(Dezembro = mês 2; faltam 168
meses para a Primavera Brasileira)
“O serviço abnegado, as provas e
as dádivas do caminho espiritual
Com
a vivência da humildade, os ditos milagres começam a acontecer na vida dos
seres já amadurecidos que ascenderam no caminho, porque outras Leis Espirituais
mais adiantadas encontram campo de expressão no ser. É fundamental estar diante
do Senhor sempre pequenino, pois quanto menor for visto aos olhos dos homens,
maior será aos olhos de Deus.
Muito
será exigido daquele que muito recebeu; por isso as dádivas vão para aqueles
que recém despertaram, enquanto aquele que ajuda a abrir a porta para o
descenso da Graça frequentemente nada recebe. Porque o despertar e o caminhar
de um irmão são a verdadeira dádiva e alegria na vida de um ser abnegado, que
se esqueceu de si em prol da caridade e em benefício do bem ao próximo.
Quando
o Senhor o provê de um instrumento, seja ele de curto ou longo alcance, deverá
sempre utilizá-lo sabendo que não lhe pertence, e que a Mão do Senhor deve
guiar cada movimento para que não se confunda. Pois todo dom, talento e
capacidade a Ele pertencem e a Ele devem retornar.
A
prática do serviço abnegado, e a vivência do estado de Graça e dos dons do
espírito fazem com que o ser se transforme num “Apóstolo do Novo Tempo”,
reconhecido por toda parte, porque fala a língua de quem o busca. Esse ser
está, assim, preparado para viver etapas mais elevadas do caminho espiritual.
O
apóstolo deve abraçar a própria cruz, considerando que provas duras cairão
sobre ele de forma a acelerar seu processo de equilíbrio cármico e também de
aceitação do sacrifício. Porque viver esse processo, que podemos denominar como
“cristificação”, não é recolher as promessas e dádivas que entregou ao Senhor,
mas viver como Ele os últimos momentos de Sua Paixão, transferindo Seus atos
para os tempos atuais.
Saibamos
que o próprio Senhor acompanha de perto os passos de seus apóstolos e isso
significa que Ele dará não somente consolos nos momentos de prova, mas que lhes
dará, também, provas nos momentos de paz. Tudo para que esse apóstolo, que já
passou por tantos obstáculos, possa agora passar pela prova final de sua fé e
de seu amor por Deus, para que o Propósito Divino se cumpra. Assim, todas as
suas misérias reunidas, através de cada uma de suas encarnações sobre a Terra,
virão à tona, inclusive tudo que já parecia estar resolvido. O ser evoluído, o
apóstolo, já estará forte o suficiente para não se desesperar e constante o
suficiente para não perder tempo consigo mesmo, seguindo em sua vida abnegada,
enquanto se dá a purificação do seu ser.
Este
é o momento da Cruz e deve carregá-la até o momento de ser crucificado. Não
deve sonhar estar sem o seu peso, antes deve amá-la, porque nela será pregado
assim como foi com o seu Senhor. E aí inicia-se o trajeto do verdadeiro
sacrifício deste apóstolo. Porque somente ele saberá que carrega a própria cruz
de maneira integral, somente ele saberá que as dores dos crimes que cometeu
contra os princípios crísticos, durante muitas encarnações, agora o dilaceram
por dentro. E nada disso sentirá que deve compartilhar com alguém, pois nenhum
ser encarnado o compreenderá totalmente. Somente uma certeza o levará adiante:
a de que o Senhor o espera e que não será eterno seu martírio – assim como não
o foi para o Senhor – que viveu sofrimentos tão maiores, que os seus parecem
até suaves.”.
(TRIGUEIRINHO. Escritor, em artigo
publicado no jornal O TEMPO Belo
Horizonte, edição de 27 de novembro de 2016, caderno O.PINIÃO).
Mais uma importante
e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de artigo publicado
no jornal ESTADO DE MINAS, edição de
5 de agosto de 2016, caderno OPINIÃO,
página 7), de autoria de DOM WALMOR
OLIVEIRA DE AZEVEDO, arcebispo metropolitano de Belo Horizonte, e que
merece igualmente integral transcrição:
“Acolher interpelações
Em diferentes
passagens do evangelho, Jesus chama a atenção para uma incompetência das
cidades: não escutar advertências e interpelações. O Mestre compara as cidades
de Cafarnaum, Betsaida, Corazim e aquelas pagãs, como Nínive, Sodoma e Gomorra.
Destaca que as cidades pagãs, surpreendentemente, acolheram melhor suas
interpelações. Desconsiderar essas indicações pode inviabilizar as mudanças
necessárias, permanecendo, assim, o caminhar rumo ao caos e os descompassos que
pesam sobre a vida. Também faz crescer a dureza de coração e imperar grande
insensibilidade, acirrando os embates entre pessoas, grupos e instituições. Os
prejuízos se multiplicam, os retrocessos tornam-se evidentes. Tudo em consequência
da surdez ante as interpelações.
Na mensagem para o Dia Mundial da Paz
deste ano, o papa Francisco fez uma advertência sobre algo que, de modo
sorrateiro, destrói a paz: a globalização da indiferença, fenômeno que atinge o
ápice no atual momento da história. Tornam-se cada vez mais comuns os corações
fechados, desinteressados pelos outros, que se cegam propositadamente para não
ver o que acontece ao redor, esquivando-se de serem afetados pelos problemas
alheios, particularmente dos mais pobres. Ora, só de alcançará a paz quando
cada pessoa acatar a interpelação de ser “o coração da paz”. Somente assim,
todos serão capazes de compreender e priorizar a tarefa de se respeitar,
incondicionalmente, a dignidade de cada pessoa, fundamentando as bases para um autêntico
humanismo integral.
