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quarta-feira, 3 de junho de 2020

A EXCELÊNCIA EDUCACIONAL, AS LUZES DA ESPERANÇA NA TRAVESSIA DAS PANDEMIAS E OS FUNDAMENTOS CIVILIZATÓRIOS NOS NOVOS HORIZONTES DA SUSTENTABILIDADE


“Manifesto de esperança
        Em tempos de pandemia da Covid-19, temos consumido muitas informações, sobretudo as vinculadas na internet. De que modo reagimos às intempéries? Como bom mineiro, me faço a seguinte pergunta: como nosso espírito mineiro enfrenta tudo isso?
         Trazemos conosco a mesma realidade do rio, que contorna os percalços e acidentes geográficos. Na linguagem atual, o mineiro é resiliente. A resiliência é a capacidade de se recuperar de situações difíceis e aprender com elas. É o poder de recuperação diante dos desafios.
         Minas é marcada pelas montanhas e acidentes geográficos. As Gerais, ao contrário, têm uma vegetação rala, mais seca, mais planícies. Ambas trazem, a seu modo, as dificuldades em seu bojo. Político mineiro e mais longevo ministro da educação do Brasil, Gustavo Capanema retrata um pouco além: “no do Sul, a calma, a paciência, a serenidade; no da Zona da Mata, a bravura, a dureza, a teimosia, a energia, a pugnacidade; no das montanhas e da mineração, o idealismo, o sonho, a filosofia, o quixotismo.”.
         O mineiro não enfrenta, não bate de frente, encarapaça-se, engaiola-se para não se magoar, nem se ferir, nem ferir o outro. Sente antecipadamente a dor do seu próximo. É a forma que encontra de cuidar carinhosamente do seu semelhante. O quanto isso é valioso agora! Para isso, é preciso força. Aquela que vem de dentro da gente e que, se a gente acredita, brota como uma semente lançada.
         O olhar que se volta para os desafios de hoje é o mesmo que se dirige para o horizonte e nos traz a esperança de que seguiremos nessa odisseia humana para tempos mais fraternos, mais geradores de vida. Por isso é preciso ter clareza de que precisamos seguir uma rotina adaptada ao momento, fazer coisas que nos dão prazer, não nos isolar do contato afetivo, pelos meios possíveis, e ter consciência de que este momento vai passar.
         Mineiro reclama, esbraveja. Faz isso como um desabafo, mas logo está disposto a recomeçar. Ele é um louco-teimoso! Mas, ao mesmo tempo, tem a paciência de esperar e prosseguir renovando suas energias. É assim que a cor da esperança do mineiro tem a marca de sua persistência e ânimo. Esperamos um amanhã, breve e cheio de reencontros.
         O escritor mineiro Rubem Alves, ao se perguntar onde está sua esperança, escreve: “Minha esperança está numa multidão de indivíduos, independentemente do seu lugar social ou econômico, que vivem possuídos pelo sonho da vida, da beleza e da bondade”. Por isso, esperança, Minas Gerais! Siga sua missão, levadas por bons mineiros e mineiras de alma e corações leves, porque os dias logo voltarão ao normal.”.

(Geraldo Trindade. Bacharel em filosofia e teologia e padre na Arquidiocese de Mariana, em artigo publicado no jornal O TEMPO Belo Horizonte, edição de 1 de junho de 2020, caderno OPINIÃO, página 9).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de artigo publicado no mesmo veículo e edição, página A.PARTE, página 2, de autoria de VITTORIO MEDIOLI, e que merece igualmente integral transcrição:

