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quarta-feira, 22 de junho de 2016

A CIDADANIA, A CONSTRUÇÃO DA PAZ E DA FRATERNIDADE E A FORÇA DA PESQUISA CIENTÍFICA

“Estar em vigília como uma 
oferta à paz e à união fraterna
        A vigília pode ser considerada uma oração, um estado no qual o indivíduo permanece em serena espera, em atitude de entrega e de atenção ao profundo do ser, à Fonte de Sabedoria e Amor. Apesar da vivência de alguns momentos de desarmonia e outros felizes, apesar de nossas atividades formais do dia a dia, podemos estar abertos permanentemente à compreensão e ao entendimento de todos os fatores internos ou externos que influenciam a vida.
         Vigília é aquele estado no qual nem mesmo uma catástrofe nos surpreende. Participamos dos acontecimentos com absoluta entrega, comovendo-nos eventualmente, porém sem que nossa atividade e o estado de nossos sentimentos sejam alterados. Isso não significa indiferença, mas alerta diante das mudanças imprevistas que os tempos atuais estão trazendo.
         A vigília só tem validade quando é realizada com alegria; do contrário, qualquer esforço será vão. Não deve constituir uma obrigação, mas sim representar a real necessidade do indivíduo. Períodos de vigília são de intensa força e alinham a consciência externa com a alma.
         Nas primeiras vigílias, há esforço para aquietar-nos e também podem surgir algumas crises, pois a pureza do ser quer instalar-se, e o ego, habituado a estados mais densos, vê nessa pureza uma ameaça e fica num vazio que ainda não compreende. Mas, persistindo, cessam as lutas. Quando a ansiedade por resultados se esvaece, as dúvidas da mente e as crises se dissolvem e a serenidade se instala.
         Nessa busca em vigília, feita com dedicação e calma, desvelam-se os propósitos da vida e o serviço a ser prestado. Encontram-se os semelhantes na própria essência interior, e assim começa a convivência fraterna.
         Quanto mais conectados com o próprio Ser Interior, mais preparados estaremos para construirmos firmeza interna, proporcionando calma, paz e serenidade para todos que estiverem passando por momentos de dificuldade de qualquer natureza.
         A paz poderá ser vista como um farol na escuridão. Assim, todo o esforço realizado hoje será frutífero amanhã. Aos que desejam servir, saibam que para sermos portadores da paz é preciso, primeiro, que nos tornemos reis da harmonia em nosso mundo interior. Desse modo, poderemos estar harmonizados também nos nossos corpos materiais, como o físico, o emocional e o mental.
         Para quem deseja estar em vigília, é fundamental que seja devoto, fiel, e que não se deixe levar pelo ritualismo de atos e exercícios somente, sem antepor a isso uma devoção autêntica e um fervor em suas ofertas. Todo e qualquer ato feito em glória a Deus é para ser imbuído de alegria, livre de apatia e de soberba.
         Que seja manso como ovelha nos campos, orando profundamente nas vigílias por todos os que não têm fé e pelos que ainda não se abriram às mensagens que provém dos níveis espirituais elevados. Essa oração, como se disse, é um aperfeiçoamento do próprio estado, refletindo-se em toda a humanidade, que é una, e beneficiando-a.
Todos são chamados a uma união fraterna além das fronteiras do ego, sem remorsos. São milhões os que necessitam disso, porém, como se sabe, é necessário primeiro corrigirem seus passos, darem a mão franca e desinteressada aos que vêm logo atrás e saberem reconhecer os necessitados.
         Devemos ter sempre em mente o seguinte: “a estrada é longa para alguns e curta para outros, quem chega primeiro deve saber esperar quem ainda está a caminho.”.

(TRIGUEIRINHO. Escritor, em artigo publicado no jornal O TEMPO Belo Horizonte, edição de 19 de junho de 2016, caderno O.PINIÃO, página 16).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Cidadania e Qualidade vem de artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 21 de junho de 2016, caderno OPINIÃO, página 7, de autoria de ANDRÉ ROBERTO MELO SILVA, biólogo, professor do Centro Universitário UNA, e que merece igualmente integral transcrição:

“Pesquisa e a formação do aluno
        A pesquisa científica é uma novidade para a humanidade. Nossa espécie surgiu a aproximadamente 200 mil anos no nordeste da África e por lá ficou como grupos nômades, caçadores e coletores durante 130 mil anos (somos todos africanos, portanto). Há 70 mil anos começou a se espalhar para outros continentes e há apenas 10 mil anos dominou o cultivo de algumas espécies vegetais, surgindo então os primeiros assentamentos e vidas.
         Os primeiros impérios, sistemas de escrita e dinheiro surgiram há cinco mil anos e há apenas 500 anos se inicia as primeiras pesquisas, o que foi chamado por Yuval Noah Harari, no livro Sapiens, de revolução científica.
         Antes disso, as poucas descobertas eram feitas pela curiosidade das pessoas, por tentativa e erro. Entretanto, a partir de 1500, o homem começou a acreditar que poderia construir novos conhecimentos, pois entendeu que não sabia tudo. Assim, grandes investimentos começaram a ser feitos em novas descobertas.
         A partir de então surgiram vários avanços e novos saberes, muitos na área da saúde e medicina. Por exemplo, foi apenas em 1674 que micro-organismos foram observados em um microscópio; em 1859 foi publicada a Teoria da Evolução de Darwin e a teoria psicanalítica de Freud só no início do século XX. A expectativa de vida mais que duplicou nos últimos séculos e a população mundial triplicou após a 2º Guerra Mundial.
         Em uma visão mais localizada, a pesquisa foi e é fundamental para o desenvolvimento de um país. Ela gera novos conhecimentos e produtos, que trazem ganhos para as pessoas particularmente, como novos medicamentos, e para o país através das patentes.
         A pesquisa científica muitas vezes começa nas escolas técnicas, faculdades e universidades, com iniciações científicas ou monografias, e é uma oportunidade valiosa para o aluno. Lá, ele exercita sua criatividade e curiosidade, aliados ao método científico, fundamental para que os resultados alcançados sejam confiáveis. Além disso, ativa sua capacidade de leitura e senso crítico.
         Sem curiosidade pouca coisa nova pode ser descoberta. É preciso ter vontade de descobrir algo que ainda não se sabe. Essa curiosidade e vontade tem que ser estimulada no ambiente familiar e escolar para depois ser aproveitada e desenvolvida no ensino superior.
         A partir daí as pesquisas podem ser básicas, gerando informações e conhecimentos que irão integrar os livros/textos ou aplicadas, que podem gerar soluções para um problema específico.
         Pelo senso comum, o Brasil está muito atrasado. Entretanto, de acordo com dados levantados pela agência Thomson Reuters, em 2003 o Brasil estava em 17º lugar no mundo em relação às publicações, com 19 mil artigos, e passou para o 13º lugar em 2013, com 43 mil, à frente de países como Suécia e Rússia.
         Entretanto, ainda é pouco. Essa pesquisa apenas considera os números absolutos de publicações. Nossa capacidade é tão grande que são necessários ainda mais investimentos, para fomentar novas gerações de pesquisadores, repatriar outros e evitar que mais cientistas procurem universidades estrangeiras.
         Assim, mesmo com a fusão do Ministério da Ciência e Tecnologia, continua cada vez mais fundamental uma atenção cuidadosa das faculdades e universidades públicas e privadas e órgãos de fomento para o desenvolvimento das pesquisas em nosso país.”.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, civilizadas, soberanas, democráticas e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:
a)     a educação – universal e de qualidade –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas (enfim, 125 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da civilidade, da democracia, da participação, da sustentabilidade...);
b)    o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em abril a ainda estratosférica marca de 435,6% para um período de doze meses; e, em maio, o IPCA acumulado nos doze meses chegou a 9,32%, e a taxa de juros do cheque especial em históricos 308,7%...); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade  –  “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis prejuízos e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 516 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, a falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;
c)     a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com projeção para 2016, apenas segundo a proposta do Orçamento Geral da União, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1,348 trilhão, a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão de R$ 1,044 trilhão), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega:
- pagar, sim, até o último centavo;
- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”);

Destarte, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela cidadania e qualidade, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos e que contemplam eventos como a   Olimpíada de 2016; as obras do PAC e os projetos do Pré-Sal, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo da justiça, da liberdade, da paz, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”

- 55 anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2016) ...

- Estamos nos descobrindo através da Cidadania e Qualidade...
- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas...
- Por uma Nova Política Brasileira...  

