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segunda-feira, 1 de julho de 2019

A EXCELÊNCIA EDUCACIONAL, A FORÇA DO OCEANO DE POSSIBILIDADES E AS ARMADILHAS E POTENCIALIDADES DO DESENVOLVIMENTO NA SUSTENTABILIDADE (33/137)


(Julho = mês 33; faltam 137 meses para a Primavera Brasileira)

“Oceano de possibilidades
        Quando falamos de oceano, costumamos ser levados a momentos de alegria e bem-estar, como mergulho entre as ondas, caminhadas à beira da praia, brincadeiras na areia ou viagens. Contudo, os oceanos nos oferecem benefícios que vão além da zona costeira, em uma rede socioambiental, cultural e econômica que está atrelada ao nosso cotidiano. É por essa razão que a Organização das Nações Unidas (ONU) estabeleceu o período de 2021 a 2030 como a Década dos Oceanos, com o objetivo de ampliar a cooperação internacional em pesquisa para promover a preservação dos mares e a gestão dos recursos naturais de zonas costeiras.
         A maior parte da biodiversidade do planeta está no oceano, que nos oferece inúmeros recursos para o modelo de vida que temos hoje, como lazer, pesca, petróleo e energias renováveis. Na área da saúde, pesquisas revelam que a proximidade com atua na prevenção de doenças e na promoção do bem-estar. Reconhecer a variedade e a importância dos serviços ecossistêmicos marinhos nos traz maior clareza sobre como somos beneficiados pelos mares.
         O oceano também regula o clima do nosso planeta – tanto na zona costeira como nas áreas continentais –, sendo um dos principais responsáveis por isso. Alterações nas condições oceano-climáticas geram efeitos ambientais e socioeconômicos. Provocam o aumento de eventos climáticos extremos, variações de temperatura, a prolongação de períodos de seca e chuvas, o aumento do nível do mar e a acidificação dos oceanos.
         Contudo, a exploração desses serviços nem sempre se dá de forma sustentável e gera múltiplos impactos. A ponta desse iceberg é o acúmulo de lixo no mar, que mostra como as ações humanas podem degradar o ambiente. A poluição marinha inclui, ainda tudo o que vai para o esgoto sem o devido tratamento, como medicamentos e produtos de limpeza, além de derramamentos de óleo e compostos químicos. Somam-se a esse cenário, a sobrepesca comercial, a ocupação irregular da região costeira, a destruição de hábitats e o turismo desordenado.
         A pesquisa, muitas vezes reconhecida apenas como geração de conhecimento, tem papel essencial na formação de cidadãos conscientes. Da mesma forma, a oceanografia e outras ciências devem ser usadas pelo poder público como subsídio para políticas públicas e tomada de decisão em busca do desenvolvimento sustentável.
         Devemos incorporar novos hábitos, além de propor e acompanhar mudanças. Quando somadas, pequenas ações locais vão gerar impactos positivos em escalas nacionais e globais, garantindo o oceano que precisamos para o futuro que queremos.”.

(MALU NUNES, engenheira florestal, mestre em conservação e diretora-executiva da Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza; RONALDO CHRISTOFOLETTI, biólogo, doutor em zootecnia, professor da Universidade Federal de São Paulo e membro da Rede de Especialistas em Conservação da Natureza, e, VINICIUS GRUNBERG LINDOSO, coordenador de comunicação da Comissão Oceanográfica Intergovernamental da Unesco, em artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 23 de junho de 2019, caderno OPINIÃO, página 7).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de artigo publicado no mesmo veículo e edição, caderno INTERNACIONAL, página 11, de autoria de PAULO DELGADO, e que merece igualmente integral transcrição:

“Armadilhas do baixo crescimento
        Sempre que insistimos em desconhecer os desafios da realidade mundial ficamos um pouco mais pobres. Negar de tudo que é realidade sempre estimulou reflexões pouco certeiras. Em relação ao capitalismo e sua força, por exemplo, dizendo que a riqueza e o lucro são ruins e de direita. Agora, vem o discurso de direita, dizendo que calor, CO2 e direitos humanos são mentiras de esquerda. Aliás, a organização do mundo por ideologia cultural e mística é um circo montado para que as pessoas se esqueçam do que realmente está em jogo.
         Saber o papel da ignorância na compreensão das coisas e qual a força do atraso de quem quer desestruturar a ordem institucional e científica do mundo por razões ideológicas ou políticas é fundamental. Uma das características mais duradouras encontradas em pesquisas de opinião nas democracias do mundo é o estarrecedor desconhecimento que as pessoas têm sobre assuntos que são pautas de políticas a serem decididas. Desconhecimento no sentido de incompreensão, falta de conhecimento. Não que as pessoas não tenham ouvido falar e até tenham opinião a respeito, mas simplesmente que elas não estão suficientemente informadas.
         Evidente que existe um componente educacional, mas essa falta de conhecimento vai de analfabeto a doutor. Algo compreensível, já que boa parte dos assuntos são específicos e mesmo quem estudou ou vivenciou muito um tema nem sempre está melhor equipado para julgar um assunto de uma área alheia. Como a maioria dos britânicos não sabiam da importância da União Europeia (UE) para o país.
         O que explica muito o Brexit, por exemplo, é que de todos os países da UE, a Inglaterra é a que pior avalia o grupo desde sempre. Foi o único país da UE que em todos os anos, de 2001 a 2018, mostrou que mais de 50% da população não confiava na UE. Ou seja, terreno fértil para se semear a discórdia. Enquanto isso, a população da maioria dos países do grupo diz confiar mais na UE do que nas instituições de representação nacionais. Os britânicos, pós Thatcher, desconfiam de ambas.
         Considerando que desconhecer é a regra, a opção pela moderação e uma opinião de centro é uma boa sabedoria. Um ponto de partida. Pouca gente se dá realmente ao trabalho de entender um tema a fundo, ouvir todos os argumentos, refletir, fazer as contas. Assimetria de informação é algo muito real e presente. Grande parte das vezes custa muito ter as informações certas. Por isso, na dúvida, o meio. Melhor regular a vida com mão leve.
         Aqui que está o problema atual. As pessoas estão fugindo do meio. Estão indo para as beiradas. Ou melhor elas estão sendo expulsas do centro, ou atraídas – através da coação – para os extremos. Isso é um fenômeno mundial nas democracias. O pior da polarização.
         O problema é que pautar sua opinião de forma constante e polarizada não é natural. Uma hipótese é que o ser humano evoluiu privilegiando a sensatez. A pessoa que não se interessa muito sobre um assunto e decide não aderir a nenhuma opinião extrema a respeito é uma sábia. Ela tem mais chances de sobreviver no quadro geral da vida, porque vai errar menos.
         Uma segunda hipótese é que a despeito da sabedoria do caminho do meio imperar ao longo da história, ela não permite grandes mudanças que alguns desejam ver em vida. o anseio por sentir-se parte de um grande momento transformador é cativante. Grandes mudanças de curso são naturalmente arriscadas. Por isso não são propostas nem lideradas por sábios.
         Como apontado por Donald Tusk, presidente do Conselho Europeu, o Brexit foi uma vacina sobre o deslumbrado desejo de mudança radical dos destruidores de instituições. Ainda é cedo para dizer se a vacina chega à próxima eleição. Por isso, o crescimento dos partidos verdes no Parlamento Europeu é um ótimo alerta para quem prega o discurso obscuro que nega o problema das mudanças climáticas. É prejuízo certo aos interesses da agricultura de países com pretensão de entrar de forma positiva no comércio com a OCDE.
         O mundo vem balançando “fora da curva” da razoabilidade. Está visivelmente desequilibrado. A briga dos EUA com a China pelos cercamentos da tecnologia de informação e comunicação; a ganância sem fim que o petróleo segue impondo ao Oriente Médio; a possibilidade crescente de a China enfrentar de forma heroica seu lugar no mundo; os EUA dando empurrões inconvenientes na economia pelos quatro cantos do planeta; a Europa enfraquecida por seus antagonistas e pela falta de coragem de assumir uma união fiscal no bloco e liderar o mundo para a paz; a armadilha do baixo crescimento que tomou conta da América Latina e do Brasil. (Com Henrique Delgado).”

