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sexta-feira, 29 de junho de 2018

A EXCELÊNCIA EDUCACIONAL, O PODER DA LIBERDADE NA COMUNICAÇÃO E OS DESAFIOS DA ENERGIA LIMPA NA SUSTENTABILIDADE


“Liberdade de imprensa e de expressão
        As comemorações dos 30 anos sem censura, desde a Constituição de 1988, percorrem o país sob moderadas manifestações de defensores da liberdade de imprensa e de expressão, que confessam estar mais preocupados, no momento, com os delitos ocorridos na internet e, notadamente, com as chamadas fake news, crimes virtuais cada vez mais invasivos e danosos à sociedade.
         A intolerância não é bem-vinda ao seio democrático. A construção da democracia se deve ao conjunto da obra, pela liberdade de imprensa e pela liberdade de expressão, que, somadas, representam valores indeclináveis para a cidadania, ainda mais em dias agudos de inquietação social, carecedores do equilíbrio estatal e do respeito das pessoas às instituições e aos profissionais da comunicação.
         Da mesma forma que os jornalistas precisam preservar o sigilo da fonte, os advogados não podem abrir mão da comunicação protegida pelo privilégio da relação de confidência com o cliente, haja vista que ambas as situações se enquadram na isenção para informações regradas pelo texto constitucional.
         O direito à informação é indispensável para a soberania popular, é fundamental para a democracia e é inegociável nas atividades que demandam pela liberdade de imprensa e pela liberdade de expressão. O resultado é uma sociedade livre, democrática e soberana, capaz de reinterpretar a Constituição e colocá-la no plano da atualidade, da modernidade e das necessidades vitais de uma sociedade progressiva, humana e contemporânea.
         Um Estado eficiente e hodierno, suficientemente interessado no bem coletivo, não pode e não deve se prestar ao papel de simples coadjuvante, mas de protagonista de uma nova era, de um novo ciclo e de uma nova geração que surge cheia de informações rápidas, na maioria das vezes, sem nenhuma credibilidade ou transparência, que precisam ser depuradas, filtradas e, somente depois disso, passadas para o convívio das pessoas. Não se trata de censura, absolutamente, mas de mecanismos da verdade, da ética, da confiança e da transformação social, contrários às recorrentes notícias falsas.
         Parece pouco ou nada crível que uma mesma população de anônimos, que difunde irresponsavelmente informações falsas de uns e de outros, contra uns e contra outros, seja a mesma que apela para os benefícios da lei, que prega uma lisura inexistente e que parte para o vale-tudo, doa a quem doer. Ora, pedir por direitos e responder com falta de educação e parcos conhecimentos civilizatórios é típico de mentes robotizadas e imerecedoras de qualquer compreensão. Portanto, as palavras, a falada e a escrita, não podem servir de pano de fundo para o exercício da mentira, da injúria ou da difamação. A prerrogativa da liberdade de imprensa e de expressão é ser cidadã, real, confiável e excelentemente democrática.
         Nesse sentido, o Poder Judiciário tem relevante função no controle das inverdades, para que os questionamentos da sociedade não sejam suplantados pelas fake news e não restem vencidos pela negligência da apuração das responsabilidades. O jornalismo, por sua vez, ao creditar aos honestos o valor da idoneidade e debitar aos corruptos a negação da coletividade, não pode servir de corpo de pancadas de alguns, que agridem profissionais da comunicação em manifestações populares, na contramão do Estado democrático de direito.
         A advocacia, por meio dos seus verdadeiros e íntegros operadores do Direito, tem compromisso inarredável com a ordem jurídica, mormente com os códigos de moral e de ética, seja para o fortalecimento da democracia e a conquista de um Estado constitucional melhor, para o respeito à manifestação transparente e responsável das classes sociais; ou para o reconhecimento ao trabalho do jornalismo livre, com liberdade de imprensa e liberdade de expressão. A advocacia, assim como a imprensa, que, para o pleno exercício da atividade, precisam de doses diárias de liberdade e justiça.”.

