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sexta-feira, 1 de setembro de 2017

A EXCELÊNCIA EDUCACIONAL, A LUZ DO CAMINHO ESPIRITUAL E OS CAMINHOS DA JUSTIÇA E DA PAZ NA SUSTENTABILIDADE (11/159)

(Setembro = mês 11; faltam 159 meses para a Primavera Brasileira)

“A perseverante entrega do 
peregrino no caminho espiritual
        Constitui para o peregrino uma prova não ter nenhuma novidade que o anime e que o faça caminhar, pois deve, mesmo assim, permanecer fiel à meta a que se propôs cumprir. Sua consciência precisa manter-se no essencial e não enveredar por atividades que não sejam realmente necessárias. Para todos, inclusive para os que são regidos pela energia da atividade, chega o momento de cessar os movimentos e aguardar que uma Luz maior lhes indique a direção a seguir.
         A fidelidade à meta é conseguida mais facilmente quando se navega velozmente, com horizonte claro e céu limpo, ou em meio a tempestades, em que o empenho e a desenvoltura dos marinheiros são solicitados ao máximo, do que quando o mar se aquieta, as ondas desaparecem e não há brisa a soprar as velas do barco. Nesses momentos a vigilância tem de ser mantida, o ardor ampliado com a intenção de se doar mais e mais ao Ser Supremo e de não se deixar levar pela aparente lentidão da viagem.
         Quanto mais próximo estiver de participar da Obra da Espiritualidade, maior responsabilidade será dada ao ser, e também maior influência ele exercerá sobre tudo o que esse trabalho engloba.
         As verdadeiras transformações da humanidade não ocorrem porque todos a querem, mas porque um, ou alguns poucos, a querem em tal intensidade que é como se todos a quisessem.
         Pode haver maior gratidão que a nascida de um coração tocado pela Presença? Maior fé a do homem que, caminhando no escuro, busca a Luz?
         Conto-vos uma história: Um camponês retornava à sua casa após longo e extenuante dia de trabalho. O sol já se deitava no horizonte e uma suave aragem anunciava a noite. Repentinamente, porém, o céu encobriu-se, um vento forte começou a soprar e, com muitos relâmpagos e trovões, uma chuva torrencial desabou.
         O camponês estava só na estrada deserta; não tinha onde abrigar-se, nem como agasalhar-se do frio.
         Que faríeis vós, nessa situação?
         Nos tempos que se aproximam é preciso integral vivência da fé, completo esquecimento de si, certeza inabalável de que se está sendo guiado e obediência incondicional às indicações internas. Milagres surgirão na superfície da Terra como flores celestiais entre a amarga cinza do viver humano. Deixai o ínfimo, para que o Infinito se aproxime.
         O caminho espiritual é um caminho sem promessas. Nele o peregrino deve ingressar sem expectativa alguma. O que antecipadamente lhe é dado saber é que esse caminho é de renúncia, de autoesquecimento, de superação dos próprios limites. Poucos são os que aceitam tais condições; entretanto, ilimitadas são as dádivas provindas dos que o trilham.
         Ainda que muitos sejam os aspectos imaturos, os desejos e os planos dos que iniciam a trajetória para o mundo espiritual, passo a passo as ilusões lhes vão sendo retiradas, revelando gradualmente a beleza que existe em seu próprio interior. Aos poucos, vai lhes sendo desvelado o grande segredo, guardado no centro da flor sagrada.
         O peregrino não espera nenhuma realização; de cálice se fez canal amplo e desobstruído para nada reter, mas estar sempre aberto ao fluir da seiva da vida. Não procura ver, ouvir, sentir ou tocar coisa alguma com fins de deleite pessoal, mas permite que a energia se aproxime, o envolva e o permeie, pois nada sabe que não lhe seja por ela revelado. Por essa energia foi erguido da escuridão, por ela foi conduzido à senda interior e, sob suas orientações, caminha nessa senda.”.