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, justas, educadas, qualificadas, civilizadas, soberanas, democráticas, republicanas, solidárias e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:
a)     a excelência educacional – pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas, gerando o pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional (enfim, 129 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade...);
b)    o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em maio a ainda estratosférica marca de 299,78% nos últimos  doze meses, e a taxa de juros do cheque especial chegou em históricos 320,87%; e já o IPCA, também no acumulado dos últimos doze meses, chegou a 4,66%); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade    “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis e irreversíveis prejuízos, perdas e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 518 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, à falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;
c)     a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2019, apenas segundo o Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1,422 trilhão (43,6%), a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão de R$ 758,672 bilhões), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega, do direito e da justiça:
- pagar, sim, até o último centavo;
- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente, competente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”).

Destarte, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela excelência educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, solidária e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo do direito, da justiça, da verdade, do diálogo, da liberdade, da paz, da solidariedade, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...
Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”
58 anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2019)

- Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...
- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas ...
- Por uma Nova Política Brasileira ...
- Pela excelência na Gestão Pública ...
- Pelo fortalecimento da cultura da sustentabilidade, em suas três dimensões nucleares do desenvolvimento integral: econômico; social, com promoção humana, e, ambiental, com proteção e preservação dos nossos recursos naturais ...
- A alegria da vocação ...  

Afinal, o Brasil é uma águia pequena que já ganhou asas e, para voar, precisa tão somente de visão olímpica e de coragem! ...        

E P Í L O G O

CLAMOR E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO

“Oh! Deus, Criador, Legislador e Libertador, fonte de infinita misericórdia!
Senhor, que não fique, e não está ficando, pedra sobre pedra
Dos impérios edificados com os ganhos espúrios, ilegais, injustos e
Frutos da corrupção, do saque, da rapina e da dilapidação do
Nosso patrimônio público.
Patrimônio esse construído com o
Sangue, suor e lágrima,
Trabalho, honra e dignidade do povo brasileiro!
Senhor, que seja assim! Eternamente!”.




  