(WILSON CAMPOS. Advogado, presidente da Comissão de Defesa da Cidadania e dos Interesses Coletivos da Sociedade da OAB-MG e especialista em direito tributário, trabalhista e ambiental, em artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 21 de junho de 2018, caderno OPINIÃO, página 7).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de artigo publicado no mesmo veículo, edição de 23 de junho de 2018, mesmo caderno e página, de autoria de ALBERTO CARLOS PEREIRA FILHO, inventor da patente do processo Vorax, engenheiro aeronáutico com mestrado em tecnologia de plasma pelo Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA) e membro titular da Academia Nacional de Engenharia (ANE), e que merece igualmente integral transcrição:

“Termelétrica de energia limpa
        Resíduos têm se tornado um grande problema mundial, em especial o resíduo orgânico gerado, diariamente, em grande quantidade pelos municípios. Queimá-los em condições inadequadas causa danos à saúde humana e ao meio ambiente devido aos gases tóxicos, entre eles o monóxido de carbono (CO) e o NOx, arrastando fuligem que carrega agentes carcinogênicos como dioxinas, furanos e metais pesados.
         Felizmente, isso vem mudando. O processamento de resíduos sólidos via combustão, envolvendo tecnologias modernas, é de baixo risco à saúde do ser humano e não é agressivo ao meio ambiente. Trata-se de uma solução eficaz para dar uma destinação correta do lixo e ainda gerar energia limpa – resposta a um problema mundial que está sendo encarado e resolvido. Em geral, ao redor do planeta, já se observa uma forte tendência para a adoção desse tipo de solução. Isso é possível devido ao aprimoramento tecnológico dos sistemas de combustão e tratamento de gases, cada vez mais eficientes. Ademais, geração de energia limpa, via processamento de resíduo sólido, é uma atraente alternativa, economicamente viável.
         Existem várias instalações de combustão que são proeminentes. Em diversos países, a combustão com geração de energia elétrica já vem prevalecendo sobre a destinação do lixo em aterros e reciclagem, alcançando índices bastante significativos. A Dinamarca, por exemplo, incinera 90%; o Japão, 72%; Suíça, 59%; França, 42%, e Alemanha 36% dos resíduos sólidos municipais, entre outras nações.
         Em resumo, a combustão de resíduos sólidos, se processada corretamente, de forma controlada, resulta em menos emissões de poluentes, especificamente aqueles oriundos diretamente da combustão. Não obstante, para uma queima adequada, deve-se investir em tecnologias que promovem os três Ts da combustão: altas temperaturas no reator; alto tempo de resistência e bastante turbulência. Mais ainda, para se resolver o problema do resíduo solido, por completo, é desejável se liquefazer os subprodutos sólidos desse processo – os óxidos e as cinzas, obtendo-se uma matriz inerte, em troca de um subproduto muitas vezes mais tóxico do que aquele processado. Deve-se, também, investir em melhorias no tratamento dos gases, especialmente em filtros de última geração, de forma que a operação não cause impacto ambiental negativo.