“Em breve
        A passagem da pandemia deixará o mundo diferente. As previsões são de um ambiente socioeconômico revolto, segundo a McKinsey & Company, uma das maiores consultorias de gestão, que atende as mais importantes corporações e fundações do planeta. Distribuiu aos seus clientes no mês de maio um estudo global de tendências comportamentais e mercadológicas decorrentes da pandemia e no qual analisa o quadro que desponta no horizonte pós-Covid-19.
         Nas considerações iniciais encontram-se a China e o continente asiático, passando pela Europa, pelo Norte e pelo Sul da América, seguindo o percurso do coronavírus e traçando os momentos vivenciados em cada país.
         O estudo lista as perdas dos setores econômicos mais atingidos. Em primeiro lugar a indústria aeronáutica, seguida por petróleo e gás, instituições bancárias, seguradoras, automotivo, moda, agricultura, financeiro, eletroeletrônicos, alimentação. Só a tecnologia digital não perdeu espaço, e apenas o farmacêutico cresceu – 20%.
         A queda do PIB prevista para 2020 encontra o Brasil como o país mais penalizado do planeta, com queda de 8,6%, e o menos impactado, a China, com queda de 4,4%. A média mundial é prevista em 6,5% em relação a 2019. Nessa triste realidade pesa a qualidade dos políticos nacionais. Se em outros países se uniram contra o inimigo (Covid-19), aqui a instabilidade levou a maioria a se aproveitar para incendiar o ambiente. Sempre usando da estratégia surrada do “quanto pior, melhor”, dos pedidos de impeachment. Políticos sem responsabilidade social, refratários às consequências, com visão que não vai além do próprio umbigo, blindados em salários e prerrogativas escandalosas, despreparados moral e socialmente.
         Se a China voltará aos níveis de produção de 2019 já em 2021, a previsão da McKinsey para o Brasil é de retornar ao “antes” apenas em 2023. Os três meses de isolamento custarão três anos para recuperar a perda de empregos e receitas públicas. Mais uma vez o despertar do gigante, deitado em berço esplêndido, sofrerá atraso imperdoável.
         Os Estados Unidos e a Europa também se recuperarão plenamente apenas em 2023.
         A China já está batizada a conquistar mais penetração nos mercados globais com suas gigantescas corporações, as mais capitalizadas, e, ainda, apoiadas por um governo centralizado, determinado e sem oposição interna. Superará em ordem de grandeza os rivais e assumirá o vértice mundial.
         O Brasil desponta como uma das fronteiras de expansão dos interesses da China, com destaque para matérias-primas estratégicas e produtos agrícolas que abastecem suas distantes indústrias de transformação e alimentam 1,4 bilhão de habitantes.
         O Brasil, que prefere exportar seus recursos em vez de transformá-los, que abdicou de seu potencial estratégico, será teatro de uma nova colonização asiática.
         A previsão de retorno à plena normalidade sanitária é prevista para o fim de 2021, quando uma vacina deverá desmontar as medidas excepcionais. Até lá não se registrarão novas explosões de contágio, mas retornos de ocorrências que encontrarão barreiras numa população mais prevenida, protegida e retraída.
         Viajará menos, consumirá em casa, cuidará mais de sua estética, ficará mais tempo no mundo virtual, consumirá mais alimentos frescos, privilegiará a proteção de sua saúde, escolherá produtos mais econômicos, confortáveis, ambientalmente corretos.
         Assistiremos a uma escalada de atitudes para ter ar e águas mais limpas, de cuidados com a reciclagem, com produtos sustentáveis que colaboram com a despoluição do planeta e do clima.
         As fontes energéticas renováveis deixarão o carvão e o petróleo como última e rara opção em 2030.
          O consumo será mais consciente, as compras pela internet crescerão em ritmo vertiginoso, e as pessoas exigirão informações claras do que vão consumir. A fidelidade às “marcas” sofrerá uma reviravolta, a afetividade com as antigas poderá ser substituída por uma ligação mais forte com outras marcas alinhadas com o “novo” tempo. Nisso uma oportunidade enorme para quem souber entender a nova onda.
         A incerteza econômica levará à procura por lojas e marcas com preços menores, que ofereçam uma relação custo-benefício mais conveniente. Entretanto, a “origem correta” e consoante a sustentabilidade ambiental pesará nas escolhas como nunca, em detrimento do preço.
         A permanência em casa com a família crescerá, pois nelas se terá um local mais seguro, sem risco de contágio. Disso as melhorias habitacionais e adaptações das residências para atividades profissionais e de convivência prolongada com seletas companhias.
         As metrópoles, em geral poluídas e barulhentas, perderão seu apelo. Haverá migração para locais “naturais”, que ofereçam saúde e qualidade de vida, e acessibilidade.
         O estudo detecta que as empresas “resilientes” terão oportunidade de se expandir em detrimento das mais conservadoras e acomodadas.
         A consultoria McKinsey sugere a urgência em qualquer empreendimento de reequilibrar custos, fechar setores não estratégicos, enxugar despesas, repensar as rotinas, rever a linha de produtos, simplificar, reinventar à luz da nova realidade.
         Dois terços dos entrevistados acham “mais importante do que antes limitar impactos de mudanças climáticas”.
         A experiência pandêmica deixará, em breve, as empresas realmente resilientes, mas contundentes em revelar seus propósitos, em gerar ação, tomar partido e reforçar a conexão afetiva com os consumidores, as vencedoras do novo tempo.”.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, justas, educadas, qualificadas, civilizadas, soberanas, democráticas, republicanas, solidárias e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:
a)     a excelência educacional – pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas, gerando o pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional (enfim, 130 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade...);
b)    o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em março a estratosférica marca de 326,4% nos últimos  doze meses, e a taxa de juros do cheque especial chegou ainda em históricos 130,0%; e já o IPCA, em abril, também no acumulado dos últimos doze meses, chegou a 2,40%); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade    “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis e irreversíveis prejuízos, perdas e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 518 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, à falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;
c)     a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2020, apenas segundo o Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1,651 trilhão (44,79%), a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão de R$ 1,004 trilhão), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega, do direito e da justiça:
- pagar, sim, até o último centavo;
- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente, competente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”).