(TRIGUEIRINHO. Escritor, em artigo publicado no jornal O TEMPO Belo Horizonte, edição de 27 de agosto de 2017, caderno O.PINIÃO, página 18).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 23 de agosto de 2017, caderno OPINIÃO, página 7, de autoria de ARISTIDES JOSÉ VIEIRA CARVALHO, médico e professor, e que merece igualmente integral transcrição:

“Não somos ilhas
        Quando nos damos conta de que precisamos das outras pessoas, tudo muda. O escritor e poeta Thomas Merton dizia que “home algum é uma ilha”. Para Merton, a vida ganha sentido quando admitimos que não nos bastamos a nós mesmos. Dependemos uns dos outros. Concordamos com ele: crescemos quando interagimos com os outros e nos permitimos dividir o que temos: nossas experiências, nossos aprendizados. Só assim damos e recebemos ao mesmo tempo.
         N área da saúde, por exemplo, quando nos prontificamos a realizar abordagens integrais às pessoas – considerando os seus aspectos biopsicossociais –, percebemos o quanto é importante a participação de diferentes categorias de profissionais. O trabalho multi e interdisciplinar enriquece o atendimento e faz toda a diferença. Observamos isso quando lidamos com a prevenção das doenças, a promoção da saúde, os cuidados paliativos, entre outros. São impressionantes os resultados que surgem com a construção de planos de cuidados feitos com “várias mãos”.
         A realização de trabalhos conjuntos é, sem dúvida, um bom caminho para se romper com o olhar que se volta para si mesmo e desconhece o crescimento que surge com a contribuição das outras pessoas. O médico Maimônides (1135-1204), ao referir-se à prática médica, dizia sobre a importância da humildade no exercício profissional: “A ninguém é dado ver por si mesmo tudo aquilo que os outros veem”.
         No ambiente de trabalho, na família e nas atividades sociais, “dependemos uns dos outros”. A sabedoria dos dias nos ensina que o olhar ensimesmado e prepotente está na origem das intolerâncias, dos desrespeitos e dos escândalos de corrupção que nos surpreendem a cada dia. O antídoto para essa onda de desumanidades, que parece não ter fim, é a percepção do outro. Não se vive para si mesmo. Há outras pessoas.
         Quando observamos as posturas de determinados grupos sociais e políticos – sem fazer generalizações para não sermos injustos – ficamos intrigados. Suas atitudes trazem perguntas: não limites para essa gente? Ou o limite é o próprio benefício, a satisfação dos próprios – e insaciáveis – interesses?. Especificamente, no caso brasileiro, as situações atuais que nos chateiam nos levam a pensar que alguns dos nossos representantes esqueceram-se de que existe uma nação onde habitam cidadãos que merecem respeito. Se Erasmo de Roterdã estivesse em terras brasileiras escreveria uma sátira sobre alguns integrantes da “alta classe política” e as suas formas de convivências com o povo. Falaria das artimanhas que utilizam para se manter no poder e do descaso com as políticas públicas. O Elogio da Loucura, versão brasileira, seria enriquecido por histórias escabrosas e assustadoras. Algo muito vergonhoso para todos nós.
         O fato é que precisamos vencer a perspectiva e a prática que privilegiam alguns (grupos e pessoas) e construir caminhos de equidade e dignidade humana para todos. Alguns podem chamar isso de utopia. Achamos melhor chamar de justiça e de paz.
         Acontecimentos recentes no cenário nacional e internacional (Espanha e Estados Unidos) nos convidam a refletir sobre a importância de construir culturas de respeito e de paz onde existam a tolerância, o reconhecimento das diferenças e da dignidade de cada ser humano. E nos alertam: o olhar que se fecha à ideologia pode causar um mal terrível às pessoas. A ideologia, seja qual for, é apenas a explicação a partir de um ponto de vista. Não alcança toda a realidade. É fundamental partilhar, fazer desconstruções e construir novas práticas. Isso requer sensibilidade, vontade, sobretudo, coragem.
         Merton estava certo: não somos ilhas. Isso vale para cada um de nós e vale para as lideranças nos campos sociopolítico e econômico. Somos pessoas em relação, que precisam umas das outras. Crescemos à medida que partilhamos, que reconhecemos a importância do outro e cuidamos das convivências e das cidades.”.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, civilizadas, soberanas, democráticas e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:
a)     a excelência educacional – pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas, gerando o pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional (enfim, 125 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade...);
b)    o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em julho/2017 a ainda estratosférica marca de 399,05% nos últimos  doze meses, e a taxa de juros do cheque especial registrou históricos 321,30%; e já o IPCA também no acumulado dos últimos doze meses chegou a 2,71%); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade  –  “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis e irreversíveis prejuízos, perdas e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 516 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, a falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;
c)     a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2017, apenas segundo o Orçamento Geral da União, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1,722 trilhão, a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão de R$ 946,4 bilhões), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega:
- pagar, sim, até o último centavo;
- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”).

Destarte, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela excelência educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, solidária e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo do direito, da justiça, da verdade, do diálogo, da liberdade, da paz, da solidariedade, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”

- 55 anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2016) ...

- Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...
- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas...
- Por uma Nova Política Brasileira...  
        


        

          

segunda-feira, 17 de abril de 2017

A EXCELÊNCIA EDUCACIONAL, O PODER DA ÉTICA NO COTIDIANO E A LUZ DA HUMANIDADE NA SUSTENTABILIDADE

“A ética do cotidiano e a crise
        A palavra ética é utilizada, com muita frequência, em vários espaços de discussão. Pelo seu uso corriqueiro entre nós, passou a adquirir significados diferentes e, algumas vezes, divergentes. Perdeu, com isso, em muitos contextos, a sua força questionadora e a sua capacidade de reflexão sobre os comportamentos e atitudes humanas.
         Ao contrário do que possa parecer e soar, quando falamos em ética não estamos nos referindo a uma prática estática, acomodada. Ética, muito menos, é sinônimo de moralismo e conservadorismo. Pelo contrário, é movimento. É inquietação sadia que busca a vida boa, a arte de viver, conforme afirma o filósofo Fernando Savater. A prática da ética é libertadora e geradora de vida e, por isso, se debruça na defesa da dignidade das pessoas, da justiça social e da proteção do planeta.
         Aprendemos em nossa tradição judaico-cristã que “quem é fiel nas pequenas coisas também o será nas grandes”. Esta mensagem, rica em sabedoria, nos aproxima do que pretendemos discutir quando falamos em ética do cotidiano, que é uma perspectiva que nos remete a valores como responsabilidade, coerência, honestidade, respeito, reconhecimento, entre outros, que devem iluminar e nortear a nossa prática no dia a dia.
         Ao pensarmos no agir ético, estamos nos preparando – e a nossos filhos e netos – para lidar de forma responsável e humana com questões que nos acontecem. É nesse instante que o texto bíblico se faz presente e com ele fazemos uma analogia, dizendo que se formos éticos nas pequenas coisas, também o seremos nas grandes.
         A crise que assola o nosso país convida a um resgate dos valores morais e, mais do que isso, a um questionamento ético sobre o nosso agir. Sabemos que não foi um estalar de dedos que desencadeou a situação atual. Ela é fruto de comportamentos aprendidos e práticas desenvolvidas anos a fio. Lamentavelmente. Observando o pipocar dos escândalos em diversos locais – alguns inesperados –, perguntamo-nos se teremos um país onde não se ouça mais falar de propinas e corrupções. Mesmo admitindo que tais desvios de comportamento não desaparecerão por completo, acreditamos que movimento desencadeado pelas mobilizações populares e pelas apurações do Judiciário terá um efeito benéfico na construção de novas práticas.
         A reflexão sobre a crise nos remete à busca de alternativas. A nosso ver, a ética do e no cotidiano da vida nos parece ser o melhor caminho para superar os fatores envolvidos na causalidade da situação atual pela qual nosso país está passando e a prevenção necessária e eficaz dos escândalos que comprometem a nossa tranquilidade e segurança.
         A crise brasileira atual tende a nos desestabilizar e a nos tornar descrentes com o presente e com o futuro. A ética do cotidiano nos anima. Mostra-nos a beleza de seguir em frente, com a cabeça erguida. Não nos isenta dos conflitos, dos dilemas, dos insucessos, mas nos amadurece, nos torna mais humanos e acolhedores e, por isso, torna-nos pessoas mais felizes. Traz-nos, como desafio, o exercício diário e persistente de nos inquietarmos com aquilo que nos parece desumano e ultrapassado. Dá-nos uma boa sacudida. E fortalece em nós o desejo de acolher o que gera mais vida, o que supera e previne as crises e nos faz pessoas mais autênticas e livres.
          A ética do cotidiano desafia-nos a descobrir o conteúdo ético presente nos encontros mais simples da vida familiar, do trabalho, da escola, dos negócios, das relações sociais e políticas. Tira-nos da mesmice. Coloca-nos em marcha e dá um colorido especial aos nossos dias.”.

