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quarta-feira, 26 de dezembro de 2018

A EXCELÊNCIA EDUCACIONAL, AS LUZES DA ESPERANÇA E AS EXIGÊNCIAS DAS HABILIDADES COMPORTAMENTAIS NA SUSTENTABILIDADE


“O esperado ‘feliz 2019’
        Mais do que nunca, a normal manifestação de fim de ano, bem desgastada e protocolar, este ano se reveste de um sentido bem especial e muito significativo. Precisamos, urgentemente, não de um, mas de muitos anos felizes para nossa pátria.
         Precisamos resgatar nossos valores éticos e morais já há muito desgastados pelos larápios, ladrões, assaltantes do dinheiro público, trasvestidos de políticos, funcionários públicos, burocratas, executivos de empresas privadas e estatais que tiram o que é do povo em benefício próprio, deixando-o à míngua, sem segurança adequada, sem transporte público decente, sem escolas aparelhadas. Como uma nuvem de gafanhotos insaciáveis, destroem tudo, incluindo a dignidade humana de mais de 50 milhões de brasileiros que vivem abaixo da linha da pobreza.
         Precisamos ter acesso a empregos qualificados, não ser uma nação de informais e subempregados sem nenhuma seguridade social. O emprego é o direito natural de todo cidadão de bem. O trabalho dignifica o homem e a mulher para o necessário sustento de sua família. A corrupção, a má gestão e a desigualdade social ceifaram milhões de cargos de trabalho nos últimos anos.
         Precisamos olhar o futuro com esperança e acreditar nas boas oportunidades para nossos filhos e netos. O país tem uma riqueza imensa, uma biodiversidade a ser explorada, belezas naturais que poderiam trazer muita felicidade para os que querem trabalhar e colaborar com a grandeza de nossa sociedade. Bastava que alguns não quisessem tudo para si. Mas, infelizmente, não receberemos nada disso como presente de Natal. Isso precisa ser conquistado, com luta diária e incessante.
         Precisamos vigiar e afastar de nossa casa comum as ratazanas que infestam nossos órgãos públicos, quer sejam federais, estaduais ou municipais, quer sejam do Executivo, do Legislativo ou do Judiciário. Como diz a Bíblia, “a messe é grande e os trabalhadores são poucos” ... Se os cidadãos e cidadãs de boa vontade e honestidade não se unirem, os canalhas e ladrões continuarão a tomar e roubar não apenas nosso presente, mas também nosso futuro. O preço da liberdade é a eterna vigilância. Sejamos diligentes e vigilantes porque os ladrões não dormem. Que o Brasil encontre seu grandioso futuro já em 2019.
         Veremos o que o futuro nos reserva.”.

(CELSO TRACCO. Economista e autor do livro Às margens do Ipiranga – a esperança em sobreviver numa sociedade desigual, em artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 21 de dezembro de 2018, caderno OPINIÃO, página 7).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de artigo publicado no mesmo veículo, edição, caderno e página, de autoria de DOM WALMOR OLIVEIRA DE AZEVEDO, arcebispo metropolitano de Belo Horizonte, e que merece igualmente integral transcrição:

“Competência relacional
        ‘Conhece-te a ti mesmo.’ Este princípio filosófico-socrático é importante indicativo para orientar a competência relacional, num momento em que as novas formas de comunicação e partilha de informações trazem incontáveis possibilidades e desafios. A contemporaneidade exige, sobretudo, o respeito ao outro, a partir do mais nobre sentido de alteridade. Isso porque a conduta humana está exposta ao risco de ser reduzida a um comportamento robótico, induzido pela supervalorização da técnica.
         A tecnologia proporciona a invenção de equipamentos desenvolvidos para produzir muito, incansavelmente, sem necessidade de repouso, lazer, espiritualidade e, principalmente, de dedicação aos relacionamentos. Por isso mesmo, esses equipamentos, incluindo os robôs, não podem ser comparados a seres humanos, que se singularizam, especialmente, pela incomparável competência relacional.
         É essa competência que envolve e articula o sentido da vida, a razão do trabalho, o amor pelos outros, a reverência e o compromisso com a promoção da dignidade do ser humano. A espiritualidade e a vivência da fé são essenciais para desenvolver a habilidade relacional, pois contribuem para o cultivo do altruísmo, base da solidariedade, remédio que cura os descompassos sociais e políticos. O avanço tecnológico pode ser bom, pois permite, a partir das operações robóticas e da informatização, mais produtividade e qualificação profissional. Mas essas inovações somente serão benéficas se proporcionarem a cada pessoa mais tempo para se dedicar à competência relacional, tão importante à condição humana.
         Um olhar dirigido à realidade permite constatar que o mais importante não são os recursos técnicos, mas as habilidades comportamentais. É impressionante como o mundo torna-se cada vez mais tecnológico, um processo inevitável, com mudanças profundas imprevisíveis. Basta pensar como era o mundo do trabalho há algumas décadas para perceber as muitas transformações. Essas mudanças não significaram somente conquistas, mas também o surgimento de graves problemas. As redes sociais digitais, por exemplo, não apenas possibilitaram a aproximação de pessoas, mas deram origem a novas manifestações do ódio, da perseguição e da intolerância. Assim, são necessários investimentos na competência relacional, para que o progresso técnico esteja comprometido com o bem comum.
         Os diferentes segmentos da sociedade devem se convencer, urgentemente, da importância de se investir nas habilidades comportamentais. Os êxitos dependem dessas habilidades. Não basta, simplesmente, o conhecimento técnico. É preciso muito mais: a competência relacional, característica constitutiva de cada pessoa, ligada à capacidade inesgotável de amar e se aproximar do amor de Deus, que se faz ainda mais próximo de todos a partir da encarnação do verbo eterno, Jesus Cristo. Sem o necessário investimento na habilidade para se relacionar, o ser humano adoece, torna-se mais frágil. Agravam-se as desconexões, arruínam-se os funcionamentos institucionais e de grupos.
         Campo permanente de aprendizagem, o desenvolvimento da competência relacional recebe especial atenção da Igreja Católica: o Concílio Vaticano II, realizado de 1962 a 1965, publicou dois documentos – sobre a Igreja no mundo e a missão dos bispos e dos padres – que ressaltam a importância dessa competência. As ações administrativas e gerenciais, os investimentos inteligentes na organização sistêmica das atividades pastorais e missionárias não podem substituir a primazia dos relacionamentos interpessoais, sob pena de adoecimentos graves, do distanciamento da alegria e da audaciosa coragem inspiradas pela fé.
         Não raramente, por falta de habilidade na forma de falar ou elaborar juízos, processos são comprometidos, pessoas adoecem, horizontes ficam obscuros, principalmente no exercício da liderança. As tecnologias avançam, fruto da razão, mas não podem substituir as necessárias habilidades emocionais do ser humano. Todos são convidados a dedicar-se à própria interioridade, um investimento na competência relacional.”.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, civilizadas, soberanas, democráticas e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:
a)     a excelência educacional – pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas, gerando o pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional (enfim, 129 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade...);
b)    o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em outubro a ainda estratosférica marca de 275,68% nos últimos  doze meses, e a taxa de juros do cheque especial se manteve em históricos 300,37%; e já o IPCA, em novembro, também no acumulado dos últimos doze meses, chegou a 4,05%); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade    “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis e irreversíveis prejuízos, perdas e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 518 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, à falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;
c)     a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2018, apenas segundo o Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1,847 trilhão (52,4%), a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão de R$ 1,106 trilhão), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega, do direito e da justiça:
- pagar, sim, até o último centavo;
- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente, competente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”).

Isto posto, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela excelência educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, solidária e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo do direito, da justiça, da verdade, do diálogo, da liberdade, da paz, da solidariedade, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”
57 anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2018)

- Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...
- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas ...
- Por uma Nova Política Brasileira ...
- Pela excelência na Gestão Pública ...
- Pelo fortalecimento da cultura da sustentabilidade, em suas três dimensões nucleares do desenvolvimento integral: econômico; social, com promoção humana, e, ambiental, com proteção e preservação dos nossos recursos naturais ...
- A alegria da vocação ...  

Afinal, o Brasil é uma águia pequena que já ganhou asas e, para voar, precisa tão somente de visão olímpica e de coragem! ...      

E P Í L O G O

CLAMOR E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO

“Oh! Deus, Criador e Legislador, fonte de infinita misericórdia!
Senhor, que não fique, e não está ficando, pedra sobre pedra
Dos impérios edificados com os ganhos espúrios, injustos e
Frutos da corrupção, do saque, da rapina e da dilapidação do
Nosso patrimônio público.
Patrimônio esse construído com o
Sangue, suor e lágrima,
Trabalho, honra e dignidade do povo brasileiro!
Senhor, que seja assim! Eternamente!”.






