segunda-feira, 14 de março de 2016

A CIDADANIA, O PODER, A ÉTICA, A TRANSPARÊNCIA E A LUZ DA SOLIDARIEDADE

“Poder e ética
        A sujeição à ética no exercício de um mandato, particularmente quando decorre ele do sufrágio eleitoral ou mesmo de uma simples designação, seja em corporações políticas, econômicas ou sociais, subsiste há milênios como fundamento de uma ação de êxito, sem a qual tende a ruir toda a construção que o mandatário queira intentar. Essa afirmativa não é de agora, está acertada há mais de 20 séculos pelos sábios gregos, aquela pletora de veneráveis inteligências que vazaram os tempos e continuam a nos ensinar.
         Ainda assim, o homem a desatende, ou melhor, deriva para um dilema, não alcança a compreensão de verdade que representa formulada há tempos imemoriais. Enquanto o animal racional não se convencer de que a legitimidade de uma empreitada só se configura com o irrestrito respeito à ética (que não é respeito à lei, teleologicamente, mas a submissão de amor ao próximo e ao dever de proporcionar-lhe o direito a sua porção), o homem, as corporações e seus mandatários não atingirão com celeridade os projetos que a humanidade ou um povo espera deles.
         Trocando em miúdos: a insinceridade, o protagonismo, a fraqueza moral e a má-fé, que rondam as corporações com acenos de vantagens, logo as corrompem e as sucumbem, e os que dependem de um clarão e de um clarim dos mandatários continuam seu paciente exercício de vida, de tolerância sofrida.
         O povo brasileiro está há longo tempo incluído nessa hipótese. Não houve amadurecimento dos mandatários, principalmente de seus elites, para a compreensão ou aceitação da prática ética em todos os setores de direção da vida nacional, causando ao país prejuízo irreversível em sua evolução.
         O panorama da cena política brasileira é contristador porque muito pouco se vê de seus membros identificados com a ética. Como é ela que nos dá régua e compasso para o nosso futuro, o momento é de desesperança. O pior é que esses criminosos não são de agravos eventuais à civilidade, porque são compulsivos e, como compulsivos, são contumazes. Uma razão justifica suas práticas criminosas: a tradição de impunidade e, daí, a opção de suas práticas; ou mesmo, se for o caso, surgem penas leves, que não constituem riscos para seu horizonte de enriquecimento.
         Essa sociedade de inimigos da nação se encoraja a nos dar justificativas cínicas sobre seus assaltos, que aprenderam com o chefe, cuja primeira lição recomenda negar e, a seguir, insistir que de nada sabia. Todos têm nome (a lista cresce a cada dia), e o povo sabe quais são. Tinham razão aqueles nossos antepassados que não transigiam ante faltas graves. O ladrão era execrado em praça pública. Aliás, não tão antepassados assim, a arrasada Cingapura de ontem é hoje modelo de harmonia social, a economia mais bem-sucedida do planeta, e o povo, com alto índice de conforto (é um dos “tigres asiáticos”), não transige com disciplina e a ordem (a pena capital é executada sem clemência), declarando a Transparência Internacional o país menos corrupto do planeta.”.

(José Maria Couto Moreira. Advogado, em artigo publicado no jornal O TEMPO Belo Horizonte, edição de 1 de março de 2016, caderno O.PINIÃO, página 19).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Cidadania e Qualidade vem de artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 11 de março de 2016, caderno OPINIÃO, página 11, de autoria de DOM WALMOR OLIVEIRA DE AZEVEDO, arcebispo metropolitano de Belo Horizonte, e que merece igualmente integral transcrição:

“Fermento leveda a massa
        ‘Um pouco de fermento leveda a massa toda!’ Esta é uma lembrança pertinente do apóstolo Paulo diante de uma confusão estabelecida por divisões acirradas na comunidade dos gálatas. Os conflitos naquele cenário encontravam justificativa e sustento até mesmo na lei e nas práticas tradicionais. A comunidade não conseguia encontrar saídas, arquitetar consensos. Diante desse contexto, São Paulo adverte: “Se vos mordeis e vos devorais uns aos outros”, não haverá soluções e reconstruções. No momento atual, não estaria, de alguma maneira, desencadeada essa dinâmica das agressões nos segmentos da sociedade brasileira, particularmente no mundo da política? A imprescindível necessidade de reconfigurar essa esfera no país parece ter caído na dinâmica das “mordidas e voracidades”.
         Não se pode simplesmente pensar em construir nova sociedade com a destruição do outro. Essencial e eficaz é exercer a cidadania com o necessário reconhecimento da dignidade humana para, assim, corrigir os erros, reestabelecer a verdade e realinhar processos. Nesse sentido, é oportuno refletir sobre a orientação do apóstolo Paulo aos gálatas, em busca da superação de descompassos que causam abalos na dinâmica da vida da comunidade. O apóstolo recorre a um dito simples que ajuda a compreender a responsabilidade de cada pessoa no zelo da própria consciência, exercício fundamental para que toda a sociedade trilhe novos caminhos. Ele recorda que “um pouco de fermento leveda a massa toda”. Pensando a respeito da sociedade, isto significa que cada cidadão precisa compreender que a sua própria conduta em diferentes âmbitos, particularmente no exercício profissional, religioso e representativo, tem amplo alcance na esfera coletiva.
         “Jogar pedras e esconder a mão” não ajuda a sociedade a se reconstruir. Os segmentos diversos precisam de orientação para alcançar horizontes mais amplos, palavras com força de agregação que efetivem as mudanças urgentes. Obviamente, há segmentos com responsabilidade maior nessa tarefa de construir a necessária proximidade. Não é pequena, por exemplo, a tarefa do setor religioso e confessional, por suas instituições com força para orientar e agregar, motivar articulações e, assim, estabelecer processos que podem gerar, com maior velocidade, respostas adequadas às crises instauradas. Certamente, o Brasil carece mais dessa palavra incidente e agregadora, que não está no domínio de “um salvador da pátria”. As regionalidades desse país com dimensões continentais podem muito contribuir a partir de seu tecido cultural e de suas tradições, pois são capazes de inspirar articulações entre a representação política, líderes religiosos, culturais e artísticos, empreendedores e, obviamente, todo o povo. Essa união é capaz de formatar novos hábitos, agendas e pautas com mais pertinência no enfrentamento de problemas.
         Na contramão desse caminho, estão as formas de participação política que se reduzem a partidarismos. Ora, as soluções para os muitos problemas não estão apenas nos âmbitos governamentais. Há saídas simples que acabam perdidas por falta de competência, esforço individual, excesso de comodismo e preguiça, estreitamento de horizonte. Situações que encastelam os indivíduos, os grupos e as instituições na mediocridade. Cada cidadão não pode apenas criticar, como se estivesse fora da “massa”. É preciso e determinante se compreender como “fermento” capaz de “levedar a massa toda”. Eis, pois, um extenso e exigente processo de reeducação na cultura brasileira, que exige análises e, sobretudo, a coragem de se fazer algo não simplesmente para si, mas para toda a comunidade.
         Sem dispensar segmento algum, é preciso que, especialmente a classe política, em razão de sua representatividade, se consiga dialogar e, verdadeiramente, buscar o bem do povo. Para isso, o Parlamento, entre outras mudanças necessárias, deve deixar de ser palco de “gladiadores” que lutam por interesses particulares, cartoriais e partidários. De maneira simples, à luz da própria consciência, presidida por princípios éticos e morais, em todas as circunstâncias, os cidadãos todos são convocados a se compreender, nas suas atitudes, nos seus exercícios, como “fermento que leveda a massa”.”.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, civilizadas, soberanas, democráticas e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:
a)     a educação – universal e de qualidade –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas (enfim, 125 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da civilidade, da democracia, da participação, da sustentabilidade...);
b)    o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em fevereiro a ainda estratosférica marca de 419,60% para um período de doze meses; e mais, também em fevereiro, o IPCA acumulado nos doze meses chegou a 10,36%...); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade  –  “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis prejuízos e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 515 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, a falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;
c)     a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com projeção para 2016, apenas segundo a proposta do Orçamento Geral da União, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1,348 trilhão, a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão de R$ 1,044 trilhão), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega:
- pagar, sim, até o último centavo;
- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”);

Destarte, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela cidadania e qualidade, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos e que contemplam eventos como a   Olimpíada de 2016; as obras do PAC e os projetos do Pré-Sal, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo da justiça, da liberdade, da paz, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...
Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”

- Estamos nos descobrindo através da Cidadania e Qualidade...
- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas...
- Por uma Nova Política Brasileira...  