Isto posto, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela excelência educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, solidária e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo do direito, da justiça, da verdade, do diálogo, da liberdade, da paz, da solidariedade, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”
58 anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2019)

- Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...
- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas ...
- Por uma Nova Política Brasileira ...
- Pela excelência na Gestão Pública ...
- Pelo fortalecimento da cultura da sustentabilidade, em suas três dimensões nucleares do desenvolvimento integral: econômico; social, com promoção humana, e, ambiental, com proteção e preservação dos nossos recursos naturais ...
- A alegria da vocação ...  

Afinal, o Brasil é uma águia pequena que já ganhou asas e, para voar, precisa tão somente de visão olímpica e de coragem! ...        

E P Í L O G O

CLAMOR E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO

“Oh! Deus, Criador, Legislador e Libertador, fonte de infinita misericórdia!
Senhor, que não fique, e não está ficando, pedra sobre pedra
Dos impérios edificados com os ganhos espúrios, ilegais, injustos e
Frutos da corrupção, do saque, da rapina e da dilapidação do
Nosso patrimônio público.
Patrimônio esse construído com o
Sangue, suor e lágrima,
Trabalho, honra e dignidade do povo brasileiro!
Senhor, que seja assim! Eternamente!”.





quarta-feira, 20 de maio de 2020

A EXCELÊNCIA EDUCACIONAL, O PODER DAS NOVAS TECNOLOGIAS E BOA GOVERNANÇA NA GLOBALIZAÇÃO E AS LUZES DOS VERSOS ÁUREOS NA TRAVESSIA DAS PANDEMIAS NA SUSTENTABILIDADE


