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quarta-feira, 16 de janeiro de 2019

A EXCELÊNCIA EDUCACIONAL, A LUZ DA ESPIRITUALIDADE NAS NOVAS TECNOLOGIAS E OS DESAFIOS DA NOVA POLÍTICA NA SUSTENTABILIDADE


“Inteligência artificial e humanismo
        Já bem antes da virada do século passado, sociólogos, religiosos e até pessoas comuns passaram a questionar os valores da tecnologia que crescis exponencialmente e interferia “negativamente” na educação e costumes. Realmente, à primeira vista, a tecnologia não combina com nosso espírito, com nossa alma. Parece-me que esse sentimento vem das velocidades diferentes que cada um “viaja” no nosso tempo. A informática, que é o símbolo do desenvolvimento tecnológico, apresenta inovações, com espaços de tempo cada vez menores, enquanto nosso espírito para modificar-se, substancialmente, leva muitas vezes décadas e, lamentavelmente, muitas pessoas passam pela vida toda sem apresentar progresso espiritual relevante. Para uns, o avanço tecnológico afasta as pessoas da convivência, das relações de afeto. Para outros, representa a segurança, facilidade, o conforto. Melhor vê-los então equilibradamente, também porque é perda de tempo imaginar que se possa deter a ciência e, como a técnica é a aplicação dela, não há também como frear a tecnologia. O que não podemos é nos entusiasmar ao ponto de achar que um computador de última geração é mais “inteligente” que as coisas da natureza. Basta vermos, com encantamento, uma minúscula formiga possuir engrenagens e articulações para movimentar-se. O telescópio Hubble fotografar uma galáxia a 60 milhões de anos-luz de distância e o homem mandar sonda a Marte seriam mais intrigantes que a formiguinha?
         Se já havia uma grande apreensão, a vedete do século 21 é a inteligência artificial, que preocupa ainda mais os humanistas. O escritor judeu Yuval N. Harari, PhD em história pela Universidade Oxford e autor dos best-sellers Sapiens e Homodeus, colocou mais dúvidas e indagações para onde está caminhando a inteligência artificial. Ele sugere que, num futuro próximo, cerca de 10 anos, muitas profissões como corretor de imóveis, contadores e outras irão desaparecer, porque os robôs se encarregarão delas. Vai além ao imaginar que num futuro um pouco mais distante, talvez daqui a 40 ou 50 anos, os robôs, em determinadas situações, poderão até dominar os humanos. Penso, com as minhas limitações, que é difícil acontecer porque o homem é dotado de consciência, e ela será sempre superior aos algoritmos das máquinas.
         É oportuno relembrar que a sabedoria milenar chinesa ao estudar os opostos, denominados Yin e Yang, defende que tudo na vida tem vantagem e desvantagem: quando ganhamos de um lado, certamente iremos perder do outro. O crescimento espiritual ou ascese é que vai nos ajudar a entender e ver cada lado das coisas. A espiritualidade pode ser ferramenta para não tornarmos mecanicistas na convivência com a tecnologia. A colisão com nossa espiritualidade é inevitável se não aceitarmos o mundo tal qual ele é, com pluralidade, avanços, mas também com todas as limitações que a vida nos impõe. Em contraposição à supervalorização tecnológica, a filosofia e a religião têm um papel importante na formação humanística, sobretudo, dos jovens que são mais carentes de valores. Bernard Shaw tem um sábio conselho sobre o tema: “Os racionais adaptam-se ao mundo, os irracionais só a si mesmos”.”.

(GILSON E. FONSECA. Sócio e diretor da Soluções em engenharia geotécnica Ltda. (Soegeo), em artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 30 de dezembro de 2018, caderno OPINIÃO, página 7).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de artigo publicado no mesmo veículo, edição de 8 de janeiro de 2019, mesmo caderno e página, de autoria de JOÃO DEWET MOREIRA DE CARVALHO, engenheiro-agrônomo em Nanuque (MG), e que merece igualmente integral transcrição:

“A nulidade política
        O grande poeta mineiro Carlos Drummond de Andrade, ao publicar um diário que manteve por longos anos com o nome de Observador no escritório, descreve na data referente a 17 de agosto de 1977 a seguinte ironia de cunho político: “Às vezes a gente tem saudade do extinto PRM, órgão pouco democrático da democracia anterior a 1930. Ele tinha sempre o cuidado de eleger, fosse que de maneira fosse, alguns mineiros ilustres, no meio de muitas nulidades ou mediocridades, para compor a bancada na Câmara e no Senado federais. Um poeta como Augusto de Lima não perdia eleição, assim como Calógeras ou Afrânio de Melo Franco, mais intelectuais do que propriamente políticos. E o estado tinha uma representação equilibrada: gente que pensava e brilhava, e gente que simplesmente dava número”.
         Comparando a já longínqua época do PRM com o atual cenário político, fica um certo amargor para a população brasileira, pois, apesar de ter ocorrido um suposto avanço democrático no país, houve, também, uma tremenda deterioração na qualidade dos homens públicos. E isso tanto do ponto de vista moral quanto intelectual. Trazendo prejuízos irreparáveis. Além de imensa saudade do tempo no qual as tribunas nacionais eram ocupadas em grande parte por pessoas realmente capacitadas. Ainda que naquela época fosse necessário fazer uso de meios não muito democráticos para evitar o estabelecimento do reino da nulidade do meio político.
         Lógico que o momento atual não permite – nem deveria – tais mecanismos antidemocráticos na escolha dos representantes do povo. Então, como fazer para que o nível dos políticos em todo o Brasil se eleve e com isso as perspectivas futuras da nação sejam menos desalentadoras? Quais seriam as soluções para evitar que o número de nulidades fosse reduzido a “níveis aceitáveis”? Questões como essas devem estar na pauta das discussões dos que irão reformular o atual corrompido sistema político. Pois ele é o responsável em tomar as decisões vitais ao futuro existencial da nação. E isso é urgente. Afinal, nenhum fruto benéfico colhe o país das nulidades que se apropriam das possiblidades oferecidas pelo sistema democrático. E com isso se elegem sem, na verdade, representar ninguém, apenas a si mesmo.
         O debate desse precioso tema deve visar ao aperfeiçoamento da democracia em sua essência. E constituir empecilho à manipulação dos ingênuos pelos populistas demagogos dispostos a fazer uso de recursos ilícitos. E, dessa forma, evitar possíveis manipulações ideológicas portadores de futuras deletérias restrições democráticas. Pois o futuro de uma nação é por demais precioso para ser refém do humor errático de uma população totalmente entorpecida e fanatizada. E dessas tragédias evitáveis, salva-se não apenas a geração presente, mas, principalmente, as futuras gerações que sempre pagam pelos erros e excessos dos seus país.
         Pois é notório que toda nação, nos seus capítulos iniciais, vive a expectativa de que o seu processo de formação a tornará uma pátria exemplar e preciosa. Sobressaindo, visando a esse fim, o imenso esforço humano de grande parte do seu povo. Predominam, nesse período, ideais de um viver idílico, onde todos no futuro usufruirão do bem-estar construído. E a paz e a dignidade humana prevalecerão. Esses são os tempos dos sonhos.
         No entanto, o Brasil, após décadas de lutas por um país digno, viu nesses últimos anos quase tudo se tornar fumaça. Evidenciando que muitos vezes os desejos mais alvissareiros dos homens não se realizam. Pois sempre existem os que se aproveitam do suor do trabalho derramado pela maioria da população em benefício próprio. E transformam os sonhos do povo de uma nação em futuros pesadelos nacionais.
         Por isso, nunca o momento foi mais oportuno do que agora para se criar uma nova forma do ser político. Em que não apenas sejam resgatados os mais nobres valores morais no trato da coisa pública, mas, principalmente, sobressaia a capacidade do indivíduo como diferencial na reconstrução de uma nação que foi levada à beirada do precipício. E nessa toada sejam criados mecanismos que melhorem a representatividade política. Se não impedindo totalmente a presença das nulidades no trato da coisa pública, pelo menos amenizando drasticamente a presença de tais perniciosos elementos.
         A crescente importância do Brasil na nova geopolítica mundial requer uma classe política que esteja à altura do novo papel a ser desempenhado pela nação. E os nulos não apenas não somam, como ainda subtraem. Urge, portanto, criar-se uma nova formatação em que o brilhantismo do indivíduo público reflita sua imensa capacidade. E, com isso, uma nova perspectiva de futuro seja criada para toda a nação. Tão bela e harmoniosa como os mais belos versos do mavioso poeta itabirano.”.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, civilizadas, soberanas, democráticas e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:
a)     a excelência educacional – pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas, gerando o pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional (enfim, 129 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade...);
b)    o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em novembro a ainda estratosférica marca de 279,83% nos últimos  doze meses, e a taxa de juros do cheque especial se manteve em históricos 305,71%; e já o IPCA, em dezembro, também no acumulado dos últimos doze meses, chegou a 3,75%); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade    “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis e irreversíveis prejuízos, perdas e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 518 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, à falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;
c)     a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2019, apenas segundo o Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1,422 trilhão (43,6%), a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão de R$ 758,672 bilhões), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega, do direito e da justiça:
- pagar, sim, até o último centavo;
- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente, competente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”).

