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sexta-feira, 15 de novembro de 2019

A EXCELÊNCIA EDUCACIONAL, AS LUZES DA EMPATIA NA QUALIFICAÇÃO HUMANA E OS EDIFICANTES E EXIGENTES CAMINHOS DA PAZ NA SUSTENTABILIDADE


“O Museu da Empatia
        Recentemente, chegou ao Brasil, mais precisamente em São Paulo, o Museu da Empatia. Criado em Londres, o projeto tem como objetivo desenvolver a empatia das pessoas e fazê-las enxergar o mundo com os olhos dos outros. Através da mostra intitulada Caminhando em seus sapatos..., os visitantes têm a experiência de andar por alguns metros calçando sapatos de desconhecidos e ouvindo relatos sobre suas próprias histórias.
         Se a melhor definição sobre empatia é enxergar as coisas a partir dos sapatos dos outros, o museu captou exatamente essa ideia e criou esse projeto literalmente a partir dessa expressão popular. Os visitantes podem ouvir 25 depoimentos produzidos especialmente para proporcionar uma viagem empática e sensorial.
         Tudo isso ocorre dentro de uma instalação que faz referência a uma caixa de sapatos gigante, onde estão pares de calçados disponíveis acompanhados de histórias que abordam a diversidade do ser e seu pertencimento comum à humanidade.
         Enquanto caminha, é possível ouvir relatos que falam sobre temas como superação, diversidade, violência social e direitos humanos. Há ainda histórias que envolvem preconceitos, como LGTBfobia e gordofobia. É possível ouvir também opiniões sobre educação, cultura, acessibilidade e direito à cidade.
         Pesquisa científica revelou que 98% das pessoas têm a habilidade de criar empatia, mas são poucas as que conseguem alcançar o potencial completo. Isso porque nós vivemos em um mundo hoje tão individualista que a empatia tem sido deixada de lado. Estudos recentes mostram que os níveis de empatia nos Estados Unidos, por exemplo, caíram quase 50%.
         Essa iniciativa pela busca por empatia tem muito a ver com desing thinking, uma das metodologias mais usadas para inovação, atualmente. A técnica parte do pressuposto de que precisamos internalizar três valores básicos: empatia, colaboração e experimentação. É a partir desses conceitos que podemos criar ou ressignificar qualquer coisa ou situação.
         Basear-se nesses três valores significa mudar o modelo mental, levantar da cadeira, ir para a rua. O desing thinking estimula o trabalho em grupos, a cocriação. Ele destaca ainda que é preciso ouvir o outro, construir sobre a ideia dos outros e, é claro, arriscar e experimentar.
         A empatia é uma premissa básica e um conceito cada vez mais em ascensão. Contudo, embora seja muito falada, é pouco praticada. Isso porque ser empático não é fácil. Empatia significa se colocar no lugar da outra pessoa, compreender a perspectiva psicológica do outro como se fosse a sua. Vale a pena experimentar essa vivência.”.

(MARIO ROSA. Gerente de negócios da Echos – Laboratório de Inovação, em artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 6 de janeiro de 2018, caderno OPINIÃO, página 7).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de artigo publicado no mesmo veículo, edição de 5 de janeiro de 2018, mesmo caderno e página, de autoria de DOM WALMOR OLIVEIRA DE AZEVEDO, arcebispo metropolitano de Belo Horizonte, e que merece igualmente integral transcrição:

“Em busca da paz
        ‘Há homens e mulheres em busca da paz’, eis o horizonte que o papa Francisco indica em sua mensagem para a celebração do 51º Dia Mundial da Paz. Um mundo mais pacífico, aspiração profunda de todos, só pode ser alcançado quando cada ser humano, efetivamente, com sentimentos e ações, tornar-se coração da paz. Para isso, as muitas vulnerabilidades sociais não podem ser tratadas com indiferença. É preciso dedicar-se às várias situações de sofrimentos vividos por um número cada vez maior de pessoas.
         A humanidade padece com a falta de paz. Essa carência cresce com as injustiças, o avanço do terrorismo e de tantas outras formas de violência. Esse cenário alimenta o medo, motivando a construção de muros, o fechamento de portas e de corações. Investe-se no isolamento, encastela-se em busca de proteção. Porém, a primeira atitude para enfrentar as ameaças é buscar ter um coração da paz, emoldurando compromissos civis, cidadãos e governamentais com o sentido de respeito à integridade e aos direitos de cada pessoa. Nessa perspectiva, é importante reconhecer os cenários preocupantes e agir com solidariedade. Um exemplo: dos 250 milhões de migrantes mundo afora, 22 milhões são refugiados.
         Cruel realidade provocada pela violência que está aí a contracenar com tantas outras brutalidades presentes nas regiões metropolitanas do planeta e também na zona rural. Esses males são frutos da exclusão social, de descaso de líderes que, muitas vezes, se deixam contaminar pelo veneno da corrupção. Por isso, na busca pela paz, é imprescindível reconhecer as fadigas e os sofrimentos enfrentados por tantos grupos humanos, povos e culturas. Mas não basta enxergar toda essa dor, é preciso abrir o coração e as portas da própria casa, com espírito de misericórdia, para acolher quem foge da violência, da fome, dos sofrimentos e de tantos tipos de guerras. A realidade é cruel para pessoas constrangidas a deixar a própria terra e seus lares em razão de discriminações, perseguições, violências familiares, pobreza e degradação ambiental.
         Sublinha o papa Francisco que para dissipar o sofrimentos desses irmãos é urgente um empenho mais efetivo de cada cidadão e cidadã. O gesto de acolher o outro inclui, necessariamente, um compromisso concreto, desdobramento do sentimento de misericórdia. A cidadania e a vivência da fé exigem de cada indivíduo, particularmente de quem vive em condições mais favoráveis, que seja agente da paz nos lugares e na vida das pessoas que ainda não usufruem desse dom de Deus.
         Quem encontrou a paz tem o dever de, cotidianamente, promovê-la, fazê-la chegar a outros ambientes e pessoas. Se não o fizer, corre o risco de sofrer, cedo ou tarde, as consequências das degradações de todo tipo, a derrocada das próprias seguranças. A paz é uma herança a ser construída no dia a dia e precisa ser mantida com investimentos humanitários, educativos e solidários, todos os dias.
         As comunidades de fé, congregadas ao redor de projetos, bairros, condomínios, precisam investir na promoção da paz, despertando o sendo de solidariedade. Um sentido que se manifesta nas práticas simples e diárias. Reunidos, esses pequenos gestos podem consolidar uma nova cultura, alicerçada na satisfação de poder ajudar outras pessoas a ter uma vida mais digna. O empenho pela promoção da paz, tendo presente a realidade dolorosa de pobres, migrantes, refugiados, perseguidos e abandonados, é um caminho exigente e interpelante. Todos possam, com olhar de misericórdia, enxergar os rostos sofridos e as situações humanas de vulnerabilidade para, assim, com compaixão cidadã, tornar-se capaz de dar novo rumo à sociedade.
         Reações humanitárias e comprometidas com a justiça são fundamentais para promover as transformações sociais almejadas por todos. Sem essas bases, haverá muitas perdas e as próprias eleições que serão realizadas neste ano terão pouco impacto nos processos de mudança, pois, provavelmente, muitos eleitos repetirão erros e continuarão presos a interesses pouco nobres. A sociedade civil precisa reagir, comprometida com a verdade, com o bem e com a justiça, para conquistar avanços na busca da paz.”.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, justas, educadas, qualificadas, civilizadas, soberanas, democráticas, republicanas, solidárias e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:
a)     a excelência educacional – pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas, gerando o pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional (enfim, 130 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade...);
b)    o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em setembro a ainda estratosférica marca de 307,82% nos últimos  doze meses, e a taxa de juros do cheque especial chegou em históricos 307,58%; e já o IPCA, em outubro, também no acumulado dos últimos doze meses, chegou a 2,54%); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade    “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis e irreversíveis prejuízos, perdas e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 518 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, à falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;
c)     a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2019, apenas segundo o Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1,422 trilhão (43,6%), a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão de R$ 758,672 bilhões), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega, do direito e da justiça:
- pagar, sim, até o último centavo;
- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente, competente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”).

Isto posto, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela excelência educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, solidária e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo do direito, da justiça, da verdade, do diálogo, da liberdade, da paz, da solidariedade, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...
Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”
58 anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2019)

- Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...
- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas ...
- Por uma Nova Política Brasileira ...
- Pela excelência na Gestão Pública ...
- Pelo fortalecimento da cultura da sustentabilidade, em suas três dimensões nucleares do desenvolvimento integral: econômico; social, com promoção humana, e, ambiental, com proteção e preservação dos nossos recursos naturais ...
- A alegria da vocação ...  

Afinal, o Brasil é uma águia pequena que já ganhou asas e, para voar, precisa tão somente de visão olímpica e de coragem! ...        