segunda-feira, 18 de março de 2019

A EXCELÊNCIA EDUCACIONAL, A FORÇA TRANSFORMADORA DA NATUREZA E A LUZ DA ESPIRITUALIDADE CONCILIADORA NA SUSTENTABILIDADE


“O trabalho não remunerado da natureza
        Conservar a natureza e desenvolver a economia simultaneamente pode parecer algo impensável para muita gente, porém, vários estudos têm mostrado o potencial econômico de se investir em áreas naturais e o impacto social positivo que esses investimentos podem gerar. Se por um lado temos o desafio ético da conservação pela garantia do direito à vida de todos os seres que habitam o planeta, por outro, temos uma grande oportunidade de resolver problemas sociais a partir de soluções que a mesma natureza nos oferece, as soluções baseadas na natureza (SbN). Elas são capazes de conservar a biodiversidade e, ao mesmo tempo, gerar empregos, melhorar indicadores socioeconômicos e proporcionar mais saúde e bem-estar para a população.
         Um bom exemplo de SbN é aproveitar qualidades próprias de florestas e outros ecossistemas naturais para minimizar a quantidade de sedimentos que chegam ao leito dos rios e, assim, reduzir drasticamente os custos com tratamento de água. Ou seja, essa chamada “infraestrutura natural” filtra naturalmente os sedimentos, entregando uma água de melhor qualidade e com menor custo para o seu tratamento.
         O estudo Infraestrutura Natural para Água no Sistema Guandu, lançado recentemente, mostra a relação entre a restauração florestal de três mil hectares em áreas estratégicas e a economia com o tratamento de água no Sistema Guandu, no Rio de Janeiro.
         O benefício líquido chega a R$ 156 milhões em 30 anos. O retorno de 13,5% sobre o investimento é compatível com retorno de investimentos tradicionais no setor de saneamento. Por outro lado, embora não tenha sido alvo da análise econômica desse estudo, a infraestrutura natural pode, também, desempenhar papel importante na regulação do fluxo superficial da água em eventos de chuva intensa, evitando perdas econômicas e danos físicos e à saúde das comunidades que seriam afetadas pelas enchentes e alagamentos.
         Parte dos investimentos previstos para o aumento da infraestrutura natural no Guandu está voltada a ações de conservação de florestas existentes e restauração, nas quais são considerados os custos diretos com mudas, insumos, cercas, entre outros, somados a valores que seriam repassados – por meio de mecanismos de incentivo como o pagamento por serviços ambientais (PSA) – a proprietários rurais que permitam essas intervenções em suas áreas. No caso do Guandu, 3,5% do orçamento anual oriundo da cobrança pelo uso da água serão investidos em projetos de PSA, tendo atualmente R$ 3,2 milhões provisionados para esse fim nos próximos três anos.
         Outro trabalho recente, o Atlas dos Mananciais de Abastecimento Público do Estado do Rio de Janeiro, mostra que mais da metade dos pontos de captação de água dos mananciais estratégicos para o estado fluminense encontram-se dentro de unidades de conservação. Nesse sentido, o papal das áreas formalmente protegidas ganha destaque no contexto de ativos para soluções baseadas na natureza e infraestrutura natural, pois são áreas que já têm cobertura vegetal que entrega prontamente esses serviços e estão igualmente disponíveis para intervenções de restauração, sem o custo de transação e de pagamento que o PSA envolve. É a natureza “trabalhando” para a própria natureza e para toda a sociedade sem cobrar por isso.”.

(THIAGO PIAZZETTA VALENTE. Biólogo e analista de soluções baseadas na natureza da Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza, em artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 16 de fevereiro de 2019, caderno OPINIÃO, página 7).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de artigo publicado no mesmo veículo, edição de 8 de março de 2019, mesmo caderno e página, de autoria de DOM WALMOR OLIVEIRA DE AZEVEDO, arcebispo metropolitano de Belo Horizonte, e que merece igualmente integral transcrição:

“Deixai-vos reconciliar
        ‘Deixai-vos reconciliar com Deus’. A interpelação do apóstolo Paulo, na segunda Carta aos Coríntios, ecoa com intensidade na abertura do tempo da quaresma. Acolhê-la é a oportunidade para se evitarem graves fracassos humanos e relacionais, embora tudo o que exige o cultivo da interioridade cause estranheza em um mundo fortemente influenciado pelo domínio das exterioridades. Na sociedade contemporânea, o exótico e a lógica das aparências despertam mais a atenção das pessoas, enquanto os valores que deveriam prevalecer são deixados de lado, a exemplo das preciosas lições reunidas na palavra de Deus. Ensinamentos que podem ser aprendidos a partir de diferentes perspectivas – literária, antropológica, teológica –, ainda mais enriquecidos quando iluminados pela fé.
         Esse conjunto de sabedorias atravessa os séculos. Tem muito a contribuir para que a sociedade funcione adequadamente e depende, sobretudo, da interioridade de cada pessoa. Os diferentes saberes, em especial os relacionados à técnica ou à objetividade científica, são muito importantes. Mas esse conhecimento, por si só, não consegue alcançar a consciência ético-moral que habita na intimidade do ser humano, orientando comportamentos nos parâmetros do bem, da honestidade, da justiça e da verdade.
         Diante de todos está, assim, o desafio de vencer as “areias movediças” das tentações, que induzem a trocar o inegociável pelo caminho aparentemente mais fácil. Uma batalha que se estabelece no recôndito da consciência, em que decisões devem ser forjadas por valores éticos e morais. A interioridade – não o domínio das aparências – é o núcleo mais precioso de sustentação da vida. Lá estão os pilares que separam homens e mulheres dos fracassos e de cenários vergonhosos, marcados pelas diferentes formas de violência, discriminações, corrupção e tantos outros males.
         Ecoe, na intimidade de todos, o convite: reconciliai-vos com Deus, para assegurar mudanças pessoais e, consequentemente, em contextos mais amplos, na sociedade. A interioridade é valioso tesouro carregado em vaso de barro. E neste exigente momento da história, o tesouro da interioridade requer ainda mais atenção e cuidado. Sem esse zelo, prevalecerão comportamentos condenáveis, similares ao hábito da mentira. Sabe-se que existem tão habilidosas na formulação de mentiras que suas palavras aparentam ser verdadeiras. São indivíduos competentes para lidar com imagens e o regime da exterioridade, hábeis na administração de suas ações para “driblar” a opinião pública. Sem conseguir visitar e reconfigurar a própria interioridade, permanecem submissos a interesses prejudiciais à sociedade.
         E o desafio existencial de se reconciliar com Deus se torna ainda maior quando o coração humano está contaminado pela soberba. Pensa-se, enganosamente, que as próprias escolhas são inquestionáveis, o que impede a necessária autoavaliação sobre modos de agir e enxergar a realidade. Enjauladas na obtusidade, as relações equivocadas se repetem. Assim, na base das grandes e esperadas reformas, capazes de garantir principalmente o bem dos pobres e a demolição dos privilégios de oligarquias, está a reforma individual de cada pessoa. Sem vencer as barreiras que impedem a avaliação interior e, consequentemente, o aprimoramento pessoal, a sociedade continuará a conviver com líderes que criam ilusões, prometem melhorias para a coletividade, mas são incapazes de oferecer respostas concretas aos graves problemas atuais.
         As mudanças indispensáveis para promover o bem comum somente virão com a esperada qualificação humana e espiritual. Sem essa qualificação, permanecerão a ensandecida disputa pelo poder, as idolatrias que alimentam o mal, os demolidores do patrimônio público, as devastações do meio ambiente, o desrespeito à história cultural e religiosa de culturas e povos, com anuências espúrias e medíocres para práticas criminosas.
         O tempo da quaresma é oportunidade para investir na dimensão espiritual, indispensável à qualificação pessoal. Percorridos adequadamente os caminhos e as dinâmicas desse tempo, serão alcançadas mudanças necessárias na interioridade, capazes de promover as almejadas transformações sociais. O primeiro passo é acolher, com humildade, admitindo a frágil condição humana, este convite: reconciliai-vos com Deus.”.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, civilizadas, soberanas, democráticas e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:
a)     a excelência educacional – pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas, gerando o pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional (enfim, 129 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade...);
b)    o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em janeiro a ainda estratosférica marca de 286,93% nos últimos  doze meses, e a taxa de juros do cheque especial chegou em históricos 315,58%; e já o IPCA, em fevereiro, também no acumulado dos últimos doze meses, chegou a 3,89%); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade    “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis e irreversíveis prejuízos, perdas e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 518 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, à falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;
c)     a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2019, apenas segundo o Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1,422 trilhão (43,6%), a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão de R$ 758,672 bilhões), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega, do direito e da justiça:
- pagar, sim, até o último centavo;
- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente, competente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”).

Isto posto, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela excelência educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, solidária e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo do direito, da justiça, da verdade, do diálogo, da liberdade, da paz, da solidariedade, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”
57 anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2018)

- Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...
- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas ...
- Por uma Nova Política Brasileira ...
- Pela excelência na Gestão Pública ...
- Pelo fortalecimento da cultura da sustentabilidade, em suas três dimensões nucleares do desenvolvimento integral: econômico; social, com promoção humana, e, ambiental, com proteção e preservação dos nossos recursos naturais ...
- A alegria da vocação ...  

Afinal, o Brasil é uma águia pequena que já ganhou asas e, para voar, precisa tão somente de visão olímpica e de coragem! ...      

