quarta-feira, 14 de março de 2012

A CIDADANIA, A QUALIDADE DO FUTURO E A PÁTRIA FINANCEIRA

"Modelo indomável

Imaginar o desenvolvimento mundial para mudar a qualidade de vida não é mais um exercício de futurologia. Tudo anda tão estudado por métodos e critérios comparativos, analíticos, dedutivos e aproximativos, que aumentou a previsão sobre a realidade. Antecipar cenários é uma boa ferramenta para governos reverem estratégias de crescimento e concentrarem energia e atenção nas escassas ou abundantes possibilidades de mudarem o rumo do que não anda bem.

Gostando ou não, é preciso entender o ritual das conferências internacionais sobre mudanças climáticas. É possível prever que o país que não se preparar para eventos extremos, como mecanismos de prevenção e diminuição da agressão à natureza, pode se considerar carta fora do baralho da qualidade de vida. Remanejar prioridades e deter a poluição é tão inevitável que não depende tanto de vontade ou criatividade dos países. Nem da disposição política para reunião, fóruns e cúpulas de quase tudo. Para superar a realidade da destruição do planeta é preciso consumir menos e adotar melhores práticas ambientais e sociais. Que país será o primeiro a frear a fabricação de mercadorias desnecessárias e inadequadas?

Outro fator na definição da qualidade do futuro é a conseqüência extraordinária da mudança por que passa o sistema produtivo. Quem confia em estatística baseada na divisão tradicional entre indústria, agricultura e serviços não conseguirá entender a lógica da gangorra econômica mundial. A indústria de transformação está desaparecendo, a negociação comercial não terá intermediário e a pressão por controle de qualidade por controle feita por consumidores organizados derrotará marcas e governos. Recorrer à Organização Mundial do Comércio (OMC) será a pior maneira de buscar inserção internacional. A Organização não alcançará toda a cadeia produtiva e de consumo e será abandonada pelos grandes competidores diante da fragmentação do processo produtivo e da incapacidade política de dar solução rápida sobre protecionismos, arbitragens e outros contenciosos. Acordos de livre comércio e zonas industriais partilhadas serão mais adequados à descentralização da produção do que a atual concentração que afeta a sustentabilidade ambiental e tira qualidade da circulação de pessoas e mercadorias.

O mesmo pode ser dito da equivocada tendência para a concentração urbana que expande mais ainda as megacidades. Será um contrassenso deixar de imaginar soluções mais criativas e colaborativas para o sistema de transporte, lazer, moradia e segurança pública. Só a pressão dos moradores poderá salvar seus bairros e ruas da ambição dos construtores. E se quisermos que nossos descendentes tenham carro, é preciso mudar seu combustível e a forma de usá-lo. É claro que muito se pode esperar da evolução de equipamentos e máquinas, mas uma nova cultura de convivência coletiva terá que ser urgentemente criada e estimulada.

Quando a Inglaterra sepultou o mercantilismo, criando as primeiras máquinas que deram produção de escala ao capitalismo, a Alemanha sentiu o golpe e Alexander Humboldt, cientista curioso de todos os mundos, fundou a Universidade de Berlim, escolhendo a educação e o conhecimento como outro fator de produtividade. Não é coincidência que o que há de mais correto no mundo moderno segue os vislumbres dos que apostam no conhecimento.

Não se trata de copiar modelos, mas é inspirador que o exemplo dos países nórdicos – Suécia, Noruega, Dinamarca e Finlândia – desponta em qualquer cenário de boas práticas sociais e desenvolvimento sustentável. Maior taxa de alfabetização, melhor IDH, menor índice de percepção de corrupção, maior liberdade de imprensa e mais alto índice de maturidade tecnológica são alguns dos postos ocupados por esses países. Eles são a prova concreta de que é possível um Estado fornecer ampla segurança social para os cidadãos, manter elevada transparência, zelas pelas gerações futuras de seus países e ainda de quebra se dedicar a influenciar, pelo exemplo, bons caminhos para o planeta. São países pequenos, mas que sabem que a prosperidade não é uma medida apenas da taxa de crescimento econômico. O caminho para o seguir sem explodir é mudar valores e não querer ser competitivo a qualquer custo.

