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quarta-feira, 3 de abril de 2019

A EXCELÊNCIA EDUCACIONAL, OS DESAFIOS HUMANOS NAS NOVAS TECNOLOGIAS E A FORÇA DA CULTURA DE PRESERVAÇÃO NA SUSTENTABILIDADE


“Tecnologia: o próximo desafio são os humanos
        Era de se imaginar que as palestras do SXSW 2019** (South by Southwest), em Austin, nos Estados Unidos, fossem sobre alguns dos grandes avanços tecnológicos. Temas não faltam: inteligência artificial, computação quântica, edição genética, entre outros. As duas primeiras estrelas do maior evento de criatividade e inovação do planeta, no entanto, dominaram o palco principal para falar de... emoções humanas.
         Essa tendência tem sido clara desde a edição de 2018. Estamos em um momento único, em que o caminho das inovações tecnológicas começa a ficar mais evidente e que boa parte do que vemos, há décadas, nos filmes de ficção, vai mesmo acontecer. Robôs cada vez mais presentes em todas as áreas, máquinas mais inteligentes do que o homem e capazes de aprender e evoluir sozinhas, a eliminação de doenças e até carros voadores. É tudo questão de tempo. O maior desafio, agora, é sobre como vamos lidar com tudo isso.
         “Estamos desesperados buscando humanização, enquanto estamos construindo uma sociedade cada vez mais desumanizada”, afirmou Esther Perel durante o SXSW. Ela é terapeuta de casais e já tinha sido uma das atrações mais aplaudidas da edição passada, ao falar sobre as relações conjugais modernas. Ela voltou este ano para falar sobre a importância das relações interpessoais no trabalho e o quanto isso vem mudando por causa das mudanças nas nossas relações fora do trabalho.
         “Nós nunca, na história, depositamos tanta expectativa no trabalho”, diz Perel. “Nós queremos que ele se adapte a nós, que nos traga reconhecimento, que esteja de acordo com o nosso propósito. Há alguns anos, as pessoas trabalhavam para colocar pão na mesa, e não por razões emocionais.”
         A palestrante de abertura foi a pesquisadora Brenè Brown, famosa por seus best-sellers sobre a vulnerabilidade e pertencimento, e com várias obras traduzidas no Brasil. Em uma narrativa que levou muitas das quatro mil pessoas às lágrimas, Brown fez uma apaixonada defesa da necessidade dos seres humanos em se conectarem, de dialogar e, principalmente, de ter a coragem de ser eles mesmos. “Seja você mesmo. É a única coisa que você vai fazer bem. Você será péssimo em todo o resto que tentar”, afirmou a especialista.
         Na era da tecnologia, o próximo desafio parece ser mesmo os humanos.”.

(LUCIANE AQUINO. Consultora em inovação e estratégia de produto digital, mentora e investidora em startups brasileiras, em artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 23 de março de 2019, caderno OPINIÃO, página 7).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de artigo publicado no mesmo veículo, edição de 20 de março de 2019, mesmo caderno e página, de autoria de LUIZ AUGUSTO PEREIRA DE ALMEIDA, diretor da Federação Internacional Imobiliária (Fiabci-Brasil) e diretor de marketing da Sobloco Construtora, e que merece igualmente integral transcrição:

“Múltiplas tragédias, uma causa
        Qualquer ser humano, desde o mais jovem ao mais adulto, sabe que, se não mantiver o seu corpo com alimentação saudável, exercícios regulares e bons hábitos, provavelmente acabará numa cama de hospital. Qualquer pessoa tem plena ciência de que seu carro, bicicleta ou mesmo sua casa, se não passar por manutenções periódicas, perderá valor rapidamente.
         No campo do desenvolvimento urbano e infraestrutura não é diferente. O planejador urbano ao se deparar com o crescimento das cidades, precisa gastar muito tempo, não só para definir como elas irão desenvolver-se, mas também como preservarão, cuidarão e valorizarão seu patrimônio. De nada adianta prever e implantar parques, se eles ficarem sem manutenção e se tornarem lugares inóspitos para frequência. Tampouco terão retorno áreas cuja zeladoria pública esteja ausente.
         O Centro de São Paulo e de outras capitais e as áreas de mananciais das regiões metropolitanas são exemplos clássicos do absentismo do poder público quanto ao planejamento e cuidados urbanos. De nada adianta permitir a ocupação urbana em áreas de risco, colocando a vida das pessoas em jogo, se não há responsáveis para cuidar ou manter um nível aceitável de bem-estar para esses moradores. Da mesma forma, tornam-se ineficazes as várias restrições urbanísticas impostas ao Centro das principais cidades do país, se levam os proprietários de imóveis a abandoná-los. A manutenção não precisa constituir-se em ônus para a administração pública. Também pode representar custo zero, seja através de investimentos da iniciativa privada, ou de incentivos a ela conferidos.
         Recentemente, temos sido surpreendidos por uma série de acidentes que revelam o quanto o assunto “manutenção” é importante, mas deixado de lado. Os viadutos de São Paulo estão sob ameaça de queda. Já são dois interditados e agora de fala em outros. Quando há excesso de chuvas as cidades alagam, aflorando a ineficiência de seus sistemas de drenagem e escoamento de águas. Também ficam sem energia, indicando não haver suficiente investimento em renovação e manutenção das instalações elétricas. Sem falar dos casos mais dramáticos, como Mariana e Brumadinho (MG), com centenas de vítimas de morte.
         Nunca foi costume do Brasil investir na preservação de seu patrimônio cultural, ambiental, esportivo ou mesmo na sua infraestrutura urbana. Aliás, há uma ironia em tudo isso. Enquanto nossos legisladores, no afã de constituir um legado para as futuras gerações, continuam tombando prédios urbanos, criando áreas de preservação, ou mesmo projetando equipamentos públicos gigantescos, como os estádios da Copa do Mundo ou o Parque Olímpico no Rio de Janeiro, constata-se a absoluta falta de planejamento aos recursos humanos e financeiros necessários para sua manutenção. Não é surpresa, portanto, vermos, periodicamente, essas tragédias e dramas nos veículos de imprensa. A rigor, todos os acidentes têm a mesma causa, atrelada a essa questão cultural de nosso país.
         Mas não precisa ser assim, pois ao redor do mundo, e mesmo no Brasil, bons exemplos de investimentos em manutenção não faltam. Tomemos a cidade de Orlando, na Flórida. São mais de 60 milhões de visitantes, anualmente, frequentando os parques e a cidade, atraídos por sua beleza urbana e segurança, aportando quase US$ 50 bilhões aos cofres do município. No litoral paulista temos a Riviera de São Lourenço, em Bertioga, onde, há mais de 30 anos, centenas de milhares de pessoas frequentam o bairro, encantadas com sua praia sempre limpa, água e esgotos tratados, sem problemas relacionados ao lixo ou inundações. Essa frequência proporciona transferência permanente de renda de seus proprietários e usuários de R$ 200 milhões, por ano, para o município. Manutenção não é despesa. É investimento. É geração de riqueza e bem-estar.
         Estamos na era digital, das cidades criativas ou smart cities, cujo sucesso ou fracasso será pautado pela inovação, a tecnologia, a capacidade intelectual e de investimento de seus administradores e empreendedores, aliadas aos cuidados e manutenção dos espaços urbanos, por meio de processos regulatórios e fiscalizatórios. Está aí um desafio para os nossos administradores.”.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, justas, educadas, qualificadas, civilizadas, soberanas, democráticas, republicanas, solidárias e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:
a)     a excelência educacional – pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas, gerando o pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional (enfim, 129 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade...);
b)    o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em fevereiro a ainda estratosférica marca de 295,53% nos últimos  doze meses, e a taxa de juros do cheque especial chegou em históricos 317,93%; e já o IPCA, também no acumulado dos últimos doze meses, chegou a 3,89%); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade    “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis e irreversíveis prejuízos, perdas e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 518 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, à falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;
c)     a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2019, apenas segundo o Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1,422 trilhão (43,6%), a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão de R$ 758,672 bilhões), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega, do direito e da justiça:
- pagar, sim, até o último centavo;
- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente, competente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”).