terça-feira, 24 de dezembro de 2013

A CIDADANIA, A SUBSTÂNCIA DA VIDA E A EDUCAÇÃO NO NATAL

“Um concílio de toda a cristandade é a única possibilidade de salvação
        
         Celebramos 50 anos da morte do papa João XXIII (1881-1963), seguramente o papa mais importante do século XX. A ele se deve a renovação da Igreja Católica, que tentou definir o seu lugar dentro do mundo moderno. No dia 25 de janeiro de 1959, sem avisar ninguém, declarou diante dos cardeais estupefatos, reunidos na Abadia Beneditina de São Paulo Fora dos Muros, que iria convocar um concílio ecumênico.
         Por sua própria conta, havia feito um juízo crítico sobre a situação do mundo e da Igreja. Percebera que estávamos diante de uma nova fase histórica: a fase do mundo moderno com sua ciência. A Igreja precisava situar-se positivamente dentro desse fato emergente. Até então, a atitude era de desconfiança e de condenação. O papa entendeu que esse comportamento levava a Igreja ao isolamento e à estagnação para seu próprio dano.
         Ele repetiu o velho dito: “Vox temporis vox Dei (“a voz do tempo é a voz de Deus”); “isso não significa”, disse ele, “que tudo no mundo, assim como se encontra, representa a voz de Deus; significa que tudo carrega uma mensagem de Deus; se boa, para ser seguida, se ruim, para ser mudada”.
         Efetivamente, o Concílio Vaticano II se realizou em Roma (1962-1965); o papa o abriu, mas morreu antes de sua conclusão. Seu espírito, entretanto, marcou todo o evento.
         Dois eram seus motes principais: “aggiornamento” e concílio pastoral. “Aggiornamento” é dizer: sim para o novo, sim para a atualização da Igreja em sua linguagem. Concílio pastoral queria exprimir uma relação de abertura e diálogo para com as pessoas e o mundo. Portanto, nada de condenações do modernismo como se fizera furiosamente antes. Em vez de doutrinas, diálogo, mútuo aprendizado.
         Talvez esta afirmação de João XXIII resuma seu espírito: “A vida do cristão não é uma coleção de antiguidades. Não se trata de visitar um museu ou uma academia. Isso, sem dúvida, pode ser útil – como o é a visita aos monumentos –, mas não é suficiente. Vive-se para progredir, embora tirando seu proveito das práticas, e mesmo das experiências do passado para ir mais longe na trilha que Nosso Senhor nos mostra”.
         De fato, o concílio colocou a Igreja dentro do mundo moderno, participando de suas conquistas. A Igreja da América Latina logo percebeu que não havia apenas o mundo moderno, mas o submundo sobre o qual pouco se disse. Em Medellín (1969) e Puebla (1979), viu-se que a missão da Igreja no submundo, feito de pobreza e de opressão, deve ser de promoção da justiça social e de libertação.
         Passaram-se 50 anos. O mundo e o submundo mudaram muito. Surgiram novos desafios: da globalização econômica e consequente consciência planetária, a dissolução do império soviético, as novas formas de comunicação social que unificaram o mundo, a erosão da biodiversidade, a percepção dos limites da Terra e da possibilidade de extermínio da espécie humana.
         Tudo aponta para a necessidade de um novo concílio ecumênico. Agora não se trata apenas de convocar só os bispos da Igreja Católica. Face aos perigos que nos ameaçam, todo o cristianismo, com suas igrejas, está sendo desafiado. Precisamos tomar a sério a aliança que o grande biólogo E. Wilson propôs entre as igrejas e as religiões e a tecnociência, caso queiramos salvar a vida no planeta. Como essas forças religiosas podem contribuir para que tenhamos ainda futuro? A subsistência da vida é o pressuposto de tudo. Os cristãos deverão esquecer suas diferenças e se unir para essa missão salvadora.”
(LEONARDO BOFF. Filósofo e teólogo em artigo publicado no jornal O TEMPO Belo Horizonte, edição de 16 de agosto de 2013, caderno O.PINIÃO, página 22).
Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Cidadania e Qualidade vem de artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 18 de dezembro de 2013, caderno OPINIÃO, página 7, de autoria de FREI BETTO, que é escritor, autor de Alfabetto – autobiografia escolar (Ática), entre outros livros, e que merece igualmente integral transcrição:

“Peça educação no Natal
        
         Minha amiga Gilda Portugal Gouvêa diz que seu partido se chama educação. Quem dera  os partidos no poder não tratassem a educação com tanto descaso. Basta dizer que o Plano Nacional de Educação (PNE), encaminhado ao Congresso em 2010, dormita desde então nas gavetas do Legislativo.
         Talvez convenha aos “300 picaretas” do Congresso que a nossa gente prossiga inculta. Caso contrário, eles não seriam eleitos, reeleitos, imortalizados na política brasileira, tratando-a como seu feudo.
         O Pisa, que mede a qualidade da educação de alunos de 6 a 15 anos no mundo, acaba de divulgar seu relatório 2003-2012. Entre 65 nações, o Brasil ocupa o vergonhoso 58º lugar, embora tenha tido o maior avanço em matemática entre alunos de 15 anos. Porém, pioramos dois pontos em matéria de leitura (haja TV e internet) e não avançamos nem um ponto em ciências.
         Nosso governo investe pouco em educação. Pouco mais de 5% do PIB. O PNE propõe subir para 7%. O ideal seriam 10%, como fizeram os países da Ásia, que, hoje, ocupam os primeiros lugares em educação de qualidade. Não há árvore sólida sem raízes profundas. O Brasil jamais investiu e incentivou a educação infantil, de até 6 anos. Ela é a base para que as pessoas venham a ter melhor desempenho na escola e na atividade profissional.
         Nosso país gasta o equivalente a US$ 26.765 (cerca de R$ 63 mil) por aluno entre 6 e 15 anos. Menos de 1/3 do que é mundialmente recomendado: US$ 83.382 (cerca de R$ 196 mil) por estudante ao longo de nove anos. Entre 49 países, ocupamos a 38ª posição em gastos com a educação. Nos países melhor avaliados, os recursos destinados à educação são mais equitativamente distribuídos entre escolas que atendem pobres e ricos.
         Aqui não. O ensino público está sucateado, os professores ganham mal e não dispõem de tempo de pesquisas e aprimoramento, as instalações são pecarias, e a falta de tempo integral dos alunos na escola nos impede de vir a ser uma nação culta, com profissionais altamente qualificados. Nem sequer dispomos de um plano de valorização do professor.
         O Vietnã, por exemplo, gasta apenas US$ 6.969 (cerca de R$ 16,4 mil) por aluno entre 6 e 15 anos, mas o faz tão bem que ocupa o 15º lugar na avaliação do Pisa, 41 postos acima do Brasil. Aliás, o Vietnã venceu os EUA pela segunda vez: a primeira, ao derrotá-los na guerra (1965-1975) e, agora, superou-os nas avaliações de matemática e ciências.
         Entre os estados do Brasil, o que recebeu melhor nota no Pisa em 2012 foi o Espírito Santo. O Distrito Federal ficou em 2º lugar. Minas, em 6º, São Paulo em 7º. E Rio em 10º. Na rabeira figuram Maranhão e Alagoas, governados até hoje por oligarquias políticas. Entre 2003 e 2012, foram incluídos nas escolas 420 mil crianças e jovens. O governo federal se gaba disso. Mas, e a qualidade do ensino? Por que o Brasil se sai tão mal nas avaliações do item educação?
         Pesquisa recente em 100 universidades dos países emergentes (Brasil, China, Rússia, Índia, África do Sul, Turquia, Polônia, Taiwan e Tailândia) apontou apenas quatro de nossas universidades no ranking: USP (11ª), Unicamp (24ª), UFRJ (60ª) e Unesp (87ª). A China aparece no topo, com 23 universidades entre as 100.
         Dados do IBGE (Pnad 2012) divulgados na última semana de novembro revelam algo estarrecedor: 9,6 milhões de jovens brasileiros, entre 15 e 29 anos, não estudam e nem trabalham. É a turma do “nem nem”. Isso equivale a uma em cada cinco pessoas da respectiva faixa etária. Mais do que a população de Pernambuco, que no censo de 2010 soma 8,7 milhões de pessoas. Diante desse dado, não surpreende a força do narcotráfico e o alto número de jovens daquela faixa de idade que são assassinos ou assassinados. Como viver ou se ocupar sem estudar e/ou trabalhar?
         Neste Natal, se ainda acreditasse em Papai Noel, eu pediria a ele o único presente capaz de salvar a nação brasileira: educação. Como a ilusão acabou, resta a mim e a todos a ação cidadã, para que a educação seja considerada prioridade nacional. A começar pela aprovação do projeto do senador Cristovam Buarque (PDT-DF), que obriga todo político a matricular seus filhos em escolas públicas.”