Isto posto, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela excelência educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, solidária e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo do direito, da justiça, da verdade, do diálogo, da liberdade, da paz, da solidariedade, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”
57 anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2018)

- Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...
- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas ...
- Por uma Nova Política Brasileira ...
- Pela excelência na Gestão Pública ...
- Pelo fortalecimento da cultura da sustentabilidade, em suas três dimensões nucleares do desenvolvimento integral: econômico; social, com promoção humana, e, ambiental, com proteção e preservação dos nossos recursos naturais ...
- A alegria da vocação ...  

Afinal, o Brasil é uma águia pequena que já ganhou asas e, para voar, precisa tão somente de visão olímpica e de coragem! ...      

E P Í L O G O

CLAMOR E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO

“Oh! Deus, Criador e Legislador, fonte de infinita misericórdia!
Senhor, que não fique, e não está ficando, pedra sobre pedra
Dos impérios edificados com os ganhos espúrios, injustos e
Frutos da corrupção, do saque, da rapina e da dilapidação do
Nosso patrimônio público.
Patrimônio esse construído com o
Sangue, suor e lágrima,
Trabalho, honra e dignidade do povo brasileiro!
Senhor, que seja assim! Eternamente!”.
 


sexta-feira, 23 de novembro de 2018

A EXCELÊNCIA EDUCACIONAL, OS GRAVES DESAFIOS DA APRENDIZAGEM INFANTIL E A URGÊNCIA DA QUALIFICAÇÃO DO ESTADO NA SUSTENTABILIDADE