Destarte, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela excelência educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, solidária e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo do direito, da justiça, da verdade, do diálogo, da liberdade, da paz, da solidariedade, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...
Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”
57 anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2018)

- Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...
- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas ...
- Por uma Nova Política Brasileira ...
- Pela excelência na Gestão Pública ...
- Pelo fortalecimento da cultura da sustentabilidade, em suas três dimensões nucleares do desenvolvimento integral: econômico; social, com promoção humana, e, ambiental, com proteção e preservação dos nossos recursos naturais ...
- A alegria da vocação ...  

Afinal, o Brasil é uma águia pequena que já ganhou asas e, para voar, precisa tão somente de visão olímpica e de coragem! ...      

E P Í L O G O

CLAMOR E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO

“Oh! Deus, Criador, Legislador e Libertador, fonte de infinita misericórdia!
Senhor, que não fique, e não está ficando, pedra sobre pedra
Dos impérios edificados com os ganhos espúrios, ilegais, injustos e
Frutos da corrupção, do saque, da rapina e da dilapidação do
Nosso patrimônio público.
Patrimônio esse construído com o
Sangue, suor e lágrima,
Trabalho, honra e dignidade do povo brasileiro!
Senhor, que seja assim! Eternamente!”.




segunda-feira, 11 de março de 2019

A EXCELÊNCIA EDUCACIONAL, A LUZ DA ORIENTAÇÃO NAS ESCOLAS E OS CLAMORES DA SERRA DA PIEDADE NA SUSTENTABILIDADE


“Qual a importância da orientação educacional?
        Entender o que influencia o desempenho de crianças e adolescentes na escola, atualmente, é um desafio. A geração do século 21 convive, cada vez mais, com avanços tecnológicos, atualização constante das demandas do mercado de trabalho, pressão com vestibulares e, em alguns casos, enfrentam problemas de interação com o grupo, transtornos de ansiedade e até depressão. Com esse cenário, novas responsabilidades começam a aparecer na vida dos alunos e de seus familiares. Adaptar-se a isso nem sempre é fácil, e é aqui que entra o papel do orientador educacional.
         O ingresso no primeiro ano do ensino médio, por exemplo, requer atenção de um orientador, pois os estudantes passam por uma transição, adquirindo uma nova relação com a aprendizagem e construindo novas expectativas de futuro, muitas vezes relacionadas ao ingresso na faculdade, à definição de uma profissão ou carreira. Esse é o momento de auxiliar os adolescentes a adquirirem uma nova rotina de estudos. Assim como no segundo ano, é fundamental fazê-los perceber que o tempo é importante e que, mesmo sendo um ano um pouco mais tranquilo, é necessário ter foco no estudo. Já no último ano do ensino médio, é bem importante ajudá-los a identificar as áreas com que têm mais afinidade, a aprender a lidar com a pressão do vestibular e com a escolha de sua primeira formação e, muitas vezes, a desenhar uma carreira. Todo o passo a passo dessa trajetória passa pela ajuda do orientador educacional.
         Tornar a vida do aluno mais saudável no dia a dia escolar é fundamental para o melhor desempenho não só dentro dos estudos, mas também no tempo em que o estudante passa fora da escola. Por isso, é essencial o orientador educacional estar próximo dos familiares para acompanhá-los, também, nesse processo. Os orientadores ajudam na ponte da relação entre pais e filhos no que tange ao ambiente educacional, assim como destes com os professores.
         Muitos pais procuram os orientadores para entender o comportamento dos filhos: por que vão mal ou bem em uma matéria; como deveria ser uma rotina de estudo eficiente; como equilibrar a vida social com a escolar; como abordar as questões afetivas da adolescência, entre outras questões. O orientador educacional, muitas vezes, é quem oferece o contraponto , ajudando filhos e pais a olharem as coisas por outra perspectiva e a encontrar soluções. Ele possibilita ampliar a visão de ambos e incentivar a compreensão de diferentes pontos de vista. Há pais preocupados de mais com os estudos dos filhos, mas também há pais que se preocupam de menos. Os orientadores colaboram para esse equilíbrio, partindo do princípio de que a responsabilidade pelo sucesso escolar deve ser, na adolescência, assumida, primeiramente, pelo aluno. É comum, nessa fase, que filhos e pais sejam chamados para uma conversa conjunta, em que o orientador promove uma comunicação mais fluente, o ajuste de expectativas, o esclarecimento de questões relacionadas ao dia a dia, a compreensão das escolhas e das necessidades específicas da adolescência.
         A atuação constante dos orientadores torna a escola um bom lugar para estudos e relacionamentos entre alunos, professores e familiares. Dessa forma, é possível notar, também que essas ações geram resultados significativos e colaboram, inclusive, para a prevenção do bullying, por exemplo, e até diminuição do uso de bebidas alcoólicas e drogas entre os jovens.
         O orientador é escuta, é exercício, é ponte para melhorar a vida do estudante em sua rotina escolar, visando ao melhor desempenho e formação de cada indivíduo e, também, do coletivo estudantil.”.