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, civilizadas, soberanas, democráticas e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematizaçao de questões deveras cruciais como:

     a)     a educação – universal e de qualidade, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idades, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas;

     b)    o combate, implacável e sem trégua, aos três dos nossos maiores e mais avassaladores inimigos que são: I a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero; II – a corrupção, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional,  gerando incalculáveis prejuízos e comprometimentos de vária ordem; III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis;
     
     c)     a dívida pública brasileira, com projeção para 2013, segundo o Orçamento Geral da União, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1 trilhão, a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (apenas com esta rubrica, previsão de R$ 610 bilhões), a exigir igualmente uma imediata, abrangente, qualificada e eficaz auditoria...

Destarte, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos,  diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais contundente ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela cidadania e qualidade, visando à construção de uma Nação verdadeiramente justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, desenvolvida e solidária, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros, especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos e que contemplam eventos como a Copa do Mundo de 2014; a Olimpíada de 2016; as obras do PAC e os projetos do pré-sal, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo da justiça, da liberdade, da paz, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!...


O BRASIL TEM JEITO!...

segunda-feira, 4 de março de 2013

A CIDADANIA, O PAPA, AS DINÂMICAS HISTÓRICAS E A FORÇA DA ESPIRITUALIDADE


“O papa e as tensões internas da Igreja no mundo e na história
         
         Há uma tensão sempre viva dentro da Igreja e que marca o perfil de cada papa. Quais são a posição e a missão da Igreja no mundo?
         Uma concepção equilibrada deve assentar-se sobre duas pilastras fundamentais: o Reino e o mundo. O Reino é a mensagem central de Jesus, sua utopia de uma revolução absoluta que reconcilia  a criação consigo mesma e com Deus. O mundo é o lugar onde a Igreja realiza seu serviço ao Reino e onde ela mesma se constrói. Importa saber articular Reino-mundo-Igreja. Ela pertence ao Reino e também ao mundo. Possui uma dimensão histórica com suas contradições e outra, transcendente.
         Como viver essa dentro do mundo e da história? Apresentam-se dois modelos diferentes e, por vezes, conflitantes: o do testemunho e o do diálogo.
         O modelo do testemunho afirma com convicção: temos o depósito da fé, dentro do qual estão todas as verdades necessárias para a salvação; temos os sacramentos que comunicam a graça; temos uma moral bem-definida; temos a certeza de que a Igreja Católica é a Igreja de Cristo, a única verdadeira; temos o papa, que goza de infalibilidade em questões de fé e de moral; temos uma hierarquia que governa o povo fiel; e temos a promessa da assistência permanente do Espírito Santo. Isso tem que ser testemunhado face a um mundo que não sabe para onde vai e que, por si mesmo, jamais alcançará a salvação. Ele terá que passar pela mediação da Igreja.
         Os cristãos desse modelo se sentem imbuídos de uma missão salvadora única. Nisso são fundamentalistas e pouco dados ao diálogo.
         O modelo do diálogo parte de outros pressupostos: o Reino é maior que a Igreja e conhece, também uma realização secular, onde há verdade, amor e justiça; o Cristo ressuscitado possui dimensões cósmicas e empurra a evolução para um fim bom; o Espírito está sempre presente na história e nas pessoas do bem; Ele chega antes do missionário. Deus nunca abandonou os seus e a todos oferece chance de salvação.
         A missão da Igreja é ser sinal dessa história de Deus dentro da história humana e, também, um instrumento de sua implementação junto com  outros caminhos espirituais. Se a realidade está empapada de Deus, devemos todos dialogar.
         O primeiro modelo do testemunho é da Igreja da tradição. Era o modelo do papa João Paulo II, que corria o mundo empunhando a cruz como testemunho de que aí vinha a salvação. Era o modelo, mais radicalizado ainda, de Bento XVI.
         O modelo do diálogo é do Concílio Vaticano II, de Paulo VI, e de Medellin e de Puebla, na América Latina. Viam o cristianismo não como um depósito, mas como uma fonte de águas vivas e cristalinas que podem ser canalizadas por muitos condutos culturais.
         O primeiro modelo, do testemunho, assustou muitos cristãos que se sentiam infantilizados e desvalorizados em seus saberes profissionais. O segundo  modelo, do diálogo, aproximou a muitos, pois se sentiam em casa, ajudando a construir uma Igreja aprendiz e aberta ao diálogo com todos. O efeito era o sentimento de liberdade e de criatividade.
         Esse modelo do diálogo se faz urgente caso a instituição Igreja queira sair da crise em que se meteu.
         Devemos discernir com inteligência o que atualmente melhor serve à mensagem cristã no interior de uma crise ecológica e social de gravíssimas consequências. O problema central não é a Igreja, mas o futuro da Mãe Terra, da vida e da nossa civilização. Como a Igreja ajuda nessa travessia? Só dialogando e somando forças com todos.”
(LEONARDO BOFF. Filósofo e teólogo, em artigo publicado no jornal O TEMPO Belo Horizonte, edição de 15 de fevereiro de 2013, caderno O.PINIÃO, página 18).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Cidadania e Qualidade vem de artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 1º de março de 2013, caderno OPINIÃO, página 9, de autoria de DOM WALMOR OLIVEIRA DE AZEVEDO, Arcebispo metropolitano de Belo Horizonte, e que merece igualmente integral transcrição:

“Agradecidos, Bento XVI
        
         Com reverência e grande apreço, somos agradecidos pelo pontificado de Bento XVI, que, como sucessor do apóstolo Pedro, ajudou a Igreja, em tempos de aceleradas mudanças e enormes desafios humanitários, a cumprir sua tarefa missionária: anunciar o evangelho da vida, para fazer de todos discípulos e discípulas de Jesus Cristo.
         O agradecimento reverente projeta luzes sobre um ministério exercido com extrema lealdade, humildade edificante, cultivado a partir de uma sabedoria temperada, admirável envergadura intelectual aliada a uma espiritualidade reveladora de uma profunda intimidade com Deus. Essas qualidades de Bento XVI, para além das vicissitudes humanas enfrentadas nas instituições todas, produzindo desafios relacionais e existenciais, traçou para a Igreja horizontes que a capacitaram ainda mais no enfrentamento das questões fundamentais da fé no seu diálogo imprescindível com a razão.
         Um caminho exigente, na contramão de uma religiosidade entendida e vivida com mágica milagreira ou como lugar da conquista e de exercícios inadequados do poder que seduz, desfigura e distancia-se da condição de todos como servos da vinha do Senhor. Há de se recordar que Bento XVI, em 2005, dirigindo-se pela primeira vez à multidão presente na Praça de São Pedro, delineou a consciência clara de seu entendimento sobre sua pessoa e sobre seu ministério iniciante como sucessor de Pedro. Ele se apresenta – como não pode deixar de ser a apresentação dos discípulos de Jesus, sejam quais forem as circunstâncias, cargos, ofícios e responsabilidades -  como simples servo da vinha do Senhor, chamado naquele momento ao exigente serviço como papa.
         Esse simples servo, com envergadura moral, intelectual e espiritual de gigante da fé, dialogou com seu Deus, em confiança amorosa, para decidir, por iluminação própria da fé e da inteligência, que era um bem maior concluir sua tarefa no ministério petrino. Sua renúncia causou, naturalmente, comoção e reações de grande surpresa. Ninguém destes tempos havia vivido uma situação semelhante. O inusitado da renúncia de um papa, na realidade dos tempos atuais, em se considerando os enormes desafios vividos pela Igreja Católica, no enfrentamento de questões espinhosas, como a chaga da pedofilia ou diálogo com o mundo, quando se pensa a secularização e o relativismo ético, projetou um oceano de conjeturas e suposições.
         No turbilhão de hipóteses e análises, muitas delas inadequadas, maliciosas e até perversas, uma luz de razão e humanismo focaliza a dimensão da fé. A renúncia do papa Bento XVI desenha no horizonte da Igreja e também da sociedade contemporânea a mais genuína e indispensável lição do evangelho. Sua renúncia se assenta, antes de tudo, na confiança no seu mestre e Senhor e na mais qualificada conquista espiritual de simplicidade e humildade. Essas virtudes geram a coragem do desapego, a alegria da liberdade e a consciência lúcida do seu lugar, agora como orante no acompanhamento e sustento da Igreja na sua missão.
         Houve quem jogou a hipótese de uma “descida da cruz”. Bento XVI, sabiamente e de modo sereno, ajusta a possível incompreensão, ponderando que não desceu da cruz, mas está aos pés do crucificado. Sublinha sua condição de discípulo e servo, jamais de Senhor e salvador. A lição é desconcertante e interpelante. Não simplesmente porque é inusitado um papa renunciar, mas, sobretudo, porque remete ao mais genuíno sentido de humildade e desapego para a ajudar a humanidade e, particularmente, a Igreja no exercício mais essencial de seu peregrinar, aquele de fixar mais, acima de tudo, seu olhar em Jesus, o salvador.
         Esse é o ensinamento que Bento XVI nos oferece como testemunho de fé, de sábia localização da condição humana nas mãos e no coração de Deus. Uma lição simples e profunda. Deus fez de Bento XVI um instrumento para indicar ao mundo contemporâneo e à sua Igreja que o terror da falta de sentido, os absurdos das lutas pelo poder, a desqualificação humana produzida pela maledicência e pelas arbitrariedades só têm cura quando se elege esse lugar de simples servo da vinha para viver e para ser. Essa lição, aprendida e vivida, dará rumo novo à sociedade e à Igreja. Somos agradecidos, Bento XVI.”