Existem boas referências atuais de sociedades bem resolvidas, onde crescer não contém um disparate. Razoável é não se fechar ao novo nem aceitar sem crítica seus humores. E ficar atento para o fato de que há uma imperfeição escandalosa no mundo: a falta de limites para o progresso ainda retirando das pessoas a relação espontânea com a vida. E levando junto o bom senso. O futuro exige domar esse modelo e substituí-lo por uma lógica não consumista, coletiva e colaborativa.”
(PAULO DELGADO, sociólogo, foi deputado federal por seis mandatos, em artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 11 de março de 2012, Caderno INTERNACIONAL, página 23).

Mais uma IMPORTANTE, ABRANGENTE e OPORTUNA contribuição para o nosso trabalho de MOBILIZAÇÃO PARA A CIDADANIA E QUALIDADE vem de artigo publicado no mesmo veículo, edição, Caderno ECONOMIA, Coluna BRASIL S/A, página 17, de autoria de ANTÔNIO MACHADO, e que merece igualmente INTEGRAL transcrição:

“Pátria financeira

A decadência da indústria está na ordem do dia, embora nenhuma das partes, dos próprios industriais aos ministérios afins ao assunto, concorde com o diagnóstico, com as providências, com o conceito se o emprego industrial seria mais relevante que o de serviços, setor que mais emprega no país, e até se há muita coisa a ser feita.

Para a maioria, talvez desesperançada das chances de reformas para recuperar a competitividade brasileira baixando custos de produção, uma desvalorização cambial robusta já estaria de bom tamanho.

Se também tomadas medidas de proteção comercial, acionadas ao se apurar a entrada no país de produtos com preço inferior ao custo de produção graças a subsídios – o que faz da China o grande suspeito da praça –, o empresariado deveria manifestar gratidão ajoelhado.

E lamber o beiço se for também atendido com devoluções tributárias tópicas, além de poder recorrer ao BNDES para tomar financiamento a taxas camaradas para comprar máquinas e equipamentos.

O pragmatismo empresarial aconselha agradecer tais ofertas, ainda que elas pouco resolvam, caso a indústria esteja diante de um viés estrutural de indícios de que seja essa situação.

Isso não só pela falta de câmbio para compensar custos de produção encarecidos pela infraestrutura onerosa e arcaica, além de práticas tributárias, trabalhistas, ambientais e regulatórias não observadas em outras partes. Ou superadas com produtividade devida a salários vis (China) e/ou com tecnologias de ponta (EUA, Alemanha e Coreia).

Afora tais questões, devastadoras para a produção nacional diante de um ambiente de economia aberta, há outra pouco estudada, cujas causas estariam na dinâmica da política econômica e suas vertentes, a monetária e a fiscal. De algum modo, ambas têm tornado a “cara” da economia brasileira parecida com a dos EUA antes da crise.

Caras dos EUA pré-crise

Onde está a semelhança? Lá, a economia “FIRE”, acrônimo em inglês de finanças, seguros e imóveis, se tornou dominante a partir dos anos 1980, trazendo a reboque a “economia da produção”. O estouro da bolha das hipotecas fez o resto ruir. Não chegamos a tanto. Mas desde 2008 há algo parecido ocorrendo em detrimento da indústria.

De 2007 a 2011, o Produto Interno Bruto (PIB) cresceu 4,2% ao ano, em média, enquanto o ritmo do setor de manufaturados foi de apenas 1,8% anual. No ano passado, o PIB cresceu 2,7%. A indústria, 1,6%. O definhamento da indústria é ostensivo. Mais impressionante é que, comparado aos níveis de 2008, o PIB acumula crescimento de 8,2%. E o setor manufatureiro? Fechou 2011 5,7% abaixo do nível de 2008.

