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segunda-feira, 22 de agosto de 2011

A CIDADANIA, O FOCO NO SOCIAL, A LEITURA E A DEMOCRACIA

“Leitura e democracia
Muitos brasileiros identificam-se com o político que alcançou o mais destacado cargo da República sem ter passado por uma universidade e acabam por concluir que os livros são estorvos. Um político não precisa de diploma para ser líder. Entretanto, sem estudo formal, que implica leituras, é impossível construir conhecimento relevante, combustível de um mundo que caminha para os 7 bilhões de habitantes. Sem conhecimento é impossível é impossível discutir; sem discussão, a democracia é insustentável. Ao contrário do que muitos pensam, a internet exige mais leitura, ou seja, exame, seleção.

Ministros, secretários de Educação, empresários e demais lideranças, numa democracia, deveriam visitar as bibliotecas municipais e escolares emitindo para os jovens sinais da importância dos livros para a criação do conhecimento e para o exame dos fatores históricos que produzem e reproduzem a pobreza hereditária. Se os prefeitos considerassem as bibliotecas investimento na educação e no imaginário das pessoas, os jovens teriam capital cultural suficientemente robusto para avaliar o comportamento do Executivo, do Judiciário, do Legislativo e da imprensa e a qualidade do ensino oferecido pelas redes pública e privada, não se deixando enganar por falsos projetos pedagógicos ou confundindo publicidade com informação e conhecimento.

O fraco desempenho em leitura dos brasileiros em parte explicaria a complacência dos cidadãos com medidas de controle da imprensa. Controlar a imprensa é censurar palavras; o que significa cercear o pensamento porque só se pensa com palavras. Palavras podem ser deformadas, proibidas, esquecidas, estimuladas ou banalizadas. O cerceamento dos vocábulos é o controle do pensamento. Por isso, estudar, aprender e ler são atos políticos. Ditaduras deturpam a memória, reescrevem documentos, atacam bibliotecas, amordaçam a imprensa, caçam jornalistas e juízes, proíbem livros e, paradoxalmente, impõem leituras.

Sem leitura, os jovens não conquistarão vocabulário e terão uma vida subjetiva empobrecida e todo o dinheiro investido na educação será em vão. As universidades seriam outras se contassem com estudantes mais ocupados com livros e leituras do que com clientes angustiados com mensalidade ou cópias de surradas apostilas. Precisamos inserir a biblioteca no centro das atenções da escola e ouvir as perguntas que surgirão assim que nossos alunos começarem a ler, assenhorando-se da informação qualificada acumulada ao longo da história. Medidas de controle da imprensa somadas ao analfabetismo funcional de enorme parcela da população, fruto de décadas de mediocridade pedagógica, intensificam a impunidade, favorecem a corrupção e ameaçam a democracia.”
(DARWIN SANTIAGO AMARAL, Professor de história, em artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 19 de agosto de 2011, Caderno OPINIÃO, página 9).

Mais uma IMPORTANTE e OPORTUNA contribuição para o nosso trabalho de MOBILIZAÇÃO PARA A CIDADANIA E QUALIDADE vem de reportagem publicada no mesmo veículo, edição de 29 de julho de 2011, Caderno CIÊNCIA, página 18, de autoria de MAX MILLIANO MELO, que merece igualmente INTEGRAL transcrição:

“FOCO NO SOCIAL

Administrador da Usaid, agência americana para desenvolvimento internacional, defende prioridade e mais investimentos em estudos que ajudem a solucionar os principais problemas da humanidade: saúde, educação e segurança

Brasília – A ciência pode ajudar mais. É o que defende no editorial de sua mais recente edição, a prestigiada revista científica Science. A publicação argumenta que, com mais investimentos em pesquisas, antigos e recentes problemas que assolam a população mundial, como epidemias e mudanças climáticas, podem ser resolvidos. No Brasil, embora existam iniciativas de sucesso, áreas como educação e saúde ainda precisam se conectar mais com o que é produzido por pesquisadores, afirmam os especialistas.