(SOFIA DE ALENCASTRO. Orientadora educacional do ensino médio no Colégio Anglo 21, em artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 1º de março de 2019, caderno OPINIÃO, página 19).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de artigo publicado no mesmo veículo, edição, caderno e página, de autoria de DOM WALMOR OLIVEIRA DE AZEVEDO, arcebispo metropolitano de Belo Horizonte, e que merece igualmente integral transcrição:

“Amigos da Serra da Piedade
        Reconhecimento e gratidão àqueles que, corajosamente, defendem a Serra da Piedade. Caminhando com a Arquidiocese de Belo Horizonte, guardiã do Santuário Basílica Nossa Senhora da Piedade, no ponto mais alto do maciço, estão pessoas que defendem a sustentabilidade e o desenvolvimento integral. Cidadãos que, assim, pautam suas condutas de modo coerente com o evangelho de Jesus Cristo. Primam pela honestidade, patrimônio que a traça não corrói. Defendem a verdade, em vez de articulações que, mesmo amparadas por decisões judiciais – questionáveis, saliente-se –, buscam somente contemplar interesses pouco nobres. A crescente comoção do povo mineiro, que abomina a inadmissível decisão de autorizar a mineração na Serra da Piedade, faz crescer o interesse de toda a sociedade a respeito dos inscritos e dos não inscritos na lista de amigos desse lugar sagrado.
         Fora da lista de amigos da Serra da Piedade estão os que enxergam o interesse pecuniário, dominados pela idolatria do dinheiro e, por isso, defendem a mineração no território sagrado. Nessas pessoas, a qualidade dos recursos naturais da serra desperta somente a ganância. Estimula percursos indevidos, com decisões judiciais que, na sua obscuridade, ainda receberão luzes próprias do qualificado entendimento da lei, fundamentado no bem e na verdade. Tomem consciência os que estão fora da lista de amigos da Serra da Piedade: a decisão de explorá-la não é força para retomada da economia mineira. A mineração em um lugar sagrado, a partir de juízos parciais, tende ao fracasso, cedo ou tarde.
         A luta dos amigos da Serra da Piedade não está perdida. É uma grande batalha, por vezes considerada impossível de vencer. Estejam certos: o mal, muitas vezes, parece triunfar, mas, no fim, o bem sempre prevalece, conforma a história já tantas vezes. Permaneçam unidos os que defendem a serra, pois a hora é de buscar a vitória do bem. Esse triunfo pede radical mudança de mentalidade, a reorganização de interesses a partir do nobre sentido de cidadania. A Serra da Piedade precisa ser recuperada da fenda criminosa que se lhe foi aberta no passado, por uma mineração não supervisionada, feita no desarvoro do lucro. É preciso que se determine, judicialmente, com exigências a quem se propõe a empreender, o caminho para a recuperação da natureza, de modo que a ferida na serra cicatrize e o território sagrado seja restaurado.
         A Serra da Piedade é verdadeiro coração de Minas Gerais, pois congrega riquezas minerais, religiosas, históricas, culturais e paisagísticas que compõem a identidade do estado. Mesmo sendo tão preciosa, está sob a ameaça. Às vésperas de se completar um mês da fatídica tragédia em Brumadinho, no Córrego do Feijão, um órgão do poder público estadual autoriza a ampliação da ferida da serra. Trata-se de desrespeito ao território sagrado e aos cidadãos enlutados. Decisão que contrasta com o posicionamento lúcido, corajoso e cidadão do Legislativo mineiro, que aprovou regras mais rígidas para a mineração. A lei, já com a competente sanção do governador do estado de Minas Gerais, contribui para mudar a história, evitando que vidas humanas e o meio ambiente sejam novamente devastados em tragédias inaceitáveis.