“A dificuldade de aprendizagem infantil
        A dificuldade de aprendizagem interfere diretamente na vida social de crianças. Muitas vezes, o insucesso escolar causa desinteresse, insegurança e baixa autoestima, contribuindo com a evasão escolar. Segundo o último censo escolar, divulgado pelo Ministério da Educação em 2017, um em cada 10 alunos abandona a escola da rede pública no país. O estudo revelou, ainda, que 11,6% dos alunos são reprovados no final do 3º ano do ensino fundamental e é nessa fase que, teoricamente, eles concluem o aprendizado da leitura, escrita e as operações matemáticas.
         Tal desinteresse pelos estudos pode ter como principais causas fatores neurobiológicos, apesar de aspectos psicológicos, emocionais e físicos também influenciarem essa condição. Por isso é tão importante o trabalho multidisciplinar de pais, professores, psicólogos, fonoaudiólogos, médicos e outros profissionais capacitados para efetuar um diagnóstico preciso da criança.
         A dificuldade de aprendizagem é um problema substancial no ensino brasileiro e ocorre, principalmente, durante os processos de alfabetização e de letramento. Sim, existe uma diferença sensível entre esses conceitos. Enquanto a alfabetização é o desenvolvimento das capacidades de ler e escrever, o letramento vai além dessas habilidades. Um indivíduo letrado utiliza leitura e a escrita no dia a dia, a partir da análise crítica e interpretação de códigos para o uso social.
         Para que o processo de aprendizagem seja mais efetivo, a criança precisa desenvolver o hábito de ler e estar inserida no contexto cultural da sociedade, podendo relacionar leitura, interpretação e escrita com o mundo ao seu redor. Durante esse processo, o estudante pode apresentar dificuldades para se concentrar, ler, escrever, falar, soletrar, ouvir ou efetuar contas matemáticas. Às vezes, ele consegue se comunicar bem, mas apresenta problemas ao compreender ou escrever.
         Há as crianças extremamente criativas e habilidosas, mas que não conseguem se concentrar ou ficar paradas por um mínimo período de tempo, deixando de finalizar tarefas e até mesmo brincadeiras. Alguns alunos não conseguem lembrar o que as pessoas falaram e perdem o material escolar com facilidade. Há, também, crianças que confundem palavras e ordens numéricas, ou sentem dificuldade de compreender e executar instruções.
         No ambiente escolar, cabe ao educador identificar as dificuldades da criança e buscar o auxílio de outros profissionais para a intervenção apropriada, conforme as necessidades de cada aluno. Já os pais precisam manter um relacionamento saudável com a instituição de ensino, acompanhando a vida escolar dos filhos e assumindo a responsabilidade pelo desenvolvimento das crianças, modelando seus comportamentos e identidades. Os pais ainda têm o papel de motivá-los e apoiá-los sempre que demonstrarem algum tipo de dificuldade, pois comportamentos contrários podem desestimulá-los diante das adversidades.
         Ademais, é fundamental ter em mente a singularidade de cada criança. Por mais que algumas apresentem algum tipo de transtorno de aprendizagem, todas irão aprender, em suas vidas, que o que muda é o tempo que levam para assimilar o conteúdo, já que algumas aprenderão de forma mais rápida do que outras. A receita para lidar com a dificuldade de escolaridade é manter um ambiente de aprendizado adequado, no qual os educadores sejam presentes e atenciosos com os alunos, estimulando-os a desenvolver habilidades para que saibam lidar com os obstáculos e o acompanhamento de profissionais especializados.”.

(ÂNGELA MATHYLDE. Organizadora do Congresso Internacional Brain Connection e representante brasileira no Grupo de Investigação Clínica em Saúde e Educação da União Europeia/G3TES, em artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 11 de novembro de 2018, caderno OPINIÃO, página 7).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de artigo publicado no mesmo veículo, edição de 15 de novembro de 2018, mesmo caderno e página, de autoria de SEBASTIÃO VENTURA PEREIRA DA PAIXÃO JR., advogado e conselheiro do Instituto Millenium, e que merece igualmente integral transcrição:

“Um Estado pagão
        Com o estabelecimento do padrão dólar em Bretton Woods e diante de uma Europa devastada pelos horrores da guerra, o mundo ocidental viu o surgir de uma estratégica ascensão americana, através de uma pauta de dominação bélica associada a acordos comerciais expansionistas. Com o fim da Guerra Fria e, em especial, com a queda do Muro de Berlim, a ordem global assistiu à afirmação hegemônica dos EUA e o fim da bipolaridade estabelecida com o bloco soviético. Durante praticamente duas décadas, o liberalismo americano vicejou de forma absoluta, sem adversários ou ameaças substantivas, gerando uma era de grande estabilidade, crescimento econômico e desenvolvimento tecnológico superlativo.
         Comum um sopro, a vida mudou. A queda das Torres Gêmeas apresentou a ameaça terrorista. Poucos anos depois, a bancarrota do Lehman Brothers expôs as vísceras de um sistema financeiro descontroladamente alavancado e geneticamente corrompido por instrumentos de crédito fictícios. A ação rápida do FED garantiu a liquidez do sistema bancário, inundando o mundo com dólares a rodo. No entanto, quando aquilo que é escasso se torna farto, há uma inerente perda de valor monetário. E, assim, velhos players foram se reorganizando para mostras as unhas em um dinâmico e imprevisível tabuleiro mundial, com renovadas peças da China, Europa, Rússia e uma boa parte do eixo Ásia-Pacífico.
         Em recente artigo na The Economist, a inteligência superior de uma ordem política pós-liberal, baseada na cooperação internacional e não, em conflitos armados, clamando para o enfrentar de três graves desafios contemporâneos: risco nuclear, mudanças climáticas e disrupção tecnológica. Infelizmente, isso tudo é distante para nós. Enquanto o mundo discute o futuro, a América Latina tenta vencer as amarras do passado.
         No Brasil, temos o paradoxo de tentar ser pós-liberais, desconhecendo o que foi o próprio liberalismo. Infelizmente, nossa cultura, em vez do livre mercado, sempre privilegiou o estatismo patrimonialista. Na verdade, somos um Estado pagão: paga tudo e qualquer coisa, sem se preocupar em gerar receitas que garantam o adimplemento subsequente. Não é à toa, portanto, que o dinheiro acabou em nosso federalismo falido.
         Ora, a conhecida máxima de que é preciso enriquecer antes de envelhecer passou batida em nosso país. A insensatez política e a irresponsabilidade governamental gerou um passivo previdenciário impagável, escorado em direitos adquiridos impossíveis. Sim, o pressuposto fático da aquisição de uma direito é a sua possibilidade jurídica. Mas vivemos em um país atípico: aqui, negociam-se medidas provisórias para se garantir injustiças perpétuas.
         Sem cortinas, o surgimento eficaz de um ordem pós-liberal tem como pressuposto o nascer de novas estruturas de poder que sejam aptas e capazes de satisfazer os pulsantes anseios da sociedade contemporânea. A tecnologia da informação deu voz aos invisíveis, habilitando-os a participar no fluido ecossistema das redes sociais. A partir daí, os tradicionais mecanismos de controle das massas viraram pó, quebrando a bússola de navegação dos puídos instrumentos da política. Vivemos, assim, uma ebulição democrática com políticos da Era Glacial.
         Por tudo, os arranjos institucionais do século 21 estão em processo de formação. Se existe uma considerável dose de certeza com relação ao que não queremos, ainda não há um consenso razoável sobre os métodos e formas de poder que irão pautar a sociedade democrática. Todavia, é óbvio que o futuro não pertencerá a um falido Estado pagão. A questão é: será que o nosso povo quer pagar o preço de ser livre para prosperar ou será que seguiremos pobres e empobrecendo?”.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, civilizadas, soberanas, democráticas e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:
a)     a excelência educacional – pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas, gerando o pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional (enfim, 128 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade...);
b)    o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em setembro a ainda estratosférica marca de 278,69% nos últimos  doze meses, e a taxa de juros do cheque especial se manteve em históricos 301,36%; e já o IPCA, em outubro, também no acumulado dos últimos doze meses, chegou a 4,56%); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade    “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis e irreversíveis prejuízos, perdas e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 518 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, à falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;
c)     a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2018, apenas segundo o Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1,847 trilhão (52,4%), a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão de R$ 1,106 trilhão), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega, do direito e da justiça:
- pagar, sim, até o último centavo;
- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente, competente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”).

Isto posto, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela excelência educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, solidária e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo do direito, da justiça, da verdade, do diálogo, da liberdade, da paz, da solidariedade, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”
57 anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2018)

- Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...
- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas ...
- Por uma Nova Política Brasileira ...
- Pela excelência na Gestão Pública ...
- Pelo fortalecimento da cultura da sustentabilidade, em suas três dimensões nucleares do desenvolvimento integral: econômico; social, com promoção humana, e, ambiental, com proteção e preservação dos nossos recursos naturais ...  

Afinal, o Brasil é uma águia pequena que já ganhou asas e, para voar, precisa tão somente de visão olímpica e de coragem! ...      

E P Í L O G O

CLAMOR E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO

“Oh! Deus, Criador e Legislador, fonte de infinita misericórdia!
Senhor, que não fique, e não está ficando, pedra sobre pedra
Dos impérios edificados com os ganhos espúrios, injustos e
Frutos da corrupção, do saque, da rapina e da dilapidação do
Nosso patrimônio público.
Patrimônio esse construído com o
Sangue, suor e lágrima,
Trabalho, honra e dignidade do povo brasileiro!
Senhor, que seja assim! Eternamente!”.