E P Í L O G O

CLAMOR E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO

“Oh! Deus, Criador, Legislador e Libertador, fonte de infinita misericórdia!
Senhor, que não fique, e não está ficando, pedra sobre pedra
Dos impérios edificados com os ganhos espúrios, ilegais, injustos e
Frutos da corrupção, do saque, da rapina e da dilapidação do
Nosso patrimônio público.
Patrimônio esse construído com o
Sangue, suor e lágrima,
Trabalho, honra e dignidade do povo brasileiro!
Senhor, que seja assim! Eternamente!”.







sexta-feira, 2 de dezembro de 2016

A EXCELÊNCIA EDUCACIONAL, OS FRUTOS DO DESAPEGO NA EVOLUÇÃO ESPIRITUAL E A FORÇA DAS INTERPELAÇÕES (2/168)

(Dezembro = mês 2; faltam 168 meses para a Primavera Brasileira)

“O serviço abnegado, as provas e as dádivas do caminho espiritual

Com a vivência da humildade, os ditos milagres começam a acontecer na vida dos seres já amadurecidos que ascenderam no caminho, porque outras Leis Espirituais mais adiantadas encontram campo de expressão no ser. É fundamental estar diante do Senhor sempre pequenino, pois quanto menor for visto aos olhos dos homens, maior será aos olhos de Deus.
Muito será exigido daquele que muito recebeu; por isso as dádivas vão para aqueles que recém despertaram, enquanto aquele que ajuda a abrir a porta para o descenso da Graça frequentemente nada recebe. Porque o despertar e o caminhar de um irmão são a verdadeira dádiva e alegria na vida de um ser abnegado, que se esqueceu de si em prol da caridade e em benefício do bem ao próximo.
Quando o Senhor o provê de um instrumento, seja ele de curto ou longo alcance, deverá sempre utilizá-lo sabendo que não lhe pertence, e que a Mão do Senhor deve guiar cada movimento para que não se confunda. Pois todo dom, talento e capacidade a Ele pertencem e a Ele devem retornar.
A prática do serviço abnegado, e a vivência do estado de Graça e dos dons do espírito fazem com que o ser se transforme num “Apóstolo do Novo Tempo”, reconhecido por toda parte, porque fala a língua de quem o busca. Esse ser está, assim, preparado para viver etapas mais elevadas do caminho espiritual.
O apóstolo deve abraçar a própria cruz, considerando que provas duras cairão sobre ele de forma a acelerar seu processo de equilíbrio cármico e também de aceitação do sacrifício. Porque viver esse processo, que podemos denominar como “cristificação”, não é recolher as promessas e dádivas que entregou ao Senhor, mas viver como Ele os últimos momentos de Sua Paixão, transferindo Seus atos para os tempos atuais.
Saibamos que o próprio Senhor acompanha de perto os passos de seus apóstolos e isso significa que Ele dará não somente consolos nos momentos de prova, mas que lhes dará, também, provas nos momentos de paz. Tudo para que esse apóstolo, que já passou por tantos obstáculos, possa agora passar pela prova final de sua fé e de seu amor por Deus, para que o Propósito Divino se cumpra. Assim, todas as suas misérias reunidas, através de cada uma de suas encarnações sobre a Terra, virão à tona, inclusive tudo que já parecia estar resolvido. O ser evoluído, o apóstolo, já estará forte o suficiente para não se desesperar e constante o suficiente para não perder tempo consigo mesmo, seguindo em sua vida abnegada, enquanto se dá a purificação do seu ser.
Este é o momento da Cruz e deve carregá-la até o momento de ser crucificado. Não deve sonhar estar sem o seu peso, antes deve amá-la, porque nela será pregado assim como foi com o seu Senhor. E aí inicia-se o trajeto do verdadeiro sacrifício deste apóstolo. Porque somente ele saberá que carrega a própria cruz de maneira integral, somente ele saberá que as dores dos crimes que cometeu contra os princípios crísticos, durante muitas encarnações, agora o dilaceram por dentro. E nada disso sentirá que deve compartilhar com alguém, pois nenhum ser encarnado o compreenderá totalmente. Somente uma certeza o levará adiante: a de que o Senhor o espera e que não será eterno seu martírio – assim como não o foi para o Senhor – que viveu sofrimentos tão maiores, que os seus parecem até suaves.”.
(TRIGUEIRINHO. Escritor, em artigo publicado no jornal O TEMPO Belo Horizonte, edição de 27 de novembro de 2016, caderno O.PINIÃO).
Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 5 de agosto de 2016, caderno OPINIÃO, página 7), de autoria de DOM WALMOR OLIVEIRA DE AZEVEDO, arcebispo metropolitano de Belo Horizonte, e que merece igualmente integral transcrição:
“Acolher interpelações
        Em diferentes passagens do evangelho, Jesus chama a atenção para uma incompetência das cidades: não escutar advertências e interpelações. O Mestre compara as cidades de Cafarnaum, Betsaida, Corazim e aquelas pagãs, como Nínive, Sodoma e Gomorra. Destaca que as cidades pagãs, surpreendentemente, acolheram melhor suas interpelações. Desconsiderar essas indicações pode inviabilizar as mudanças necessárias, permanecendo, assim, o caminhar rumo ao caos e os descompassos que pesam sobre a vida. Também faz crescer a dureza de coração e imperar grande insensibilidade, acirrando os embates entre pessoas, grupos e instituições. Os prejuízos se multiplicam, os retrocessos tornam-se evidentes. Tudo em consequência da surdez ante as interpelações.