         O objetivo final é eliminar os resíduos sólidos gerando energia com eficiência e de forma limpa. A tecnologia Vorax avança nessa direção. A sua patente, a primeira patente verde do Brasil, reconhecida em mais de 30 países, atesta um processo envolvendo uma combustão a partir de uma pirólise que se dá a 1.580 graus Celsius, passa por uma gaseificação, e finaliza com uma combustão completa desses produtos gasosos. O processo Vorax ocorre com tempo de residência superior a três segundos e com a temperatura dos gases efluentes acima de 850 graus Celsius, na saída do reator. O processo segue com um completo tratamento desses gases, iniciando essa etapa com um choque térmico (quench) e lavagem, finalizando com um sistema filtrante composto de cinco elementos, entre eles a zeólita, para contenção de produtos gasosos à base de amônia.
         Os subprodutos sólidos resultantes desse processo, por sua vez, saem do reator no estado líquido e ao se solidificar novamente formam uma matriz inerte e de valor comercial. Isto porque os metais são reaproveitáveis e os orgânicos e óxidos forma uma matriz cerâmica com propriedades próximas da brita, podendo ser utilizada como cargo de concreto, asfalto etc.
         Devido a esses avanços tecnológicos, promovendo gases em condições adequadas par aplicação em caldeiras, como temperatura elevada e bem controlada, com baixos índices de poluentes de combustão, especialmente CO, NOX e fuligem, a tecnologia Vorax é atraente para resolver um gargalo nacional: a construção de usinas termelétricas a partir de queima de biomassa ou combustível derivado de resíduo (CDR), ou mesmo CDP – combustível derivado de pneus, uma vez que no Brasil já se dominam as tecnologias de caldeira e de turbinas a vapor. Ressalte-se, aqui, que usina importada (eficiente) é caríssima, tornando inviável a sua implantação no país.
         O domínio dessa tecnologia, portanto, é fundamental e estratégico para o futuro próximo dos municípios brasileiros: o de solucionar o problema do lixo de forma eficaz, com a geração de energia limpa.
         Neste sentido, com apenas uma solução eficaz para dois problemas complexos, o reator Vorax deve romper paradigmas, convertendo lixo em energia limpa para o Brasil, quem sabe para o mundo, tendo em vista suas vantagens competitivas.”.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, civilizadas, soberanas, democráticas e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:
a)     a excelência educacional – pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas, gerando o pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional (enfim, 128 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade...);
b)    o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em maio a ainda estratosférica marca de 303,62% nos últimos  doze meses, e a taxa de juros do cheque especial em históricos 311,89%; e já o IPCA, também no acumulado dos últimos doze meses, chegou a 2,86%); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade    “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis e irreversíveis prejuízos, perdas e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 518 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, à falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;
c)     a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2018, apenas segundo o Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1,847 trilhão (52,4%), a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão de R$ 1,106 trilhão), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega:
- pagar, sim, até o último centavo;
- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente, competente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”).