  

sexta-feira, 21 de novembro de 2014

A CIDADANIA, A REPÚBLICA PARTICIPATIVA E O AVANÇO DA PRODUÇÃO CIENTÍFICA

“A propósito desta data
        No mês de novembro pretende-se lembrar a Proclamação da República, implantada nos idos de 1889. Para além de um feriado ou de uma data cívica, é preciso se pensar sobre o tipo de República desejada: excludente e autoritária, em que as pessoas ensaiam uma cidadania aparente? Ou inclusiva e participativa, em que os cidadãos buscam consolidar e estender seus direitos?
         A primeira experiência republicana no Brasil despertou expectativas variadas. De 1889 a 1930, foi se impondo como vencedor o projeto de uma República centrada nas mãos de determinada elite, herdeira de uma visão colonial-estamental de sociedade,  pelos “donos do poder”, segundo expressão de Raimundo Faoro. Se, por um lado, predominaram as “trocas de favores” da “política dos Estados” e o coronelismo, por outro, elevaram-se alternativas.
         Ao longo da história, ao descompasso entre um regime republicano despótico e uma demanda popular por justiça e liberdade, vieram a lume diversas manifestações. Desde o republicanismo à moda francesa de Silva Jardim, passando pela comunidade de Canudos, pela revoltas da Vacina e da Chibata, pelo cangaço e pelo Contestado, até as greves e o tenentismo, foram desencadeadas lutas pela ampliação dos direitos. Nas ditaduras do Estado Novo (1937-1945) e dos militares (1964-1985), a cada tentativa de distorcer os princípios republicanos e de solapar a cidadania, respondiam outras tantas ações civis e culturais de conotações democráticas.
         Desmistificar a imagem da República, revelando os interesses refratários à partilha do poder e os anseios do povo brasileiro em acessar o que Amartya Sen denominou de “liberdades instrumentais” – políticas, sociais e econômicas –, é um importante passo para o fortalecimento da “res publica”. Ou seja, a “coisa pública”, a busca pelo bem comum, valorizando a diversidade, é um processo em andamento.
         Não por acaso, diversas entidades de defesa dos direitos humanos – como, por exemplo, a Rede Brasileira pela Integração dos Povos – repudiaram o veto da Câmara Federal ao Decreto 8.243, que estabelecia a Política Nacional de Participação Social. Vale questionar: a quem interessa suprimir uma iniciativa favorável à construção de uma República participativa? Quais são as pessoas apoiadoras de uma República excludente e passiva, em detrimento de uma inclusiva e ativa? Nessa direção, a tradicional visão de uma República feita por “heróis”, à revelia da coletividade, transforma-se em uma visão crítica e construtiva, que identifica em cada pessoa um agente histórico.
         Como se vê, a proclamação da República ecoa no tempo presente e impele os brasileiros a enfrentarem os percalços da busca pelo aperfeiçoamento do espírito republicano. Por meio do empoderamento de cada um de seus cidadãos, de suas comunidades e de suas organizações, a tônica da participativa extrapolará, cada vez mais, as limitações de uma estrita “representação” política.”

(Denilson de Cássio Silva. Professor e historiador (Cefet-MG), em artigo publicado no jornal O TEMPO Belo Horizonte, edição de 15 de novembro de 2014, caderno O.PINIÃO, página 19).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Cidadania e Qualidade vem de artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, mesma edição, caderno OPINIÃO, página 7, de autoria de VIVINA DO C. RIOS BALBINO, psicóloga, mestre em educação, professora da Universidade Federal do Ceará e autora do livro Psicologia e psicologia escolar no Brasil, e que merece igualmente integral transcrição:

“Produção científica avança
        Segundo levantamento da Thomson Reuters, maior base de dados do mundo de trabalhos científicos, apresentado em 2014 na 1ª Cúpula Thomson de Experiência com Inovação SP, a produção científica no Brasil progrediu e subiu 11 posições nos últimos 20 anos no ranking das 25 nações mais produtivas. Subiu do 24º para o 13º lugar. Colleen Shay, da divisão de Propriedade Intelectual e Ciência da Thomson para as Américas, traça um panorama bem otimista da ciência e da tecnologia brasileiras. Os especialistas baseiam sua interpretação tanto em aspectos quantitativos quanto qualitativos da pesquisa brasileira. A nossa publicação de artigos científicos cresce em ritmo muito superior à média mundial e de países como México, Argentina, Japão, Alemanha, Reino Unido e EUA. Por outro lado, o Brasil fica muito atrás da China. Enquanto a produção brasileira avançou quase 700% entre 1993 e 2003, a chinesa projetou-se quase 2,2 mil por cento e saltou para o 2º posto em virtude de estudos publicados.
         Com relação a patentes e comparado com países latino-americanos, o Brasil aparece muito à frente. No confronto com os asiáticos, perde de pelos menos 7 a 1. Mas, segundo os especialistas, a China enfrenta uma questão de qualidade das patentes e o Brasil se sai bem melhor. A qualidade se refere às taxas de aprovação de patentes pedidas. No Brasil, a proporção é de 22%, mais próxima do padrão mundial. A China aprova 25%. Ainda segundo esse estudo, as pesquisas no Brasil se concentram em universidades, e não em empresas, e relata que, em setores específicos, o Brasil figura no primeiro time, como o de pesquisa aplicada a energias alternativas, ao lado dos EUA e da Alemanha.
         O Brasil também se destaca na pesquisa em medicina clínica. No período 2003/2007, segundo a Thomson Reuters, o Brasil tinha 14.324 artigos dessa área no acervo de 1% de artigos mais citados do mundo. Em 2008/2012, eram 34.957 – um salto de 144%. E esse salto positivo da ciência e da tecnologia brasileiras avança para regiões mais pobres do país para diminuir as desigualdades sociais. Isso é fundamental para o povo brasileiro.
         No Ranking Universitário Folha 2014 (RUF), as melhores universidades brasileiras continuam sendo USP, UFMG, UFRJ, UFRGS, Unicamp,  UFSC, Unb e UFPR. Mas redesenhando positivamente esse quadro de excelências acadêmicas, o ranking mostra pela primeira vez que 5 das 10 instituições que mais avançaram no registro de patentes nos últimos anos estão no Nordeste. O maior salto foi da Universidade Federal do Ceará (UFC), com aumento de 766% no número de patentes solicitadas. A UFC saiu de 3 para 26 pedidos de registro. A Universidade de Pernambuco, instituição nordestina mais bem colocada no RUF, em 12º lugar, cresceu 73%, mas atingiu 26 pedidos de patentes em 2010 e 2011, ficando empatadas, as duas, na oitava posição entre as universidades brasileiras que mais solicitaram esse registro nesses dois anos. Número pequeno pertos dos 162 feitos no mesmo período pela USP, líder em inovação, mas é quatro vezes a média nacional das universidades (6,3).
         Com maior destinação de recursos nos últimos anos, o Norte e o Nordeste passaram a experimentar acelerado processo de expansão da rede de instituições de educação superior. A criação de inúmeras universidades e câmpus nas capitais e no interior das duas regiões teve impacto não somente no ensino, mas também na economia e na geração de empregos. Entretanto, apesar dessas  mudanças positivas e avanços econômicos regionais, dados de novembro de 2014 do IBGE/Pnad mostram que as regiões Norte e Nordeste ainda na dianteira de desocupados, passando de 10% para 8,8%, o Nordeste, e o Norte com 7,2%, Sudeste com 6,9%, Centro-Oeste com 5,6% e Sul com 4,1%.
         Apesar das históricas desigualdades regionais no Brasil, esses dados acima mostram o início do redesenho altamente positivo de excelências acadêmicas e crescimento econômico em regiões geográficas até então desprestigiadas. Ciência, tecnologia e educação de qualidade para todos, trazendo melhorias sociais e maior qualidade de vida para a população, gerando empregos e crescimento econômico.”

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes,  incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, civilizadas, soberanas, democráticas e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:

     a)     a educação – universal e de qualidade –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas;

     b)    o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero; II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade – “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis prejuízos e comprometimentos de variada ordem; III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, inexoravelmente irreparáveis;

     c)     a dívida pública brasileira, com projeção para 2014, segundo o Orçamento Geral da União, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1 trilhão, a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (apenas com esta rubrica, previsão de R$ 654 bilhões), a exigir igualmente uma imediata, abrangente, qualificada e eficaz auditoria...

Isto posto, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela cidadania e qualidade, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, desenvolvida e solidária, que possa partilhar suas extraordinárias e abundantes riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos e que contemplam eventos como a Olimpíada de 2016; as obras do PAC e os projetos do Pré-Sal, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das empresas, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo da justiça, da liberdade, da liberdade, da paz, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!...


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