O editorial – assinado por Rajiv Shah, administrador da Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (Usaid), órgão norte-americano responsável pela assistência econômica e social para países em desenvolvimento – afirma que a ciência deve ganhar mais importância na elaboração de políticas publicas.

“Ciência e tecnologia têm o potencial de conduzir soluções para os problemas mais difíceis do mundo em desenvolvimento”, afirma ao Estado de Minas Shah, para quem as alianças globais devem ser construídas a fim de tentar resolver os desafios mais graves e urgentes.

Na opinião de Shah, os problemas de saúde deveriam ser um dos focos dos investimentos em ciência. “Na saúde global, há uma necessidade real de inovação em tecnologia que protejam a vida das mães grávidas e dos recém-nascidos durante o parto”, aponta o diretor da Usaid, que cita como exemplos de iniciativas bem-sucedidas a erradicação da varíola, que teve o último registro em 1977, e as vacinações em massa contra a poliomielite, que restringiram os cerca de 400 mil casos anuais no início do século passado a apenas mil notificações atualmente.

Para o norte-americano, velhos e novos problemas precisam ser mais bem estudados pela ciência, e é dever dos governos estimular pesquisas nessas áreas. “Na educação, temos de desenvolver plataformas que podem ensinar as crianças a ler, mesmo aquelas que nunca tiveram chance de entrar em uma sala de aula”, acrescenta Shah, “Em energia, nós precisamos encontrar fontes limpas para ajudar a levar eletricidade, especialmente para regiões pobres rurais”, completa.

RETORNO À SOCIEDADE Segundo o pesquisador membro da Academia Brasileira de Ciência (ABC) Issac Roitman, para que a produção científica tenha um papel mais importante no Brasil, é preciso maior interação Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT) com outros órgãos públicos. “A falta de integração compromete a eficiência da ciência como ferramenta para beneficiar a sociedade brasileira”, afirma. “É preciso valorizar a produção científica – livros, publicações de artigos científicos e patentes. No entanto, os benefícios para a sociedade são igualmente importantes”, opina.

Roitman aponta algumas iniciativas em que a ciência já se mostra uma importante arma na solução de desafios brasileiros. “Uma delas é o papel da Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) no aumento da produtividade agrícola no país. Na área tecnológica, outros dois exemplos que podem ser citados são a indústria aeronáutica e a avançada tecnologia da Petrobras”, enumera o pesquisador. “No entanto, certos desafios, como na área de educação e saúde, podem ter cenários mais positivos com a utilização da ciência em sua plenitude”, defende.

(segue NOTA do autor)

PRÓXIMOS PASSOS

Embora ainda esteja engatinhando no Brasil, a ampliação de soluções científicas na resolução dos problemas já é realidade em outras regiões. No Reino Unido, todos os ministérios têm um conselho científico responsável por estudar formas de aplicar os recentes avanços da ciência nas áreas de competência de cada pasta. Além disso, o primeiro-ministro britânico reúne-se regularmente, a cada seis ou sete semanas, com esses conelhos, para garantir que a produção nos laboratórios seja aplicada nas políticas públicas nacionais.”

Eis, portanto, mais páginas contendo FECUNDAS e ADEQUADAS abordagens e REFLEXÕES que acenam, de forma INCISIVA e DETERMINANTE, para a IMPERIOSA necessidade de se PONTIFICAR a EDUCAÇÃO, e suas ESPECIAIS afilhadas, aCIÊNCIA e a TECNOLOGIA – e de QUALIDADE –, como PRIORIDADE ABSOLUTA das POLÍTICAS PÚBLICAS, caminho ÚNICO para o acesso ao CONCERTO das nações DESENVOLVIDAS e DEMOCRÁTICAS e SOBERANAS...