E P Í L O G O

CLAMOR E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO

“Oh! Deus, Criador, Legislador e Libertador, fonte de infinita misericórdia!
Senhor, que não fique, e não está ficando, pedra sobre pedra
Dos impérios edificados com os ganhos espúrios, ilegais, injustos e
Frutos da corrupção, do saque, da rapina e da dilapidação do
Nosso patrimônio público.
Patrimônio esse construído com o
Sangue, suor e lágrima,
Trabalho, honra e dignidade do povo brasileiro!
Senhor, que seja assim! Eternamente!”.



          



sexta-feira, 15 de fevereiro de 2019

A EXCELÊNCIA EDUCACIONAL, A RIQUEZA DO CUIDADO COM A ÁGUA E OS NOVOS E DESAFIANTES HORIZONTES DAS TECNOLOGIAS NA SUSTENTABILIDADE


“A água está acabando?
        Uma boa notícia: não, a água não está acabando. Não existe um “ralo” por onde a água saia do planeta Terra. Mas a água disponível para o consumo humano, em qualidade e quantidade suficiente, essa sim pode entrar em extinção.
         A demanda por água doce está aumentando e ela está ficando mais escassa, com menor qualidade, como relatou, recentemente, a Unesco. A mudança do clima está provocando maior impacto no ciclo hidrológico, com eventos climáticos extremos mais frequentes, causando enchentes e alagamentos em diversas regiões, assim como estiagens e dificuldade no acesso à água em outras. A falta de água representa um risco econômico, riscos à segurança alimentar e à saúde humana. A água pode ficar cada vez mais cara e seu acesso mais restrito, provocando conflitos de interesse e disputa pelo seu uso.
         As metas estabelecidas pelo Brasil no Acordo de Paris incluem a restauração de 12 milhões de hectares de floresta. Em termos de adaptação à mudança do clima e pensando na natureza como solução, saber onde plantar esses 12 milhões de hectares faz uma grande diferença. A restauração ecológica é uma forma muito estratégica de usar os recursos naturais para atingir as metas globais e melhorar a qualidade de vida da população brasileira, especialmente considerando o aumento de resiliência às mudanças climáticas e a retenção de sedimentos que chegariam aos rios, com melhoria da qualidade hídrica e conservação da biodiversidade por meio do estabelecimento de corredores ecológicos.
         O relatório da Unesco denominado Soluções baseadas na natureza para a gestão da água, lançado em 2018, aponta a combinação de infraestrutura verde e cinza como opção para redução de custos e redução geral de riscos. A implementação de soluções baseadas na natureza para a gestão de inundações – que garantam a infiltração de água na terra e reduzam o escoamento superficial de água – é totalmente coerente com a criação de parques lineares, estratégia defendida pela Fundação Grupo Boticário para adaptação de municípios aos impactos causados por chuvas extremas.
         Estudos divulgados nos últimos meses, com a participação da instituição, apontam que o investimento em infraestrutura natural promove a retenção dos sedimentos que chegariam até os rios, reduzindo, assim, os custos de tratamento de água, além de aumentar a vida útil do manancial, retardando em muitos anos a necessidade de buscar outras fontes de abastecimento. Resultados semelhantes foram observados nas bacias do Cantareira, em São Paulo; Guandu, no Rio de Janeiro; e do Rio Vermelho, em Santa Catarina.
         O investimento na natureza traz benefícios relacionados ao controle de enchentes e aumento de resiliência que se estendem a outras localidades. Tal estratégia representaria custos evitados na ordem de quase R$ 2 milhões por ano aos catarinenses. Em São Paulo, a recuperação florestal de 4 mil hectares e a preservação das áreas naturais existentes levaria a uma redução de R$ 219 milhões em custos com o tratamento de água longo de três décadas.
         Isso porque a natureza não vê fronteiras: os benefícios de uma área preservada podem ser sentidos a quilômetros de distância. O relatório da Unesco também aborda esse conceito de integralidade dos serviços ecossistêmicos, mostrando que a chuva que abastece a Bacia do Rio da Prata vem da evapotranspiração da Bacia Amazônica.
         É preciso lembrar que as soluções baseadas na natureza trazem ainda benefícios adicionais, como o sequestro de carbono, que reduz os gases de efeito estufa na atmosfera e os impactos da mudança do clima, maior desafio que a nossa sociedade terá de enfrentar nas próximas décadas. A implantação de ações baseadas na infraestrutura natural permitem a expansão de hábitats para a biodiversidade, combatendo as duas principais causas de pressão sobre a biodiversidade apontadas pela Convenção da ONU sobre Biodiversidade, que são a degradação de hábitats e a mudança do clima.
         As soluções baseadas na natureza dependem de ecossistemas saudáveis e somente a proteção dos ambientes naturais garantem que poderemos contar com a natureza para nos ajudar a ter melhor qualidade de vida nos próximos anos. A biodiversidade depende de nós para que seja preservada, porém, nós dependemos ainda mais da biodiversidade para garantir a vida no planeta, tal como conhecemos. Esse é outra boa notícia: só depende de nós mudar a forma como tratamos a natureza e o quanto poderemos contar com as soluções que ela nos oferece!”.