A banca leva a melhor

O péssimo desempenho da indústria de transformação acabou ocultado pela expansão do segmento de extração mineral, graças aos embarques de minério de ferro para a China. Sua alta acumulada de 2008 a 2011 é de 12,8%. Mas há outro setor com desempenho ainda mais vistoso.

Em contradição com as diretrizes desenvolvimentistas e sociais do governo Lula e continuadas por Dilma Dousseff, quem tem brilhado na economia é o setor financeiro e de seguros. A banca acumula, desde o pico pré-recessão, crescimento de 23,1% - quase três vezes acima da variação do PIB nos últimos cinco anos.

Para a economista Rebecca Ray, do Center for Economic and Policy Research, entidade de Washington de linha mais à esquerda no arco político dos EUA, o distanciamento entre os resultados da indústria e os do setor financeiro é “uma tendência de longo prazo” no país.

Demanda puxa importação

Nos últimos cinco anos, indo do segundo governo Lula ao primeiro ano de Dilma – período suficientemente longo para que se afaste a ideia de acidente –, o setor financeiro, diz ela, cresceu 9,8% ao ano. A indústria, 1,8%. Isso é um processo, mesmo não deliberado.

A solução não parece à vista, já que, embora desde 2008 a taxa de investimentos na produção acumule aumento de 11%, contra 8,2% do PIB, o consumo privado avançou muito mais, 15,5%. Já o consumo do governo cresceu 7,2%, mostrando o empenho em segurar o seu gasto.

Será difícil para a indústria vencer essa crise, se o investimento cresce abaixo do consumo, criando uma situação em que tanto mais o governo incentiva a demanda mais ela vaza para importações, além de parcela crescente da renda ser apropriada pelo setor financeiro.”

Eis, portanto, mais páginas contendo IMPORTANTES, ADEQUADAS e OPORTUNAS abordagens e REFLEXÕES que acenam, em meio à MAIOR crise de LIDERANÇA de nossa HISTÓRIA – que é de MORAL, de ÉTICA, de CARÁTER, de PRINCÍPIOS, de VALORES –, para a IMPERIOSA e URGENTE necessidade de PROFUNDAS TRANSFORMAÇÕES em nossas estruturas EDUCACIONAIS, GOVERNAMENTAIS, JURÍDICAS, SOCIAIS, CULTURAIS, ECONÔMICAS, FINANCEIRAS e AMBIENTAIS, de modo a promovermos a inserção do PAÍS no rol das POTÊNCIAS mundiais LIVRES, CIVILIZADAS, SOBERANAS, DEMOCRÁTICAS e SUSTENTAVELMENTE DESENVOLVIDAS...

Assim, URGE a efetiva PROBLEMATIZAÇÃO de questões deveras CRUCIAIS como:

a) a EDUCAÇÃO – UNIVERSAL e de QUALIDADE, desde a EDUCAÇÃO INFANTIL (0 a 3 anos, em creches; 4 e 5 anos, em pré-escolas) até a PÓS-GRADUAÇÃO (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como PRIORIDADE ABSOLUTA de nossas POLÍTICAS PÚBLICAS;

b) o COMBATE, implacável e sem TRÉGUA, aos três dos nossos MAIORES e mais DEVASTADORES inimigos que são: I – a INFLAÇÃO, a exigir PERMANENTE e DIUTURNA vigilância, de forma a manter-se em patamares CIVILIZADOS; II – a CORRUPÇÃO, como um CÂNCER a se espalhar por TODAS as esferas da vida NACIONAL, gerando INCALCULÁVEIS prejuízos e comprometimentos de variada ordem; III – o DESPERDÍCIO, em TODAS as suas MODALIDADES, também a ocasionar INESTIMÁVEIS perdas e danos, indubitavelmente IRREPARÁVEIS;

c) a DÍVIDA PÚBLICA BRASILEIRA, com projeção para 2012, segundo o ORÇAMENTO GERAL DA UNIÃO, do ASTRONÔMICO e INTOLERÁVEL desembolso da ordem de R$ 1 TRILHÃO, a título de JUROS, ENCARGOS, AMORTIZAÇÃO e REFINANCIAMENTOS, a exigir igualmente uma IMEDIATA, ABRANGENTE, QUALIFICADA e eficaz AUDITORIA...