         Na mensagem para o Dia Mundial da Paz deste ano, o papa Francisco fez uma advertência sobre algo que, de modo sorrateiro, destrói a paz: a globalização da indiferença, fenômeno que atinge o ápice no atual momento da história. Tornam-se cada vez mais comuns os corações fechados, desinteressados pelos outros, que se cegam propositadamente para não ver o que acontece ao redor, esquivando-se de serem afetados pelos problemas alheios, particularmente dos mais pobres. Ora, só de alcançará a paz quando cada pessoa acatar a interpelação de ser “o coração da paz”. Somente assim, todos serão capazes de compreender e priorizar a tarefa de se respeitar, incondicionalmente, a dignidade de cada pessoa, fundamentando as bases para um autêntico humanismo integral.
         Esse investimento – o de ser “coração da paz” – não tem custos e resulta em ganhos determinantes para alicerçar o indispensável sentido social que deve alimentar o comprometimento solidário. Um proximidade fundamental para configurar os tecidos social e cultural, buscando o equilíbrio e a paz. Aceitar essa interpelação significa admitir que é preciso revisar a gramática que rege os funcionamentos do próprio coração e dela retirar ódios, rancores, preconceitos – os dispositivos de discriminação fundamentados na hegemonia de sentimentalismos e emoções que estão descasados da racionalidade, propiciando injustiças com pessoas e grupos.
         Entre tantas regras de ouro, a interpelação firmada no evangelho – “não te deixes vencer pelo mal, antes vence o mal com o bem” – é fundamental ser acolhida e praticada como exercício que modula o coração na contramão das cardiopatias graves que provocam prejuízos irreversíveis no tecido humanístico. Essa passagem aponta, portanto, que o bem promove e garante a paz duradoura. E para efetivamente acolhê-la deve-se investir na lei moral que conduz a competência humana. Assim, é possível reverter cenários e quadros que, degradam o mundo. O combate à anarquia, a busca pela superação da desordem social, o “não contundente” à guerra, o fim das injustiças e da violência dependem do cultivo dos valores morais.
         Nesse sentido, a lei moral que deve reger a consciência de cada indivíduo faz crescer a convicção de que é preciso combater a pobreza para que se impere o dom da paz. Isso porque, apesar dos avanços tecnológicos e dos muitos progressos, frutos da inteligência humana, cresce a irracional disparidade entre ricos e pobres, até mesmo nas nações mais desenvolvidas. Essa situação precisa incomodar a consciência de cada cidadão, que deve refletir sobre o que possui, o que usa e acumula, colocando-se no lugar de quem está na miséria.
         Muitas, incontáveis, as interpelações para se alcançar um mundo mais justo e de paz devem ser acolhidas no cotidiano, nas práticas religiosas e espirituais, a partir do zelo e do apreço pela honestidade, cultivando um sentido humanístico e social autêntico que muda a vida das pessoas e, consequentemente, os rumos das sociedades. “Quem tem ouvidos, ouça!””.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, civilizadas, soberanas, democráticas e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:
a)     a excelência educacional – pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas, gerando o pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional (enfim, 125 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da civilidade, da democracia, da participação, da sustentabilidade...);
b)    o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em outubro a ainda estratosférica marca de 475,8% nos últimos  doze meses, e a taxa de juros do cheque especial  registrou históricos 328,9%; e também no mesmo período, o IPCA acumulado  chegou a 7,87%); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade  –  “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis prejuízos e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 516 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, a falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;
c)     a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com projeção para 2016, apenas segundo a proposta do Orçamento Geral da União, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1,348 trilhão, a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão de R$ 1,044 trilhão), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega:
- pagar, sim, até o último centavo;
- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”);