(JULIANA BALADELLI RIBEIRO. Bióloga e analista de soluções baseadas na natureza da Fundação Grupo Boticário, em artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 10 de fevereiro de 2019, caderno OPINIÃO, página 7).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de artigo publicado no mesmo veículo, edição de 31 de maio de 2018, mesmo caderno e página, de autoria de JOSÉ PIO MARTINS, economista e reitor da Universidade Positivo, e que merece igualmente integral transcrição:

“Tecnologia e o futuro do emprego
        Que o mundo está passando por uma gigantesca revolução tecnológica, ninguém duvida. Robô sapiens, internet das coisas, inteligência artificial, comunicação na palma da mão, redução de intermediação humana em várias atividades (bancária, compras, atendimento, fluxo de documentos etc.) são alguns exemplos do arsenal de mudanças em andamento. Todos os dias, lemos que livrarias estão fechando porque os compradores preferem o oceano de ofertas via internet; que as mais sofisticadas operações bancárias são feitas por computador e por celular; que os aplicativos de smartphone estão acabando com tarefas comerciais e burocráticas antes feitas presencialmente e com material físico.
         O mundo da burocracia está diminuindo (menos no Brasil). Coisas como ir a um cartório para fazer ou retirar um documento; ir ao laboratório para buscar resultados; gastar tempo para fazer coisas simples que tomam tempo e custam dinheiro são exemplos de atividades que vão sumir. Além dessas, há atividades altamente sofisticadas que estão sendo paulatinamente assumidas pelas tecnologias e vão eliminar milhares de tarefas e de trabalhos humanos. A ansiedade é saber para onde irão os empregos eliminados em face das novas aplicações tecnológicas.
         Já foi publicado que, nos Estados Unidos, 47% dos empregos estão ameaçados de extinção por substituição tecnológica. As pessoas estão assustadas e gritando: “Os robôs irão roubar nossos empregos!” No curto prazo, a explosão de novas tecnologias irá, sim, gerar um deslocamento nos empregos. Mas, no longo prazo, deve acontecer uma mudança nos padrões e formas de trabalho, e milhões de empregos de outro tipo serão criados. A revolução tecnológica irá aumentar a produtividade por hora de trabalho e diminuirá custos.
         Quando os custos diminuem, os preços também caem e, por consequência, milhões de consumidores de menor renda passam a ter o poder de comprar; logo, melhoram sua qualidade de vida, fazendo com que surjam novas formas de emprego. A alta tecnologia resulta de um mercado livre e competitivo e reduz, não apenas o custo dos produtos de consumo, mas também os bens de capital – sobretudo as novas máquinas de tecnologia moderna –, que também passam a ser produzidos a custos menores.
         Quando ocorre essa sequência de eventos econômicos – avanço da tecnologia, aumento da produtividade do trabalho, barateamento dos bens e serviços, barateamento dos bens de capital, aumento de consumo –, outro fenômeno explode: uma maior parte da renda das pessoas (consumidores) fica liberada para outras compras. E novas demandas surgem, outros bens e serviços têm de ser ofertados, outros empreendimentos são criados e outros tipos de emprego são gerados.
         Um computador pessoal, que hoje é comprado por US$ 500, custava quatro vezes mais há poucos anos. Os milhões de computadores vendidos no mundo decorrem da diminuição de seu preços nos últimos anos, e o número de empregados trabalhando em toda a cadeia de produção, venda e assistência técnica aumentou vertiginosamente. Em toda a história da humanidade, quando revoluções tecnológicas ocorreram – como a máquina a vapor, o motor a combustão e a eletricidade –, o resultado foi uma abundante criação de empregos. Empregos antigos se tornam obsoletos e são eliminados, e trabalhadores são liberados para os novos empregos.