         Mesmo assim, permanece a ameaça à Serra da Piedade, com real possibilidade de impacto na vida de muitas pessoas, que podem sofrer, inclusive, com a falta de água. A atividade minerária autorizada no território sagrado inclui a permissão para perfuração de poços artesianos profundos, para que se utilize a água no processo de lavagem do minério. A justificativa de pessoas interessadas na exploração da serra é fraca. O argumento é que a atividade minerária se ampara em decisão judicial. Há quem veja na composição de conselhos importantes, a exemplo daquele que autorizou a mineração na Serra da Piedade, a causa de problemas crônicos. Os critérios adotados para a seleção de representantes nessas instâncias estão mais submissos ao poder econômico, deixando, em segundo plano, o interesse coletivo.
         A decisão que autoriza a ampliação da ferida no coração de Minas Gerais está em descompasso com os pronunciamentos do Conselho do Monumento Natural da Serra da Piedade, ligado ao poder público estadual. A exploração mineral autorizada prevê que a atividade de retirada de rejeitos utilize vias no território do Santuário Basílica Nossa Senhora da Piedade – solução mais barata para o empreendedor, que amplia o seu lucro, mas gera ainda mais degradação. Imaginem o absurdo: por dentro do território sagrado vão se deslocar 220 caminhões de rejeitos por dia, em mais de 400 viagens nessas estradas.
         Não se sabe se os responsáveis pela decisão de autorizar a exploração do território sagrado, coração de Minas Gerais, têm consciência da gravidade das suas ações, que os colocam na lista dos “não amigos” da Serra da Piedade. O que se espera de todos eles? Que sigam o caminho da conversão. Por hombridade e respeito, abandonem a estrada que leva à desolação e ao fracasso. Que inscrevam seus nomes na história dos mineiros a serviço do bem, na lista dos amigos da Serra da Piedade.”.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, civilizadas, soberanas, democráticas e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:
a)     a excelência educacional – pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas, gerando o pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional (enfim, 129 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade...);
b)    o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em janeiro a ainda estratosférica marca de 286,93% nos últimos  doze meses, e a taxa de juros do cheque especial chegou em históricos 315,58%; e já o IPCA, também no acumulado dos últimos doze meses, chegou a 3,78%); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade    “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis e irreversíveis prejuízos, perdas e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 518 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, à falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;
c)     a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2019, apenas segundo o Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1,422 trilhão (43,6%), a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão de R$ 758,672 bilhões), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega, do direito e da justiça:
- pagar, sim, até o último centavo;
- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente, competente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”).