Destarte, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela excelência educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo da justiça, da liberdade, da paz, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”

- 55 anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2016) ...

- Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...
- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas...
- Por uma Nova Política Brasileira...  
        
 
 

          


terça-feira, 2 de fevereiro de 2016

A CIDADANIA, O INADIÁVEL COMBATE AO ESTRESSE E A CULTURA DA ÉTICA E DA SOLIDARIEDADE (18/6)

(Fevereiro = mês 18; faltam 6 meses para a Olimpíada 2016)

“Acabe com seu estresse ou ele acaba com você
        Se existe algo que nós, humanos, nunca deveríamos perder é a clara visão de que também fazemos parte da natureza e que, com as demais espécies, devemos seguir as mesmas regras desse maravilhoso e lógico jogo da vida. Contrariá-las é entrar em desequilíbrio e os problemas logo aparecem. É o que vemos ocorrer, em particular nesses tempos de crise, com boa parte dos profissionais. Angustiados na corrida por resultados, aceitando a sobrecarga de tarefas e funções, enfrentando pressões e cobranças na crescente exigência de capacitação, no medo de perder o emprego ou até o negócio, nas incertezas do mercado, no descontrole do tempo ou simplesmente no hábito de seguir os demais nesse ritmo louco da modernidade, muitos acabam entrando na contramão daquilo que manda a mãe natureza. E os mais predispostos a esse desgaste sãos os que não conseguem relaxar, não admitem falhar e dão mais importância à carreira que aos outros aspectos da sua vida.
         A chamada era da informação chegou, trazendo uma enormidade de mudanças para todos nós. Mas parece que não estávamos preparados para tudo isso. Tanto assim que o comportamento de profissionais e empresas ainda não consegue acompanhar o ritmo acelerado trazido pelas novas tecnologias. Existe uma dicotomia entre o homem e as máquinas. E o tempo é o recurso que mais falta nessa atual realidade. Nas organizações, isso é uma consequência da ausência de boas lideranças, do baixo nível de capacitação, do mau planejamento e dos problemas de convivência. Daí que aprimorar esse ambiente e amenizar o estresse coletivo significa também modernizar a gestão, reduzir a burocracia e os papéis, melhorar as estruturas, as tecnologias, as relações e a qualidade de vida dos colaboradores.
         Na realidade, toda essa correria é um grande engano. Nesse clima competitivo, todos acabam perdendo. Ninguém chega na frente apenas trabalhando mais tempo ou mais rápido, mas sim pensando melhor. E a maioria não pensa. Simplesmente segue a rotina, como robôs. O profissional realmente preparado sempre encontra recursos inteligentes para resolver todos os problemas de forma equilibrada e com maior margem de acerto. Para tanto, o pré-requisito básico é que a mente esteja descansada e feliz. Pressionada por qualquer fator estressante, ela se vê limitada em suas funções vitais. Aliás, é bom lembrar aqui o lema corporativo da conhecida Amazon.com: “Trabalhe bastante, divirta-se e faça acontecer”.
         Para muitos profissionais, porém, toda essa demanda vai se tornando quase que insuportável. As estatísticas mostram que, além do fumo, do álcool e das drogas, eles incluíram na lista os ansiolíticos e outros medicamentos para dormir e isso sempre tem seus riscos. O uso prolongado ou aumentado desses recursos artificiais pode trazer problemas maiores que a própria ansiedade e insônia. É um preço muito alto para o sucesso a qualquer custo que tantos pretendem. Com certeza, estamos perdendo a noção desse equilíbrio essencial que a vida exige e ensina de diversas maneiras. O sinal vermelho está aceso, mas há quem continue nessa louca corrida rumo ao ... Muitos nem sabem mais aonde realmente querem chegar.
         Como agravante, a evolução tecnológica também favoreceu um consumismo exacerbado ao baratear o custo de produção e disponibilizar uma enxurrada de produtos e serviços principalmente na internet. Hoje, é possível adquirir de tudo na telinha e há sempre novos modismos surgindo em prazos cada vez mais curtos. Atualmente, somos avaliados não tanto por nossas ideias e valores, mas por aquilo que podemos comprar e exibir. E em prol desse padrão de vida “ideal”, as pessoas passam a trabalhar mais e mais horas, Tudo isso, porém, tem suas consequências.
         Como profissional verdadeiramente competente, sua tarefa principal deve ser então eliminar o estresse e melhorar sua qualidade de vida gradualmente. É tudo uma questão de encarar o trabalho com mais equilíbrio e prazer, não como castigo ou esse peso que a maioria carrega a contragosto todos os dias. E isso está mais nas suas mãos do que você imagina. É imaturidade ficar sempre culpando os fatores externos ou querer delegar para outros a solução desse problema.
         O essencial é passar a incluir seu nome na agenda diária. Daí, comece cuidando melhor de você, do que come, do que bebe, do que ouve, do que lê, do que assiste nas telinhas do mundo, sendo sempre seletivo e pensando em como utilizar melhor seu tempo livre. Há um excesso de informações e futilidades que devem ser descartadas para simplificar nosso dia, ser mais livre e mais feliz. E não se esqueça também daquelas horas de sono que você necessita para estar bem no dia seguinte. Qualidade de vida a gente não ganha. A gente conquista. Isso se faz administrando o tempo com mais inteligência e dando atenção a todas as áreas da vida, inclusive a si mesmo. Aí até sobra espaço para conversar com um amigo, visitar a mãe, ir à festa do filho no colégio, fazer uma caminhada, ler um bom livro, ir ao cinema com a namorada, fazer nosso checape anual, sentar no banco da praça e apreciar a paisagem... Coisas simples, boas e necessárias, que estão se transformando em luxo e raridade para uma multidão.”