sexta-feira, 11 de março de 2016

A CIDADANIA, O AMOR NA BUSCA DA VIDA UNIVERSAL E OS INDÍGENAS NA ECOLOGIA INTEGRAL

“A humanidade caminhará do 
egocentrismo à vida universal
        Se observarmos as aves, veremos que compartilham os grãos com que se alimentam, bem como a água que bebem, pois a natureza assim o previu. O homem, entretanto, cobra até mesmo a água que fornece ao semelhante, ainda que os frutos da criação estejam, em princípio, disponíveis para todos. Assim, no reino humano há quem se sinta dono do que pertence a todos. Por quê? Porque esse reino tem seguido leis terrenas criadas pela sua própria mente, e não as leis cósmicas, de alcance maior.
         A humanidade tem falhado perante a Lei do Amor. De que outro modo poderia ser considerado o ato de manipular genes e células em um laboratório, sem o conhecimento das energias espirituais, superiores? A má distribuição dos bens, o mau uso da energia e essa atividade anormal de gerar seres humanos sem a participação dos níveis espirituais que os regem são algumas das falhas responsáveis pela atribulações a que hoje assistimos.
         Até hoje o dinheiro, representante de bens que deveriam circular, quase sempre é usado e conduzido por forças que não visam à evolução da humanidade. Tanto assim que passou, aparentemente, a ter valor em si mesmo. Os homens comuns deixaram-se condicionar por ele e hoje são seus servos, vivendo e trabalhando quase que exclusivamente para obtê-lo, como se o dinheiro tivesse realmente algum significado intrínseco. Tal inversão de valores é o resultado de um jogo entre as forças evolutivas e as involutivas, jogo que desde o começo do mundo sempre existiu.
         Conta-se, na Índia, que, certa vez, os homens usaram um truque para apanhar macacos. Colocaram dentro de um côco torrões de açúcar; os macacos em vão tentavam retirá-los, pois o orifício não era suficientemente grande para deixar passar uma mão fechada, quanto mais uma mão contendo algo. Os macacos, movidos pela ambição e pela gula, ficavam ali presos, por sua própria escolha, uma vez que não desistiam de soltar os torrões.
         Eis aí uma situação semelhante à dos homens que por ignorância e inércia caíram na rede armada pelas forças da involução, preferindo continuar prisioneiros dos desejos e das posses. Grandes somas de dinheiro são, às vezes, aplicadas inutilmente, em coisas supérfluas, revelando que há homens com as mãos presas em côcos e que a energia monetária está fora de lugar neste planeta.
         Independentemente da sua atual situação, o homem tem, em sua essência, segundo experienciam  os místicos, a vibração necessária para entrar em contato com a energia Divina que lhe permite tocar a consciência cósmica.
         Quando se fala em dinheiro, fala-se de uma energia ainda incompreendida pelo homem comum da superfície da Terra. Geralmente, ele o usa como um meio de adquirir o que deseja, de submeter outros indivíduos à sua vontade ou de fazê-los trabalhar para si próprio. Entre os homens mais bem-formados, o dinheiro costuma ser usado para satisfazer as necessidades daqueles que lhes estão próximos, ou seja, como instrumento do amor pessoal. Raramente o dinheiro é usado para o bem universal, e o desejo ou o problema pessoal de um indivíduo é em geral posto à frente de necessidades maiores.
         O homem certamente retirará, com o tempo, a mão de dentro do côco e, assim, mudará suas preferências. Dificilmente ele será atraído por torrões de açúcar, quando perceber que diante de si encontram-se abertas as portas para o infinito.”

(TRIGUEIRINHO. Escritor, em artigo publicado no jornal O TEMPO Belo Horizonte, edição de 28 de fevereiro de 2016, caderno OPINIÃO, página 16).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Cidadania e Qualidade vem de artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 5 de março de 2016, caderno OPINIÃO, página 9, de autoria de JORGE FAMILIAR, vice-presidente do Banco Mundial para a América Latina o Caribe, e que merece igualmente integral transcrição:

“Indígenas latino-americanos
        No futuro, quando avaliarmos a história da América Latina do início do século, certamente predominará o relato de um boom econômico que deixou para trás uma transformação social de grande envergadura. Na verdade, a cara da América Latina mudou expressivamente entre 2003 e 2013. A pobreza extrema se reduziu à metade e, pela primeira vez na história, o número de latino-americanos pertencentes à classe média superou o dos que vivem na pobreza.
Mas será que essa história reflete a experiência dos 42 milhões de indígenas que vivem hoje na América Latina? De acordo com o novo estudo do Banco Mundial “América Latina indígena no século 21”, a resposta é sim em algumas áreas, mas não em todas.
         Por um lado, os povos indígenas latino-americanos registraram grandes avanços em matéria de redução da pobreza e acesso a serviços básicos. No Peru e na Bolívia, por exemplo, cerca de um terço e um quarto dos domicílios indígenas, respectivamente, saíram da pobreza. O acesso à eletricidade em suas casas aumentou quase 50% em países como o Panamá e o Peru; e o acesso à educação tornou-se, provavelmente, o sucesso mais importante da década. De fato, no Equador, no México e na Nicarágua, fechou-se a brecha de assistência escolar primária entre as crianças indígenas e as demais.
Apesar das conquistas e avanços, ainda há muito por fazer. A informação e os dados disponíveis mostram uma realidade de exclusão. Embora as comunidades indígenas representem 8% da população total da região, constituem 14% dos pobres e 17% dos extremamente pobres. Isso é claramente inaceitável.
Ao contrário do que se poderia imaginar, hoje em dia quase metade dos habitantes indígenas da América Latina vivem em áreas urbanas. Nesses entornos, é comum encontra-los em condições mais inseguras, insalubres e propensas a desastres naturais que outros residentes urbanos. E nas áreas rurais, onde ainda vive a maioria dos povos indígenas (60% em países como Brasil, Colômbia, Equador, Honduras e Panamá), a defasagem é maior e o acesso aos serviços públicos, muito mais limitado.
Atingir nossas metas de erradicar a pobreza extrema e promover o crescimento com equidade requer esforços particulares e informados para incluir a população indígena, bem como outros grupos de latino-americanos que hoje são vítimas da exclusão.
Para entender e atender melhor às necessidades dos povos indígenas, é fundamental levar em consideração sua própria visão com relação a seu desenvolvimento. Em nossas consultas e diálogos com povos indígenas, temos aprendido que respeitar sua identidade cultural não significa estar contra a criação de oportunidades para todos e a busca pelo bem-estar.
Por isso, a melhora da qualidade de vida das populações indígenas deve incluir políticas que levem em conta suas vozes, culturas e identidades, além de uma luta frontal contra a exclusão. O empoderamento das mulheres será determinante, assim como um maior acesso de crianças e jovens indígenas a uma educação bilíngue e de qualidade. Só assim poderemos aumentar as oportunidades de todos os latino-americanos de ter uma vida melhor e posicionar a região para enfrentar os desafios do futuro; um futuro em que a cara da América Latina continue mudando para melhor, sem deixar grupo algum para trás.”.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, civilizadas, soberanas, democráticas e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:
a)     a educação – universal e de qualidade –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas (enfim, 125 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da civilidade, da democracia, da participação, da sustentabilidade...);
b)    o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em fevereiro a ainda estratosférica marca de 419,60% para um período de doze meses; e mais, também em fevereiro, o IPCA acumulado nos doze meses chegou a 10,36%...); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade  –  “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis prejuízos e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 515 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, a falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;
c)     a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com projeção para 2016, apenas segundo a proposta do Orçamento Geral da União, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1,348 trilhão, a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão de R$ 1,044 trilhão), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega:
- pagar, sim, até o último centavo;
- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”);

Isto posto, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela cidadania e qualidade, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos e que contemplam eventos como a   Olimpíada de 2016; as obras do PAC e os projetos do Pré-Sal, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo da justiça, da liberdade, da paz, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”

- Estamos nos descobrindo através da Cidadania e Qualidade...
- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas...
- Por uma Nova Política Brasileira...  

  