Isto posto, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela excelência educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, solidária e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo do direito, da justiça, da verdade, do diálogo, da liberdade, da paz, da solidariedade, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”
57 anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2018)

- Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...
- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas ...
- Por uma Nova Política Brasileira ...
- Pela excelência na Gestão Pública ...
- Pelo fortalecimento da cultura da sustentabilidade, em suas três dimensões nucleares do desenvolvimento integral: econômico; social, com promoção humana, e, ambiental, com proteção e preservação dos nossos recursos naturais ...
- A alegria da vocação ...  

Afinal, o Brasil é uma águia pequena que já ganhou asas e, para voar, precisa tão somente de visão olímpica e de coragem! ...      

E P Í L O G O

CLAMOR E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO

“Oh! Deus, Criador, Legislador e Libertador, fonte de infinita misericórdia!
Senhor, que não fique, e não está ficando, pedra sobre pedra
Dos impérios edificados com os ganhos espúrios, ilegais, injustos e
Frutos da corrupção, do saque, da rapina e da dilapidação do
Nosso patrimônio público.
Patrimônio esse construído com o
Sangue, suor e lágrima,
Trabalho, honra e dignidade do povo brasileiro!
Senhor, que seja assim! Eternamente!”.



          

          

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2019

A EXCELÊNCIA EDUCACIONAL, A LUZ DO CONHECIMENTO CIENTÍFICO E O CUIDADO COM OS TESOUROS DAS MONTANHAS MINEIRAS NA SUSTENTABILIDADE


“Conhecimento científico: chave da sustentabilidade
        No momento em que a ciência sofre ataques, é hora de lembrar as contribuições que ela já deu e revelar o que estaria em risco na sua ausência. Quando representantes de governos negam a ciência, toda a nação perde. O negacionismo científico, especialmente se institucionalizado, enfraquece um país. A consequência mais nefasta desse comportamento é fazer com que uma parcela da população imagine que dogmas, especulações e informações sem evidências estão no mesmo patamar da ciência e, portanto, podem ser usados para contestá-la. A ciência é sustentada nos melhores procedimentos disponíveis, os quais permitem a validação de hipóteses e a reprodução de dados. Dessa maneira, para questioná-la de maneira válida, é preciso usar os mesmos métodos.
         O conhecimento científico é uma ferramenta fundamental para todas as áreas. Na saúde, por exemplo, é responsável pelo desenvolvimento de medicamentos, vacinas, diagnósticos e tratamentos. No abastecimento energético, transforma, por meio da física e da química, matéria-prima em energia. Na agricultura, leva à compreensão da relação entre solo, planta, clima e demais variáveis que impactam a produção de alimentos. A lista é longa.
         Analisemos, sob esse ponto de vista, a agricultura. Nesse setor, a relevância da ciência é inquestionável. Sementes com alta tecnologia agregada, máquinas que facilitam o manejo, fertilização que corrige o solo, técnicas de irrigação que permitem o plantio, insumos que protegem as plantas, e melhoramentos genéticos que garantem novas variedades são apenas algumas das inovações eu já revolucionaram a área. Se olharmos de maneira aprofundada para a ciência na biotecnologia agrícola, veremos que elas são tão ligadas que até se confundem.
         O milho e a soja transgênicos estão entre nós há mais de uma e duas décadas, respectivamente. Não por acaso, ao longo desses anos, esses alimentos se tornaram os principais produtos de exportação brasileiros, rendendo16,7 milhões de toneladas a mais de grãos na balança comercial e R$ 45 bilhões adicionais em riquezas para o país. Algodão e cana também contam com variedades geneticamente modificadas que trazem benefícios. Ou seja, os membros da Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio), responsável pela avaliação da biossegurança dos transgênicos no Brasil, especialistas em biologia molecular e áreas afins, ao se ater rigorosamente aos critérios científicos, prestaram um inestimável serviço ao Brasil.
         O esforço dos pesquisadores brasileiros em desenvolver tecnologias para a agricultura transformou o país. Em cerca de quatro décadas, saímos da posição de importadores de grãos para ser um dos maiores exportadores globais. O acúmulo de saberes que possibilitou esse desempenho continua ocorrendo. Hoje, ferramentas de agricultura digital se somam ao íntimo conhecimento que adquirimos sobre a relação entre o vegetal, a terra, o clima e as ameaças à produção, auxiliando pequenos e grandes agricultores a aumentar o rendimento, preservando o meio ambiente.
         É precisamente isso que nos moverá no sentido do desenvolvimento sustentável. Se quisermos chegar nesse futuro desejável, não poderemos abrir mão de nenhuma contribuição da ciência, nem na agricultura, nem em nenhuma outra área. Ela deve ser reconhecida como essencial e não ser colocada na categoria de acessório ou se submeter a lógicas de conveniência. Mesmo tendo entregado tantos benefícios e confirmado sua confiabilidade tantas vezes, seu mérito ainda é erroneamente questionado.”.