(ARISTIDES JOSÉ VIEIRA CARVALHO. Médico, mestre em medicina, especialista em medicina de família e comunidade, especialista em clínica médica, em artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 14 de abril de 2017, caderno OPINIÃO, página 7).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de artigo publicado no mesmo veículo, edição, caderno e página, de autoria de DOM WALMOR OLIVEIRA DE AZEVEDO, arcebispo metropolitano de Belo Horizonte, e que merece igualmente integral transcrição:

“Deus amou tanto o mundo
        O silêncio desta Sexta-Feira da Paixão não é apenas uma inquietação para uma sociedade que não costuma silenciar. Trata-se de possiblidade única para fixar o olhar em um momento fundamental, capaz de corrigir dinâmicas equivocadas da sociedade, de cultivar no coração humano a sensatez e a sensibilidade necessárias para condutas solidárias. No centro desse momento principal está Cristo crucificado: a escolha de Deus para revelar ao mundo o seu supremo amor, ensinando a cada pessoa que o caminho é amar o próximo. Deus deu o seu Filho único por amor à humanidade, para a salvação do mundo.
         O amor é, pois, o único parâmetro de toda medida, de toda meta, de todo o sentido a ser dado à vida, de toda a razão para se viver. Ultrapassa o limite de normas e leis. Oportuno é lembrar que Jesus desafia a compreensão reduzida à norma de um mestre da lei. Instigando-o a compreender que o horizonte maior e verdadeiro é o amor. E a paixão, morte e ressurreição de Cristo, acontecimento insubstituível e inigualável, a sua condição de Filho de Deus – Deus e homem –, o tornam fonte inesgotável do amor.
         O horizonte religioso e confessional ensina que Cristo crucificado, morto e ressuscitado é a referência para que o ser humano defina seus caminhos. Perder esse fundamento central oferecido no silêncio da Sexta-Feira Santa é um risco perigoso, pois esse momento é a possiblidade de reencontrar rumos perdidos e de superar dinâmicas que provocam descompassos no coração da humanidade. É justamente o distanciamento da reverência a Cristo crucificado, a indiferença em relação à paixão e morte de Jesus, que explicam as dificuldades da sociedade para articular-se em novos padrões civilizatório, à altura de outros avanços e conquistas.
         Diferentemente de reconhecer o ensinamento de Jesus, que entrega sua vida para salvar a humanidade, o mundo insiste nas escolhas mesquinhas, nas interpretações das leis que estão muito aquém do alcance do amor. Com entendimentos estreitos, não são conseguidas as respostas urgentes esperadas. A quebra do silêncio meditativo na Sexta-Feira Santa, que qualifica o coração a partir do misericordioso gesto de Jesus Cristo, Deus e Homem, comprova o preço alto que se paga numa sociedade em que outras pessoas – e não Jesus – são compreendidas como parâmetro para juízos.
         A pretensão humana de ser em si o parâmetro ético de decisões e escolhas, com subjetivismos destruidores, é um equívoco. Há uma referência maior que pode oferecer fundamentos adequados para normatizações e escolhas acertadas. Essa referência é o amor, que tem como fonte Cristo crucificado. Na oferta que faz de si, Jesus manifesta a sua autoridade, alicerce que sustenta a vida humana no amor de Deus. Reconhecer que Deus amou tanto o mundo a ponto de oferecer o seu Filho único para a salvação da humanidade é necessidade urgente para evitar situações que são terríveis: os envolvidos em corrupção, os terroristas que atentam contra a vida, os juízes e os representantes do povo que também o a ameaçam quando consideram legalizar o aborto, cidadãos que não se comprometem com as práticas que objetivam a ética, o bem, a paz e a justiça.
         O silêncio da Sexta-Feira Santa, a coragem de fixar o olhar n’Ele, o crucificado, fecunde em cada coração uma instigante interpretação para se orientar a partir do amor, do amor em Cristo Jesus revelado. Desse modo, ecoe nos corações a lógica inigualável e convincente de Deus, que amou tanto o mundo e por isso deu o seu Filho único para que todo aquele que n’Ele crer não pereça, mas tenha a vida eterna.”.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, civilizadas, soberanas, democráticas e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:
a)     a excelência educacional – pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas, gerando o pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional (enfim, 125 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da civilidade, da democracia, da participação, da sustentabilidade...);
b)    o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em fevereiro/2017 a ainda estratosférica marca de 481,46% nos últimos  doze meses, e a taxa de juros do cheque especial registrou históricos 326,96%; e já o IPCA em março, no acumulado dos últimos doze meses, chegou a 4,57%); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade  –  “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis prejuízos e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 516 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, a falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;
c)     a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2017, apenas segundo o Orçamento Geral da União, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1,722 trilhão, a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão de R$ 946,4 bilhões), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega:
- pagar, sim, até o último centavo;
- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”);

Isto posto, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela excelência educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo do direito, da justiça, da verdade, do diálogo, da liberdade, da paz, da solidariedade, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”

- 55 anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2016) ...

- Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...
- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas...
- Por uma Nova Política Brasileira...  
        
