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sexta-feira, 20 de abril de 2018

A EXCELÊNCIA EDUCACIONAL, AS EXIGÊNCIAS DA ÉTICA NA ECONOMIA E OS GRAVES DESAFIOS DO ENSINO SUPERIOR NA SUSTENTABILIDADE


“Atenção aos crimes econômicos
        Pesquisa sobre econômicos e fraudes, divulgada recentemente pela PwC, que ouviu mais de 7,2 mil entrevistados em 123 países, revela que metade das empresas brasileiras sofreu algum tipo de crime econômico nos últimos dois anos, e 7% delas relataram prejuízos acima de US$ 50 milhões. Em 2016, apenas 12% das companhias nacionais foram vítimas desses crimes.
         O aumento dos casos pode estar relacionado à maior percepção e compreensão do que é um crime econômico e, por consequência, sua identificação e acompanhamento. Tanto a sociedade quanto os órgãos reguladores estão exigindo mais transparência nas informações divulgadas e controles eficientes para prevenção e detecção de fraudes e crimes econômicos.
         Os prejuízos decorrentes de crimes econômicos são muitos e impactam sobremaneira os negócios. A prática afeta o moral dos colaboradores, as relações comerciais, a reputação e a força da marca, as relações com órgãos reguladores e os preços de ações, no caso de companhias abertas. Entre os principais tipos de crime estão as fraudes em compras (34% no Brasil e 22% no mundo), suborno ou corrupção (26% no Brasil e 25% no mundo) e crime cibernético (22% no Brasil e 31% no mundo). Percebe-se um esforço na fiscalização, bem como adoção de novas normas regulatórias ou inspeções relacionadas à lavagem de dinheiro, por exemplo. No Brasil, 62% das empresas passaram por alguma ação ou inspeção nos últimos 24 meses, 34% a mais do que em 2016. O empenho na fiscalização está relacionado com os recursos existentes nos órgãos fiscalizadores. A recente Lei Anticorrupção brasileira também colabora para isso.
         No entanto, a mentalidade ainda está muito voltada à ação reativa. Somente 54% das organizações no mundo fizeram uma avaliação geral do risco de fraude ou crime econômico nos últimos dois anos, sendo que menos da metade delas realizações avaliação quanto à vulnerabilidade a ataques cibernéticos. Menos de um terço avaliou áreas críticas, com risco significativo de suborno, corrupção e lavagem de dinheiro.
         Para combater crimes econômicos, muitas empresas fortaleceram seus controles internos e ampliaram programas de denúncias. A maior parte das organizações mantém as lideranças cientes dos crimes mais graves para os negócios: 97% dos casos foram levados ao conhecimento da diretoria ou líderes de governança no Brasil, contra 91% na amostra global.
         Para fortalecer o ambiente de controles internos, algumas ações devem ser realizadas. O conselho de administração e os executivos precisam dar o tom para a organização, as organizações devem fortalecer a cultura organizacional quanto à gestão de riscos, ética e compliance, com a conscientização dos colaboradores e aumento do incentivo à denúncia de práticas inapropriadas.
         Também é fundamental que as organizações invistam nas pessoas e não somente em tecnologia, com o objetivo de gerenciar o triângulo da fraude: incentivo/pressão, oportunidade e racionalização. Por último, a administração precisa realizar um trabalho detalhado para a identificação dos riscos, sem deixar de lado a missão, a visão e os valores da organização.”.

(ALEX FREITAS. Sócio da PwC Brasil, em artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 17 de abril de 2018, caderno OPINIÃO, página 7).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de artigo publicado no mesmo veículo, edição, caderno e página, de autoria de ANDREA RAMAL, educadora, consultora em educação e doutora em educação pela PUC Rio, e que merece igualmente integral transcrição:

“Ensino superior no fundo do poço
        O Brasil investe quase quatro vezes mais no ensino superior do que na educação básica, ao contrário do que ocorre na maioria dos países da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE). No ensino fundamental, enquanto a média dos países da OCDE é de US$ 8 mil/ano por estudante, nós não chegamos a US$ 4 mil. No ensino superior, o investimento por aqui ultrapassa os US$ 11 mil/ano por estudante, valor superior ao praticado na Itália, República Tcheca e Polônia.
         Ainda assim, a rede pública de universidades padece. São 300 campi, de 63 instituições, em situação crítica que, ano a ano, vêm se deteriorando, sobretudo por problemas de gestão. Há pelo menos três anos é realizado um forte contingenciamento de despesas, o que tem levado essas instituições a reduções continuadas de orçamento. Além dos atrasos em contas básicas, como água, luz, segurança e limpeza, são incontáveis as perdas com a falta de investimentos em novos equipamentos e na manutenção e modernização das suas estruturas. Essa situação afeta 2 milhões de estudantes.
         Para a maior parte dos alunos universitários brasileiros, a opção é a rede particular, que hoje conta com 6 milhões de matrículas nos cursos de graduação. O aumento exponencial de instituições de ensino, por todo o território nacional, se deu no momento dos incentivos do governo federal, sobretudo pelo programas Fies – Fundo de Financiamento ao Estudante do Ensino Superior. Atualmente, porém, elas enfrentam sérias dificuldades.
         A primeira delas é a evasão. A precariedade da formação inicial faz com que os jovens saiam do ensino médio com sérias deficiências e imensa dificuldade para interpretar textos, relacionar dados e acertar contas simples. Essas competências fazem falta nos cursos superiores, a tal ponto que as instituições são obrigadas a criar disciplinas de nivelamento das turmas, ensinando conteúdos que deveriam ter sido aprendidos na escola. Muitos estudantes acabam abandonando os cursos logo no primeiro ano. Turmas inicialmente cheias começam a ficar pequenas, o que representa menos receita, não necessariamente com menos custos.
         Ao mesmo tempo, com a redução de verbas federais, o mercado se tornou ainda mais competitivo. Enquanto alguns poucos se diferenciam pela qualidade, outros entram numa feroz guerra de preços. Deparamos com cursos que têm mensalidades em torno de inacreditáveis R$ 40. Ou seja, um curso com duração de quatro anos, em tese, pode ser pago integralmente por menos de R$ 2 mil, praticamente o que custa um mês de estudos numa universidade de elite.
         Essa estratégia, que tem como principais objetivos dominar o mercado, evitar o surgimento de competidores e impedir o crescimento da concorrência, não parece sustentável. De fato, isso se reflete na queda da qualidade do ensino, com professores mal remunerados, salas de aula e laboratórios ultrapassados, infraestrutura deficiente. Em algumas instituições, o material didático, composto de apostilas, é criado por profissionais que se limitam a resumir o que seria um conjunto de ideias essenciais de autores. Uma prática simplista e que não pode trazer bons resultados. Afinal, como é possível formar profissionais de excelência se não há o contato com textos originais, fontes e teorias de ponta?