“O que a pandemia revela sobre a globalização
        O processo de globalização tem sido objeto de ataques de intelectuais, políticos e governantes mundo afora. Enquanto as esquerdas o denunciavam como instrumento de maior exploração das classes trabalhadoras, de concentração de renda e de ampliação das desigualdades em escala mundial, a direita se regozijava de seus feitos na ampliação dos mercados e na geração de riquezas.
         Com o passar do tempo, as esquerdas mais radicais, talvez entusiasmadas com o espetacular avanço econômico da China, se silenciaram, deixando a cargo da direita os ataques mais ferrenhos aos efeitos “perversos” do fenômeno, como o desemprego no mundo desenvolvido, as migrações e seus impactos nas culturas locais.
         Tais críticas servem, quando muito, para promover a instabilidade política mundial, dado que a globalização é um processo estrutural e, portanto, imune a críticas ou à vontade política. Trata-se de um fenômeno resultante da trajetória do capitalismo avançado que, com o auxílio decisivo das novas tecnologias, enfrenta a ferrenha disputa por mercados na realização de seus lucros.
         Esse é o pano de fundo da emergência, nos últimos anos, de movimentos e governos populistas de extrema direita embalados por teorias da conspiração que atribuem os males da sociedade contemporânea ao chamado “marxismo cultural” de inspiração gramsciana. Vem daí o ódio à diversidade, aos intelectuais, à ciência moderna e às organizações supranacionais como a Organização das Nações Unidas (ONU) e a Organização Mundial da Saúde (OMS), para não falar das organizações não governamentais que, a serviço do comunismo, visariam à implantação de um governo mundial.
         Por outro lado, nada como uma pandemia para revelar os impactos mais insólitos da globalização sobre as economias dos países ocidentais avançados, em especial o da vulnerabilidade da superpotência norte-americana.
         Ancorados nos elevados lucros de suas empresas de tecnologia de ponta, os Estados Unidos deixaram a cargo de outros países toda a produção industrial intensiva em mão de obra. A China, que durante anos enviou centenas de milhares de estudantes aos Estados Unidos, soube combinar a absorção e o aprimoramento das novas tecnologias com a multiplicação de indústrias intensivas em mão de obra, tornando-se a maior supridora mundial de panos de prato a insumos para a indústria farmacêutica e os laboratórios de pesquisa.
         O combate à pandemia tem sido dificultado pela carência, em muitos países, de respiradores, equipamentos de proteção para os profissionais da saúde e insumos para pesquisa e testes de pacientes. Ironia das ironias, o Brasil se viu na contingência de buscar rotas alternativas às que incluem escala nos Estados Unidos para evitar o confisco dos equipamentos importados da China pelas autoridades daquele país. Só nos resta esperar pelo fim da pandemia para ver o que o futuro nos reserva.”.

(Flávio Saliba Cunha. Sociólogo e professor (UFMG), em artigo publicado no jornal O TEMPO Belo Horizonte, edição de 15 de maio de 2020, caderno OPINIÃO, página 17).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de artigo publicado no mesmo veículo, edição de 18 de maio de 2020, caderno A.PARTE, página 10, de autoria de VITTORIO MEDIOLI, e que merece igualmente integral transcrição:

“Versos áureos
Entre os ensinamentos morais que não deveriam faltar na mesa de um homem de poder, ou de quem tem apreço a si e à humanidade, estão os “Versos Áureos”, de Pitágoras. Confesso que muitas vezes me esqueço de consultá-los e, assim, afundo-me em meus erros. É sempre bom lembrá-los antes de uma decisão.
         
         Aos deuses, segundo as leis, presta justas homenagens; respeita a palavra dada, os heróis e os sábios; honra teus pais, teus reis, teus benfeitores; escolhe para teus amigos os melhores dos homens; sê obsequioso, sê fácil nos negócios; não odeies tem amigo por faltas leves; serve com teu poder à causa do bom direito; quem faz tudo o que pode faz tudo o que deve.

         Sabe reprimir, como um mestre severo, o apetite e o sono, Vênus e a cólera.

         Não peques contra a honra nem de longe, nem de perto. E só sê juiz severo de ti mesmo; sê justo em ações, e não em palavras; não ofereças pretextos frívolos ao mal.

         A sorte não enriquece, ela pode empobrecer-nos. Fracos ou poderosos, devemos todos morrer.

         Não sejas refratário a tua dor, aceita-a; aceita o remédio útil e salutar e sabe que os homens virtuosos são os menos infelizes dos mortais aflitos; que teu coração se resigne aos injustos colóquios (à calúnia).

         Deixa falar o mundo e segue sempre teu caminho, mas não faças nada levado pelo exemplo que seja sem retidão e sem utilidade.

         Faze caminhar à frente o conselho que te aclara para que a obscuridade não venha atrás.

         A tolice é sempre a maior das desgraças; não faças nada sem saber, sê cioso para aprender. Dá ao estudo um tempo que a felicidade deverá retribuir.

         Não sejas negligente em cuidar de tua saúde e toma o necessário com sobriedade; tudo o que não pode prejudicar é permitido na vida.