(RONALDO NEGROMONTE. Professor, palestrante e consultor em desenvolvimento de pessoas e organizações, em artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 31 de janeiro de 2016, caderno ADMITE-SE CLASSSIFICADOS, coluna MERCADO DE TRABALHO, página 2).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Cidadania e Qualidade vem de artigo publicado no mesmo veículo, edição de 29 de janeiro de 2016, caderno OPINIÃO, página 7, de autoria de DOM WALMOR OLIVEIRA DE AZEVEDO, arcebispo metropolitano de Belo Horizonte, e que merece igualmente integral transcrição:

“Vencer a indiferença
        A violência, a miséria e a exclusão social aumentam os impasses que dificultam o desenvolvimento sustentável e os entendimentos entre as pessoas. Não raramente, os resultados das conferências e outras iniciativas são pífios, incapazes de contribuir para solucionar as muitas demandas da população, particularmente dos mais pobres. Há uma miopia crônica, que estreita os horizontes da cultura, e isso precisa ser curado para dar à sociedade um novo rumo. É necessário cultivar nas consciências e nos corações a competência para debelar e indiferença que compromete a paz.
         Ensina o papa Francisco que a paz está no horizonte de um caminhar conduzido com arte e com o adequado respeito ao sentido da vida. O passa a passo desse caminho é cada pessoa assumir a tarefa de superar o descaso e o comodismo. A prioridade, conforme sublinha Francisco, é a superação da indiferença para com Deus. Ela se revela quando a pessoa não reconhece qualquer norma acima de si e pauta a conduta individual somente a partir dos próprios parâmetros. Isso está na contramão da ética e é raiz do caos moral.
         Importante é compreender que a superação da indiferença em relação a Deus não ocorrerá, simplesmente, a partir da multiplicação de igrejas em todo canto. É preciso tratar essa questão de modo ainda mais amplo nos âmbitos governamentais e jurídicos, para evitar sérias consequências. Serve de alerta, por exemplo, reportagem exibida nacionalmente mostrando que, para abrir uma empresa, são necessários dois anos. Já para uma igreja precisa-se de apenas 20 minutos.
         Essa facilidade deriva do entendimento de que abrir uma igreja é objetivo de quem está a serviço da superação da indiferença em relação a Deus, agindo com respeito e diálogo. Mas o que se verifica, com certa recorrência, é a busca pelo atendimento de interesses que estão na contramão de uma cultura mais clarividente. Assim, são alimentadas práticas religiosas que arrefecem a consciência social e política, necessárias para construir uma sociedade mais justa e solidária. Esse assunto, obviamente, desdobra-se em outras temáticas, sobre a tolerância religiosa e o respeito à escolha autônoma de cada cidadão.
         Superar a indiferença em relação a Deus é um caminho e vivência que não se reduzem a qualquer coisa. O ponto de partida é a certeza de que, como afirma o papa Francisco, na mensagem para o Dia Mundial da Paz deste ano, Deus não é indiferente, importa-lhe a humanidade. Deus não a abandona. Essa é uma convicção religiosa fundamental que, quando assumida, direciona o coração humano e o qualifica. Trata-se de compreensão que impulsiona a pessoa a recuperar a capacidade de superar o mal. A verdadeira experiência de Deus não congrega indivíduos para o atendimento de interesse de bancadas e agremiações.
         Quando se vence a indiferença em relação a Deus, é reconhecida a importância do outro, cultiva-se o gosto pela escuta e a capacidade para agir solidariamente. Interesses individualistas são superados, assim como a apatia e a indiferença. Importa, assim, investir no exercício de priorizar a dignidade e as relações interpessoais, pela proximidade e escuta, sem preconceitos e discriminações, de qualquer matiz, no esforço de se colocar como ouvinte.
         Cada pessoa precisa avaliar as próprias atitudes e posturas, tarefa que inclui, por exemplo, perguntar-se sobre o impacto causado ao próprio coração pelas notícias que mostram catástrofes, violências, injustiças, descasos. É preciso avaliar se essas informações não estão provocando entorpecimento e, assim, prejudicando a consciência solidária, indispensável para se vencer a indiferença. O desinteresse contribui para a falta de paz com Deus, com o próximo e com a criação. O momento é de investir muito para vencer a indiferença.”