         Em paralelo, vem crescendo o número de cursos de educação a distância. Eles já chegam a quase 3 mil. Isso porque nos últimos anos o Ministério da Educação vem apostando fortemente na flexibilização das regras para essa modalidade. O acompanhamento e a avaliação da qualidade por parte do próprio MEC, no entanto, deixam a desejar. As instituições não investem como deveriam em material on-line especializado e em métodos de interação e tutoria. Os resultados incluem avaliações desastrosas no Enade, o exame que mede os conhecimentos dos graduados de cada faculdade.
         Um problema adicional é a queda do nível de exigência de muitas das instituições. Como reprovar pode significar perder alunos e a receita das mensalidades, a régua se torna baixa. Falta rigor nos processos de avaliação e aprovação. Em consequência, essas faculdades jogam anualmente no mercado um enorme grupo de profissionais certificados com uma espécie de “diplomas de areia”, que se dissolvem no primeiro desafio prático no mercado de trabalho. Isso contribui para aumentar o número de desempregados e de pessoas que precisam recorrer a profissões com menos exigências acadêmicas.
         Essa situação dramática precisa ser tratada o mais rapidamente possível. As soluções envolvem uma série de ações. Uma medida importante é o aumento do rigor nas avaliações realizadas pelo Ministério da Educação, incluindo a retomada das visitas rotineiras de avaliadores. Aprimoramento da gestão, na rede pública, é condição para sair do fundo do poço. Quanto ao processo de aprendizagem, a didática do ensino superior também precisa melhorar. As instituições devem se voltar para as metodologias ativas, como fazem os países de alto desempenho em educação, ensinando o estudante a aprender e usando estratégias diversificadas e materiais didáticos de qualidade. E, para não voltarmos a ter um ensino superior que seja um privilégio, é fundamental melhorar a qualidade da educação escolar.”.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, civilizadas, soberanas, democráticas e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:
a)     a excelência educacional – pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas, gerando o pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional (enfim, 128 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade...);
b)    o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em fevereiro a ainda estratosférica marca de 333,9% nos últimos  doze meses, e a taxa de juros do cheque especial em históricos 324,1%; e já o IPCA, também no acumulado dos últimos doze meses, em março, chegou a 2,68%); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade    “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis e irreversíveis prejuízos, perdas e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 517 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, à falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;
c)     a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2018, apenas segundo o Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1,847 trilhão (52,4%), a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão de R$ 1,106 trilhão), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega:
- pagar, sim, até o último centavo;
- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente, competente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”).

