nação verdadeiramente justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, desenvolvida e solidária, que possa partilhar suas extraordinárias riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros, especialmente no horizonte  de investimentos bilionários previstos e que contemplam eventos como a 27ª Jornada Mundial da Juventude no Rio de Janeiro em julho; a Copa das Confederações em junho; a Copa do Mundo de 2014; a Olimpíada de 2016; as obras do PAC e os projetos do pré-sal, segundo as exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das empresas, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo da justiça, da liberdade, da paz, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!...

O BRASIL TEM JEITO!...