São GIGANTESCOS DESAFIOS que, longe de ABATER o nosso ÂNIMO e ARREFECER o nosso ENTUSIASMO e OTIMISMO, mais ainda nos MOTIVAM e nos FORTALECEM nesta grande CRUZADA NACIONAL pela CIDADANIA E QUALIDADE, visando à construção de uma NAÇÃO verdadeiramente JUSTA, ÉTICA, EDUCADA, QUALIFICADA, LIVRE, DESENVOLVIMENTO e SOLIDÁRIA, que permita a PARTILHA de suas EXTRAORDINÁRIAS RIQUEZAS, OPORTUNIDADES e POTENCIALIDADES com TODOS os BRASILEIROS e com TODAS as BRASILEIRAS, especialmente no horizonte de INVESTIMENTOS BILIONÁRIOS previstos para EVENTOS como a CONFERÊNCIA DAS NAÇÕES UNIDAS SOBRE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL (RIO+20) em 2012, a COPA DAS CONFEDERAÇÕES em 2013, a COPA DO MUNDO DE 2014, a OLIMPÍADA DE 2016, as OBRAS do PAC e os projetos do PRÉ-SAL, segundo as exigências do SÉCULO 21, da era da GLOBALIZAÇÃO, da INFORMAÇÃO, do CONHECIMENTO, das NOVAS TECNOLOGIAS, da SUSTENTABILIDADE e de um NOVO mundo, da PAZ e FRATERNIDADE UNIVERSAL...

Este é o nosso SONHO, o nosso AMOR, a nossa LUTA, a nossa FÉ e a nossa ESPERANÇA!...

O BRASIL TEM JEITO!...



segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

A CIDADANIA, A EDUCAÇÃO, A SEGURANÇA PÚBLICA E OS PROGRAMAS ASSISTENCIAIS

“Segurança pública

O problema da violência e da criminalidade é mundial. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), as mortes por causas externas correspondem a grande parte de óbitos em, praticamente todos os países, ocupando, quase sempre, a segunda ou terceira colocação. Há que se registrar uma enormidade de violências, muitas delas não computadas pelas estatísticas oficiais de crimes, mas que geram danos incalculáveis e muitas vezes irreparáveis às vidas das pessoas e das comunidades. Isso sem contar os custos da criminalidade, que levam em conta o que se perde com a morte prematura das pessoas, longos tratamentos de saúde, gastos com segurança pública e privada e os gastos privados com seguros, além das perdas diretas. Não se contabilizam, geralmente, as perdas simbólicas, que podem ser muito maiores. Por exemplo, o que as pessoas deixam de gastar em compras, lazer e turismo ao não saírem de suas casas com medo de serem vitimadas; a sensação de insegurança que produz fobias e longos tratamentos de saúde e a desconfiança crescente que fragiliza os órgãos do sistema de Justiça criminal.

O total de mortes por causas externas (que, além de homicídios, inclui acidentes, suicídios e outras causas não naturais) provocou no país cerca de 2 milhões de mortes de 1980 a 2000 – o equivalente à população de Brasília. Em 82,2% dos casos (1,7 milhão), as vítimas foram do sexo masculino e a grande maioria, jovens. Vinte anos de cifras que conferem a nada invejável posição de um dos países mais violentos do mundo, e certamente o que totaliza maior número de mortes por homicídio em termos absolutos. A atual configuração da segurança pública brasileira responsabiliza os estados pela gestão dessa política. Apesar da importância do governo federal (via financiamento e incentivos) e o crescente papel dos municípios, principalmente em ações preventivas, é o estado que acumula as principais ações de combate e prevenção ao crime.

