sexta-feira, 2 de dezembro de 2016

A EXCELÊNCIA EDUCACIONAL, OS FRUTOS DO DESAPEGO NA EVOLUÇÃO ESPIRITUAL E A FORÇA DAS INTERPELAÇÕES (2/168)

(Dezembro = mês 2; faltam 168 meses para a Primavera Brasileira)

“O serviço abnegado, as provas e as dádivas do caminho espiritual

Com a vivência da humildade, os ditos milagres começam a acontecer na vida dos seres já amadurecidos que ascenderam no caminho, porque outras Leis Espirituais mais adiantadas encontram campo de expressão no ser. É fundamental estar diante do Senhor sempre pequenino, pois quanto menor for visto aos olhos dos homens, maior será aos olhos de Deus.
Muito será exigido daquele que muito recebeu; por isso as dádivas vão para aqueles que recém despertaram, enquanto aquele que ajuda a abrir a porta para o descenso da Graça frequentemente nada recebe. Porque o despertar e o caminhar de um irmão são a verdadeira dádiva e alegria na vida de um ser abnegado, que se esqueceu de si em prol da caridade e em benefício do bem ao próximo.
Quando o Senhor o provê de um instrumento, seja ele de curto ou longo alcance, deverá sempre utilizá-lo sabendo que não lhe pertence, e que a Mão do Senhor deve guiar cada movimento para que não se confunda. Pois todo dom, talento e capacidade a Ele pertencem e a Ele devem retornar.
A prática do serviço abnegado, e a vivência do estado de Graça e dos dons do espírito fazem com que o ser se transforme num “Apóstolo do Novo Tempo”, reconhecido por toda parte, porque fala a língua de quem o busca. Esse ser está, assim, preparado para viver etapas mais elevadas do caminho espiritual.
O apóstolo deve abraçar a própria cruz, considerando que provas duras cairão sobre ele de forma a acelerar seu processo de equilíbrio cármico e também de aceitação do sacrifício. Porque viver esse processo, que podemos denominar como “cristificação”, não é recolher as promessas e dádivas que entregou ao Senhor, mas viver como Ele os últimos momentos de Sua Paixão, transferindo Seus atos para os tempos atuais.
Saibamos que o próprio Senhor acompanha de perto os passos de seus apóstolos e isso significa que Ele dará não somente consolos nos momentos de prova, mas que lhes dará, também, provas nos momentos de paz. Tudo para que esse apóstolo, que já passou por tantos obstáculos, possa agora passar pela prova final de sua fé e de seu amor por Deus, para que o Propósito Divino se cumpra. Assim, todas as suas misérias reunidas, através de cada uma de suas encarnações sobre a Terra, virão à tona, inclusive tudo que já parecia estar resolvido. O ser evoluído, o apóstolo, já estará forte o suficiente para não se desesperar e constante o suficiente para não perder tempo consigo mesmo, seguindo em sua vida abnegada, enquanto se dá a purificação do seu ser.
Este é o momento da Cruz e deve carregá-la até o momento de ser crucificado. Não deve sonhar estar sem o seu peso, antes deve amá-la, porque nela será pregado assim como foi com o seu Senhor. E aí inicia-se o trajeto do verdadeiro sacrifício deste apóstolo. Porque somente ele saberá que carrega a própria cruz de maneira integral, somente ele saberá que as dores dos crimes que cometeu contra os princípios crísticos, durante muitas encarnações, agora o dilaceram por dentro. E nada disso sentirá que deve compartilhar com alguém, pois nenhum ser encarnado o compreenderá totalmente. Somente uma certeza o levará adiante: a de que o Senhor o espera e que não será eterno seu martírio – assim como não o foi para o Senhor – que viveu sofrimentos tão maiores, que os seus parecem até suaves.”.
(TRIGUEIRINHO. Escritor, em artigo publicado no jornal O TEMPO Belo Horizonte, edição de 27 de novembro de 2016, caderno O.PINIÃO).
Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 5 de agosto de 2016, caderno OPINIÃO, página 7), de autoria de DOM WALMOR OLIVEIRA DE AZEVEDO, arcebispo metropolitano de Belo Horizonte, e que merece igualmente integral transcrição:
“Acolher interpelações
        Em diferentes passagens do evangelho, Jesus chama a atenção para uma incompetência das cidades: não escutar advertências e interpelações. O Mestre compara as cidades de Cafarnaum, Betsaida, Corazim e aquelas pagãs, como Nínive, Sodoma e Gomorra. Destaca que as cidades pagãs, surpreendentemente, acolheram melhor suas interpelações. Desconsiderar essas indicações pode inviabilizar as mudanças necessárias, permanecendo, assim, o caminhar rumo ao caos e os descompassos que pesam sobre a vida. Também faz crescer a dureza de coração e imperar grande insensibilidade, acirrando os embates entre pessoas, grupos e instituições. Os prejuízos se multiplicam, os retrocessos tornam-se evidentes. Tudo em consequência da surdez ante as interpelações.