         Sê elegante e puro sem excitar a inveja; foge à negligência e ao fausto insolente; o luxo mais simples é o excelente.

         Não procedas sem pensar no que vais fazer e reflete, à noite, sobre toda a tua jornada: “O que fiz”, “o que ouvi”, “o que devo lastimar”.

         Por essa via de justiça divina, assim tu poderás escalar a excelência.

Dispensam comentários.”.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, justas, educadas, qualificadas, civilizadas, soberanas, democráticas, republicanas, solidárias e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:
a)     a excelência educacional – pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas, gerando o pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional (enfim, 130 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade...);
b)    o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em março a estratosférica marca de 326,4% nos últimos  doze meses, e a taxa de juros do cheque especial chegou ainda em históricos 130,0%; e já o IPCA, em abril, também no acumulado dos últimos doze meses, chegou a 2,40%); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade    “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis e irreversíveis prejuízos, perdas e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 518 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, à falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;
c)     a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2020, apenas segundo o Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1,651 trilhão (44,79%), a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão de R$ 1,004 trilhão), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega, do direito e da justiça:
- pagar, sim, até o último centavo;
- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente, competente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”).

Destarte, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela excelência educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, solidária e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo do direito, da justiça, da verdade, do diálogo, da liberdade, da paz, da solidariedade, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”
58 anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2019)

- Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...
- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas ...
- Por uma Nova Política Brasileira ...
- Pela excelência na Gestão Pública ...
- Pelo fortalecimento da cultura da sustentabilidade, em suas três dimensões nucleares do desenvolvimento integral: econômico; social, com promoção humana, e, ambiental, com proteção e preservação dos nossos recursos naturais ...
- A alegria da vocação ...  

Afinal, o Brasil é uma águia pequena que já ganhou asas e, para voar, precisa tão somente de visão olímpica e de coragem! ...        

E P Í L O G O

CLAMOR E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO

“Oh! Deus, Criador, Legislador e Libertador, fonte de infinita misericórdia!
Senhor, que não fique, e não está ficando, pedra sobre pedra
Dos impérios edificados com os ganhos espúrios, ilegais, injustos e
Frutos da corrupção, do saque, da rapina e da dilapidação do
Nosso patrimônio público.
Patrimônio esse construído com o
Sangue, suor e lágrima,
Trabalho, honra e dignidade do povo brasileiro!
Senhor, que seja assim! Eternamente!”.




quinta-feira, 14 de maio de 2020

A EXCELÊNCIA EDUCACIONAL, AS LUZES DA OUSADIA, CORAGEM, LIDERANÇA E ALTERIDADE NO EXERCÍCIO DA ENFERMAGEM E A PEDAGOGIA DAS INTEMPÉRIES E PANDEMIAS NA QUALIFICAÇÃO DA HUMANIDADE NA SUSTENTABILIDADE


“A enfermagem precisa ser valorizada cotidianamente
        A humanidade passa pela mais grave crise de saúde pública de sua história. Na linha de frente dessa guerra estão os profissionais de saúde, enfrentando um de seus maiores desafios dos últimos tempos.
         Destaca-se aqui a atuação da equipe de enfermagem, composta por enfermeiros graduados e de nível técnico, que têm se mostrado verdadeiros guerreiros prestando cuidados às pessoas que tanto necessitam, diante de uma infecção altamente contagiosa. Esse encorajamento se mantém a despeito das adversidades do contexto, dentre os quais a escassez de equipamentos de proteção individual para realizarem seu trabalho com segurança.
         A enfermagem é uma profissão que se originou sustentada em valores como ousadia, persistência, compaixão e dedicação ao próximo, além de muita coragem, conforme mostram os registros históricos da atuação de enfermeiras que se voluntariaram para cuidar de soldados na Guerra da Crimeia (1853-56).
         A primeira escola de enfermagem do mundo foi criada na Inglaterra por Florence Nightingale, uma mulher à frente de seu tempo, fundadora da enfermagem moderna. São de sua autoria as primeiras normativas para o bom funcionamento de hospitais, seguidas até hoje, como a preconização da lavagem das mãos como forma de proteger os doentes.
         Florence, considerada a enfermeira mais conhecida do mundo, já usava conhecimentos de estatística para analisar a situação de saúde da população, numa época em que esse tipo de atividade só cabia aos homens. Foi uma liderança importante com grande habilidade de articulação política, deixando grande legado para a sociedade.
         A população tem tido a oportunidade de perceber, como nunca, a essencialidade do trabalho da enfermagem. É uma categoria que atua ao longo de toda a vida das pessoas, do nascimento à morte, com ações de orientação em prol da promoção da saúde e prevenção de agravos, bem como de assistência direta às pessoas que necessitam de cuidados para se recuperarem ou assegurar a manutenção da vida.
         Espera-se que o reconhecimento não fique apenas nas palmas neste momento tão desafiador. Elas são muito bem-vindas, mas a valorização desses profissionais precisa ser constante, incluindo o respeito nas interações com essa equipe, bem como lhes assegurando condições de trabalho e remuneração dignos.
         A sociedade teria muitas dificuldades não fosse a valentia da enfermagem no enfrentamento dessa pandemia. Parabéns e obrigado a toda a equipe de enfermagem que, ao cuidar, salva vidas.”.