 

            
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sexta-feira, 31 de março de 2017

A EXCELÊNCIA EDUCACIONAL, O PODER DE CADA RECOMEÇO E O IMPRESCINDÍVEL RESGATE DA CREDIBILIDADE NA SUSTENTABILIDADE

“Começar de novo
       A vida é feita de recomeços. Em nossa cultura, repetimos com frequência que devemos “nascer de novo”, “ressurgir das cinzas”, “dar a volta por cima”. Todas essas expressões convidam-nos à resiliência. Não devemos nos abater. Precisamos seguir em frente, “levantar a cabeça” e aprender com as oportunidades que a vida nos dá.
          O recomeço faz parte das concepções mais bonitas que temos. Entretanto, requer coragem. Implica sair da situação de conforto e mudar de rota. Há uma concepção que se generalizou e ganhou um sentido preocupante entre nós ao dizer que “as pessoas não mudam”. Certamente, há mudanças que são mais difíceis ou impossíveis (genéticas, hereditárias), mas as mudanças relacionais e de perspectivas em relação ao viver podem e devem ocorrer. Na verdade, elas sucedem com frequência. Essa é uma das belezas da vida. Se fosse sempre a mesmice, seria um tédio. O filósofo pré-socrático Heráclito afirmava que estamos em constante mudança.
          Quando, por insegurança ou medo, abraçamos a rigidez e damos uma direção única e previsível às nossas condutas e decisões, perdemos as oportunidades de mudar e de crescer. Precisamos de flexibilidade e, sobretudo, de sensibilidade para perceber os ensinamentos que os dias nos trazem. Por vezes, aceitamos novos caminhos e encontramos barreiras e resistências por parte de pessoas mais próximas ou queridas, o que torna mais difícil novas escolhas e mudanças.
          Cabe dizer que nem toda mudança significa crescimento. Observamos isso na política e nas gestões públicas e privadas, quando são instituídas mudanças que desconhecem não são indiferentes aos caminhos percorridos, aos avanços alcançados. Essas mudanças, muitas vezes causadas pela vaidade ou pela incompetência, não têm nada de benéfico. Pelo contrário, na grande maioria das vezes, significam retrocesso e sofrimento para muitos. Políticos e gestores precisam pensar nisso antes de ignorar e desvalorizar as conquistas históricas, algumas delas feitas a duras penas pelos seus antecessores, profissionais e população.
          Na perspectiva das relações interpessoais, o recomeço é necessário quando a mágoa, a frieza e a indiferença passam a predominar. Nesses casos, o caminho pode ser curto ou longo – vai depender – para o renascimento de relações mais humanizadas. Isso é frequente no ambiente familiar, na comunidade ou no trabalho. As estratégias de diálogo, de escuta, respeito e valorização do outro são muito importantes para o ressurgimento de uma convivência mais saudável e digna. Com certeza, não é tarefa fácil, mas necessária.
          Na relação amorosa, o recomeço é muito importante. Começa de novo e redescobrir o outro, é fundamental, assim como rediscutir e reinventar novos espaços para a relação. Por outro lado, nos caos em que a interação, por várias razões, não deu certo e se está iniciando uma nova vida a dois, começar de novo implica se dar a oportunidade e o direito de construir um novo relacionamento e ser feliz. É triste – e um tanto absurdo – constatar que, mesmo com os avanços nas discussões éticas e humanísticas, há grupos socioculturais e religiosos que ainda apresentam resistência e/ou restrições aos casais em segunda união.
          No decorrer dos dias, algumas situações – perdas de pessoas queridas, frustrações por motivos diversos, desencontros e desencantos – nos convidam a rever o rumo que estamos dando às nossas vidas. Nesses momentos, precisamos estar abertos para acolher e refletir sobre novos caminhos e muitas vezes, a recomeçar.
          Começar de novo será sempre uma experiência de reencontros e de paz à medida que tomamos a decisão em favor da vida e redescobrimos, nas escolhas realizadas, a alegria de viver e conviver numa sociedade de pessoas livres e com dignidade.”.