quarta-feira, 9 de março de 2016

A CIDADANIA, A NOVA ENERGIA DA EVOLUÇÃO ESPIRITUAL E A CULTURA TRANSFORMADORA

“A superação do livre arbítrio 
no caminho espiritual
        O livre arbítrio é a parte da etapa humana da evolução do indivíduo sobre a Terra, é a faculdade de eleger por si próprio a ação a praticar; de modo geral, até hoje foi pautado por tendências pessoais. O exercício do livre arbítrio determinou muitas características atuais do planeta e acarretou, entre outras consequências, o estado de contaminação física e psíquica em que ele mergulhou.
         A superação do livre arbítrio foi conseguida em todos os tempos por raríssimas pessoas que puderam expandir a consciência e ultrapassar o nível em que vive a maioria. Essas pessoas desbravaram o caminho para outros e em nossa época ela se torna uma conquista mais generalizada.
         Quando alguém supera o livre arbítrio buscando cumprir a vontade transpessoal existente dentro do próprio ser, nova energia começa a permear-lhe a consciência, trazendo-lhe maior impulso evolutivo e concedendo-lhe visão ampla do propósito da sua via individual, grupal ou da vida planetária.
         Existe uma progressão do ser humano em relação ao livre arbítrio: enquanto primitivo, o homem na verdade não escolhe; dirigido, segue os impulsos das forças que se movem em seus corpos, e seu destino é traçado de maneira estrita pela lei do carma. Quase não participa ainda da determinação desse destino. No indivíduo de evolução média, as forças do desejo e as do pensamento disputam a soberania sobre suas ações; é quando o livre arbítrio chega à máxima expressão. Esse confronto permanece até que as forças do pensamento prevaleçam e, por fim, unam-se à vontade do eu interno, da alma. Naqueles cuja alma guia em certo grau a personalidade, o livre arbítrio, apesar de ainda existir, deixa de preponderar. Por fim, quando a alma assume totalmente a condução da personalidade, o livre arbítrio é superado. É assim que, aos poucos, leis superiores passam a reger a existência humana, substituindo a lei do carma material.
         A lei do carma, ou lei de causa e efeito, foi uma das principais a serem apresentadas à humanidade. Por essa lei, as ações, os sentimentos e os pensamentos produzem efeitos que retornam a quem os gerou a curto, médio ou longo prazo. Assim, o que é vivido hoje determina o futuro, e, por isso, em alguns idiomas costuma-se empregar a palavra “destino” para traduzir o termo sânscrito “karma” ou “karman”, embora ela não seja adequada, pois o termo sânscrito engloba conteúdos mais amplos, como, por exemplo, o impulso ao surgimento da moral.
         A transformação pela qual passa um número cada vez maior de pessoas direciona-as à essência da vida espiritual e divina. Sua entrega a essa tendência encaminha-as para a superação do livre arbítrio e para a dissolução das fronteiras do ego, que mantêm a consciência material apartada da sua fonte interna.
         Dissolver os laços que atam a consciência ao ego, com seus hábitos e vícios, ir além do que é possível para a maioria, renunciar às próprias ideias, opiniões e gostos e despir-se de todo o supérfluo adquirido ao longo da vida exige vontade férrea.
         Diz-se no Novo Testamento que os chamados para seguir o Mestre eram exortados a não perder tempo olhando para trás e a anunciar o Reino de Deus. Os que são capazes de exercer a vontade a ponte de fazer isso experimentam indescritível leveza, e as tramas do destino não mais os impedem de anunciar esse Reino por obras de teor transcendente.”

(TRIGUEIRINHO. Escritor, em artigo publicado no jornal O TEMPO Belo Horizonte, edição de 6 de março de 2016, caderno O.PINIÃO, página 20).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Cidadania e Qualidade vem de artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 4 de março de 2016, caderno OPINIÃO, página 7, de autoria de DOM WALMOR OLIVEIRA DE AZEVEDO, arcebispo metropolitano de Belo Horizonte, e que merece igualmente integral transcrição:

“O preço da cultura
        As crises que pesam sobre os ombros da sociedade, sacrificando os cidadãos, precisam ser enfrentadas, mas não de modo qualquer. Sua superação exige a permanente consideração do tecido da cultura, substrato que alicerça a determinação na busca de soluções, na elaboração de respostas e na configuração de um modo cidadão de ser que empurre o conjunto da sociedade na direção da justiça almejada, da paz sonhada e dos equilíbrios políticos e sociais.
         Quando comprometida a qualidade do tecido da cultura, o caminho é percorrido em areia movediça, com surpresas desinteressantes e com pouquíssima resiliência para se alcançarem metas com força de efetivar novos cenários. Não basta, por isso mesmo, que o esforço de dar nova dinâmica à economia, com a superação dos seus descompassos em desempregos, desigualdades, corrupção e indiferenças, se faça pela via dos números. Por critérios frios na definição das taxas de juros, da lucratividade ou fortalecimento egoísta de setores.
         O papa Francisco, nesse horizonte, reforça a importância dessa compreensão com uma advertência pertinente. Na exortação apostólica Alegria do Evangelho, no capítulo segundo, sobre a crise do compromisso comunitário, sublinha a responsabilidade de cada cidadão. É preciso que cada pessoa, particularmente os formadores de opinião, construtores da sociedade, intelectuais e religiosos, assuma o compromisso de indicar soluções eficazes para as crises e os problemas. E mais, adverte a todos pelo desencadeamento dos processos de desumanização que podem se tornar irreversíveis, entre eles, o da violência que permeia todos os âmbitos de nossa vida em sociedade.
         Nesse contexto, vale refletir com profundidade sobre as várias faces dessa violência, desde a doméstica, com estatísticas absurdas de agressões a mulheres, crianças e idosos, silenciada na privacidade dos lares, às sofridas pelos cidadãos e que atentam contra a inteireza da dignidade humana, até aqueles perpetradas com inteligência doentia nos atos de terrorismo, na corrupção e pelas grandes organizações criminosas.
         Os progressos atuais da humanidade são incontestáveis em vários campos do saber tecnológico e da cultura, mas ainda não são capazes de fazer frente a essa triste realidade. São igualmente desafiadoras a exclusão social e a pequenez na estatura cidadã, que precisa urgentemente alavancar processos de mudanças e operacionalizar ações que tenham força para transformar a realidade que hospeda a cidadania no conjunto da sociedade contemporânea.
         Vale-nos reportar ainda ao papa Francisco, na citada exortação apostólica quando constata o desvanecimento da alegria de viver, em consequência do recrudescimento da violência e da falta de respeito, patentes especialmente na imensa desigualdade social. Prova da incompetência de governantes e de segmentos variados da sociedade na efetivação das mudanças capazes de reconfigurar os humilhantes cenários que atingem frontalmente a cidadania.
         Os saltos velozes, qualitativos e quantitativos, verificados no progresso científico, na inovações tecnológicas e nos diferentes âmbitos da natureza e da vida, precisam contar com a qualidade do tecido da cultura, do qual cada cidadão é portador. Esse tecido cultural, como substrato do caráter e na compreensão do mundo, é determinante para que tenha impacto em cada cidadão de modo a formar os sentidos comunitário e social que deem rumos novos e soluções às crises.
         A exemplaridade da cultura mineira, que se desdobra em muitas, convence e explica o quanto a qualidade do tecido cultural alavanca possibilidades enormes de progresso, pelos valores em tradição, patrimônio, religiosidade e até na culinária e nas dinâmicas familiares. Patrimônio que exige tratamento adequado por parte de todos, particularmente de seus líderes. Não se pode pensar que o conjunto de uma sociedade regional ou local se desenvolva e aposte em outros crescimentos, esperando que os recursos “caiam do céu”. Ou, ainda, que os investimentos venham de fora, criando relação de submissão a novas formas de poder, muitas vezes anônimo.
         A cultura é um capital da mais alta relevância no desenvolvimento e nas transformações urgidas pela realidade. Uma sociedade, como a mineira, precisa debruçar-se mais sobre os seus segmentos, da história às expressões variadas, da geografia aos seus monumentos e ao jeito de ser do povo, para contabilizar os preços dessa rica cultura. Em razão, especialmente, das necessidades de desenvolvimento de soluções dos problemas urgentes e do desenho de novos cenários, é indispensável que nosso tecido cultural tenha mais investimento em educação, consciência social e político-cultural. É preciso ir além das lamentações, das constatações e da falta de força nas ações.
         O tecido da cultura existente pode ser o “pé de apoio” para se dar um salto adiante e não enjaular-se na mediocridade de alguns governantes, líderes religiosos, intelectuais. Mergulhados e afogados na burocracia, não apostam em processos e projetos, não valorizam a oportunidade de estar e de ser parte dessa cultura chamada sociedade mineira. Assim, paga-se o preço de não avançar e de habituar-se a estilos acanhados de mais, vivendo na pobreza, apesar de fazermos parte de uma história de grandes riquezas e sermos detentores de um patrimônio singular em sua relevância.
         A cultura expressa nos hábitos, na consciência histórica e política, na valorização “quase bairrista” do nosso patrimônio com sua inteligente utilização e cuidado, é a alavanca para mudar e fazer crescer, com força maior do que os royalties e certos “dinheiros”, redimindo, assim, dirigentes, lideranças – cidadãos todos – da mediocridade. É hora de buscar novos rumos e respostas.”

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, civilizadas, soberanas, democráticas e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:
a)     a educação – universal e de qualidade –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas (enfim, 125 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da civilidade, da democracia, da participação, da sustentabilidade...);
b)    o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em janeiro a ainda estratosférica marca de 410,97% para um período de doze meses; e mais, também em janeiro, o IPCA acumulado nos doze meses chegou a 10,71%...); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade  –  “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis prejuízos e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 515 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, a falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;
c)     a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com projeção para 2016, apenas segundo a proposta do Orçamento Geral da União, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1,348 trilhão, a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão de R$ 1,044 trilhão), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega:
- pagar, sim, até o último centavo;
- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”);

Destarte, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela cidadania e qualidade, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos e que contemplam eventos como a   Olimpíada de 2016; as obras do PAC e os projetos do Pré-Sal, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo da justiça, da liberdade, da paz, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”

- Estamos nos descobrindo através da Cidadania e Qualidade...
- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas...
- Por uma Nova Política Brasileira...  