(Jaqueline A. Guimaraes Barbosa. Enfermeira e professora da Escola de Enfermagem da UFMG, em artigo publicado no jornal O TEMPO Belo Horizonte, edição de 12 de maio de 2020, caderno OPINIÃO, página 15).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de artigo publicado no mesmo veículo, edição de 11 de maio de 2020, caderno A.PARTE, página 7, de autoria de VITTORIO MEDIOLI, e que merece igualmente integral transcrição:

“Antes do esquecimento
        Quando cheguei a Belo Horizonte, em 27 de maio de 1976, o clima era diferente. Passei a morar numa chácara em Ibirité no ano de 1977. A paisagem era incrível, havia muita mata e uma represa de águas cristalinas. Animais de todas as espécies apareciam no quintal: raposas, quatis, tatus, criaturas parecidas com tartarugas, micos e até veadinhos.
         As madrugadas eram gélidas. No mês de junho, várias vezes se registrava geada, e aquela manta branca sobre a grama derretia com os primeiros raios de sol. Para tomar banho, aquecia-se o ambiente queimando álcool numa bandeja, e à noite eram necessários dois cobertores de lã para dormir. Em 1982, deixei Ibirité e mantenho uma lembrança feliz.
         Com o desmatamento e a ocupação urbana, a temperatura foi subindo no entorno de Belo Horizonte. O clima se transformou.
         No final de abril e começo de maio deste ano, a temperatura sofreu uma queda notável e me fez lembrar dos anos 70, quando as noites eram mais frias nesta estação. Nas últimas semanas, a luminosidade diurna tem sido mais intensa, e o sol brilha como nunca. Parece consequência da diminuição de uma camada de poluição, de finas partículas de CO2, que há tempos encapa o planeta.
         Não é por menos. Com milhões de veículos parados pela pandemia no mundo inteiro, as estrelas brilham mais, a luz ilumina a escuridão, o ar desde mais suave aos pulmões. Os automóveis repousam e deixam o planeta em paz. As mortes economizadas nas estradas provavelmente empatam com aquelas da pandemia. Em 2018 e 2019, foram 112 mil mortes por mês nas vias terrestres no mundo, 3.400 por dia. Nem por isso, porém, usamos todos os dias nossos veículos atando o cinto de segurança; aceitamos, assim, o risco, que mata 1,35 milhões de indivíduos a cada ano. A humanidade se acostuma às catástrofes e aprende a conviver com elas.
         O fenômeno de descontaminação está, provavelmente, no seu auge. Retornaremos, em breve, ao “normal” aquecimento global, a respirar venenos. O mundo rico e “civilizado” continuará a ignorar que morrem de malária 430 mil pessoas por ano nos países pobres – e que 300 mil vítimas são crianças com menos de 5 anos. Continuará insensível aos mais de 7 milhões de mortes que resultam, segundo a OMS, do tabagismo – sendo cerca de 1,2 milhão o total de vítimas não fumantes expostas ao fumo passivo. Continuará a humanidade a beber álcool, apesar de 3 milhões de pessoas morrerem anualmente por seu uso nocivo. O alcoolismo é responsável, segundo relatório da OMS, por uma morte a cada 20 ocorridas no planeta.
         Vale prestar atenção a este momento de susto “civilizado” e irrepetível até a próxima pandemia – ou até que a Covid-19 se confunda com a paisagem mundial. Precisamos, neste momento, registrar a diferença do clima, que, antes sutil, se faz mais evidente a cada dia. Especialmente os jovens, que da década de 70 não participaram, e aqueles que se esqueceram do passado. Guardar esse exemplo será valioso para todos e para o planeta para entender que somos, de verdade, uma aldeia global.
         Imaginava que alguém, entrasse no assunto do clima, que sentisse a sensação que experimento nestes dias. Aquela manta de poluição, aparentemente invisível, precipitou sem ser reposta com a mesma intensidade e permitiu o resfriamento do ambiente. Como contribuição, temos a diminuição abrupta de combustão de petróleo, que retornou, nos últimos meses, aos níveis mínimos de algumas décadas de século passado. Filas de navios petroleiros parados no mar, sem ter onde descarregar. Poços de extração deixaram de produzir, as refinarias desligaram suas torres, os altos-fornos deixaram de queimar carvão para fundir ferro. Cotações de commodities energéticas e metais derreteram.