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, lúcidas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, civilizadas, soberanas, democráticas e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:
     
     a)     a educação – universal e de qualidade, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas;
     b)    o combate, implacável e sem trégua, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados; II – a corrupção, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis prejuízos e comprometimentos de vária ordem; III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis;
     c)     a dívida pública brasileira, com projeção para 2013, segundo o Orçamento Geral da União, de astronômico e insuportável desembolso de cerca de R$ 1 trilhão, a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (apenas com esta rubrica, previsão de R$ 610 bilhões), a exigir igualmente uma imediata, abrangente, qualificada e eficaz auditoria...

Destarte, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tamanha sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de extremas e sempre crescentes demandas, necessidades, carências e deficiências, o que aumenta o colossal abismo das desigualdades sociais e regionais e nos afasta num crescendo do seleto grupo dos sustentavelmente desenvolvidos...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela cidadania e qualidade, visando à construção de uma Nação verdadeiramente justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, desenvolvida e solidária, que permita a partilha de suas extraordinárias riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros, especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos e que contemplam eventos como a 27ª Jornada Mundial da Juventude no Rio de Janeiro em julho; a Copa das Confederações em junho; a Copa do Mundo de 2014; a Olimpíada de 2016; as obras do PAC e os projetos do pré-sal, segundo as exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das empresas, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo da  justiça, da liberdade, da paz, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!...

O BRASIL TEM JEITO!...

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

A CIDADANIA, AS URGÊNCIAS EDUCATIVAS E O PAPA CONTRA A CULTURA DA MORTE


“Urgências educativas
         
          
         Os cenários socioculturais, religiosos e políticos indicam permanentemente que é preciso reconhecer as urgências educativas como prioridades, para fazer diferença nas dinâmicas, funcionamento e nas respostas de demandas inadiáveis. Essas respostas estratégicas e urgentes para o alcance de um novo cenário na infraestrutura e, particularmente, nas relações sociais e políticas dependem de uma cultura com força de inspiração.
         Princípios estratégicos e a inteligência da gestão não são suficientes para configurar o quadro novo que a sociedade brasileira, em se considerando o contexto socioeconômico propício, precisa – e sem mais adiamentos. Quando se analisa, por exemplo, a falta de mão de obra qualificada, torna-se mais visível o grande desafio que exige investimentos, formação técnica e articulações para inserir a população no contexto das dinâmicas e oportunidades de trabalho qualificado.
         Mas também não bastam os investimentos na formação técnica de profissionais. Ao se pensar num horizonte de intocável respeito à cidadania de todos, é preciso avançar na infraestrutura global, que abrange moradia, transporte, saúde, entre outros setores. A sociedade não vai avançar, na velocidade esperada e exigida, no ritmo das mudanças e das demandas que surgem neste terceiro milênio, se não for reconhecido o permanente desafio de empreender uma grande obra educativa e cultural.
         Nesse caminho, é preciso ir além das dinâmicas político-partidárias, que, sozinhas, não garantem o avanço da sociedade, sobretudo no que se refere ao exercício da cidadania e necessidades da população. Com  muita frequência, a exaltação partidária é uma atividade improdutiva e ultrapassada, particularmente quando se restringe a uma “ladainha”, com exaltação de feitos e de figuras. No mundo contemporâneo não cabe mais esse tipo de prática. Basta pensar, por exemplo, o nível de socialização, participação e abordagem que o mundo digital proporciona, gerando um cultura diferente, que dilui concepções piramidais de funcionamento nas relações políticas e sociais. E quando há um coro dos que insistem em permanecer nos velhos funcionamentos, as entidades e instâncias que abrigam esses atores caem no descrédito.
         É importante consultar os índices de credibilidade de instituições, pois são indicadores para a reflexão sobre o conjunto de procedimentos que incluem a consideração da fidelidade aos princípios éticos, dinâmicas de funcionamento, atendimento com serviço qualificado e proximidade com o povo a partir de um diálogo corajoso. Discursos em eventos e efeitos produzidos apenas pela força da mídia não são suficientes para se colaborar na construção de um processo educativo e cultural necessário. Se o teor dessa análise parece complexo, a referência é diretamente vinculada aos funcionamentos de uma sociedade que está exigindo da classe política maior coerência e competência, para ações mais rápidas e qualificadas.
         Exigência que expõe, particularmente, o desafio de se alcançarem mecanismos inteligentes de burocracias governamentais, também responsáveis pelos atrasos no desenvolvimento da sociedade. Um aspecto a se analisar, por exemplo, é o absurdo da demora nos investimentos nas estradas. A morosidade alimenta o processo vergonhoso que produz um número de mortes equivalente ao das guerras.
         A grande obra educativa e cultural, indispensável para avançarmos, supõe a participação de todos, investimentos acertados, empenho responsável de cada um. Sua influência determinante a faz ser, sempre, o ponto de partida, em tudo e para tudo, na compreensão de que é necessário deixar-nos guiar por uma imagem integral da pessoa, respeitando todas as dimensões do seu ser e subordinando as necessidades materiais àquelas espirituais e interiores. Uma obra educativa e cultural só é inesgotável quando assentada sobre valores morais e espirituais.”
(DOM WALMOR OLIVEIRA DE AZEVEDO. Arcebispo metropolitano de Belo Horizonte, em artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 22 de fevereiro de 2013, caderno OPINIÃO, página 9).