 
        




          

quinta-feira, 3 de março de 2016

A CIDADANIA, A FORÇA DOS DIREITOS DO CORAÇÃO E O AMOR NA CONSTRUÇÃO DE UMA NAÇÃO (19/5)

(Março = mês 19; faltam 5 meses para a Olimpíada 2016)

“A racionalização da sociedade 
e o resgate da razão cordial
        Atualmente se constata fecunda a discussão filosófica sobre a necessidade do resgate da razão cordial como limitação da excessiva racionalização da sociedade e como enriquecimento da razão instrumental-analítica. Elenquemos aqui alguns direitos da dimensão do coração:
1.Proteja o coração, o centro biológico do corpo humano. Não sobrecarregue-o com demasiados alimentos gordurosos e bebidas alcoólicas.
2.Cuide do coração. Ele é o nosso centro psíquico. Dele saem todas as coisas boas e ruins. Comporte-se de tal maneira que ele não precise se sobressaltar face aos riscos e perigos.
3.Vele seu coração. Ele representa nossa dimensão do profundo. Nele se manifesta a consciência que sempre nos acompanha, aconselha, adverte e também pune. No coração brilha a centelha sagrada que produz em nós o entusiasmo.
4.Cultive a sensibilidade, própria do coração. Não permita que ela seja dominada pela razão funcional, mas componha-se com ela. É pela sensibilidade que sentimos o pulsar do coração do outro.
5.Ame seu coração. Ele é a sede do amor. É o amor que produz a alegria do encontro entre as pessoas que se querem e que permite a fusão de corpos e mentes numa só e misteriosa realidade.
6.Tenha um coração compadecido, que sabe sair de si e se colocar no lugar do outro.
7.Abra o coração para a carícia essencial. Ela é suave como uma pena que vem do infinito e nos dá a percepção, pelo toque, de sermos irmãos e de pertencermos à mesma família humana, habitando a mesma casa comum.
8.Disponha o coração para o cuidado que faz o outro importante para você. Quem ama cuida, e quem cuida ama.
9.Amolde diariamente o coração para a ternura. Se quiser perpetuar  o amor, cerque-o de enternecimento e de gentileza.
10.Purifique diariamente o coração para que as sombras, o ressentimento e o espírito de vingança nunca se sobreponham à bem-querença, à finura e ao amor.
Tem sentido estas cinco recomendações que reforçam o amor:
1.Em tudo o que pensar e fizer, coloque o coração. A fala sem coração soa fria e institucional. Palavras ditas com o coração atingem o profundo das pessoas. Estabelece-se, então, uma sintonia fina com os interlocutores ou ouvintes que facilita a compreensão e a adesão.
2.Procure, junto com o raciocínio articulado, colocar emoção. Não a force, porque ela deve espontaneamente revelar a profunda convicção daquilo que crê e diz. Só assim chega ao coração do outro e se faz convincente.
3.A inteligência intelectual fria, com a pretensão de tudo compreender e resolver, gera uma percepção racionalista e reducionista da realidade. Mas também o excesso da razão cordial e sensível pode decair para o sentimentalismo adocicado e para as proclamas populistas que afastam as pessoas. Importa sempre buscar a justa medida entre mente e coração, mas articulando os dois polos a partir do coração.
4.Quando tiver que falar a um auditório ou a um grupo, procure entrar em sintonia com a atmosfera ali criada. Ao falar, não fale só a partir da cabeça, mas dê primazia ao coração. É ele que sente, vibra e faz vibrar. Só são eficazes as razões da inteligência intelectual quando elas vêm amalgamadas pela sensibilidade do coração.
5.Crer não é pensar em Deus. Crer é sentir Deus a partir do coração. Então, nos damos conta de que sempre estamos na palma de Sua mão e que uma energia amorosa e poderosa nos ilumina e aquece e preside os caminhos da vida, da Terra e do universo inteiro.”.

(LEONARDO BOFF. Filósofo e teólogo, em artigo publicado no jornal O TEMPO Belo Horizonte, edição de 26 de fevereiro de 2016, caderno O.PINIÃO, página 18).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Cidadania e Qualidade vem de artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 23 de fevereiro de 2016, caderno OPINIÃO, página 7, de autoria de LINDOLFO PAOLIELLO, jornalista, presidente da Associação Comercial e Empresarial de Minas (ACMinas), e que merece igualmente integral transcrição:

“País que se trata na terceira pessoa
        Está na Constituição, lei maior dos países. A dos Estados Unidos da América afirma, logo de início: “Nós, o povo dos Estados Unidos, visando a aperfeiçoar a nossa união, garantir a justiça...”; a Carta Magna do Japão começa assim: “Nós, o povo japonês, por meio dos nossos representantes na Assembleia Nacional...”; a da Índia: “Nós, o povo indiano, depois de ter solenemente deliberado...”; já a Constituição da Rússia registra: “Nós, multinacional povo da Federação russa...”; a Constituição Brasileira de 1988 começa assim: “Nós, representantes do povo brasileiro...” E afirma no inciso IV do artigo primeiro: “Todo o poder provém do povo”. Donde se conclui, pelo consenso das nações, que é do povo, e não de Deus (ou do Estado) que vem o poder democrático.
         No entanto, nós, brasileiros, agimos como se não percebêssemos esse consenso universal. Sob certo ângulo, o brasileiro nega sua cidadania. Somos “um povo que se trata na terceira pessoa”. Curioso é que a chamada de atenção não vem de um acadêmico, mas de um cronista de futebol, Juca Kfouri. “Nenhum outro povo do mundo, ao que eu saiba, faz isso” – depõe o cronista, e acrescente: “Ninguém fala como nós: “Ah brasileiro é assim mesmo!”. Nós nos tratamos como se estivéssemos de fora, como se fôssemos ou pudéssemos ser outra coisa”,
Nega-se a condição de brasileiro como se nega – por temê-lo – o desconhecido. O Brasil não conhece o Brasil. Desdenha-se de ser brasileiro a ponto de parecer denegar essa condição, no sentido freudiano pelo qual o sujeito, embora formulando um dos seus desejos ou sentimentos, continua a defender-se dele, negando que lhe pertença. Trocando em miúdos, a pessoa afirma negando, ou se recusa a perceber um fato que se impõe no mundo exterior.
         Vemos, a todo momento, o brasileiro se queixando de seus representantes, sem se lembrar, ou denegando, que eles foram escolhidos por ele. Um modo bem brasileiro de lidar com os próprios problemas é atribuí-los a terceiros. Então, há uma crise de representatividade. Mas, antes, há uma crise de identidade, por isso o brasileiro se refere a ele próprio na terceira pessoa.
         Retornemos à Constituição: “O poder vem do povo” e este é um conjunto de indivíduos que, para deter o poder, tem que exercer o poder. Não sendo mais do que a cooperação entre indivíduos, a sociedade não pensa e não age. Assim como também devemos entender que, com a palavra sociedade, não nomeamos uma entidade superior à qual os indivíduos devem servir com o sacrifício de seu próprio interesse, mas sim um meio para os indivíduos se realizarem como seres humanos, na medida em que realizam seus valores e desejos.
         Comento aqui o que entendo estar por detrás da crise, para que venhamos a entender o que precisamos pôr à frente das soluções para a crise. Refiro-me à incapacidade dos indivíduos de assumir suas responsabilidades. Mas também me refiro ao uso cada vez maior da força estatal para regular a vida dos indivíduos (a educação, por exemplo) e intervir desastradamente na vida das empresas e na economia. Controlando e intervindo, o governo fere de morte o desenvolvimento humano capaz de formar uma sociedade livre, próspera, formada de pessoas felizes capazes de construir seu próprio caminho.
         Fala-se tanto em um novo modelo para o Brasil. Seu enunciado é simples e será simples sua realização se for confiada a um modelo também novo de líderes, sem ligação com a trilha da velha política, dotados de uma formação cidadã e imbuídos do conceito de empreendedorismo: um modelo de país que parta da ampliação da liberdade das pessoas, com relação às suas capacidades e às oportunidades ao seu dispor, para que possam escolher a vida que desejam ter e ser aquele ou aquela que desejam ser.”

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, civilizadas, soberanas, democráticas e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:
a)     a educação – universal e de qualidade –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas (enfim, 125 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da civilidade, da democracia, da participação, da sustentabilidade...);
b)    o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em janeiro a ainda estratosférica marca de 410,97% para um período de doze meses; e mais, também em janeiro, o IPCA acumulado nos doze meses chegou a 10,71%...); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade  –  “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis prejuízos e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 515 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, a falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;
c)     a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com projeção para 2016, apenas segundo a proposta do Orçamento Geral da União, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1,348 trilhão, a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão de R$ 1,044 trilhão), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega:
- pagar, sim, até o último centavo;
- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”);

Isto posto, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela cidadania e qualidade, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos e que contemplam eventos como a   Olimpíada de 2016; as obras do PAC e os projetos do Pré-Sal, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo da justiça, da liberdade, da paz, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”

- Estamos nos descobrindo através da Cidadania e Qualidade...
- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas...
- Por uma Nova Política Brasileira...