Isto posto, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela excelência educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, solidária e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo do direito, da justiça, da verdade, do diálogo, da liberdade, da paz, da solidariedade, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”
55 anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2016)

- Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...
- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas ...
- Por uma Nova Política Brasileira ...
- Pela excelência na Gestão Pública ...  

Afinal, o Brasil é uma águia pequena que já ganhou asas e, para voar, precisa tão somente de visão olímpica e de coragem! ...      

E P Í L O G O

CLAMOR E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO

“Oh! Deus, Criador e Legislador, fonte de infinita misericórdia!
Senhor, que não fique, e não está ficando, pedra sobre pedra
Dos impérios edificados com os ganhos espúrios,
Frutos da corrupção, do saque, da rapina e da dilapidação do
Nosso patrimônio público.
Patrimônio esse construído com o
Sangue, suor e lágrima,
Trabalho, honra e dignidade do povo brasileiro!
Senhor, que seja assim! Eternamente!”.





    

sexta-feira, 27 de outubro de 2017

A EXCELÊNCIA EDUCACIONAL, A LUZ NA CONQUISTA DA VIDA ESPIRITUAL E OS CAMINHOS DA UNIVERSIDADE NA SUSTENTABILIDADE

“O serviço como libertador 
do fogo da verdadeira vida
        Durante muito tempo em nossa trajetória as ilusões impedem a vida espiritual do homem, chamando para o materialismo em seus aspectos de excesso de consumo, luxo ou apego a objetos, bens, situações ou pessoas – ilusões que levam a energia para os níveis inferiores do ser. Outras ilusões são de natureza puramente psíquica como, por exemplo, o medo, que acaba trazendo a inércia e a paralisia. Se refletirmos sobre nosso caminho de encontro à alma, provavelmente poderemos encontrar em nós mesmos pontos a serem transformados.
         Um deles é o medo. E o que é o medo? Concretamente, é um resíduo da vida pré-histórica. As condições difíceis que havia na órbita física e psíquica da Terra em seus primórdios deixaram no subconsciente do homem profundas marcas. Desastres geológicos, lutas com animais gigantescos que normalmente o venciam e o destruíam, condições difíceis de sobrevivência e climas inóspitos imprimiram no ser humano marcas que ele carrega até hoje.
         O medo somente será desalojado do planeta à medida que o homem for fazendo a ligação entre sua consciência pessoal (com seus recursos falíveis) e a sua supraconsciência (com suas possibilidades ilimitadas). A construir essa ponte entre a mente racional e a mente superior, o homem vai dando-se conta de sua imortalidade, porque começa a experimentar a vida em outros níveis de existência.
         A contínua aspiração, do ponto de vista da personalidade do homem, a conhecer as realidades dos níveis superiores do próprio ser, níveis estes que estão além do mental comum e analítico, vai construindo uma ponte. Por outro lado, havendo tal aspiração, a consciência mais elevada do indivíduo vai respondendo e construindo a mesma ponte a partir da extremidade superior, chegando o dia em que os esforços se encontram e a ligação é feita. Esse trabalho é inconsciente e não pode ser controlado pela mente analítica. No nível físico, ele se dá por meio de uma autodisciplina voluntária e oportuna; no nível emocional, é empreendido por meio do desejo de servir, de ser um elo positivo na corrente evolutiva e, principalmente, de dissolver a possessividade sobre os demais seres e sobre os objetos puramente materiais. No nível mental, o trabalho de construção da ponte é feito automaticamente quando se mantém a aspiração firme e inalterada, o que só é possível por meio da energia da fé existente na alma do homem como parte de sua íntima essência.
         Três grandes obstáculos precisam ser vencidos: a sensação, o desejo e as boas intenções. O desejo precisa ser o primeiro a ser superado, porque é o principal deles, o que motiva e dirige os outros. Todos sabemos que as boas intenções da criatura humana quase nunca correspondem à sua verdadeira necessidade ou à de outrem; elas têm origem no desejo e por isso permanecem em nível ilusório, como que lutando contra moinhos de vento. Quanto às sensações, sempre deixam a mente ocupada quando esta deveria estar livre.
         Apenas quando passamos pelo inferno pessoal e deixamos de sesr prisioneiros nos tornamos aptos para ajudar os demais e podemos ingressar no inferno coletivo para, aí, servir ao plano evolutivo. Tendo aprendido a lidar com o próprio subconsciente, temos condições agora de servir em âmbito maior. Essa ampliação de nossa capacidade de prestar serviço é uma verdadeira realização do ponto de vista da alma.”.

(TRIGUEIRINHO. Escritor, em artigo publicado no jornal O TEMPO Belo Horizonte, edição de 22 de outubro de 2017, caderno O.PINIÃO, página 16).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 24 de outubro de 2017, página 7, de autoria de ADEMAR FERREIRA, presidente da Federação Nacional das Escolas Particulares (Fenep), e que merece igualmente integral transcrição:

“A reforma do Fies
        Os últimos indicadores da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE) mostram que o Brasil ainda está longe de ocupar uma posição satisfatória em relação ao desenvolvimento educacional do país. Em um ranking de 70 países, o Brasil ocupa os últimos lugares na avaliação do Pisa 2015 (Programa Internacional de Avaliação de Alunos), que pesquisou o desempenho em leitura, ciências e matemática, e no qual ficamos na 59ª, 63ª e 65ª posições, respectivamente, sendo o último da América Latina nessa lista. Os dados reforçam que o desempenho dos alunos no Brasil está abaixo da média de outros países da OCDE. Precisamos fazer com os que os investimentos em educação sejam convertidos em melhores resultados na aprendizagem dos estudantes! Sem melhorar o básico, continuamos dificultando a vida dos jovens que almejam entrar no ensino superior e sonham com um futuro melhor!
         E é nesse contexto que vemos o governo editar uma medida provisória que visa reformar o principal instrumento de política pública de acesso ao ensino superior, o Fundo de Financiamento Estudantil (Fies). Entretanto, o relatório da Medida Provisória 785/2017, que foi aprovada na Comissão Especial do Congresso, não amplia a democratização do acesso, pois conta com mudanças meramente focadas no ajuste fiscal e econômico do governo. O texto deve ser votado no plenário da Câmara nas próximas semanas, já que a MP expira no próximo mês. A situação preocupa, pois, ainda segundo a OCDE, no relatório “Educação: trampolim para o emprego”, o Brasil é apontado em última posição, em um ranking de 35 países, com o menor índice de população com nível superior completo, além de ser o terceiro pior na lista dos que completam o nível médio.
         É verdade que a matéria, que segue para aprovação em plenário, traz alguns avanços, como a possibilidade de quitar o financiamento com recursos do FGTS, de poder ser usado por alunos com bolsa parcial e ser resgatado para pagamento de cursos de pós-graduação e ensino técnico. Mas os critérios de adesão ainda deixam muito a desejar, e limitam o acesso.
         O Brasil tem uma história de ineficiência e desperdício de recursos na educação superior. Vale ressaltar que o custo médio de um aluno na universidade pública passa de R$ 40 mil por ano. Ou seja, mais de R$ 3,5 mil por mês por aluno, numa média de todos os cursos. Tais custos por aluno são parecidos com os da França, mas com resultados bem inferiores. Além de ser mais que o dobro da média dos preços das IES privadas, as universidades públicas e gratuitas são para quem pode pagar. Ou seja, perpetuamos uma realidade em que as universidades públicas são frequentadas, em geral, pelas elites e seus filhos. E mais uma vez, o governo deixa de fazer seu papel nas ações e políticas de combate à desigualdade social, transferência de renda e mobilidade social.
         Sabemos que para as classes menos abastadas, oriundas das escolas públicas da educação básica, resta buscar uma bolsa nas instituições privadas através dos programas sociais, como o Fies e o Prouni. Muitos se desdobram trabalhando durante o dia para pagar as faculdades que cursam à noite. E o que mais temos visto com a crise econômica são alunos tendo de trancar seus cursos porque perderam o emprego.
         A vida desses jovens poderia ser menos difícil se o governo tornasse o Fies um programa mais simples, acessível e economicamente sustentável. Precisamos pensar em critérios melhores e mais justos para que os estudantes possam obter o financiamento como a nota do Enem, capacidade de pagamento etc. Temos de pensar em mais incentivo para cursos de licenciatura, bolsas de financiamento para alunos exemplares e para aqueles que prestam serviços à sociedade. O financiamento poderia se dar em forma de uma carta de crédito, por exemplo. O estudante receberia para sacar em quatro ou cinco anos a partir do início do curso, na instituição de ensino de sua escolha, com liberação mensal conforme o serviço educacional fosse prestado. Caso o aluno resolvesse mudar de faculdade, levaria o restante do seu crédito para a escola ou curso escolhido. As IES teriam que trabalhar com e para os alunos e menos para o governo.
         Enfim, é preciso pensar em soluções que facilitem o acesso ao mesmo tempo em que mantenham a viabilidade do Fies. É preciso descomplicar o futuro dos nossos jovens!”.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, civilizadas, soberanas, democráticas e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:
a)     a excelência educacional – pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas, gerando o pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional (enfim, 125 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade...);
b)    o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em agosto/2017 a ainda estratosférica marca de 397,44% nos últimos  doze meses, e a taxa de juros do cheque especial registrou históricos 317,31%; e já o IPCA, também no acumulado dos últimos doze meses, em setembro, chegou a 2,54%); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade  –  “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis e irreversíveis prejuízos, perdas e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 516 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, a falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;
c)     a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2017, apenas segundo o Orçamento Geral da União, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1,722 trilhão, a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão de R$ 946,4 bilhões), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega:
- pagar, sim, até o último centavo;
- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”).

Destarte, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela excelência educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, solidária e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo do direito, da justiça, da verdade, do diálogo, da liberdade, da paz, da solidariedade, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”

- 55 anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2016) ...

- Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...
- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas...
- Por uma Nova Política Brasileira...  

Afinal, o Brasil é uma águia pequena que já ganhou asas e, para voar, precisa tão somente de visão olímpica e de coragem! ...      