Os problemas da segurança pública são muito diversificados. O perfil dos crimes e dos infratores varia muito nas regiões do estado e no tipo de delito praticado. Somente bons diagnósticos poderão apontar as melhores maneiras de atuação das várias agências de segurança. Públicos específicos, como os jovens, os presos, os adolescentes infratores e os usuários de drogas carecem de políticas focalizadas, integrando várias ações governamentais. Pensando em políticas de caráter mais estrutural, que interfiram nas dinâmicas da criminalidade associadas à segregação e exclusão social, é importante destacar que ações governamentais têm condições de mitigar efeitos danosos causados pela diminuição da coesão social, criando políticas públicas de integração social e espacial. Em relação ao sistema de justiça criminal são impostergáveis as modificações na estrutura e gestão dos presídios brasileiros, marcados pela corrupção, violência institucional, superlotação e ineficácia. O Poder Judiciário e o Ministério Público podem colaborar, e muito, para evitar que o crime confronte o Estado democrático de direito.”
(ROBSON SÁVIO REIS SOUZA, Pesquisador do Centro de Estudos de Criminalidade e Segurança Publica (Crisp) da UFMG, professor da PUC Minas, em artigo publicado no Jornal ESTADO DE MINAS, edição de 8 de janeiro de 2011, Caderno OPINIÃO, página 7).

Mais uma IMPORTANTE e também OPORTUNA contribuição para o nosso trabalho de MOBILIZAÇÃO PARA A CIDADANIA E QUALIDADE vem de artigo publicado no mesmo veículo, idem, ibidem, de autoria de DARWIN SANTIAGO AMARAL, Professor de história, que merece igualmente INTEGRAL transcrição:

“Programas assistenciais

O problema da educação no Brasil ultrapassa o falso dilema aprovação, reprovação ou progressão continuada. O desafio dos professores não é aprovar ou reprovar, mas prover os alunos de saberes que os dotarão de poder. Numa palavra: ensinar. Parafraseando Karl Marx, todo docente ensina dentro de condições históricas dadas, submetido às pressões sociais e culturais em curso. Novos contingentes da população foram agregados a todos os níveis de ensino por força das políticas governamentais das duas últimas décadas sem que tal esforço resultasse em qualidade, visto que as escolas continuam descuidadas dos aspectos filosóficos implícitos na ação pedagógica.

Um grande número de alunos é incapaz de entender por que se estuda literatura, filosofia e história, chegando a pensar que a exigência de leituras e de honestidade é perseguição do professor. A passividade desses supostos estudantes, que, muitas vezes, acreditam poder aprender sem estudar, é um aspecto bastante ignorado, inclusive por destacados jornalistas da mídia impressa nacional. Estender a jornada dos turnos, aumentar o número de aulas e adquirir computadores sem que esse aluno estude é inútil, pois o conhecimento não é mágica e só capacita quem o recebe ativamente. Ensinar é uma tarefa de alto risco; por isso, muitos professores preferem dar matéria e lançar notas sem grandes compromissos. Os prejuízos desta atitude mecânica, em sua totalidade, não foram, ainda, devidamente computados e analisados. Já sentimos o impacto econômico causado pelo apagão de mão de obra e pela violência escolar. Do bom desempenho nos estudos depende a criação de riquezas, de empregos mais qualificados e a sustentação da democracia que exige cidadãos capazes de ler.

Os ganhos econômicos que beneficiaram a todos e deram ao presidente Lula extraordinários índices de aprovação podem se perder se não se converterem em capital cultural, resultado de conquistas educacionais sólidas porque, filoficamente, bem fundamentadas. Uma das principais e mais importantes características das democracias maduras é a prestação de contas pelas autoridades aos cidadãos. Isso se chama transparência. Sem transparência é impossível combater a corrupção e criticar metodologias e dados governamentais.

Diretoras de escolas e secretários de educação precisam prestar contas à população mostrando o que têm feito para criar bibliotecas e formar leitores na escola. Notas e equipamentos não educam. É preciso transformar nossos alunos em estudantes competentes e, dentre eles, recrutar os futuros docentes, remunerando-os adequadamente. Talvez seja esta a tão sonhada porta de saída dos programas assistenciais, que, por enquanto, transformaram os mais pobres em reserva de mercado de uma certa classe política.”