(ADRIANA BRONDANI. Doutora em ciências biológicas pela UFRGS e diretora-executiva do Conselho de Informações sobre Biotecnologia (CIB), em artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 8 de fevereiro de 2019, caderno OPINIÃO, página 7).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de artigo publicado no mesmo veículo, edição, caderno e página, de autoria de DOM WALMOR OLIVEIRA DE AZEVEDO, arcebispo metropolitano de Belo Horizonte, e que merece igualmente integral transcrição:

“Olhai as minas de Minas
        Minas Gerais não pode ser mais a mesma. Encontrar novo caminho, fiel às tradições e às riquezas do território mineiro, para que se viva um novo tempo, é a missão que desafia o estado e o seu povo. Minas não pode mais ser a mesmo porque a tragédia de Brumadinho traz novamente dolorosa lição, a ser definitivamente aprendida por todos: não se pode reduzir os parâmetros do desenvolvimento às bitolas de idolatrias, como a do dinheiro, descompromissadas com os valores humanitários. Idolatrias que produzem irreparáveis prejuízos, dores que jamais serão esquecidas.
         Por isso mesmo, no coração da sociedade mineira deve vir, primeiro, o comprometimento com o cuidado e a atenção para as minas de Minas. Assim, impulsionados pelas dores e esperanças do povo, gravemente ferido pela tragédia de Brumadinho, todos se unirão para fazer surgir nova etapa na organização social, política e cultural do estado. O momento exige cooperação sincera e transparente dos diferentes segmentos sociais, desafiados a contribuir para a construção de um tempo novo. É preciso vencer, corajosamente, uma perigosa “barragem de rejeitos”, que acumula a ganância sem limites, a burocracia perversa – obstáculo para avanços necessários aos processos que merecem adequadas avaliações e juízos, fundamentados no bem comum.
         É imprescindível que todos os cidadãos façam um exame de consciência para não se dedicar apenas ao que leva a ganhos pessoais e egoístas. É fundamental cultivar a sensibilidade diante da dor dos pobres, do luto de familiares. Minas Gerais pode e merece ser diferente. A sua natureza há de ser preservada – um belo jardim. É preciso que as posturas tenham o propósito do desenvolvimento integral. Os agentes da destruição, que tratam com descaso a casa comum, não se enganem: cedo ou tarde, tragédias similares às que ocorreram em Brumadinho, no Vale do Paraopeba, e em Bento Rodrigues, distrito de Mariana, podem dizimar outros lugares, outras vidas.
         É preciso intervir com urgência na realidade para evitar outras manifestações trágicas, com mudanças profundas em diferentes campos, da legislação ao convívio social, valorizando mais a seriedade e a competência, o jeito mineiro de ser, que conta muito neste momento. Ninguém pode se sentir distante da missão de cuidar da casa comum nem se deixar manipular por interesses pouco nobres. Seja um ponto de partida olhar as minas de Minas – reconhecendo que suas riquezas podem ser fonte de desenvolvimento integral, progresso e geração de emprego, fundamentados em parâmetros leais e técnico-científicos. Livre de empreendimentos que simplesmente esburacam as montanhas e produzem barragens de rejeitos – bombas-relógio que ao explodir destroem vidas humanas e o meio ambiente.
         Olhai as minas de Minas nas suas belezas e riquezas, para que o estado se consolide entre os maiores destinos turísticos do mundo. Particularmente, as regiões de Minas Gerais sejam ainda mais reconhecidas como referência para o turismo histórico e religioso. O tratamento dado ao território mineiro precisa mudar e, para isso, muitas intervenções devem ser feitas. Importante destacar o papel essencial da política nesse processo, recordando-se do que diz o papa Francisco, em mensagem para o Dia Mundial da Paz: a política é um meio fundamental para construir a cidadania e as obras do homem. Nunca pode ser instrumento de opressão, marginalização e destruição. A qualificação da política depende, sobretudo, do respeito fundamental pela vida, a liberdade e a dignidade das pessoas, uma forma eminente de caridade.