Desse modo, torna-se absolutamente INÚTIL lamentarmos a FALTA de RECURSOS diante de tanta SANGRIA, que DILAPIDA o nosso já escasso DINHEIRO PÚBLICO e MINA a nossa ECONOMIA e a nossa capacidade de INVESTIMENTO e de POUPANÇA e, mais GRAVE ainda, AFETA a CONFIANÇA em nossas INSTITUIÇÕES, embaçando o AMOR à PÁTRIA, ao lado de extremas e novas NECESSIDADES de AMPLIAÇÃO e MODERNIZAÇÃO de setores como: a INFRAESTRUTURA (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); MOBILIDADE URBANA (trânsito, transportes, acessibilidade); EDUCAÇÃO; SAÚDE; SANEAMENTO AMBIENTAL (água TRATADA, esgoto TRATADO, resíduos sólidos TRATADOS, MACRODRENAGEM urbana, logística REVERSA); ASSISTÊNCIA SOCIAL; PREVIDÊNCIA SOCIAL; EMPREGO, TRABALHO e RENDA; ESPORTE, CULTURA e LAZER; SEGURANÇA PÚBLICA; FORÇAS ARMADAS; POLÍCIA FEDERAL; MORADIA; SEGURANÇA ALIMENTAR e NUTRICIONAL; MEIO AMBIENTE; MINAS e ENERGIA; CIÊNCIA, TECNOLOGIA e INOVAÇÃO; PESQUISA e DESENVOLVIMENTO; AGREGAÇÃO DE VALOR ÀS COMMODITIES; QUALIDADE (planejamento, eficiência, economicidade, criatividade, produtividade, competitividade); COMUNICAÇÃO; TURISMO; SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL; LOGÍSTICA, entre outros...

São, e bem o sabemos, GIGANTESCOS DESAFIOS mas que, de forma alguma, ABATEM o nosso ÂNIMO nem ARREFECEM o nosso ENTUSIASMO e OTIMISMO nesta grande CRUZADA NACIONAL pela CIDADANIA E QUALIDADE, visando à construção de uma NAÇÃO verdadeiramente JUSTA, ÉTICA, EDUCADA, CIVILIZADA, QUALIFICADA, LIVRE, SOBERANA, DEMOCRÁTICA, DESENVOLVIDA e SOLIDÁRIA, que permita a PARTILHA de suas EXTRAORDINÁRIAS RIQUEZAS, OPORTUNIDADES e POTENCIALIDADES com TODOS os BRASILEIROS e com TODAS as BRASILEIRAS, especialmente no horizonte de INVESTIMENTOS BILIONÁRIOS previstos e que contemplam EVENTOS como a CONFERÊNCIA DAS NAÇÕES UNIDAS SOBRE O DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL E MUDANÇAS CLIMÁTICAS em junho; a 27ª JORNADA MUNDIAL DA JUVENTUDE no RIO DE JANEIRO em 2013; a COPA DAS CONFEDERAÇÕES de 2013; a COPA DO MUNDO de 2014; a OLIMPÍADA de 2016; as OBRAS do PAC e os projetos do PRÉ-SAL, segundo as exigências do SÉCULO 21, da era da GLOBALIZAÇÃO, da INTERNACIONALIZAÇÃO das EMPRESAS, da INFORMAÇÃO, do CONHECIMENTO, da INOVAÇÃO, das NOVAS TECNOLOGIAS, da SUSTENTABILIDADE e de um POSSÍVEL e NOVO mundo, da JUSTIÇA, da PAZ, da IGUALDADE – e com EQUIDADE –, e da FRATERNIDADE UNIVERSAL...

Este é o nosso SONHO, o nosso AMOR, a nossa LUTA, a nossa FÉ e a nossa ESPERANÇA... a nossa PERSEVERANÇA!...

O BRASIL TEM JEITO!...

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