Eis, pois, mais páginas que acenam para a GRAVIDADE dos rumos que nossa SOCIEDADE toma ao não assumirmos a PRIORIDADE ABSOLUTA da ação POLÍTICA e GOVERNAMENTAL: a EDUCAÇÃO. Todavia, nada disso ABATE o nosso ÂNIMO e mais nos MOTIVA e nos FORTALECE nesta grande CRUZADA NACIONAL pela CIDADANIA E QUALIDADE, visando à construção de uma NAÇÃO verdadeiramente JUSTA, ÉTICA, EDUCADA, QUALIFICADA, LIVRE, DESENVOLVIDA e SOLIDÁRIA, que permita a PARTILHA de suas EXTRAORDINÁRIAS RIQUEZAS e POTENCIALIDADES, especialmente no horizonte de INVESTIMENTOS BILIONÁRIOS previstos para eventos como a COPA DO MUNDO DE 2014, a OLIMPÍADA DE 2016 e os projetos do PRÉ-SAL, segundo as exigências do SÉCULO XXI, da era da GLOBALIZAÇÃO, da INFORMAÇÃO, do CONHECIMENTO, das NOVAS TECNOLOGIAS, da SUSTENTABILIDADE e de um mundo da PAZ e FRATERNIDADE UNIVERSAL...

Este é o nosso SONHO, o nosso AMOR, a nossa LUTA, a nossa FÉ e a nossa ESPERANÇA!...

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sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

A CIDADANIA E OS ECOS DA CIDADE MARAVILHOSA

“ECOS DO RIO

Diante das possibilidades de perdas políticas irreparáveis e de prejuízos econômicos com a aproximação de importantes eventos como a Copa do Mundo (2014) e a Olimpíada (2016), o governo despachou soldados para tomar os morros, ocupar territórios e conter as quadrilhas que vinham paralisando a cidade do Rio de Janeiro, numa ação articulada entre as Forças Armadas e as polícias do estado, fartamente divulgadas pelas agências de notícias internacionais. Todos se perguntam se o Brasil é capaz de prover a segurança necessária à realização dos jogos e dos negócios que deles advirão gerando empregos, renda e recolhimento de impostos.

A capital fluminense suporta uma guerra urbana que nada fica a dever àquelas do Iraque ou da Faixa de Gaza. É uma imprecisão chamar traficantes de terroristas, apesar do terror incontestável imposto por eles. Libaneses e israelenses se defendem de terroristas obstinados, movidos por ideologias bem documentadas e criticadas, gente disposta ao suicídio. Brasileiros, não, eles combatem irmãos que ficaram para trás. Estes jovens que paralisam o Rio, que sobem e descem vielas a carregar fuzis nos ombros nus, não são fanáticos que desejam varrer um país do mapa como ocorre em outras nações. São homens e mulheres empreendedores que calculam lucros envolvidos em atividades de risco. O que eles querem, todos queremos: sucesso, prosperidade, inclusão. Não vamos nos iludir: estamos tratando de negócios, mas do que reprimir o tráfico, invadir favelas, desmobilizar milicianos e desobstruir ruas e avenidas. Por causa dos confrontos, o preço dos entorpecentes aumenta. E sempre há compradores ávidos. Aqui, também, vale as leis de mercado.