   

quarta-feira, 22 de junho de 2016

A CIDADANIA, A CONSTRUÇÃO DA PAZ E DA FRATERNIDADE E A FORÇA DA PESQUISA CIENTÍFICA

“Estar em vigília como uma 
oferta à paz e à união fraterna
        A vigília pode ser considerada uma oração, um estado no qual o indivíduo permanece em serena espera, em atitude de entrega e de atenção ao profundo do ser, à Fonte de Sabedoria e Amor. Apesar da vivência de alguns momentos de desarmonia e outros felizes, apesar de nossas atividades formais do dia a dia, podemos estar abertos permanentemente à compreensão e ao entendimento de todos os fatores internos ou externos que influenciam a vida.
         Vigília é aquele estado no qual nem mesmo uma catástrofe nos surpreende. Participamos dos acontecimentos com absoluta entrega, comovendo-nos eventualmente, porém sem que nossa atividade e o estado de nossos sentimentos sejam alterados. Isso não significa indiferença, mas alerta diante das mudanças imprevistas que os tempos atuais estão trazendo.
         A vigília só tem validade quando é realizada com alegria; do contrário, qualquer esforço será vão. Não deve constituir uma obrigação, mas sim representar a real necessidade do indivíduo. Períodos de vigília são de intensa força e alinham a consciência externa com a alma.
         Nas primeiras vigílias, há esforço para aquietar-nos e também podem surgir algumas crises, pois a pureza do ser quer instalar-se, e o ego, habituado a estados mais densos, vê nessa pureza uma ameaça e fica num vazio que ainda não compreende. Mas, persistindo, cessam as lutas. Quando a ansiedade por resultados se esvaece, as dúvidas da mente e as crises se dissolvem e a serenidade se instala.
         Nessa busca em vigília, feita com dedicação e calma, desvelam-se os propósitos da vida e o serviço a ser prestado. Encontram-se os semelhantes na própria essência interior, e assim começa a convivência fraterna.
         Quanto mais conectados com o próprio Ser Interior, mais preparados estaremos para construirmos firmeza interna, proporcionando calma, paz e serenidade para todos que estiverem passando por momentos de dificuldade de qualquer natureza.
         A paz poderá ser vista como um farol na escuridão. Assim, todo o esforço realizado hoje será frutífero amanhã. Aos que desejam servir, saibam que para sermos portadores da paz é preciso, primeiro, que nos tornemos reis da harmonia em nosso mundo interior. Desse modo, poderemos estar harmonizados também nos nossos corpos materiais, como o físico, o emocional e o mental.
         Para quem deseja estar em vigília, é fundamental que seja devoto, fiel, e que não se deixe levar pelo ritualismo de atos e exercícios somente, sem antepor a isso uma devoção autêntica e um fervor em suas ofertas. Todo e qualquer ato feito em glória a Deus é para ser imbuído de alegria, livre de apatia e de soberba.
         Que seja manso como ovelha nos campos, orando profundamente nas vigílias por todos os que não têm fé e pelos que ainda não se abriram às mensagens que provém dos níveis espirituais elevados. Essa oração, como se disse, é um aperfeiçoamento do próprio estado, refletindo-se em toda a humanidade, que é una, e beneficiando-a.
Todos são chamados a uma união fraterna além das fronteiras do ego, sem remorsos. São milhões os que necessitam disso, porém, como se sabe, é necessário primeiro corrigirem seus passos, darem a mão franca e desinteressada aos que vêm logo atrás e saberem reconhecer os necessitados.
         Devemos ter sempre em mente o seguinte: “a estrada é longa para alguns e curta para outros, quem chega primeiro deve saber esperar quem ainda está a caminho.”.

(TRIGUEIRINHO. Escritor, em artigo publicado no jornal O TEMPO Belo Horizonte, edição de 19 de junho de 2016, caderno O.PINIÃO, página 16).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Cidadania e Qualidade vem de artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 21 de junho de 2016, caderno OPINIÃO, página 7, de autoria de ANDRÉ ROBERTO MELO SILVA, biólogo, professor do Centro Universitário UNA, e que merece igualmente integral transcrição:

“Pesquisa e a formação do aluno
        A pesquisa científica é uma novidade para a humanidade. Nossa espécie surgiu a aproximadamente 200 mil anos no nordeste da África e por lá ficou como grupos nômades, caçadores e coletores durante 130 mil anos (somos todos africanos, portanto). Há 70 mil anos começou a se espalhar para outros continentes e há apenas 10 mil anos dominou o cultivo de algumas espécies vegetais, surgindo então os primeiros assentamentos e vidas.
         Os primeiros impérios, sistemas de escrita e dinheiro surgiram há cinco mil anos e há apenas 500 anos se inicia as primeiras pesquisas, o que foi chamado por Yuval Noah Harari, no livro Sapiens, de revolução científica.
         Antes disso, as poucas descobertas eram feitas pela curiosidade das pessoas, por tentativa e erro. Entretanto, a partir de 1500, o homem começou a acreditar que poderia construir novos conhecimentos, pois entendeu que não sabia tudo. Assim, grandes investimentos começaram a ser feitos em novas descobertas.
         A partir de então surgiram vários avanços e novos saberes, muitos na área da saúde e medicina. Por exemplo, foi apenas em 1674 que micro-organismos foram observados em um microscópio; em 1859 foi publicada a Teoria da Evolução de Darwin e a teoria psicanalítica de Freud só no início do século XX. A expectativa de vida mais que duplicou nos últimos séculos e a população mundial triplicou após a 2º Guerra Mundial.
         Em uma visão mais localizada, a pesquisa foi e é fundamental para o desenvolvimento de um país. Ela gera novos conhecimentos e produtos, que trazem ganhos para as pessoas particularmente, como novos medicamentos, e para o país através das patentes.
         A pesquisa científica muitas vezes começa nas escolas técnicas, faculdades e universidades, com iniciações científicas ou monografias, e é uma oportunidade valiosa para o aluno. Lá, ele exercita sua criatividade e curiosidade, aliados ao método científico, fundamental para que os resultados alcançados sejam confiáveis. Além disso, ativa sua capacidade de leitura e senso crítico.
         Sem curiosidade pouca coisa nova pode ser descoberta. É preciso ter vontade de descobrir algo que ainda não se sabe. Essa curiosidade e vontade tem que ser estimulada no ambiente familiar e escolar para depois ser aproveitada e desenvolvida no ensino superior.
         A partir daí as pesquisas podem ser básicas, gerando informações e conhecimentos que irão integrar os livros/textos ou aplicadas, que podem gerar soluções para um problema específico.
         Pelo senso comum, o Brasil está muito atrasado. Entretanto, de acordo com dados levantados pela agência Thomson Reuters, em 2003 o Brasil estava em 17º lugar no mundo em relação às publicações, com 19 mil artigos, e passou para o 13º lugar em 2013, com 43 mil, à frente de países como Suécia e Rússia.
         Entretanto, ainda é pouco. Essa pesquisa apenas considera os números absolutos de publicações. Nossa capacidade é tão grande que são necessários ainda mais investimentos, para fomentar novas gerações de pesquisadores, repatriar outros e evitar que mais cientistas procurem universidades estrangeiras.
         Assim, mesmo com a fusão do Ministério da Ciência e Tecnologia, continua cada vez mais fundamental uma atenção cuidadosa das faculdades e universidades públicas e privadas e órgãos de fomento para o desenvolvimento das pesquisas em nosso país.”.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, civilizadas, soberanas, democráticas e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:
a)     a educação – universal e de qualidade –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas (enfim, 125 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da civilidade, da democracia, da participação, da sustentabilidade...);
b)    o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em abril a ainda estratosférica marca de 435,6% para um período de doze meses; e, em maio, o IPCA acumulado nos doze meses chegou a 9,32%, e a taxa de juros do cheque especial em históricos 308,7%...); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade  –  “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis prejuízos e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 516 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, a falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;
c)     a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com projeção para 2016, apenas segundo a proposta do Orçamento Geral da União, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1,348 trilhão, a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão de R$ 1,044 trilhão), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega:
- pagar, sim, até o último centavo;
- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”);

Destarte, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela cidadania e qualidade, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos e que contemplam eventos como a   Olimpíada de 2016; as obras do PAC e os projetos do Pré-Sal, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo da justiça, da liberdade, da paz, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”

- 55 anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2016) ...

- Estamos nos descobrindo através da Cidadania e Qualidade...
- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas...
- Por uma Nova Política Brasileira...