   

segunda-feira, 22 de abril de 2013

A CIDADANIA, A LUZ DA INSTRUÇÃO E A FUNÇÃO SOCIAL DO ENSINO SUPERIOR


“Coragem só não basta para enfrentar a vida, que continua

Pelos Artigos 37 § VIII; 203 § IV e 208 § III da Constituição Federal de 1988, ficou estabelecida a base do tripé da política para os deficientes, ou seja, reabilitação, educação e trabalho. Naturalmente, a questão emocional dessas pessoas não foi tratada na Constituição, embora, a meu ver, seja esse seu maior drama, especialmente para os cegos.
Li em um romance a seguinte mensagem: “Você nunca deve dar a si mesmo a oportunidade de se entregar, porque, quando o faz, isso se torna uma tendência e nunca mais para de acontecer. Em vez disso, você precisa treinar para ficar forte”.
Segundo Guimarães Rosa, a vida só nos pede coragem. Porém, quando nos deparamos, de repente, com algo muito difícil, como a cegueira, precisamos de algo mais para reagir. Coragem só não basta para enfrentar a vida, que continua.
Penso que o novo caminho a seguir deve estar logo ali, bem perto, para ser trilhado pelas pessoas que necessitam dessa nova alternativa para seguir adiante. Por não ter sido bem assim, durante milênios, por falta absoluta de oportunidade, os cegos aceitaram e foram deixados à margem da sociedade. E não há nenhuma dúvida de que o maior desafio para os cegos consiste em desfazer o conceito de invalidez que os acompanha desde os primórdios da humanidade.
Para tanto, não basta disponibilizar oportunidades só para mim, mas também para todos, sem exceção. Daí, costumo dizer que a inclusão é a voz de Deus na escuridão, porque só a ouvem aqueles que acreditam, para quem a humanidade é uma grande caravana que passa rapidamente pela Terra e que só pode se considerar civilizada quando for capaz de compreender que ninguém deve ficar pelo caminho, à beira da estrada, seja qual for o motivo. Quem acredita busca solução!
Para exemplificar a crença de algumas pessoas iluminadas, podemos nos espelhar em Valentin Hauy, que, em 1784, sem nenhum alfabeto apropriado até então para os cegos, inaugurou assim mesmo, nos arredores de Paris, uma escola para deficientes visuais. Valentin percebeu e acreditou em algo que  ainda não existia porque ouviu a voz de Deus na escuridão.
Fato semelhante ocorreu na vida de Louis Braille. Ele foi capaz de perceber, ainda criança, que o mais importante está além dos sentidos: a instrução! E elaborou uma combinação de seis pontos em alto relevo, dando aos cegos do mundo a chave da porta de todas as escolas!
A incompreensão das pessoas e dos próprios deficientes visuais para com seus limites representa maior desastre para ambos que a própria cegueira. Em 2006, por ocasião da Campanha da Fraternidade, defendi que o trabalho da Igreja deveria concentrar-se em reverter o sentimento de piedade das pessoas para com os cegos – por se considerarem mais importantes pelos simples fato de enxergar – e provar aos deficientes visuais que não há razão alguma para o sentimento de autocomiseração.
Li também, em um livro, o seguinte texto, que tem muito a ver com essa situação: “E, então, a flor respondeu: ‘Acha que eu abro minhas pétalas para que vejam? Não faço isso para os outros. É para mim mesma! É porque gosto! Minha alegria consiste em ser e desabrochar!’”.
Digo isso porque, no dia que o cego se tornar um verdadeiro cidadão, livre e seguro de si mesmo, creio que ele vai abandonar o braile porque a leitura e a escrita tátil ou visual sempre farão a diferença!”
(MÁRIO ALVES DE OLIVEIRA, que é advogado, em artigo publicado no jornal O TEMPO Belo Horizonte, edição de 20 de abril de 2013, caderno O.PINIÃO, página 20).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Cidadania e Qualidade vem de artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 14 de abril de 2013, caderno OPINIÃO, página 7, de autoria de RUI CHAVES, que é diretor de Integração do Grupo Estácio e membro do Corpo de Conselheiros  da Escola Superior de Guerra, e que merece igualmente integral transcrição:

“A função social do ensino superior

É sempre oportuno discutir fins a realizar e meios humanos e materiais disponíveis. Tudo que decorre da ação humana tem custos que devem ser assumidos com critério e responsabilidade. Nada, absolutamente nada, não custa.
Como toda relação ensino-aprendizagem tem custos muito elevados, não existe universidade pública gratuita. A universidade pública nada cobra de seus alunos, mas é mantida por todos que pagam onerosos tributos. As instituições de ensino superior (IES) privadas são mantidas por seus alunos e por programas ainda tímidos, mas de forte alcance social, de troca de impostos por bolsas de estudos (Prouni) e de financiamentos com juros baixíssimos (Fies).
Temos outros importantes programas de afirmação social como o de cotas nas IES públicas para grupos específicos de brasileiros que, em decorrência de processos históricos, sofrem desigualdade de oportunidades de acesso ao mercado de trabalho. Mas ainda há muito a ser resgatado para a honra da nação e da cidadania. Alunos cotistas ocupam somente 12% das vagas públicas. Em 2013, foram 865 mil candidatos ao programa, muitas esperanças e frustrações.
Diz a sinopse do ensino superior de 2011 que dos 23.259 alunos portadores de necessidades especiais, que precisam de ambientes e pessoas preparadas para seu desenvolvimento, 72% estudam em IES privadas, assim como 84% dos alunos cegos, 80% dos alunos com deficiências auditivas e 97% dos que têm autismo infantil. Na Região Norte, 95% dos alunos com deficiências múltiplas estudam em IES privadas.
Os recursos materiais e humanos das IES públicas são muito superiores aos das instituições de ensino superior privadas. Temos, pela mesma sinopse, apenas 6.739.689 de matrículas no ensino superior, parte imensa da população ainda em exclusão, sem perspectivas de futuro, barreiras insuperáveis à sua qualificação pessoal e profissional. As IES públicas têm 1.773.315 alunos e 139.584 docentes ou 12,7 alunos/docente. Com 4.966.374 alunos (74% do total) e 217.834 docentes, as IES privadas têm 22,8 alunos/docente. São 10 alunos por técnico por técnico administrativo no sistema público e 25 no sistema privado.
É responsabilidade intransferível das IES públicas ampliar seus serviços à sociedade que a mantém, incorporando muito mais brasileiros especiais a seu corpo de alunos. Não faltam meios humanos nem materiais às IES públicas para a qualificação de sua função social.
Com vontade e decisão políticas firmes podemos construir uma extraordinário programa de oportunidades e de resgate de cidadania para muitos milhares de brasileiros. Somos senhores de nossos destinos, e não escravos de nossas circunstâncias. As instituições de ensino superior públicas e privadas têm papéis decisivos e complementares no desenvolvimento sustentável do Brasil.”

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, adequadas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas  estruturas  educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, civilizadas, soberanas, democráticas e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:
     
     a)     a educação – universal e de qualidade, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas;

     b)    o combate, implacável e sem trégua, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados; II – a corrupção, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis prejuízos e comprometimentos de vária ordem; III – o desperdício, em todas as suas modalidades, igualmente a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis;
     
     c)     a dívida pública brasileira, com projeção para 2013, segundo o Orçamento Geral da União, de astronômico e intolerável desembolso de cerca de R$ 1 trilhão, a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (apenas com esta rubrica, previsão de R$ 610 bilhões), a exigir igualmente uma imediata, abrangente, qualificada e eficaz auditoria...

Destarte, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tanta sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais contundente ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de extremas e sempre crescente necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; saúde; saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; sistema financeiro nacional; turismo; esporte, cultura e lazer; comunicações; minas e energia;qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São gigantescos desafios, e bem o sabemos, mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela cidadania e qualidade, visando à construção de uma Nação verdadeiramente justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, desenvolvida e solidária, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros, especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos e que contemplam eventos como a Copa das Confederações em junho; a 27ª Jornada Mundial da Juventude no Rio de Janeiro em julho; a Copa do Mundo de 2014; a Olimpíada de 2016; as obras do PAC e os projetos do pré-sal, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das empresas, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo da justiça, da liberdade, da paz, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!...

O BRASIL TEM JEITO!...