Esta juventude armada não surgiu do nada. É o resultado de décadas de abandono econômico, escolar e familiar; vítimas de governantes carreiristas, medíocres, incultos, demagogos e, sobretudo, espertos que assaltaram o poder público com suas famílias e interesses privados. O que faremos com os jovens analfabetos que deixaram as primeiras séries de um fracassado ensino fundamental de escolas abandonadas, sem bibliotecas e beleza; sem disciplina, segurança e conforto; que encontram nas quadrilhas de traficantes o aconchego psicológico, a família, a irmandade, a importância, o prestígio e o dinheiro, bem como os prazeres que o acompanham quando os soldados deixarem o morro? A verdadeira batalha a ser travada começará quando os soldados voltarem para os quartéis. Porque não mais podemos deixar que a próxima geração de crianças seja socializada por marginais de toda espécie; longe do pai, dos livros, da lei e do afeto. Esta situação há de se arrastar enquanto a escola não tiver nenhuma importância na vida de grande parcela da população; enquanto o trabalho remunerado, quase sempre, se confundir com subemprego nas camadas mais pobres; enquanto a impunidade for soberana. No Brasil e em qualquer lugar do mundo, polícia tem limites. Polícia precisa de política.”
(DARWIN SANTIAGO AMARAL, Professor de história, em artigo publicado no Jornal ESTADO DE MINAS, edição de 30 de novembro de 2010, Caderno OPINIÃO, página 9).

Mais uma IMPORTANTE e também OPORTUNA contribuição para o nosso trabalho de MOBILIZAÇÃO PARA A CIDADANIA E QUALIDADE vem de artigo publicado no mesmo veículo, Caderno OPINIÃO, página 9, de autoria de LEON CLÁUDIO MYSSIOR, Vice-presidente de Arquitetura do Sindicato Nacional das Empresas de Arquitetura e Engenharia Consultiva (Sinaenco), que merece igualmente INTEGRAL transcrição:

“Favelas inaceitáveis

Em “Não às favelas” (Opinião, 8/4/2010), discorria sobre o antagonismo entre favelas e dignidade; falava da falta de infraestrutura, de saneamento, da proximidade excessiva entre as moradias, da falta de privacidade. Falava sobre o estímulo à violência, mas num contexto mais amplo. Hoje, os fatos falam por si, e uma nova reflexão se faz necessária, e urgente. Favela é o nome do arbusto que originalmente cobria morros na cidade do Rio de Janeiro, onde se instalaram de forma improvisada e provisória soldados que, egressos da Guerra de Canudos, não tiveram seus soldos pagos. Instalados em barracos miseravelmente construídos com o que estivesse disponível, deram origem a assentamentos, embora próximos do Centro urbano, completamente destacados da “cidade formal”.

Passados 114 anos, vemos um quadro onde as características originais permanecem, embora bastante agravadas: aglomerações enormes encravadas em regiões centrais e perimetrais das grandes e médias cidades, desprovidas de infraestrutura básica, de acesso aos serviços, em áreas de risco (com permanentes riscos de deslizamentos), com edificações de baixíssima qualidade construtiva, estrutural e projetual, mal iluminadas e mal ventiladas e excessivamente coladas umas às outras. Mas o fator de maior complexidade e difícil solução é este: acesso restrito, limitado e predominantemente por via de pedestre apenas, privilegiando o controle de acesso de seus moradores, mercadorias e serviços por grupos interessados. Ausência do Estado (serviços de saúde, segurança pública, educação, esporte etc.), exceto por algumas poucas vias de maior movimento localizadas em seu perímetro (ou raras exceções em que cortam uma dessas aglomerações), deixando a enorme maioria das habitações e de seus habitantes a centenas de metros da cidade legal, normalmente por meio de encostas de morros, labirintos tortuosos e escadarias sem fim.

Não há arranjo mais adequado para que se possa ter controle total e absoluto de toda uma região (e de sua população) com um reduzido efetivo de pessoas, estrategicamente falando. Mas a situação ganha contornos ainda mais dramáticos quando se imagina que esta mesma população vive sob o jugo e o terror dessas pessoas, frequentemente desempenhando papéis secundários nessa tragédia, expondo suas crianças a uma criminalidade sem controle, obrigada a guardar armas, drogas e quaisquer outras coisas em suas casas, obrigada a receber – e esconder – bandidos em suas casas.