         Os olhos e os corações precisam ser fecundados para que surjam novos modos de ver e de sentir, com percepções mais qualificadas da realidade. Um caminho que levará Minas Gerais a ser devidamente reconhecido e ainda mais respeitada. Todos enxergarão o verdadeiro jardim de infinitas belezas que é o território mineiro, um tesouro com riquezas naturais e tradições – religiosas e culturais. Minas tem um povo com a força para impulsionar a sociedade brasileira rumo a novos tempos. Seja, cada mineiro, consciente de seu pertencimento ao estado de Minas Gerais, para exercer, com gosto, fecunda cidadania. Assim se constrói novo marco civilizatório, começando pelo que é simples, mas altamente eficaz: olhar as minas de Minas.”.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, civilizadas, soberanas, democráticas e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:
a)     a excelência educacional – pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas, gerando o pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional (enfim, 129 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade...);
b)    o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em dezembro a ainda estratosférica marca de 285,4% nos últimos  doze meses, e a taxa de juros do cheque especial chegou em históricos 312,6%; e já o IPCA, também no acumulado dos últimos doze meses, em janeiro, chegou a 3,78%); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade    “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis e irreversíveis prejuízos, perdas e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 518 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, à falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;
c)     a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2019, apenas segundo o Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1,422 trilhão (43,6%), a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão de R$ 758,672 bilhões), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega, do direito e da justiça:
- pagar, sim, até o último centavo;
- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente, competente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”).

Isto posto, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela excelência educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, solidária e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo do direito, da justiça, da verdade, do diálogo, da liberdade, da paz, da solidariedade, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”
57 anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2018)

- Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...
- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas ...
- Por uma Nova Política Brasileira ...
- Pela excelência na Gestão Pública ...
- Pelo fortalecimento da cultura da sustentabilidade, em suas três dimensões nucleares do desenvolvimento integral: econômico; social, com promoção humana, e, ambiental, com proteção e preservação dos nossos recursos naturais ...
- A alegria da vocação ...  

Afinal, o Brasil é uma águia pequena que já ganhou asas e, para voar, precisa tão somente de visão olímpica e de coragem! ...      

E P Í L O G O

CLAMOR E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO

“Oh! Deus, Criador e Legislador, fonte de infinita misericórdia!
Senhor, que não fique, e não está ficando, pedra sobre pedra
Dos impérios edificados com os ganhos espúrios, injustos e
Frutos da corrupção, do saque, da rapina e da dilapidação do
Nosso patrimônio público.
Patrimônio esse construído com o
Sangue, suor e lágrima,
Trabalho, honra e dignidade do povo brasileiro!
Senhor, que seja assim! Eternamente!”.