(ARISTIDES JOSÉ VIEIRA CARVALHO. Médico, mestre em medicina, especialista em clínica médica e em medicina da família e comunidade, em artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 25 de março de 2017, caderno OPINIÃO, página 7).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de artigo publicado no mesmo veículo, edição de 31 de março de 2017, mesmo caderno e página, de autoria de DOM WALMOR OLIVEIRA DE AZEVEDO, arcebispo metropolitano de Belo Horizonte, e que merece igualmente integral transcrição:

“Resgate da credibilidade
       A crise de credibilidade que impacta diferentes instituições na sociedade contemporânea exige a participação de todos na busca por soluções – de igrejas a pequenos produtores, incluindo, obviamente, grandes empresários e os três poderes da República. A credibilidade é um importante bem em todas as instituições. A Igreja Católica, por exemplo, deve continuamente aprimorar seus serviços religiosos, sociais e educacionais, primando pela credibilidade. O compromisso principal da Igreja é, em todas as ações, proclamar a palavra de Deus, fonte perene de valores, dos parâmetros éticos e morais que devem guiar todos os trabalhos. Nessa missão, cada pessoa que se dedica aos muitos serviços da Igreja deve se empenhar para aperfeiçoar processos e procedimentos e, assim, continuamente, qualificar o trabalho prestado ao povo de Deus. Assim é possível contribuir para que muitos cultivem a fé e colaborem, decisivamente, na construção de uma sociedade mais justa.
          Sem credibilidade, a Igreja não pode desempenhar a sua missão. E, do mesmo modo, as diferentes instituições precisam da credibilidade, ou vão amargar prejuízos. Caso exemplar e recente é a crise no mercado a partir das denúncias da Operação Carne Fraca. Estabeleceu-se um clima de insegurança que afetou negativamente esse setor, com reflexo nos indicadores da economia brasileira. Prova de que a credibilidade é mesmo um bem precioso. Quando perdido, compromete os resultados e os serviços prestados. Por isso, sublinha-se a responsabilidade cidadã, nas diferentes atividades, de sempre cultivar e preservar esse bem.
          Instituições e segmentos diversos pagarão caro toda vez que seus representantes agirem fora dos parâmetros da honestidade, transparência e do altruísmo. E para recuperar a credibilidade, é preciso percorrer um longo caminho. Por isso, cada pessoa deve ser verdadeira no que faz e fala. Não se avançará sem o “ouro” da credibilidade. Conquistá-la e fortalecê-la deve ser a meta de todos. Isso implica agir com lisura nos mais diferentes  processos. Um compromisso de primeira grandeza.
          Há de se despertar o gosto pelos parâmetros que sustentam a credibilidade. Quem é verdadeiro e honesto abre mão de privilégios. Esse é que deve assumir a linha de frente. Como Diógenes, com a lanterna na mão, precisa inspirar todos a cultivar esse valor. Importante nesse caminho é superar um péssimo hábito que contamina o tecido da cultura: considerar elogiável quem consegue o que quer valendo-se de trapaças e mentiras.
          Assim, todos são convocados para uma autoavaliação com o objetivo de identificar atitudes que ameacem a credibilidade das instituições. Essa é uma tarefa inadiável para renovar o fundamento da cultura. Agir com seriedade é condição para que a sociedade alcance o patamar que já deveria ter conquistado. Nas mãos de cada um está a chance de renovar as instituições. Para isso, que todos se empenhem no resgate desse importante bem.”.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, civilizadas, soberanas, democráticas e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:
a)    a excelência educacional – pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas, gerando o pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional (enfim, 125 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da civilidade, da democracia, da participação, da sustentabilidade...);
b)    o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em fevereiro/2017 a ainda estratosférica marca de 481,46% nos últimos  doze meses, e a taxa de juros do cheque especial registrou históricos 326,96%; e já o IPCA também acumulado nos últimos doze meses, chegou a 4,76%); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade  –  “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis prejuízos e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 516 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, a falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;
c)    a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2017, apenas segundo o Orçamento Geral da União, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1,722 trilhão, a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão de R$ 946,4 bilhões), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega:
- pagar, sim, até o último centavo;
- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”);

Isto posto, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela excelência educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo do direito, da justiça, da verdade, do diálogo, da liberdade, da paz, da solidariedade, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”

- 55 anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2016) ...

- Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...
- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas...
- Por uma Nova Política Brasileira...  
         
 
 
   
           


           