Isto posto, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela excelência educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, solidária e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo do direito, da justiça, da verdade, do diálogo, da liberdade, da paz, da solidariedade, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”
56 anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2017)

- Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...
- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas ...
- Por uma Nova Política Brasileira ...
- Pela excelência na Gestão Pública ...
- Pelo fortalecimento da cultura da sustentabilidade, em suas três dimensões nucleares do desenvolvimento integral: econômico; social, com promoção humana, e, ambiental, com proteção e preservação dos nossos recursos naturais ...  

Afinal, o Brasil é uma águia pequena que já ganhou asas e, para voar, precisa tão somente de visão olímpica e de coragem! ...      

E P Í L O G O

CLAMOR E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO

“Oh! Deus, Criador e Legislador, fonte de infinita misericórdia!
Senhor, que não fique, e não está ficando, pedra sobre pedra
Dos impérios edificados com os ganhos espúrios,
Frutos da corrupção, do saque, da rapina e da dilapidação do
Nosso patrimônio público.
Patrimônio esse construído com o
Sangue, suor e lágrima,
Trabalho, honra e dignidade do povo brasileiro!
Senhor, que seja assim! Eternamente!”.



segunda-feira, 22 de janeiro de 2018

A EXCELÊNCIA EDUCACIONAL, O PODER DA ÉTICA PÚBLICA E PRIVADA E A LUZ DA SABEDORIA NA SUSTENTABILIDADE

“Ética pública e privada
        Segundo o filósofo alemão Immanuel Kant (1724-1804), fundador da filosofia crítica, a ética baseava-se em imperativos categóricos e morais, que são as condições necessárias para desenvolvê-la.
         Para Kant, o dever é o bem. A boa vontade é a vontade de agir por dever. O imperativo categórico, ou da moralidade, determina a ação independentemente de todo o fim a atingir e tem seu fundamento apenas na consciência moral. O imperativo moral não é hipotético.
         Note-se que, desde a Antiguidade, os filósofos tentam analisar e compreender os princípios e os valores de uma sociedade e como eles ocorrem na prática. A ética e a moral sempre mereceram considerações particulares dos grandes mestres da filosofia e, embora parecidas, não têm a mesma equivalência, porquanto sejam exigidas em diferentes condições. Não devem ser confundidas.
         A ética é a parte da filosofia que estuda o comportamento humano e sua relação com as normas. Ela, essencialmente, reflete os princípios e os valores morais, questionando se certas formas de agir contribuem ou não para a vida na sociedade, cujo objetivo é a justiça social. A justiça e a sociedade são as metas.
         Já a moral é o conjunto de regras que se baseiam em valores culturais e históricos de cada sociedade, por meio da prática ou de aspectos de condutas humanas específicas; está balizada na subordinação aos costumes, regras e hábitos determinados por cada sociedade.
         Não vai aqui nenhuma condenação, sem o devido contraditório, daqueles que não são éticos, mas os tempos são outros, a globalização está aí, o mundo está mais próximo nas telas e nas redes sociais. Portanto, sirva-se o cidadão dos melhores exemplos, e não dos piores.
         A falta de ética presta-se, em muitas situações, a superar as adversidades da vida num país marcado por desigualdades sociais, deficiências nos serviços públicos, maus exemplos da política e complexidades da vida moderna. No entanto, não se justificam o jeitinho, a falta de ética pública e privada e a ausência de moral. A qualidade precisa superar a mediocridade.
         Se a falta de ética pública é vista como um fato normal, jamais seremos uma nação de fato, verdadeira e respeitada. Essa aberração contribui para o atraso social, econômico e moral de um povo.
         Não menos grave, a falta de ética privada constitui-se em agir com “jeitinho”, levando “vantagem” e passando os outros para trás, quebrando normas e regras (éticas e sociais), violando leis e degradando até mesmo o ambiente familiar. Um chefe de família sem ética contamina os seus pelo mau comportamento. O custo moral é grande e não vale a pena.
         O avanço do processo civilizatório não admite mais as presenças de aleivosias e vitórias sem esforço. O povo brasileiro é cheio de esperança, trabalhando em busca da alegria. Parece difícil alcançar essa felicidade, mas também eram árduas as batalhas que foram vencidas.”.

(Wilson Campos. Advogado, em artigo publicado no jornal O TEMPO Belo Horizonte, edição de 13 de janeiro de 2018, caderno O.PINIÃO, página 19).
Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de artigo publicado no mesmo veículo, edição de 14 de janeiro de 2018, caderno A.PARTE, página 2, de autoria de VITTORIO MEDIOLI, e que merece igualmente integral transcrição:

“Reverenciando Geoffrey Hodson
        Da leitura do sábio Geoffrey Hodson, tirei este artigo.
         O homem tem quatro grandes instrutores.
         O primeiro é representado pelos fracassos, isso mesmo: não são os sucessos, mas as derrotas, tão lamentadas, que indicam o correto caminho, são as quedas e as humilhações sofridas que fornecem as melhores lições.
         O segundo instrutor são os eventos, qualquer um, desde os menores e mais insignificantes, já que, atentamente observados, revelam as regras que regem a vida e o destino, até aqueles que, inexplicavelmente “fortuitos”, possuem a razão perfeita de ser.
         O terceiro são as oportunidades, as situações favoráveis e especiais que oferecem condições de realização, já que, em outros momentos, seriam impensáveis ou distantes como planetas. Saber, assim, aproveitar o momento em que aparentemente as portas se abrem para avançar, expandir-se e apoiar a evolução de todos.
         O quarto, são as ações que são provocadas nos outros, ou melhor, as reações motivadas por nossa atividade. Representam um despertar na consciência da interdependência entre as decisões, escolhas e exemplos prestados.
         Embora ofuscado pelo raciocínio animal que domina os instintos “comuns”, qualquer cuidado com as consequências precisa ser levado a sério. O mau exemplo de um pai deseduca a prole, o de um líder, os liderados; os mais fracos são sempre os mais prejudicados.
         O que atrapalha o homem é o apego aos frutos do trabalho que executa, enquanto deveria apenas cuidar do motivo para o qual se dedica e ser impassível diante do sucesso ou derrota. Ciente de que o fracasso também é um sucesso para a evolução e a verdadeira obrigação é realizar tudo que for possível.
         Claro que o bom homem não agirá para fracassar, mas, se isso acontecer, aceitará como efeito da justiça e oportuno a seu aprendizado.
         Ser incompreendido faz parte do “jogo”. Ser altruisticamente indiferente a toda opinião a respeito de si mesmo é ser livre e, ainda, imune à perda de tempo e de entusiasmo com a missão.
         As influências astrológicas, as explosões solares, os eclipses se fazem sentir, os pensamentos e ações dos outros produzem efeitos. As mudanças ocultam a visão comum, atingem o indivíduo, influenciam constantemente. Mesmo assim, o respeito aos princípios é fundamental. Quem permanece em postura serena, não afetada, despojada de vaidades não é arranhado, será mais resistente nas quedas e sucessos de grande intensidade. Não se perde em comemorações, pois sabe que a vitória pode estar a um passo de uma derrotam e que a humildade o fortalece e consolida os resultados.
         O aprofundamento da existência tem que se dar sem a menor tensão. Sem querer nada, possuindo tudo, navegando no infinito, enraizado no eterno. O desabrochar da alma do homem ocorre, misteriosamente, quando “tudo vem para aquele que renuncia”.
         “Nada peço, e o que tenho está à disposição de Ti. Não a minha, mas a Tua vontade seja feita”. A espontaneidade, o naufragar no imenso, torna-se assim a característica da vida. Como ensinou o Mestre Guatama: “Mate o egoísmo e terá tudo. Desapegue-se!”.
         A pessoa deve estar pronta ao assentimento, mesmo ao que parece injustiça. “Bem-aventurados os mansos, pois eles herdarão a Terra”.
         Santa Teresa d’Ávila, ao ser atacada de forma cruel por sua família: Que Deus possa lhes compensar pelos favores que vocês me concedem”.
         Hodson afirma que a vida do bem-aventurado é fazer o melhor possível para verter a Luz da verdade sobre o mundo. Conceber a vida como um prolongado treinamento para as tarefas mais difíceis e maiores do que aquelas que se enfrentam momentaneamente, de forma valorosa, filosófica e sem hesitar. Receber o sucesso com humildade e colocá-lo à disposição da humanidade. Inculque, em seus liderados, os mais elevados princípios de moralidade e o selo da perfeição em tudo que faz.”.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, civilizadas, soberanas, democráticas e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:
a)     a excelência educacional – pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas, gerando o pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional (enfim, 125 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade...);
b)    o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em novembro/2017 a ainda estratosférica marca de 333,8% nos últimos  doze meses, e a taxa de juros do cheque especial se manteve em históricos 323,73%; e já o IPCA, também no acumulado dos últimos doze meses, em dezembro, chegou a 2,95%); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade  –  “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis e irreversíveis prejuízos, perdas e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 516 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, a falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;
c)     a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2018, apenas segundo o Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1,847 trilhão (52,4%), a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão de R$ 1,106 trilhão), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega:
- pagar, sim, até o último centavo;
- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente, competente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”).

Destarte, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela excelência educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, solidária e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo do direito, da justiça, da verdade, do diálogo, da liberdade, da paz, da solidariedade, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”
55 anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2016)

- Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...
- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas ...
- Por uma Nova Política Brasileira ...
- Pela excelência na Gestão Pública ...  

Afinal, o Brasil é uma águia pequena que já ganhou asas e, para voar, precisa tão somente de visão olímpica e de coragem! ...      

E P Í L O G O

CLAMOR E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO

“Oh! Deus, Criador e Legislador, fonte de infinita misericórdia!
Senhor, que não fique, e não está ficando, pedra sobre pedra
Dos impérios edificados com os ganhos espúrios,
Frutos da corrupção, do saque, da rapina e da dilapidação do
Nosso patrimônio público.
Patrimônio esse construído com o
Sangue, suor e lágrima,
Trabalho, honra e dignidade do povo brasileiro!
Senhor, que seja assim! Eternamente!”.