Esse investimento – o de ser “coração
da paz” – não tem custos e resulta em ganhos determinantes para alicerçar o
indispensável sentido social que deve alimentar o comprometimento solidário. Um
proximidade fundamental para configurar os tecidos social e cultural, buscando
o equilíbrio e a paz. Aceitar essa interpelação significa admitir que é preciso
revisar a gramática que rege os funcionamentos do próprio coração e dela
retirar ódios, rancores, preconceitos – os dispositivos de discriminação
fundamentados na hegemonia de sentimentalismos e emoções que estão descasados
da racionalidade, propiciando injustiças com pessoas e grupos.
Entre tantas regras de ouro, a
interpelação firmada no evangelho – “não te deixes vencer pelo mal, antes vence
o mal com o bem” – é fundamental ser acolhida e praticada como exercício que
modula o coração na contramão das cardiopatias graves que provocam prejuízos
irreversíveis no tecido humanístico. Essa passagem aponta, portanto, que o bem
promove e garante a paz duradoura. E para efetivamente acolhê-la deve-se
investir na lei moral que conduz a competência humana. Assim, é possível
reverter cenários e quadros que, degradam o mundo. O combate à anarquia, a
busca pela superação da desordem social, o “não contundente” à guerra, o fim
das injustiças e da violência dependem do cultivo dos valores morais.
Nesse sentido, a lei moral que deve
reger a consciência de cada indivíduo faz crescer a convicção de que é preciso
combater a pobreza para que se impere o dom da paz. Isso porque, apesar dos
avanços tecnológicos e dos muitos progressos, frutos da inteligência humana,
cresce a irracional disparidade entre ricos e pobres, até mesmo nas nações mais
desenvolvidas. Essa situação precisa incomodar a consciência de cada cidadão,
que deve refletir sobre o que possui, o que usa e acumula, colocando-se no
lugar de quem está na miséria.
Muitas, incontáveis, as interpelações
para se alcançar um mundo mais justo e de paz devem ser acolhidas no cotidiano,
nas práticas religiosas e espirituais, a partir do zelo e do apreço pela
honestidade, cultivando um sentido humanístico e social autêntico que muda a
vida das pessoas e, consequentemente, os rumos das sociedades. “Quem tem
ouvidos, ouça!””.
Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e
oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança
de nossa história – que é de ética, de
moral, de princípios, de valores –, para
a imperiosa e urgente necessidade de profundas
mudanças em nossas estruturas educacionais,
governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas,
financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no
concerto das potências mundiais livres, civilizadas, soberanas, democráticas e
sustentavelmente desenvolvidas...
Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras
cruciais como:
a) a excelência educacional – pleno
desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde
a educação infantil (0 a 3 anos de
idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo
da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira
série do ensino fundamental, independentemente
do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação
(especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas
públicas, gerando o pleno
desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional
(enfim, 125 anos depois, a República proclama o que esperamos seja
verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira
incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria;
a pátria da educação, da ética, da justiça, da civilidade, da democracia, da
participação, da sustentabilidade...);
b) o combate implacável, sem eufemismos e
sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são:
I – a inflação, a exigir permanente,
competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares
civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa
de juros do cartão de crédito atingiu em outubro a ainda estratosférica marca
de 475,8% nos últimos doze meses, e a
taxa de juros do cheque especial registrou
históricos 328,9%; e também no mesmo período, o IPCA acumulado chegou a 7,87%); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade –
“dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se
espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis prejuízos
e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do
procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A
Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o
problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu
caráter transnacional; eis, portanto,
que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas
simbólicos, pois em nossos 516 anos já se formou um verdadeiro oceano de
suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do
nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas
modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente
irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na
Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das
empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é
desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de
problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos,
quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, a falhas
de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à
corrupção e à falta de planejamento...”;
c) a dívida pública brasileira - (interna e
externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com projeção para
2016, apenas segundo a proposta do Orçamento Geral da União, de exorbitante e
insuportável desembolso de cerca de R$
1,348 trilhão, a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos
(ao menos com esta rubrica, previsão de R$
1,044 trilhão), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega:
- pagar,
sim, até o último centavo;
-
rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
-
realizar uma IMEDIATA, abrangente,
qualificada, independente e eficaz auditoria...
(ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda
a propósito, no artigo Melancolia,
Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente
degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das
contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”);
Destarte,
torna-se absolutamente inútil lamentarmos
a falta de recursos diante de tão
descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a
nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a
credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e
regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores
como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias,
hidrovias, portos, aeroportos); a educação;
a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos
sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana
(trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às
commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência
social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas;
polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência,
tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações;
qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –,
transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e
melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre
outros...
São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira
alguma, abatem o nosso ânimo e nem
arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta
grande cruzada nacional pela excelência
educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada,
civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática e desenvolvida, que
possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e
potencialidades com todas as
brasileiras e com todos os
brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários
previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de infraestrutura, além
de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à luz das exigências do
século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da
informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da
sustentabilidade e de um possível e novo mundo da justiça, da liberdade, da
paz, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...
Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a
nossa esperança... e perseverança!
“VI,
OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”
- 55
anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2016) ...
-
Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...
-
ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas...
- Por
uma Nova Política Brasileira...
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