         Na mensagem para o Dia Mundial da Paz deste ano, o papa Francisco fez uma advertência sobre algo que, de modo sorrateiro, destrói a paz: a globalização da indiferença, fenômeno que atinge o ápice no atual momento da história. Tornam-se cada vez mais comuns os corações fechados, desinteressados pelos outros, que se cegam propositadamente para não ver o que acontece ao redor, esquivando-se de serem afetados pelos problemas alheios, particularmente dos mais pobres. Ora, só de alcançará a paz quando cada pessoa acatar a interpelação de ser “o coração da paz”. Somente assim, todos serão capazes de compreender e priorizar a tarefa de se respeitar, incondicionalmente, a dignidade de cada pessoa, fundamentando as bases para um autêntico humanismo integral.
         Esse investimento – o de ser “coração da paz” – não tem custos e resulta em ganhos determinantes para alicerçar o indispensável sentido social que deve alimentar o comprometimento solidário. Um proximidade fundamental para configurar os tecidos social e cultural, buscando o equilíbrio e a paz. Aceitar essa interpelação significa admitir que é preciso revisar a gramática que rege os funcionamentos do próprio coração e dela retirar ódios, rancores, preconceitos – os dispositivos de discriminação fundamentados na hegemonia de sentimentalismos e emoções que estão descasados da racionalidade, propiciando injustiças com pessoas e grupos.
         Entre tantas regras de ouro, a interpelação firmada no evangelho – “não te deixes vencer pelo mal, antes vence o mal com o bem” – é fundamental ser acolhida e praticada como exercício que modula o coração na contramão das cardiopatias graves que provocam prejuízos irreversíveis no tecido humanístico. Essa passagem aponta, portanto, que o bem promove e garante a paz duradoura. E para efetivamente acolhê-la deve-se investir na lei moral que conduz a competência humana. Assim, é possível reverter cenários e quadros que, degradam o mundo. O combate à anarquia, a busca pela superação da desordem social, o “não contundente” à guerra, o fim das injustiças e da violência dependem do cultivo dos valores morais.
         Nesse sentido, a lei moral que deve reger a consciência de cada indivíduo faz crescer a convicção de que é preciso combater a pobreza para que se impere o dom da paz. Isso porque, apesar dos avanços tecnológicos e dos muitos progressos, frutos da inteligência humana, cresce a irracional disparidade entre ricos e pobres, até mesmo nas nações mais desenvolvidas. Essa situação precisa incomodar a consciência de cada cidadão, que deve refletir sobre o que possui, o que usa e acumula, colocando-se no lugar de quem está na miséria.
         Muitas, incontáveis, as interpelações para se alcançar um mundo mais justo e de paz devem ser acolhidas no cotidiano, nas práticas religiosas e espirituais, a partir do zelo e do apreço pela honestidade, cultivando um sentido humanístico e social autêntico que muda a vida das pessoas e, consequentemente, os rumos das sociedades. “Quem tem ouvidos, ouça!””.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, civilizadas, soberanas, democráticas e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:
a)     a excelência educacional – pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas, gerando o pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional (enfim, 125 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da civilidade, da democracia, da participação, da sustentabilidade...);
b)    o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em outubro a ainda estratosférica marca de 475,8% nos últimos  doze meses, e a taxa de juros do cheque especial  registrou históricos 328,9%; e também no mesmo período, o IPCA acumulado  chegou a 7,87%); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade  –  “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis prejuízos e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 516 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, a falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;
c)     a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com projeção para 2016, apenas segundo a proposta do Orçamento Geral da União, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1,348 trilhão, a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão de R$ 1,044 trilhão), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega:
- pagar, sim, até o último centavo;
- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”);

Destarte, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela excelência educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo da justiça, da liberdade, da paz, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”

- 55 anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2016) ...

- Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...
- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas...
- Por uma Nova Política Brasileira...  
        
 
 

          


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