Mais importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Cidadania e Qualidade vem de artigo publicado na revista VEJA, edição 2309 – ano 46 – nº 8, de 20 de fevereiro de 2013, páginas 90 e 91, de autoria de REINALDO AZEVEDO, e que merece igualmente integral transcrição:

“Bento XVI contra a cultura da morte
         
           Ao anunciar que deixará o pontificado no próximo dia 28, o papa Bento XVI  tomou a mais ousada decisão na sua luta contra a cultura da morte e contra o relativismo, que hoje reivindicam o estatuto de um humanismo superior e que se infiltraram no seio da Igreja Católica. Em muitos aspectos, são os inimigos mais poderosos e articulados que ela jamais enfrentou. O sumo pontífice empenhado na preservação da “Cidade de Deus”, para lembrar Santo Agostinho (354-430), de quem é admirador confesso, apelou à experiência do cardeal Joseph Ratzinger, um profundo conhecedor da “cidade dos homens”, e agiu. O teólogo mais influente da Igreja nos últimos 35 anos pode, assim, articular a própria sucessão. Nos dias que se seguiram ao anúncio da decisão, o papa não disse boa parte do que lhe atribuíram e falou bem mais do que muitos perceberam. Ao renunciar, definiu um caminho. Você pode não acreditar em Deus, leitor. Mas evite o ridículo em que vejo cair muitos colegas, daqui e de fora, de não acreditar na clareza da Igreja.
         Na Quarta-Feira de Cinzas, diante dos cardeais, Bento XVI censurou “os golpes dados contra a unidade da Igreja” e “as divisões no corpo eclesial”. No trecho mais significativo de sua homilia, a que se deu pouco destaque, citou o apóstolo Paulo: “Ele denuncia a hipocrisia religiosa, o comportamento que deseja aparecer, os hábitos que procuram o aplauso e a aprovação. O verdadeiro discípulo não serve a si mesmo nem ao público, mas a seu Senhor, na simplicidade e na generosidade”. No dia seguinte, num encontro com sacerdotes da Diocese de Roma, conclamou: “Temos de trabalhar para a realização verdadeira do Concílio (Vaticano II) e para a verdadeira renovação da Igreja”.
         Os “golpes contra a unidade da Igreja” e as “divisões no corpo eclesial” não remetem às picuinhas de bastidores do Vaticano. É um erro ler a vida intelectual da Igreja como quem analisava as divisões internas do Kremlim, e analisa agora as do Palácio do Planalto ou da CBF. Não se está discutindo se, depois da disciplina bronca de Dunga, é chegada a hora da bonomia molenga de Mano Menezes... O catolicismo é um pouco mais complexo. Ao citar São Paulo e lembrar “o verdadeiro discípulo não serve a si mesmo nem ao público, mas a seu Senhor”, Bento XVI está afirmando o óbvio,  frequentemente esquecido até pela hierarquia religiosa, especialmente pelos partidários de certa “Escatologia da Libertação”: para os católicos, a Igreja não é autora de uma verdade humana, submetida a uma permanente revisão, mas a depositária de uma verdade revelada por Deus, que é eterna.
         A confusão só fez aumentar quando o papa afirmou ser preciso trabalhar para “a realização verdadeira do Concílio Vaticano II” e para “a verdadeira renovação da Igreja”. Ignorou-se o adjetivo “verdadeiro”, dito e reiterado, e se deu destaque à “renovação”. Bento XVI estaria, assim, admitindo a própria obsolescência e a da instituição que dirige. O Concílio teve duas faces, a boa e a má. Com ele, o catolicismo buscou se abrir mais à experiência comunitária, um retorno às origens. Fez bem. É preciso radicalizar essa experiência. Mas se deixou infiltrar pelo proselitismo ideológico de esquerda, substituindo, especialmente nos anos 60 e 70, os Evangelhos por uma versão da luta de classes ainda mais primitiva do que a dos comunistas. Nos dias correntes, essa expressão particular do laicismo degenerou no que aqui se chama “cultura da morte”, manifesta especialmente na defesa da legalização do aborto e da eutanásia e no relativismo, segundo o qual a verdade revelada por Cristo e iguala a outras tantas. Não para a Igreja. Não para os católicos. A “verdadeira renovação” de Bento XVI significa a reiteração de fundamentos que não são nem velhos nem reacionários, mas apenas eternos. Para quem crê, é evidente.
         Decisão como essa não de toma de inopino, muito menos em solidão. Quando tornou pública a sua mensagem em homenagem ao Dia Mundial da Paz, em 1º de janeiro, Bento XVI já tinha traçado o caminho da Igreja. E lá se lê com todas as letras e sem nenhuma ambiguidade: “Condição preliminar para a paz é o desmantelamento da ditadura do relativismo e da apologia duma moral totalmente autônoma, que impede o reconhecimento de quão imprescindível seja a lei moral natural inscrita por Deus na consciência de cada homem. A paz é construção em termos racionais e morais da convivência, fundando-a sobre um alicerce cuja medida não é criada pelo homem, mas por Deus”.
         Bento XVI é aquele que veio restaurar na cristandade contemporânea a convicção de que fé e razão podem conviver e se iluminar mutuamente, como já queria Santo Agostinho no século V, de quem o papa, na verdade, fez uma glosa. O chefe da Igreja reafirma a herança do Agostinho da maturidade, segundo quem a Divina Providência dotou o homem do livre-arbítrio – a “lei moral natural inscrita por Deus em nossa consciência”. Ocorre que esse exercício da vontade, como queria o santo, “só é meritoriamente livre quando liberado pela graça de Deus”. Nesse mesmo texto, Bento XVI atacou a cultura da morte: “O caminho para a consecução do bem comum e da paz e, antes de mais nada, o respeito pela vida humana. (...) Quem deseja a paz não pode tolerar atentados e crimes contra a vida. Aqueles que não apreciam suficientemente o valor da vida humana, chegando a defender, por exemplo, a liberalização do aborto, talvez não se deem conta de que, assim, estão a propor a consecução duma paz ilusória. (...) Tampouco é justo codificar  ardilosamente falsos direitos ou opções que, (...) com o hábil recurso a expressões ambíguas tendentes a favorecer um suposto direito ao aborto e à eutanásia, ameaçam o direito fundamental à vida”.
         A “verdadeira renovação”, e não a falsa, da instituição de 2000 está na conservação dos seus valores. Não será desta vez – e, por óbvio, nunca será – que a Igreja vai aderir a uma pauta que a destruiria em busca, como advertiu o apóstolo Paulo, “do aplauso e da aprovação”. Ao contrário! É preciso combater com vontade e energia “o desregramento  perverso dos pecadores”. A Igreja, é verdade, perde fiéis e tem dificuldade de formar sacerdotes na Europa, mas se expande na África e na Ásia, onde a defesa incondicional da vida e da família dita “tradicional” tem potencial subversivo, a exemplo do que acontecia no mundo helênico, nos primeiros tempos do cristianismo. Não por acaso, o cristianismo, em especial o catolicismo, é a religião mais perseguida no mundo.
         Em pleno século XXI, milhares de pessoas são mortas porque ousam proclamar a mensagem de Cristo. Em Darfur, no Sudão, 500 000 foram assassinadas no que a imprensa ocidental chamou candidamente de “conflitos sectários”. Eram cristãos sendo massacrados por milícias islâmicas. No dia 11 de abril, a encíclica Pacem in Terris, do celebrado João XXIII, completa cinquenta anos. Lá está: “Em uma convivência humana bem constituída e eficiente, é fundamental o princípio de que cada ser humano é pessoa; isto é, natureza dotada de inteligência e vontade livre. Por essa razão, possui em si mesmo direitos e deveres, que emanam direta e simultaneamente de sua própria natureza. Trata-se, por conseguinte, de direitos e deveres universais, invioláveis e inalienáveis. E, se contemplarmos a dignidade da pessoa humana à luz das verdades reveladas, não poderemos deixar de tê-la em estima incomparavelmente maior. Trata-se, com efeito, de pessoas remidas pelo Sangue de Cristo, as quais com a graça se tornaram filhas e amigas de Deus, herdeiras da glória eterna”. Bento XVI renunciou ao comando dessa Igreja para que a Igreja não corra o risco de renunciar a si mesma e à herança que nos torna filhos de Deus porque filhos do homem.”