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, civilizadas, soberanas, democráticas e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:
a)     a educação – universal e de qualidade –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas (enfim, 125 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da civilidade, da democracia, da participação, da sustentabilidade...);
b)    o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em dezembro a também estratosférica marca de 431,4% para um período de doze meses; e mais,  em 2015, o IPCA acumulado nos doze meses chegou a 10,67%...); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade  –  “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis prejuízos e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 515 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, a falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;
c)     a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com projeção para 2016, apenas segundo a proposta do Orçamento Geral da União, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1,348 trilhão, a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão de R$ 1,044 trilhão), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega:
- pagar, sim, até o último centavo;
- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”);

Isto posto, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela cidadania e qualidade, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos e que contemplam eventos como a   Olimpíada de 2016; as obras do PAC e os projetos do Pré-Sal, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo da justiça, da liberdade, da paz, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”

- Estamos nos descobrindo através da Cidadania e Qualidade...
- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas...
- Por uma Nova Política Brasileira...  

 

          

             

segunda-feira, 4 de janeiro de 2016

A CIDADANIA, A EDUCAÇÃO, O DESAFIO DA TECNOLOGIA E A CONQUISTA DA PAZ (17/7)

(Janeiro = mês 17; faltam 7 meses para a Olimpíada 2016)

“Profissões sob ameaça
        Os atuais candidatos a vagas nas universidades brasileiras podem ter surpresas desagradáveis quando desembarcarem no mercado de trabalho em 2020, após os quatros ou mais anos de estudos. A maior parte dos que passam atualmente pelo funil do Enem receberá um diploma em momento no qual a oferta e a demanda de empregos tendem a ser diferentes da atual. A começar pelo fato de que uma parte das profissões deve passar por um processo de profundas transformações. Ou até mesmo, em alguns casos, por um processo de extinção.
         Pais deveriam perguntar se estão preparando seus filhos adolescentes para as profissões do futuro ou do passado. Na linha do tempo entre o momento atual e os próximos anos, mudanças tecnológica, comportamentais e gerenciais, entre outras, obrigarão os estudantes a cobrar das instituições de ensino que os currículos sejam adaptados.
         E com uma agilidade como nunca ocorreu antes. O problema é que as escolas, por tradição, são lentas para entender a dimensão das transformações e se adaptar a elas.
         Há, hoje, nas escolhas e na condução do processo de preparação para as profissões, vários equívocos, agravados por uma visão de curto prazo da sociedade. Basta avaliar, por exemplo, os vários “guias de carreira” disponíveis na internet ou em versão impressa. Todos tendem a olhar para as atividades profissionais com o viés do momento. Pois é, a profissão aberta a oportunidades hoje pode estar saturada daqui a quatro anos.
         “Hoje, mais do que nunca, o chão sob nossos pés está continuamente mudando – crescendo e se expandindo de forma que poucos foram capazes de antecipar”, atesta o consultor e futurista Daniel Burrus. Ele assinala a influência de variáveis como os avanços exponenciais das tecnologias e o ritmo de mudança da economia global.
         Mesmo nos Estados Unidos, há o risco de continuidade do treinamento da próxima safra de profissionais para posições em processo de obsolescência. “Por falta de visão antecipativa, deixamos de prever com precisão as indústrias que ainda serão inventadas e as profissões de amanhã”, avalia o consultor.
         A tecnologia será parte de qualquer profissão, de qualquer atividade produtiva, seja numa indústria, na agricultura ou mesmo na produção musical. Toda empresa é, neste momento, um negócio de tecnologia. Portanto, assinala Burrus, os educadores e os pais de adolescentes não podem mais ignorar o componente “tecnologia” – ou, pior, deixar de ensinar as crianças corretamente, supondo que elas já sabem como operar dispositivos móveis e computadores e navegar de forma adequada na internet.
         Sem uma abordagem mais antecipatória, proativa para a educação, os estudantes, de uma forma geral, inclusive as crianças, correm o risco de ficar completamente despreparados para a paisagem profissional do amanhã. Uma série de novas indústrias de base tecnológica vai começar a ocupar espaços no mercado. Será um desafio para os educadores. E também para a sociedade, incluindo os pais.”.

(Carlos Plácido Teixeira. Jornalista e consultor, em artigo publicado no jornal O TEMPO Belo Horizonte, edição de 16 de novembro de 2015, caderno O.PINIÃO, página 15).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Cidadania e Qualidade vem de artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 1º de janeiro de 2016, caderno OPINIÃO, página 7, de autoria de DOM WALMOR OLIVEIRA DE AZEVEDO, arcebispo metropolitano de Belo Horizonte, e que merece igualmente integral transcrição:

“Conquiste a paz
        Conquistar a paz é hoje, neste Dia Mundial da Paz, uma convocação e um compromisso a ser assumido por todos. Caminho imprescindível para constituir corrente capaz de promover significativas mudanças na sociedade. Para que transformações ocorram é preciso que cada pessoa faça do próprio coração lugar da paz. Trata-se de enorme desafio, diante dos desgastes que o dia a dia impõe à dimensão existencial, as velocidades e exigências que apressam tudo e causam incomoda aridez, as incompreensões e embates que são fruto da falta de uma visão mais abrangente da realidade, o descompromisso com aqueles que precisam de ajuda. Diante desse cenário, é possível constatar que a conquista da apz é um programa de vida.
         O papa Francisco, na mensagem enviada ao mundo inteiro para este Dia Mundial da Paz, faz uma preciosa indicação: vencer a indiferença para alcançar um mundo mais pacífico. A indiferença é o grande mal, aponta o papa, na contramão de tudo o que pode promover a paz. Sua raiz, recorda Francisco, está na indiferença em relação a Deus. Suas consequências são nefastas: apatia, reações pífias à injustiça e ao desequilíbrio social, disputas e conflitos, fontes de insegurança e violência. A indiferença é silenciosa, mas perigosa, um verdadeiro “barril de pólvora” nas relações sociais. Importa, ao se desejar e buscar a paz, um sério investimento na superação da indiferença que anestesia progressivamente os corações, deixa fora de cena o comprometimento social e comunitário.
         Um coração insensível inviabiliza o necessário empenho para se alcançar o bem comum. E, para vencer a indiferença, há um itinerário infalível que requer permanente aprendizagem: o exercício da misericórdia. Para além dos planos escritos e das estratégias elaboradas em diferentes âmbitos, prioritário é investir na conversão do próprio coração. Cada um, à luz de princípios morais e valores éticos, pode alcançar qualificações que irão sustentar condutas, escolhas, os rumos da própria vida. Nessa tarefa, a experiência autêntica da fé garante uma fecundidade inigualável. Basta reconhecer que Deus não é indiferente. Para Deus, o importante é a humanidade – Deus não a abandona, como bem diz o para Francisco em sua mensagem. Essa compreensão e o comprometimento em não abandonar a humanidade são imprescindíveis para que brote no coração humano um elevado sentido de cidadania e de respeito a cada pessoa.
         Assim, o programa de vida que precisa ser adotado por todos inclui assumir propósitos desdobrados em ações e atitudes que sejam marcadas pelo amor, compaixão, misericórdia e solidariedade. Decisivamente, a solidariedade é a grande força na busca da paz. Não se avançará suficientemente enquanto a solidariedade não for uma prioridade no coração de cada pessoa. Os processos políticos, culturais e humanitários, por mais lúcidos que sejam, sofrerão revezes terríveis e baixas altamente prejudiciais pela falta de amor ao próximo. Torna-se, assim, inadiável o investimento na cultura da solidariedade e da misericórdia. Trata-se de mecanismo eficaz para vencer a indiferença. A solidariedade é uma virtude moral e um comportamento social com incalculável força transformadora. Por isso mesmo, é urgente que todos se tornem agentes engajados na aprendizagem e na vivência da solidariedade.
         A conquista da paz se faz pela contrarreação que, urgentemente, precisa surgir para debelar a globalização da indiferença. O papa Francisco pede que todos se inspirem nas diversas experiências louváveis que mostram o poder da solidariedade: organizações não governamentais, grupos caritativos, que nascem dentro e fora da Igreja, associações que socorrem vítimas de catástrofes humanas e ambientais. O papa cita ainda o trabalho imprescindível de jornalistas e fotógrafos ao informar a opinião pública, interpelando consciências, assim como o papel de famílias que investem na educação dos seus filhos, ensinando-os a agir na contracorrente da indiferença, pela aprendizagem da solidariedade.
         A urgente qualificação do jeito de ser de cada pessoa para mudar os rumos da sociedade e torna-la mais justa, condição primordial para a paz, tem como prioridade buscar formas para vencer a insensibilidade dos corações. Em vez de lamentações ou de apontar o que os outros devem fazer, precisamos nos engajar no grande mutirão que busca vencer a indiferença e conquistar a paz.”.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, civilizadas, soberanas, democráticas e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:
a)     a educação – universal e de qualidade –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas (enfim, 125 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da civilidade, da democracia, da participação, da sustentabilidade...);
b)    o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em novembro a também estratosférica marca de 378,76% para um período de doze meses; e mais,  em dezembro, o IPCA acumulado nos últimos doze meses chegou a 10,71%...); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade  –  “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis prejuízos e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 515 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, a falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;
c)     a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com projeção para 2015, apenas segundo a proposta do Orçamento Geral da União, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1,356 trilhão, a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão de R$ 868 bilhões), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega:
- pagar, sim, até o último centavo;
- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”);

Destarte, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela cidadania e qualidade, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos e que contemplam eventos como a   Olimpíada de 2016; as obras do PAC e os projetos do Pré-Sal, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo da justiça, da liberdade, da paz, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”