         Não é o coronavírus que vai parar o planeta. Certamente, haverá um retorno da produção, e não sentiremos mais o ar puro de hoje, a selva noturna mais intensa, a falta de ruídos urbanos. A pandemia, como todos os males e sofrimentos, permite reflexões e experiências únicas.
         A humanidade, tirada por algumas semanas da sua atividade frenética, enclausurada, pode sentir a necessidade, mesmo produzindo, de agir corretamente para evitar muitos dos males que nos afligem. Com pequenos esforços, as águas serão mais limpas, o ar ficará puro, o céu será descontaminado. Estamos recebendo uma lição de qualidade de vida.
         Embora seja pouco provável, auspicamos que as nações não percam tempo para tomar medidas sérias, urgentes e profundas para preservar o planeta.”.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, justas, educadas, qualificadas, civilizadas, soberanas, democráticas, republicanas, solidárias e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:
a)     a excelência educacional – pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas, gerando o pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional (enfim, 130 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade...);
b)    o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em março a estratosférica marca de 326,4% nos últimos  doze meses, e a taxa de juros do cheque especial chegou ainda em históricos 130,0%; e já o IPCA, em abril, também no acumulado dos últimos doze meses, chegou a 2,40%); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade    “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis e irreversíveis prejuízos, perdas e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 518 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, à falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;
c)     a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2020, apenas segundo o Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1,651 trilhão (44,79%), a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão de R$ 1,004 trilhão), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega, do direito e da justiça:
- pagar, sim, até o último centavo;
- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente, competente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”).

Destarte, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela excelência educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, solidária e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo do direito, da justiça, da verdade, do diálogo, da liberdade, da paz, da solidariedade, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...
Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”
58 anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2019)

- Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...
- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas ...
- Por uma Nova Política Brasileira ...
- Pela excelência na Gestão Pública ...
- Pelo fortalecimento da cultura da sustentabilidade, em suas três dimensões nucleares do desenvolvimento integral: econômico; social, com promoção humana, e, ambiental, com proteção e preservação dos nossos recursos naturais ...
- A alegria da vocação ...  

Afinal, o Brasil é uma águia pequena que já ganhou asas e, para voar, precisa tão somente de visão olímpica e de coragem! ...        

E P Í L O G O

CLAMOR E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO

“Oh! Deus, Criador, Legislador e Libertador, fonte de infinita misericórdia!
Senhor, que não fique, e não está ficando, pedra sobre pedra
Dos impérios edificados com os ganhos espúrios, ilegais, injustos e
Frutos da corrupção, do saque, da rapina e da dilapidação do
Nosso patrimônio público.
Patrimônio esse construído com o
Sangue, suor e lágrima,
Trabalho, honra e dignidade do povo brasileiro!
Senhor, que seja assim! Eternamente!”.