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, adequadas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, civilizadas, soberanas, democráticas e sustentavelmente desenvolvidas.

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:
     
     a)     a educação – universal e de qualidade, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas;
     b)    o combate, implacável e sem trégua, aos três dos nossos maiores e mais avassaladores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados; II – a corrupção, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis prejuízos e comprometimentos de vária ordem; III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, inexoravelmente irreparáveis;
     c)     a dívida pública brasileira, com projeção para 2013, segundo o Orçamento Geral da União, de astronômico e insuportável desembolso de cerca de R$ 1 trilhão, a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (apenas com esta rubrica, previsão de R$ 610 bilhões), a exigir igualmente uma imediata, abrangente, qualificada e eficaz auditoria...

Isto posto, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tanta sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de extremas e sempre crescentes demandas, necessidades, carências e deficiências, o que aumenta o colossal abismo das desigualdades sociais e regionais e nos afasta num crescendo do seleto grupo dos sustentavelmente desenvolvidos...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela cidadania e qualidade, visando à construção de uma Nação verdadeiramente justa, ética, educada, qualificada, civilizada, livre, soberana, democrática, desenvolvida e solidária, que permita a partilha de suas extraordinárias riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros, especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos e que contemplam eventos como a 27ª Jornada Mundial da Juventude no Rio de Janeiro em julho; a Copa das Confederações em junho; a Copa do Mundo de 2014; a Olimpíada de 2016; as obras do PAC e os projetos do pré-sal, segundo as exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das empresas, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo da justiça, da liberdade, da paz, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!...

O BRASIL TEM JEITO!...