terça-feira, 28 de fevereiro de 2017

A EXCELÊNCIA EDUCACIONAL, A TRANSCENDÊNCIA DA VIDA A DOIS E O PODER DO JORNALISMO DE QUALIDADE

“Namoro e vida a dois
        A vida a dois tem a sua beleza e a sua complexidade. A beleza está nos sonhos, no romantismo, nas superações, no diálogo, na partilha. A complexidade, na particularidade de cada pessoa, sua história de vida, suas expectativas, desejos e perspectivas.
         A história de duas vidas que se unem e propõem a caminhar lado a lado é única, irrepetível. Entre encontros e desencontros, construções e desconstruções, o casal vai desenhando e escrevendo o seu relacionamento.
         Ao contrário do que muitas vezes se imagina e idealiza, a vida a dois é um caminho cheio de curvas, com altos e baixos, que precisa ser enfrentado de forma compartilhada. As bases que sustentarão a relação serão sempre o respeito e o amor.
         O respeito de uma para com o outro é imprescindível, uma vez que pequenos deslizes, se não corrigidos a tempo, podem se tornar frequentes, crescer e invadir o espaço e a dignidade alheia, comprometendo a continuidade do relacionamento. E é preciso amar. Se é certo que “amar se aprende amando”, como dizia Drummond, também podemos nos atrever a dizer que quanto mais amamos, mais maduro fica o amor.
         Respeito e amor devem caminhar juntos para que a vida a dois tenha cor e brilho. E mais: é fundamental saber perdoar, ter paciência, aceitar diferentes pontos de vista e, em termos práticos, reservar os momentos para continuar namorando. Sim, namorar sempre. E aqui cabem algumas considerações em relação ao namoro.
         É preciso continuar namorando para conhecer mais, para se encantar com os mistérios do outro, para dialogar e permitir o amadurecimento do amor. Infelizmente, com o passar dos meses e dos anos, muitos casais perdem o romantismo, não saem juntos nem reservam com regularidade “tempo para conversas e afetos”. Permitem que o relacionamento se esfrie. Deixam a rotina e a monotonia tomar conta de suas vidas. Aos poucos a distância vai aumentando e o relacionamento enfraquece, atrofia.
         Sabemos que com o nascimento dos filhos a vida do casal sofre mudanças. Novas demandas e necessidades são percebidas. Podem surgir momentos críticos e situações difíceis de lidar à medida que os filhos crescem. O mesmo pode acontecer quanto se enfrentam as doenças, as perda, os problemas financeiros, entre outros. Esses períodos delicados – com repercussões diferentes em cada pessoa e casal – exigem um grande esforço para manter acesa a chama do diálogo e do afeto que ilumina e sustenta a relação a dois.
         O namoro é o tempero fundamental para dar sabor à relação e fortalecê-la no enfrentamento das “noites escuras” que podem surgir. É um ingrediente muito importante. Não podemos afirmar que seja a garantia absoluta da continuidade do relacionamento, porque alguns fatores podem interferir na estabilidade da relação (valores, escolhas, comportamentos e atitudes, entre outros), mas o namoro, com certeza, torna o relacionamento mais fortalecido e, também, contribui para a saúde das pessoas envolvidas. Cabe aqui uma observação: nos consultórios, observamos que grande parte dos problemas de saúde (doenças psicossomáticas) tem como uma de suas prováveis causas as dificuldades nas relações interpessoais.
         Se conversarmos com alguns casais que conseguiram construir uma boa convivência, certamente ouviremos várias dicas. É bom que seja assim. Levando em conta as singularidades das pessoas e dos contextos, as dicas  trazem reflexões e contribuições ao sinalizar para novas práticas e perspectivas. Cada casal, entretanto, deve amadurecer no decorrer dos dias o seu próprio caminho.
         Seja qual for o caminho escolhido para se construir uma boa vida a dois, sempre é importante destacar que os espaços de diálogo e namoro contribuem para o conhecimento das pessoas e para o crescimento do amor. Essa afirmativa é fortalecida por uma frase que constantemente repetimos: “É preciso conhecer para a amar”.
         Para os que iniciam a vida a dois – cheios de planos e sonhos – e para aqueles que já estão juntos há algum tempo, fica a sugestão: vivam a vida de vocês... namorando.”.

(ARISTIDES JOSÉ VIEIRA CARVALHO. Médico, mestre em medicina, especialista em clínica médica e em medicina de família e comunidade, em artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 25 de fevereiro de 2017, caderno OPINIÃO, página 7).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de artigo publicado no mesmo veículo, edição de 27 de fevereiro de 2017, mesmo caderno e página, de autoria de CARLOS ALBERTO DI FRANCO, jornalista, e que merece igualmente integral transcrição:

“Boa notícia é informação
        Impressiona-me o crescente espaço destinado à violência nos meios de comunicação, sobretudo no telejornalismo. Catástrofes, tragédias e agressões, recorrentes como chuvas de verão, compõem uma pauta sombria e perturbadora. A violência, por óbvio, não é uma invenção da mídia. Mas sua espetacularização é um efeito lateral que deve ser evitado. Não se trata de sonegar informação. Mas é preciso contextualizá-la. A enxurrada de violência na mídia pode gerar fatalismo e uma perigosa resignação. Não há o que fazer, imaginam inúmeros leitores, ouvintes, telespectadores e internautas. Acabamos, todos, paralisados se o impacto de uma violência que se afirma como algo irrefreável e invencível. E não é verdade. Podemos, todos, jornalistas, formadores de opinião, estudantes, cidadãos, enfim, dar pequenos passos rumo à cidadania e à paz.
         Mesmo em épocas de crise (e estamos vivendo uma gravíssima crise de segurança pública), é preciso não aumentar desnecessariamente a temperatura. O jornalismo de qualidade reclama um especial cuidado no uso dos adjetivos. Caso contrário, a crise real pode ser amplificada pelos megafones do sensacionalismo. À gravidade da situação, inegável e evidente, acrescenta-se uma dose de espetáculo. O resultado final é a potencialização da crise. Alguns setores da mídia têm feito, de fato, uma opção preferencial pelo negativismo. O problema não está no noticiário da violência, mas na miopia, na obsessão pelos aspectos sombrios da realidade. É cômodo e relativamente fácil provocar emoções. Informar com profundidade é outra conversa. Exige trabalho, competência e talento.
         O que eu quero dizer é que a complexidade da violência não se combate com espetáculo, atitudes simplórias e reducionistas, mas com ações firmes das autoridades e, sobretudo, com mudanças de comportamento. O que critico não é a denúncia da violência, mas o culto ao noticiário violento em detrimento de uma análise mais séria e profunda.
         Precisamos, ademais, valorizar editorial e informativamente inúmeras iniciativas que tentam construir avenidas ou ruelas de paz nas cidades sem alma. É preciso investir numa agenda positiva. A bandeira a meio pau sinalizando a violência sem-fim não pode ocultar o esforço de entidades, universidades e pessoas isoladas que, diariamente, se empenha na recuperação de valores fundamentais: o humanismo, o respeito à vida, a solidariedade. São pautas magníficas. Embriões de grandes reportagens. Denunciar o avanço da violência e a falência do Estado no seu combate é um dever ético. Mas não é menos ético iluminar a cena de ações construtivas, frequentemente desconhecidas do grande público, que, sem alarde ou pirotecnias do marketing colaboram, e muito, na construção da cidadania.
         Neste Brasil sacudido por uma tremenda crise ética, alimentada pelo cinismo e pela mentira dos que deveriam dar exemplo de integridade, há, felizmente, uma ampla classe média sintonizada com valores e princípios que podem fazer a diferença. E nós, jornalistas, devemos escrever para a classe média. Nela reside o alicerce da estabilidade democrática. O que segura o Brasil é o cidadão comum. É o trabalho honrado e competente. É o empreendedorismo que consegue superar o terreno minado pela incompetência do Estado. É o empresário que toca o negócio e não dá propina. Sou otimista. Apesar de tudo.
         A juventude, por exemplo, ao contrário do que fica pairando em algumas reportagens, não está tão à deriva. A delinquência bem-nascida, denunciada muitas vezes neste espaço opinativo, está longe de representar a maioria esmagadora da população estudantil. A juventude real, perfilada em várias pesquisas e na eloquência dos fatos, está identificando valores como amizade, família, trabalho. O futuro depende de esforços pessoais que se somam e começam a mudar pequenas coisas. É preciso fazer o que é correto, e não o que pega bem. Mudar os rumos exige, sobretudo, a coragem de assumir mudanças pessoais.
         A boa notícia também é informação. E, além disso, é uma resposta ética e editorial aos que pretendem fazer do jornalismo um refém da cultura da violência.”.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, civilizadas, soberanas, democráticas e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:
a)     a excelência educacional – pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas, gerando o pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional (enfim, 125 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da civilidade, da democracia, da participação, da sustentabilidade...);
b)    o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em dezembro a ainda estratosférica marca de 484,06% nos últimos  doze meses, e a taxa de juros do cheque especial registrou históricos 328,6%; e já o IPCA também acumulado nos últimos doze meses, em janeiro/2017 chegou a 5,35%); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade  –  “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis prejuízos e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 516 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, a falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;
c)     a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2017, apenas segundo o Orçamento Geral da União, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1,722 trilhão, a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão de R$ 946,4 bilhões), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega:
- pagar, sim, até o último centavo;
- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”);

Destarte, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela excelência educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo do direito, da justiça, da verdade, do diálogo, da liberdade, da paz, da solidariedade, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”

- 55 anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2016) ...

- Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...
- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas...
- Por uma Nova Política Brasileira...