Abrem-se acessos e constroem-se vias, muros de arrimo e contenção, centros comunitários, escolas e pequenas praças, e o resultado são peças publicitárias de grande impacto e belos índices, mas a verdade permanece: um enclave e sua população permanentemente expostos a uma realidade paralela e distantes da cidade legal e do Estado policial, entregues diariamente à própria sorte e subordinadas ao mando de traficantes e milícias, aos “empresários do crime”. Projetos sociais, teses urbanísticas e ações governamentais fazem mais sentido e apresentam mais resultados aceitáveis somente a partir da perspectiva daqueles que habitam a cidade legal, de pessoas com endereço formal, logradouro público, serviços essenciais, segurança pública e ruas sem piquetes e carros incendiados.

Para os desafortunados que continuam a morar em favelas, o confronto do Rio de Janeiro mostra a face mais desoladora: pessoas se escondendo, rostos desfigurados pelo terror, comércio fechado, mães desesperadas, crianças que não vão para a escola, pais que não podem trabalhar, pessoas inocentes que, pegas no fogo cruzado, perdem suas vidas sem qualquer chance ou oportunidade de escolha. Favelas não são aceitáveis e não são “consertáveis”. Seus moradores não estão ali por opção, mas por falta de alternativa, empurrados pela ausência de transporte de massa, pela valorização imobiliária, pela ausência de políticas públicas específicas, objetivas e claras, pela falta de planejamento urbano. Mas o maior responsável pelo crescimento das favelas talvez seja a nossa indiferença pelas condições subumanas de moradia, a indiferença à violência que ali ganha contornos surreais.

Aceitamos uma visão romântica embalada pela desigualdade tolerada, em que a favela é um local feliz povoado por pessoas humildes num clipe da Madonna ou do Michael Jackson; onde o sentimento de pertencer à comunidade e os churrascos dominicais nas lajes compensem a subordinação às milícias e traficantes, os deslizamentos e soterramentos, a dificuldade de acesso e transporte público, o esgoto correndo a céu aberto. A favela pertence a um universo paralelo, regido por leis e regras particulares, onde a democracia é substituída por um modelo feudal em que é necessário permissão para entrar ou sair, no qual o comércio funciona em função da agenda do grupo dominante, em que a dignidade é apenas uma palavra no dicionário gasto do centro comunitário. Aceitar que as favelas possam coexistir com a cidade legal e que as pessoas possam viver ali em condições minimamente aceitáveis equivale a aceitar zonas de exceção nas quais o Estado de direito, as leis e convenções sociais não sejam aplicáveis; equivale a ver o outro como cidadão de segunda classe. Favelas não são aceitáveis, e não há outro caminho que não seja a sua erradicação e incorporação à cidade legal, com todas as regras a atributos aplicáveis. Ao fim, a demagogia, a visão romântica e a falta de planejamento matam; quem diria?”

Eis, portanto, mais páginas com PROFUNDAS e SÉRIAS abordagens e REFLEXÕES, que nos MOTIVAM e nos FORTALECEM nesta grande CRUZADA NACIONAL pela CIDADANIA E QUALIDADE, visando à construção de uma NAÇÃO verdadeiramente JUSTA, ÉTICA, EDUCADA, QUALIFICADA, LIVRE, DESENVOLVIDA e SOLIDÁRIA, que permita a PARTILHA de suas EXTRAORDINÁRIAS RIQUEZAS e POTENCIALIDADES com TODOS os BRASILEIROS e com TODAS as BRASILEIRAS, especialmente no horizonte de INVESTIMENTOS BILIONÁRIOS previstos para eventos como a COPA DO MUNDO DE 2014, a OLIMPÍADA DE 2016 e os projetos do PRÉ-SAL, segundo as exigências do Século XXI, da era da GLOBALIZAÇÃO, da INFORMAÇÃO, do CONHECIMENTO, das NOVAS TECNOLOGIAS, da SUSTENTABILIDADE e de um mundo da PAZ e da FRATERNIDADE UNIVERSAL...

Este é o nosso SONHO, o nosso AMOR, a nossa LUTA, a nossa FÉ e a nossa ESPERANÇA!...

O BRASIL TEM JEITO!...