         Em 1970, o Brasil tinha 46% da população vivendo na zona rural. Ou seja, para duas pessoas terem alimento, uma tinha de estar na lavoura, produzindo para ela própria e para mais uma. Em uma sociedade na qual metade da população tem de estar no campo produzindo comida, a pobreza será a norma corrente, e não haverá espaço para produzir educação, saúde, lazer, turismo e uma penca de bens industriais e serviços pessoais, a fim de melhorar o padrão médio de bem-estar.
         A possibilidade de a humanidade viver melhor veio com a introdução da tecnologia na agricultura e na pecuária, pelo fim da necessidade de tantas pessoas terem de trabalhar na produção de alimentos. A liberação das pessoas da zona rural propiciou a expansão da indústria, depois do comércio e dos serviços, e elevou o padrão de vida. Mas a tecnologia assusta. Quando a eletricidade sepultou velas e lampiões e os automóveis enterraram as carroças e charretes, não faltou quem prenunciasse o fim dos tempos. O desemprego tem outras causas, entre elas a explosão demográfica. O mundo tinha 1 bilhão de habitantes em 1830, em 100 anos dobrou, e atualmente somos 7,4 bilhões; seremos 9,4 bilhões daqui a 30 anos. A revolução tecnológica será a salvação, não a condenação.”.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, civilizadas, soberanas, democráticas e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:
a)     a excelência educacional – pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas, gerando o pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional (enfim, 129 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade...);
b)    o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em dezembro a ainda estratosférica marca de 285,4% nos últimos  doze meses, e a taxa de juros do cheque especial chegou em históricos 312,6%; e já o IPCA, também no acumulado dos últimos doze meses, em janeiro, chegou a 3,78%); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade    “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis e irreversíveis prejuízos, perdas e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 518 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, à falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;
c)     a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2019, apenas segundo o Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1,422 trilhão (43,6%), a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão de R$ 758,672 bilhões), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega, do direito e da justiça:
- pagar, sim, até o último centavo;
- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente, competente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”).

Destarte, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela excelência educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, solidária e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo do direito, da justiça, da verdade, do diálogo, da liberdade, da paz, da solidariedade, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...
Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”
57 anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2018)

- Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...
- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas ...
- Por uma Nova Política Brasileira ...
- Pela excelência na Gestão Pública ...
- Pelo fortalecimento da cultura da sustentabilidade, em suas três dimensões nucleares do desenvolvimento integral: econômico; social, com promoção humana, e, ambiental, com proteção e preservação dos nossos recursos naturais ...
- A alegria da vocação ...  

Afinal, o Brasil é uma águia pequena que já ganhou asas e, para voar, precisa tão somente de visão olímpica e de coragem! ...      

E P Í L O G O

CLAMOR E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO

“Oh! Deus, Criador e Legislador, fonte de infinita misericórdia!
Senhor, que não fique, e não está ficando, pedra sobre pedra
Dos impérios edificados com os ganhos espúrios, injustos e
Frutos da corrupção, do saque, da rapina e da dilapidação do
Nosso patrimônio público.
Patrimônio esse construído com o
Sangue, suor e lágrima,
Trabalho, honra e dignidade do povo brasileiro!
Senhor, que seja assim! Eternamente!”.