segunda-feira, 10 de julho de 2017

A EXCELÊNCIA EDUCACIONAL, A FORÇA DO CIVISMO E DO PATRIOTISMO E OS MENSAGEIROS DA MORAL NA SUSTENTABILIDADE

“Faltam civismo e patriotismo
        Data vênia dos contrários, uma vez que dividimos uma democracia cidadã, chega um momento na vida do país que o povo precisa demonstrar civismo e patriotismo, mas sem nenhuma preocupação com xenofobia, porque não é esse o caso.
         Também não há que se deter o cidadão com o questionamento da perda de modernidade, porque não se está a pedir a ninguém que se mantenha fechado no contexto único do seu país quando lá fora o mundo globalizado não admite barreiras, e requer mentes abertas, sem as amarras dos ideais, do civismo ou do patriotismo exacerbados.
         Não se trata de estigmatizar o indivíduo como xenófobo ou ufanista, mas simplesmente deixar que a cidadania tome conta do lugar que lhe pertence dentro do corpo sadio da nação, de forma que o cidadão possa compreender a importância do seu apreço pelas tradições e costumes do país, sem fechar as portas para o conhecimento, para o novo, para o moderno, para outras culturas.
         O civismo que se busca é aquele de respeito aos valores, às instituições e aos semelhantes. De nada serve a modernidade absoluta pregada por muitos, se não se preservam os sentimentos de civilidade. O civismo não se restringe ao amor à pátria, como forma única de vida, mas é um ato cívico muito relevante, porquanto também esteja no seu bojo o respeito às leis e à sociedade.
         O patriotismo, por sua vez, é aquele de devoção à pátria, de orgulho pelo país e de compreensão do que sejam direitos e deveres. O patriotismo, assim como o civismo, não se restringe à sua definição nua e crua, mas avança no sentido da não aceitação da opressão estatal, haja vista a premissa básica da liberdade. Assim, o patriotismo implica na necessária solidariedade entre as pessoas, mormente na busca da preservação dos princípios fundamentais e da constituição de um Estado que prospere no trabalho, em prol da coletividade.
         Assim sendo, a conclusão de que faltam civismo e patriotismo no Brasil não se deve à ausência de participação do povo nas questões políticas e sociais, que são de interesse de todos, posto que o cidadão não é tão somente um pagador de impostos, mas um membro da sociedade que precisa ocupar espaços e exigir seriedade dos portadores de função pública.
         O civismo e o patriotismo são necessários porque a cidadania não pode ser relegada a segundo plano e os cidadãos não podem ser meramente figurativos. O brasileiro precisa participar mais da vida do país, protestar mais por direitos e garantias, cobrar mais honestidade, seriedade e ética, discutir mais as problemáticas do governo e fazer uma autocrítica das suas fragilidades.
         O civismo e o patriotismo requeridos não significam nacionalismo exacerbado ou alienação, mas uma forma de engajamento do cidadão na defesa dos interesses difusos e coletivos, que socorram a todos, com isonomia e igualdade.
         O brasileiro não suporta mais a pecha de tupiniquim e ser conhecido apenas pelo futebol e samba. O brasileiro quer ser visto de outro jeito, melhor, e mostrar a sua competência no futebol e no samba, na ciência, nas artes, no agronegócio, na indústria, no comércio, na prestação de serviço, nas profissões liberais, na tecnologia, na defesa do meio ambiente e no progresso com sustentabilidade.
         O civismo e o patriotismo são imprescindíveis porque essa competência mencionada exige a prevalência desses valores universais. A mudança começa com o conhecimento de cada um em benefício celebrado por todos. A desigualdade social, por exemplo, requer a união de forças para que seja eliminada. A corrupção, outro mal terrível, requer o combate severo da sociedade, sem interrupção e sem piedade. Ou seja, o civismo e o patriotismo, na medida certa, são capazes de unir o povo em torno de interesses comuns.”.

(WILSON CAMPOS. Advogado, presidente da Comissão de Defesa da Cidadania e dos Interesses Coletivos da Sociedade da OAB/MG, em artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 5 de julho de 2017, caderno OPINIÃO, página 7).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de artigo publicado no mesmo veículo, edição de 7 de julho de 2017, mesmo caderno e página, de autoria de DOM WALMOR OLIVEIRA DE AZEVEDO, arcebispo metropolitano de Belo Horizonte, e que merece igualmente integral transcrição:

“Porta-voz da moral
        Ser porta-voz da moral é mais que tarefa. É missão que permite a conquista do indispensável balizamento, capaz de evitar que as relações sociais se convertam em descompassos, inviabilizando a cidadania. Promover a moral é responsabilidade intransferível que a cabe a cada família, às igrejas, aos governos, às instituições de educação, aos projetos e programas culturais. Enfim, uma exigência para cada cidadão, que deve orientar as próprias condutas a partir de valores inegociáveis. Mas essa responsabilidade contracena, no contexto atual, com uma força antagônica: o relativismo – abrigo de reações negativas a princípios ético-morais.
         Muitas vezes os ordenamentos necessários para a vida cidadã são questionados, pois o conceito de liberdade frequentemente está relacionado com subjetivismos, contemplando múltiplos significados que justificam diferentes posturas e condutas. Obviamente, liberdade é componente essencial na vida de cada pessoa, mas o agir, justamente por ser livre, deve alicerçar-se na moral. As ações humanas não podem ocorrer na contramão de valores e princípios, pois liberdade não significa autocracia ou autonomia hegemônica que confere a indivíduos o direito de ser e fazer, segundo, apenas, os próprios interesses.
         A liberdade genuína é a que se alicerça na moral, sem aprisionamentos no subjetivismo. Possibilita às pessoas agirem a partir de um sentido mais abrangente de liberdade, vivenciando-a em suas escolhas diárias. Esse modo de se orientar, por ser de ordem moral, se assenta sobre os pilares de princípios e valores, com força para confeccionar um tecido cultural emoldurado por perspectivas civilizatórias indispensáveis. Conquistam-se, assim, diariamente, condutas cidadãs que permitam o usufruto da própria liberdade e o respeito à liberdade alheia. Isso só é possível quando não se negociam valores e princípios indispensáveis que, para serem preservados, demandam exigente empenho existencial.
         Percebe-se que liberdade não é apenas escolha desta ou daquela ação particular que, muitas vezes, erradamente, é justificada por relativismos que conduzem a absurdos. Liberdade não pode ser pretexto para justificar qualquer coisa que se oponha à moral – uma lei que não se impõe, mas que deve ser obedecida por todos, referência a uma voz que ressoa no fundo do coração, chamando cada pessoa a amar o bem e a distanciar-se do mal.
         Por isso a missão de ser porta-voz da moral é importante. Não se pode correr o risco de amedrontar-se diante das comuns reinvindicações libertárias que partem do princípio de que o valor maior é a escolha individual – mesmo que essa opção seja contrária a valores e princípios inegociáveis. Esses valores e princípios precisam ser aprendidos e assimilados para garantir uma convivência de paz e harmonia entre todos. Eis um indispensável investimento para conseguir debelar as sangrias da corrupção endêmica, promover correções urgentes, aprender que o outro, o semelhante, tem inegável importância, superando violências e indiferenças que têm desfigurado a vida na sociedade, tornando-se insustentável.
         Não se pode adiar o cumprimento da missão de ser porta-voz da moral, para fazer ecoar valores e princípios que antecedem interpretações jurídicas, políticas e culturais e integram a ordem natural da verdade e do bem. Essa missão é diária, de todos, e deve ser cumprida com incondicional respeito ao próximo, às suas escolhas. Assim, deve ser debelado o impulso para impor relativismos éticos e calar vozes, sob pena de prejuízos como os que estão na pauta do dia, trazendo perdas irreversíveis. Sem medo, com o objetivo de fazer o bem, diante das urgências inquestionáveis de se constituir nova ordem social, é hora de investir, corajosamente, no cumprimento da missão que é de cada um: ser porta-voz da moral.”.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, civilizadas, soberanas, democráticas e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:
a)     a excelência educacional – pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas, gerando o pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional (enfim, 125 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade...);
b)    o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em maio/2017 a ainda estratosférica marca de 345,10% nos últimos  doze meses, e a taxa de juros do cheque especial registrou históricos 301,45%; e já o IPCA também no acumulado dos últimos doze meses, em junho,  chegou a 3,00%); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade  –  “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis e irreversíveis prejuízos, perdas e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 516 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, a falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;
c)     a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2017, apenas segundo o Orçamento Geral da União, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1,722 trilhão, a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão de R$ 946,4 bilhões), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega:
- pagar, sim, até o último centavo;
- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”).

Isto posto, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela excelência educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, solidária e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo do direito, da justiça, da verdade, do diálogo, da liberdade, da paz, da solidariedade, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”

- 55 anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2016) ...

- Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...
- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas...
- Por uma Nova Política Brasileira...